Ásia

Viagem à Tailândia, China e Emirados Árabes

Viagem à Tailândia, China e Emirados Árabes

17 de maio a 6 de junho de 2014

 

       O lembrete de uma viajante:
“Afinal, viajar é muito mais que fazer compras e tirar foto em frente a monumentos famosos: É a arte de exercitar sua tolerância e abrir a mente para o fato de que pessoas diferentes, em diferentes partes do mundo fazem as coisas de maneira diferente.”

       Inicio, como muito prazer e confiança, o terceiro momento de minha viagem, o relatório, do qual constam visitas a Dubai e Abu Dhabi no país dos Emirados Árabes Unidos; a Bangkok capital da Tailândia; e às cidades de Guilin, Xian, Xangai e Pequim, na China.

 

       Escrever um relatório após uma vigem é , para mim, um processo necessário e trabalhoso que exige, acima de tudo, persistência. Sobre cada lugar visitado e sobre cada assunto exposto, ao voltar da viagem, há sempre muito a se pesquisar para completar a compreensão sobre o que se ouviu ou apenas se visualizou. Uma dúvida leva à outra e assim se formulam as diversas perguntas, que pouco a pouco, na pesquisa, vão recebendo as respostas, tornando o texto do relatório, mais enriquecido. E é por este enriquecimento, que escrever sobre a viagem, se transforma, para mim, sempre, em um trabalho fascinante, através do qual posso ampliar meu conhecimento sobre os lugares por onde, muitas vezes, tão rapidamente passei. Dizem, e eu concordo plenamente com esta informação: “uma das maiores alegrias da vida é aprender”. E, a partir do saber adquirido, é possível socializá-lo, partilhando este conhecimento, através de um texto ou em papos informais, com quem também se interessa por viagens.      

       Gostaria de, nesta introdução antecipar, entre os muitos acontecimentos que me impactaram emocionalmente, esses três fatos que seguem abaixo, pois foram vivências inesperadas.

1 – A imensa emoção que tive, ao presenciar, em todas as regiões das China, o prazer que sentiam as jovens mães e também pais e avós, quando pedíamos para fotografar suas crianças ou então fazer fotos com elas. Estes filhos únicos eram tratados e mostrados como pequenos tesouros, que realmente são, neste país, onde era proibido ter o segundo filho.

2 – A emoção de ver os inúmeros montes de relevo cárstico de calcário, em forma de agulhas da região de Guilin, no sul da China. Estas estranhas montanhas nos surpreendiam a cada nova paisagem, em cada curva do rio Li, durante os 85 km que percorremos, no longo passeio de barco. Foi algo inesperado! Foi tão intenso o prazer de ver estas paisagens tão estupendas que isto se tornará, também, inesquecível.

3 – E, finalmente, na viagem de regresso, de Pequim para Dubai, durante, praticamente, 5 horas, sobrevoamos a imensa e majestosa Cordilheira do Himalaia, por milhares de quilômetros de puras e brancas neves eternas. Asseguro que este espetáculo exerceu tanto fascínio que também nunca mais será esquecido. Foi uma experiência arrebatadora!

        Uns passageiros viram este espetáculo, mas, certamente, a maioria não o viu, pois estava dormindo.

 

Relatório da Viagem

 

       Saímos de Florianópolis, num sábado, dia 17 de maio de 2014, às 17h45, Edésia Neckel e eu, numa excursão organizada por Pereira Oliveira Turismo, e, em uma hora de voo, aterrissávamos em Guarulhos, São Paulo. De lá saímos na madrugada do dia 18 de maio, às 1h25 com a empresa Emirates Airlines, no voo EK262, rumo a Dubai nos Emirados Árabes Unidos (EAU), empresa esta de propriedade dos Sheiks que governam Dubai.

       O voo foi tranquilo e, ao mesmo tempo, maravilhoso. O cuidado que a empresa e a tripulação tiveram com os passageiros foi especial. As aeromoças, muito afáveis, chegaram logo após o avião alçar voo e ofereceram uma toalhinha úmida e quente, agradabilíssima, para fazer a primeira higiene das mãos. Em seguida distribuíram o cardápio que incluía todas as bebidas, inclusive as alcoólicas, com exceção do champanhe, que estava â venda. As refeições, próprias destes aviões, são uma realidade à parte: sempre ótimas e completas. Em seguida, foram entregues etiquetas como “não perturbe”, “não me acorde para comer”, e “não me acorde para compras a bordo”.

       Muitas atividades puderam ser feitas ao longo destas longas 14 horas de voo, podendo, desta forma, suavizar o cansaço da longa viagem. Pessoalmente realizei diversas: andei pelo avião conversando com os colegas da excursão, fiz ginástica, vi filmes, assisti jornais e acompanhei no mapa a rota que o avião estava realizando, com todos os dados possíveis disponíveis, como altura, velocidade, km percorridos e distância a percorrer até chegar ao destino. Em certos horários, quando procurava descansar andando pelo avião, vi também, que a maioria dos passageiros estava dormindo.

       Houve muita desconcentração, quando, com alguns passageiros fomos para uma das cozinhas do avião, onde fizemos fotos, conversamos com os comissários e recebemos dos mesmos, com muita simpatia, as fotos instantâneas.

       Lá também me interessei em falar com pessoas de origem chinesa. Com uma mãe e seu filho, aprendi a primeira palavra muito importante na linguagem chinesa: o célebre “Ni Hao”, expressão própria para muitas ocasiões de contato com chineses (que se traduz como: Olá! Como vai? Tudo bem! etc.) Há muitas traduções para esta pequena expressão que usei muitas vezes durante esta viagem e vi que os chineses repetiam para mim, com um sorriso, esta mesma palavra, culturalmente mágica. Durante a longa viagem, em algumas oportunidades, mais cansada, cochilei e também dormi. Assim, as longas 14 horas, surpreendentemente já passaram e o avião se preparou para aterrissar em Dubai, aonde chegamos às 22h30, do dia 18 de maio de 2014. A diferença de fuso horário é de 7 horas para mais, em relação ao Brasil. Ajustamos os relógios, pois no horário do Brasil são, tão somente, 16h30. Após realizar as diferentes obrigações antes de deixar o aeroporto, chegamos à meia noite, ao nosso hotel: “Milenium Plaza Hotel” situado na famosa Sheikh Zayed Road.

       Sheikh Zayed bin Sultan Al Nahyan, o principal arquiteto dos sete Emirados Árabes Unidos é a figura que nomeia diversos lugares aqui. Ele foi presidente da União de Emirados durante mais de 30 anos (1971-2004).

A História do Sheikh Zayed Fundador dos Emirados Árabes

       A 9 de Outubro de 1968, Zayed assumiu, por indicação de um irmão, o controle de Abu Dhabi, que começava a sair da pobreza, graças à descoberta de petróleo no território. Zayed instituiu uma estrutura de governo formal e iniciou um programa de construção de casas, escolas, serviços de saúde, assim como ordenou a construção de um aeroporto, um porto de mar, estradas e uma ponte entre a ilha de Abu Dhabi e o continente. Consciente que para desenvolver o emirado tinha de se unir aos seus vizinhos, iniciou negociações para a criação de um estado comum. Este país viria a ser oficialmente criado em fevereiro de 1972 sendo Zayed seu presidente. Com sua morte, em novembro de 2004, assume filho Khalifa bin Zayed Al Nahyan, na Presidência dos Emirados Árabes Unidos, que neste momento já se haviam tornado um país muito rico e próspero.

O “Milenium Plaza Hotel” fica em frente a uma estação do metrô, a somente dois pontos do edifício da Torre mais alta do mundo, a Burj Khalifa e também perto do Mall Dubai, que todos dizem ser o maior shopping do mundo. Ao adentrar ao hotel entregamos nossos passaportes, recebemos duas chaves eletrônicas em forma de cartão, deixamos o número do cartão de crédito na recepção, e nos dirigimos ao quarto de número 5006 no andar de número 50.

Aqui há seis elevadores, sendo que alguns não vão a todos os andares. Por isso às vezes andei para cima e para baixo sem poder desembarcar. Mas a gente aprende logo a forma de agir.

Mas, após esta longa viagem, chegou a hora de poder descansar. Ótimo colchão, em alvíssimos lençóis com edredom térmico, feito de diversas camadas do forte fio fabricado pelo bicho da seda. A cada dia de permanência no Hotel, os hospedes do quarto pagam 40 dihrams que por sua vez, o hotel repassa ao governo. Um dólar vale 3,7 dihrams.

Dia 18 de maio de 2014 – domingo em Dubai

       Finalmente, estávamos, em Dubai, um lugar, que a bem pouco tempo, era somente um grande deserto, banhado pelas águas do Golfo Pérsico, onde viviam os beduínos com seus camelos, seu comercio e a religião islâmica. Agora, aqui onde está sempre tudo em construção onde se erguem arranha-céus fantásticos! Respira-se a religião muçulmana tanto nas “Mesquitas” que estão em toda parte, como também nas “Salas de Oração” que podem ser vistas nos mais diferentes lugares.

 

 

       Neste domingo, levantamos às 9 horas e participamos do pequeno almoço, muito bem servido. Diferentemente da cultura ocidental, domingo é um dia como qualquer outro pois o dia de descanso, para os muçulmanos, é sexta feira. O café comportava não só frutas, sucos, pães de diversas qualidades, doces, ovos, manteiga e geleias, iogurtes, nozes etc, mas também, comidas quentes. Nesta manhã os colegas da excursão saíram para conhecer alguns lugares importantes, como o centro antigo da cidade com lojas sui generis, (muitas lojas vendem ouro) e também o museu que conta a história da vida dos beduínos do deserto. Como eu estava com dores no joelho e também já havia visto, em uma outra excursão, o que os colegas iriam visitar, fiquei descansando no hotel. Às 17 horas que é a hora em que o sol não está tão forte, saí para comprar um anti-inflamatório e gel para a dor que ainda sentia, numa farmácia que ficaria perto do hotel. Saí andando e fotografando pela “Sheikh Zayed Road´, ladeada por altos e modernos edifícios, cada qual ostentando uma arquitetura exemplar. As paredes externas dos prédios, em sua maioria são de cristal de vidro, material adequado para o forte calor de Dubai. No verão, aqui no golfo Pérsico que, (nunca me canso de lembrar, tempos atràs era somente um imenso deserto), a temperatura chega a 50 graus, razão pela qual, há ar condicionado em toda a parte, até nos pontos de ônibus. Uma paisagem interessante é ver as fotos dos Sheiks dirigentes, expostos em toda a parte, com seus trajes sui generis. É com esta vestimenta, que se apresentam também os nativos chamados Emirates que são diferenciados e privilegiados, tanto na vestimenta, quanto nos ofícios e também quanto aos salários recebidos.

       Meu breve passeio continua e eu me encontrei, não só turistas, mas, também, jovens e adultos, vindos de diversos cantos do mundo e de países da àsia como Filipinas, Indonésia, Paquistão, Índia, Siri Lanka, Gana, e também, muitos trabalhadores da África que aqui vieram para trabalhar em Dubai, mandando parte de seu salário para os países de origem.

Seguindo despreocupadamente pela via mais importante de Dubai, a Sheikh Zayed Road, conversei com três jovens trabalhadores, um do Paquistão e outros dois eram filipinos. Eles que trabalhavam num bar, conversaram comigo: me ajudaram a traduzir algumas palavras em inglês e eu lhes ensinei algumas palavras em português. 

Eles queriam aprender português pois, disseram, que aqui chegam muitos turistas, tanto brasileiros como portugueses. Estes trabalhadores estrangeiros, se vestem à ocidental e eles vem para cá sem a família, para a qual enviam, mensalmente, parte de seu salário. Não averiguei quanto recebem os estrangeiros como salário. Como o calor aqui chega aos 50 graus e o sol é ardente, quando trabalham, na quentura do sol, usam proteção para a cabeça e o rosto. Foi o que percebi na construção civil e também nos trabalhos feitos nos canteiros, plantando grama ou flores em pleno meio dia.

       Os Emirates, autóctones, são funcionários públicos, trabalham nos aeroportos, na polícia federal e andam vestidos a rigor: túnica branca, cabeça coberta com turbante com padrão xadrez e fortes chinelos de couro, como calçado, e recebem um salário razoável (10.000 dólares por mês), nos informa o guia. Quanto aos estrangeiros, não podem nem receber a cidadania e nem adquirir terras; eles só as alugam, pois, somente os árabes e seus filhos recebem a cidadania.

       Voltando ao meu principal objetivo, finalmente, entrei numa farmácia. Como aqui as pessoas se comunicam em árabe e inglês, surgiu o primeiro problema na comunicação. Mas, graças a Deus, tive a sorte de encontrar, aí na farmácia, uma simpática jovem senhora árabe que falava francês e com esta intérprete consegui me explicar. Nesta oportunidade conheci um novo expediente: ela colocava no smartphone as palavras que eu não sabia traduzir para o francês e estas apareciam, logo em seguida para ela, em árabe. Aí vi que é muito importante baixar este programa para o smartphone, onde se tem a possibilidade de traduzir qualquer língua e sair assim, de qualquer inesperado sufoco. Fiz o propósito de, ao chegar em Florianópolis, aprender a usar este aplicativo, já que eu fazia, regularmente, com alguns colegas, professores da UFSC, as necessárias aulas de informática.

       Aí, já bem orientada, comprei um anti-inflamatório e um gel e, ao sair, vi admirada que, a mulher que falava árabe e francês estava me esperando para me perguntar se eu precisaria de mais alguma ajuda. Agradeci a delicadeza e a solidariedade desta pessoa que encontrei e que surgiu para me ajudar a resolver o primeiro problema de comunicação em Dubai. Eu gosto da liberdade do sair só, pelas ruas, pois isto oportuniza observar, conhecer e se possível, falar com as pessoas que aqui também, estão passeando ou trabalhando. Apesar de estar numa excursão, adoro poder me abrir à realidade de cada lugar visitado. Concordo com as palavras do jornalista, escritor e viajante Gonçalo Cadilhe: “Quem viaja em grupo fecha-se no grupo, quem viaja sozinho abre-se ao mundo”. A gente se enriquece muito nestes contatos, pois as pessoas falam a respeito do que vivem. E aqui lembro sempre o que meu amigo Waldemar de Gregori me disse um dia, enfatizando este valor: “quem vive, sabe falar de sua realidade! São estas as pessoas que vale a pena escutar e com elas sempre aprender”.

Voltei ao hotel e esperei os colegas da excursão que logo chegaram. Conversamos no hall de entrada, mas logo chegou a hora de preparar a mala, pois, neste domingo deixaremos o hotel à meia noite e embarcaremos para a Tailândia às 2h20.

A Viagem para a Tailândia

       Já no aeroporto de Dubai, fiz um lanche: um croissant com queijo: 16 dihrams.
       Às 03 horas, entramos no ultramoderno avião A380.

Na foto acima, vê-se o hangar da Emirates com a frota dos A380 em Dubai, frota esta que está em constante expansão e tem previstas viagens para mais de 25 destinos até o final de 2014. O mais moderno avião comercial do mundo tem dois andares: a parte de cima abriga a 1ª classe e a classe executiva. O primeiro andar é reservado para a classe econômica que é onde está nossa excursão. Às 3h27 o avião acelera … acelera ainda mais forte e…. sobe aos ares, altaneiro. Este momento em que o avião alça voo é sempre preocupante e ao mesmo tempo fascinante! Faz-se silêncio na imensidão do céu.

Estamos em pleno voo! A TV, à minha frente, mostra um mapa onde vemos o ponto de partida que é Dubai no Golfo Pérsico com a seta apontando para o sudeste. O avião atravessará a Índia traçando uma linha pelo Norte deste país e após 6 horas estaremos em Bangkok, na Tailândia.

Na TV aparecem dados sobre a rota do avião: 3049 milhas para Bangkok, ou seja, 4.907 km. A capacidade do avião é para “853 passageiros”, mas nosso voo leva ao redor de 600 passageiros. Esta foi uma viagem histórica!! Como acontece sempre em todos os aviões da Emirates Airlines, as aeromoças chegam logo após o avião alçar voo e oferecem a nossa já conhecida talhinha umedecida e quente.

Não demora muito e vem o “pequeno almoço”. Tudo está muito gostoso como soe acontecer, até aqui, nos aviões da Emirates.

E aqui um pouco de história deste país, a partir de leituras feitas antes da viagem. A Tailândia até 1939 se chamava “Reino de Sião”. O país está incrustado na península da Indochina, e apresenta inúmeras fronteiras.

Limita-se a norte por Mianmar e Laos, a leste por Laos e Camboja, a sul pelo golfo da Tailândia e pela Malásia, e a oeste pelo mar de Andamão e pela extremidade sul de Mianmar. Suas fronteiras marítimas incluem o Vietnam (Vietnã, em português brasileiro), no golfo da Tailândia, para o sudeste; e a Indonésia e a Índia no mar de Andamão, a sudoeste.

       Apesar de os Portugueses terem chegado a esta região no século XVI, um dado interessante a considerar é que a Tailândia é o único país do sudeste asiático que nunca foi submetido à colonização do nacionalismo europeu. As duas principais razões para tal são o fato de a Tailândia ter tido uma longa sucessão de governadores bastante hábeis durante o século XIX e estes terem sabido explorar as rivalidades e tensões entre França e o Reino Unido. Como resultado, o país manteve-se como estado-tampão entre as partes do sudeste asiático colonizadas pelas duas potências. O país é uma monarquia constitucional, em 2014, encabeçada pelo rei Bhumibol Adulyadej, o nono rei da Casa de Chakri, tendo chefiado a nação desde 1946, e sendo o mais antigo chefe de Estado do mundo, bem como o monarca com maior reinado na história tailandesa. O rei da Tailândia é intitulado chefe de Estado, chefe das Forças Armadas, defensor da religião budista e o defensor de todas as religiões. Os tailandeses são monarquistas e veneram o seu rei. Os retratos do rei estão em toda a parte. A religião predominante na Tailândia é o Budismo Teravada, que é parte integrante da identidade e da cultura tailandesa, assim como é também a religião do Estado. A participação ativa no budismo está entre as mais altas no mundo. De acordo com o último censo (2000), 94,6% da população do país identifica-se como budista. Os muçulmanos são o segundo maior grupo religioso na Tailândia, compreendendo 4,6% da população, predominantemente da etnia malaia, a maioria dos quais são muçulmanos sunitas. Os cristãos representam 0,8% da população, com a restante constituída por sikhs e hindus. A Tailândia tem uma área de aproximadamente 513.115 km². Sendo o 20.º mais populoso do planeta, com população aproximada em 66 milhões de habitantes, com 75 províncias (changwats), divididas em quatro regiões. A capital e maior cidade do país é Bangkok, que é o centro político, comercial, industrial e cultural da Tailândia. Bangkok quer dizer cidade das azeitonas. Ban= cidade. Kok= azeitona. Agora não existem mais azeitonas por aqui.

       Cerca de 75% da população é etnicamente tailandesa, 14% é de origem chinesa e 3% é etnicamente malaia. O idioma oficial do país é o tailandês, sendo o inglês o segundo idioma mais falado. A economia da Tailândia experimentou um relevante crescimento entre 1985 e 1996, sendo que o mesmo é, atualmente, um país recém-industrializado e um grande exportador. Seu turismo, que contribui significativamente para a economia tailandesa é crescente. Existem cerca de 2,2 milhões de imigrantes legais e ilegais na Tailândia, e o país tem atraído um grande número de expatriados de países desenvolvidos. Sua capital Bangkok, chamada também a “Veneza da àsia”, é uma linda cidade com edifícios modernos que se misturam com paisagens pobres e com construções antigas. A cidade é cortada pelo rio Chao Phraya, muito utilizado para a navegação.

A título de ilustração, foi nesta região, que no dia 26 de dezembro de 2004, houve um tsunami que abalou a região. Apesar da tragédia, a cada ano aumenta o número de turistas que procuram as praias e ilhas paradisíacas. No mapa pode-se ver o centro do tsunami.

Voltando à nossa viagem, tudo estava muito tranquilo, o tempo passou muito rápido e já estávamos no reino da Tailândia. Na hora em que o avião se aproximou do solo, vimos uma excelente amostra da região agrícola, pois o avião possui uma câmara na parte inferior que nos possibilita ver esta região onde sobressaem grandes retângulos de terra cultivados. É uma paisagem muito bonita!

O meu relógio, ainda no horário de Dubai, marcava 9 horas. Aqui o fuso horário era de 3 horas para mais. Estávamos, pois, aterrissando, num lindo dia de sol, muito quente, às 12h. Do aeroporto, após os trâmites normais como esperar pelas malas e passar pela polícia federal, adentramos ao ônibus que estava à nossa espera. Juntamente com nosso futuro guia João, que é católico, chegamos ao Magestic Grande Sukumvit Hotel, quando a tarde já ia para o seu fim.

Dia 21 de maio de 2014 – quarta-feira em Bangkok

        O programa previa um passeio em Bangkok para conhecer a cidade e sua história e visitar lugares culturais como o Wat Trimitr (templo do Buda de Ouro com 5.500 quilos de ouro puro mandadas construir em 1112 pelo Imperador); o Grande Palácio Real, para contemplar a excelente arquitetura oriental, especialmente; Wat Po o templo do Buda reclinado de 46 metros; Chedis do Reis (o monumento budista mais alto do mundo); e o Buda Esmeralda. O primeiro encontro com a cultura começou cedo, no café, quando saboreamos, no hotel, frutas exóticas da Tailândia. Na noite anterior o funcionário as havia trazido ao quarto.

       As frutas cor de vinho, apesar de desconhecidas, eram, me pareceu, da família da Lichia, mas diferentes desta, não eram redondas e sim ovais. Uma fruta tinha um chumaço de fios na parte externa e a outra, tinha inúmeras pontinhas na casca que era bem mais dura do que as Lichias conhecidas no Brasil.

Começa o City Tour por Bangkok

       Pelo caminho, o guia nos falou sobre a cidade, em cujo Leste fica a zona comercial. Em Bangkok há 6 malls (shoppings). O que me chamou sempre atenção aqui foi me dar conta, que o Novo e Moderno aqui convivem, tranquilamente, com o bem Velho e Tradicional. Vi construções muito modernas ao lado de estruturas e casas quase rurais e malcuidadas. Também locais de barracas onde os trabalhadores vendiam seus produtos com pouca infraestrutura. Ao longo da viagem passamos por uma região de muitas plantas e também pela universidade do Estado. O guia nos informa, também, sobre a história da cidade de Bangkok que se confunde com a história da dinastia Chakri, atualmente ainda no poder.

Esta dinastia começa com o Rama I que, em 1782, construiu esta cidade de Bangkok e em seguida temos os Ramas II-III-IV-V-VI-VII-VIII. No ano de nossa excursão, 2014, no poder estava o Rama IX, chamado Bhumibol Adulyadej, que nasceu em 1927 e assumiu em 9 de junho de 1946.

O rei, que governava a Tailândia durante 69 anos, muito venerado pelo povo budista, era chamado de “O Grande”. Sua imagem estava em toda a parte, e sempre em grandes fotos. O Rama IX veio a falecer em 2016, sendo substituído por seu filho Maha Vajiralongkorn.

       O guia continua nos relembrando que aqui, nesta cidade, há 400 templos budistas e que Buda viveu como príncipe até aos 16 anos dentro do palácio, aos 29 anos viu a miséria, aos 35 anos se iluminou e passou a ser mestre da filosofia de vida e morreu aos 80 anos.. Enquanto escutamos a história de Buda meus olhos observam, uma paisagem urbana e cultural totalmente estranha: junto a um alto e moderníssimo edifício há um tradicional altar ao Buda, com inúmeras oferendas recentes, onde alguns devotos estão lá fazendo suas preces. Esta é uma imagem que surpreende!

       Às 9 horas, neste nosso city tour, entramos no bairro chinês. Lá o que mais nos surpreende é a imensa quantidade de lugares para comer, pois vejo muitas pessoas fazendo suas refeições na rua. Em seguida, nesta Chinatown, fomos ver, no templo Wat Traimit, a estátua de Buda, com 5.500 quilos de ouro, cujo nome oficial em tailandês é Phra Maha Suwan Phuttha Patimakon, a maior estátua de ouro maciço no mundo e um dos mais preciosos tesouros da Tailândia e do budismo.

       A história desta estátua do Buda de Ouro é muito interessante, pois foi provavelmente construída na Índia, em partes e montada no local, completamente colada, para impedir que fosse roubada. De acordo com algumas hipóteses, a obra foi realizada durante o período Sukhothai (1238-1438), e estava localizada em um Wat de Ayutthaya até a segunda metade do século XVIII. Quando os birmaneses sitiaram a cidade, em 1765, o valor da estátua foi oculto com um revestimento grosso de estuque e pintada diversas vezes com tinta cor de ouro. Assim a estátua foi salva do saqueamento, quando a cidade foi completamente destruída em abril de 1767, um evento que encerrou o glorioso reino de Ayutthaya. O real valor da estátua permaneceu em segredo durante quase dois séculos. Durante o reinado de Rama III (1824-1851) a estátua foi levada para o Wat Phrayakrai, no Yaowarat em Bangkok, e mesmo conservando o revestimento àspero de estuque era a estátua principal. No início dos anos 1930, obras de reconstrução nos bancos do rio Chão Phraya perto China Town, exigiu a demolição do antigo templo. Apesar do fato de que a estátua não era tão atraente, sua destruição não foi uma opção. Assim, decidiu-se movê-la para o recém-construído Wat Traimit, um pagode de menor relevância situado na mesma área. Como o templo não tinha um edifício suficientemente amplo para abrigar a estátua, ela foi conservada no pátio sob um telhado de zinco por 20 anos. Em 1955 um novo edifício foi construído e os monges decidiram instalar a estátua dentro dele. Ao ser movida por cabos, um destes se rompeu e a estátua caiu, um evento que foi visto como um mau presságio pelos trabalhadores, que fugiram do local, deixando a estátua sobre o solo. Era a época das chuvas e, como para confirmar o mau presságio, uma tempestade inundou parcialmente a cidade durante a noite.

       Até aqui a história!

       Este é um dos poucos Vat em Bangkok onde é permitido chegar perto e estátuas de valor.

Subimos as escadarias do templo. No interior do pequeno templo havia muitos budistas praticantes, fazendo suas orações e ofertando seus dons, com muita concentração. Valeu conhecer este templo, onde além do Buda de Ouro sentado, há o Buda Mestre, representado por uma estátua onde Buda em pé, ensinando. No templo havia também um cofre encimado por uma grande maquete, de um futuro seminário budista. As pessoas depositavam dinheiro neste cofre.

       Sobre a estátua de Buda alguém escreveu:

“O estilo da protuberância em forma de chama no topo da cabeça, chamado ushnisa, que representa o esplendor da energia espiritual, é típico do período Sukhothai, bem como a forma dada ao cabelo, as sobrancelhas e nariz. Os lóbulos alongados, indicando o anterior status de príncipe, as três rugas no pescoço, a largura dos ombros e peito inchado no ato de respirar, fazem parte do simbolismo budista. Além do valor econômico e simbólico, a estátua transmite, às centenas de visitantes diários, a serenidade e a energia que as características do Buda emitem, tornando-o um dos mais amados e reverenciados na Tailândia”.

Observe-se o trabalho em ouro que foi feito, na janela, às minhas costas. Lá fora, continuamos a ver as bonitas construções tailandesas, na emoção ver este mundo budista!

       Ao sair, nos arredores do templo, muitos dos excursionistas compraram sombrinhas tailandesas, chapéus para o sol, bonés, joias, e tantas outras mercadorias à venda nestes quiosques localizados na saída do templo.

Nosso passeio continua e nós estamos nos dirigindo para o Grande Palácio Real e ao nos aproximar do local, vemos a grande muralha de cor branca que circunda todo o grande conjunto dos históricos palácios e construções tailandesas.

   

O Grande Palácio Real é formado por um conjunto de edifícios em Bangkok, que serviu como residência oficial do rei da Tailândia desde o século XVIII até ao século XX. Esta é uma das principais atrações turísticas de Bangkok, na Tailândia e tem relação não só com a família real, mas com a história do país. Para quem não sabe, Bangkok nem sempre foi a capital da Tailândia, que aliàs, nem sempre este país se chamou Tailândia. Desde o século XIII, o Reino do Sião, tinha como capital a cidade de Ayutthaya.

“A Cidade Histórica de Ayutthaya é um Património Mundial da UNESCO. Fica próxima a Bangkok e já foi a maior cidade do mundo! Lá pelos anos 1700 ela tinha um milhão de habitantes e era considerada a capital do comércio no mundo, já que fica bem no meio do caminho entre China, Índia e Malàsia. Isso durou até a Birmânia (Myanmar) invadir a cidade e detonar tudo. O que resta atualmente da antiga capital da Tailândia são as magníficas ruínas dos templos e palácios que remontam a 1350, ano em que a cidade foi fundada”… ”A situação mudou em 1767, quando o exército da Birmânia (atualmente o Myanmar) tomou a cidade, destruiu praticamente tudo que encontrou pela frente e, como consequência, derrubou a dinastia que estava no poder. Um general do Sião conseguiu retomar o poder e expulsar os birmaneses, mas acabou enlouquecendo. Quem ocupou o poder de vez foi outro general, que se proclamou rei e inaugurou a dinastia Chakri.”

 E foi com o início da dinastia Chakri que Bangkok virou a capital desse novo Reino, em 1782. Ao mesmo tempo que essa nova dinastia tentava reunificar o Reino de Sião e fundava Bangkok, os monarcas começaram a construção do Grande Palácio. 

Erguido numa área de quase 220 mil metros quadrados e cercado por 1900 metros de muros, tudo isso de frente para o rio Chao Phraya. Trata-se de um complexo de prédios, galerias, pavilhões, jardins e pátios.

Ao longo de 200 anos, os reis que habitavam o palácio faziam adições e reconstruções, em estilos diferentes. Em 1932, houve uma mudança no regime político e o Reino de Sião passou por uma revolução não sangrenta, que garantiu uma Constituição para a população e manteve a monarquia, mas decretou o fim do poder absolutista dos governantes. Em 1939, o nome Sião foi substituído por Tailândia – uma referência ao povo Tai, que sempre habitou a região.

Foi às 10h10 que chegamos ao Grande Palácio Real de Bangkok. Após receber o bilhete de entrada de nosso guia local, ao entrar, somos surpreendidos não só por grande quantidade de turistas, mas também por uma exuberância de construções multicoloridas, com formatos sui generis, cobertos de muito ouro, pois aqui há muito ouro como nos informou o guia no início.

Muitíssimos turistas que estão conhecendo, como nós, esta maravilha, olham assombrados a imensidão de construções e templos dourados e coloridos. É tudo muito bonito, exuberante e diferente de tudo o que conhecemos como construção e arquitetura. As árvores, cujos ramos são cortados com esmero e arte, formam, com suas folhagens, paisagens interessantes.

Este Palácio não é mais a residência do rei, se bem que parte dele continua a ser ocupado, e, por esta razão, aquela parte não é aberta aos visitantes.

       O Grande Palácio Real foi residência oficial dos governantes até 1946, quando o rei, Bhumibol Adulyadej (Rama IX), assumiu o poder e decidiu se mudar para o Palácio Chitralada.

       Neste caminhar pelo grande espaço do Palácio Real, chegamos ao famoso templo onde está o Buda Esmeralda. Chamou-me a atenção uma pequena escada decorada com pinturas, e que dava acesso ao templo.) Entramos no templo! Este Buda é representado por uma estátua de pedra maciça de jade, introduzida aqui, pelo Rama I, o primeiro rei da dinastia Chakri, dinastia esta que está, até hoje, no poder. Este Buda tem 60 cm de alto e 45 cm de largura. O templo se assemelha, em importância, à Capela Sistina para os católicos, nos diz o guia. Quando o governo ganha as eleições vem para este templo. Á frente há as estátuas de dois guardas gigantes muito feios, colocados aí para espantar maus espíritos. Esta ideia de bons e maus espíritos, boas e más energias está impregnada na cultura Tailandesa.

       Entramos no templo onde o silêncio se impunha, pois a maioria dos presentes estava meditando. Neste templo, nos explica o guia, o “Buda Esmeralda” tem as roupas e estas lhe são trocadas três vezes ao ano. Ele precisa de poucos vestidos explica o guia: de julho a novembro é tempo de chuva. A roupa é fresca. No inverno mais tapado. Há um vestido de fio de ouro que peso no total 3 quilos e 120 gramas. O ano budista começou com a morte de Buda. Estamos, pois, no ano budista de 2557.
Nosso passeio pelo Grande Palácio Real continua.

       Às 11h40, o guia nos fala: “estamos diante do espaço onde se desenrolou uma história romântica” .

“Em 1862, a jovem viúva inglesa Anna Leonowens, chega a Bangkok, acompanhada pelo seu filho Louis, para assumir o cargo de educadora dos filhos do Rei do Sião. O rei Mongkuk, vivia num verdadeiro luxo asiático e estava desejoso de modernizar o país. Anna, por seu lado, ficou profundamente surpreendida pelo protocolo, hábitos e quotidiano da corte, mas rapidamente se adaptou e começou a impor as suas ideias europeias e modernas. Entre Mongkuk e Anna nascem profundos laços de amizade e mútuo respeito e admiração, que inevitavelmente acabam em amor. Mas um amor que os dois sabem ser impossível. Anna afirma em seu diário que o castelo era habitado pelos 82 filhos que Mongkut teria tido com suas 35 mulheres. Foi para cuidar dessas crianças e jovens e ensiná-las inglês e costumes ocidentais que Mongkut contratou a professora inglesa Anna Leonowens”.

       A história romântica é apresentada através do filme “Anna e o Rei de Sião” e “ Eu e o rei de Sião”.

       A partir dos fatos que ocasionaram o aparecimento do filme, entendi que eu precisava entender toda a implicação social deste fato singular. Ao voltar da viagem, fiz algumas leituras a partir das quais relembrei e compreendi algo do processo histórico e político deste Reino de Sião, no século XIX, quando estava em expansão o processo do colonialismo britânico e francês sobre a ásia e também sobre a África, durante o qual, mesmo que Sião não tenha sido submetido totalmente a ele, como sucedeu a outros reinos vizinhos, na verdade, percebi, por leituras, que também a Tailândia teve que fazer muitas concessões à expansão do colonialismo ocidental. O IV Rama, o Rei Mongkuk da Tailândia, como déspota esclarecido, sentindo a pressão do expansionismo ocidental, abraçou inovações ocidentais. No contexto histórico da expansão do colonialismo ocidental do século XIX, o rei Mongkut, Rama IV, simpatizante do reino britânico convida a jovem viúva de um general inglês, Ana Leonowens, para ensinar a língua inglesa no palácio real. Ela veio da Índia, país já dominado pelos britânicos. Antes dela, esposas de pastores protestantes ingleses, também tinham ensinado a língua inglesa aos filhos do rei, ensino este que está dentro deste cenário.

       Aqui segue a biografia deste Rei de Sião, Mongkut, que reinou entre 1851 e 1868.

44 “O rei de Sião era Mongkut que nasceu como príncipe Isarasundhorn, filho de Buda Yodfa Chulaloke o primeiro rei Chakri do Sião. Em 1809, seu pai, príncipe Isarasundhorn foi coroado como Buda Loetla Nabhalai. O príncipe, futuro rei tinha nove anos na época em que todos eles se mudaram para o Grande Palácio. Em 1824, aos 20 anos, Mongkut se tornou um monge budista, segundo a tradição siamesa (que o homem com 20 anos deve se tornar monges), com o nome de ordenação Vajirañāṇo.

No mesmo ano, seu pai morreu. De acordo com as tradições seguidas, Mongkut deveria ser coroado o próximo rei. No entanto a nobreza colocou o influente príncipe Jessadabodindra, seu meio-irmão, no trono. Percebendo a situação era irremediável, Mongkuk optou por ficar na sua condição monástica para evitar intrigas políticas. Mongkut se tornou um dos membros da família real que dedicou sua vida à religião. No entanto, aos 47 anos de idade, com a morte do meio irmão Rama III, ele assumiu o lugar que lhe cabia como rei de Sião”.

O rei iniciou a modernização do seu Reino, não só no que se refere à cultura, mas também à tecnologia, razão pela qual lá recebeu o título “O Pai da Ciência e Tecnologia”. Em 1842, Mongkut, o futuro Rama IV, tinha ido estudar na Inglaterra. Um dos últimos feitos do monarca foi uma expedição organizada em 1868 para assistir um eclipse total do Sol pela Lua, numa região no interior do país que ofereceria uma excelente visibilidade do fenômeno. Mongkut chamou uma equipe de astrônomos franceses e outros cientistas europeus no intuito de derrubar a crença popular entre os tailandeses de que o eclipse seria um prenúncio de coisas más. Um fato incrível aconteceu: o rei contraiu malária logo em seguida e morreu semanas depois, no dia de seu aniversário, 18 de outubro.

       Aqui, neste palácio, na sala onde a professora dava aulas de inglês para os filhos do rei, local, nós nos sentamos no meio fio e aproveitando, também, alguns bancos que aí havia, escutamos o guia que nos passa mais informações sobre a cultura tailandesa.

Na Tailândia 1-só os filhos homens e os mais inteligentes sucedem os reis. No caso do sucessor de Rama IV, quem subiu ao trono foi o filho de número 48, que era o único homem que sabia falar inglês 2- A língua tailandesa tem 5 tons, 21 vogais e 44 consoantes. Quanto aos tons: cada palavra tem um respectivo som e assim, pelo tom, tem um sentido diferente em cada situação. Tanto pode significar algo ótimo como o seu contrário 3-Sobre a presença de eunucos, nos diz que aqui na Tailândia, ao contrário da China, nunca houve eunucos. Foram sempre as mulheres que serviam no palácio do Rei e não homens castrados. 4-Sobre os monges: eles podem ficar durante um bom tempo vivendo da caridade. O monge se alimenta às 7h da manhã, às 11 e às 12 horas. Na manhã seguinte fazem jejum e retiro. Aqui é comum se ver, em toda a parte, muitos jovens ainda com pouca idade, vestidos com o hábito de monge de cor laranja 5-na Tailândia há sol o ano todo, mas as pessoas não querem tomar sol. Tapam a cara, nos informa o guia. Mais tarde, vi mulheres no mercado flutuante que pareciam mais brancas do que eram realmente. Elas tinham passado talco no rosto.6-Sobre a família: os tailandeses têm em média 3 filhos.

       O que pessoalmente observei, quanto a um aspecto da cultura tailandesa, é que o respeito e a devoção a Buda, aqui é muito grande e, acontece, também, em relação a seu rei. Outro dado cultural dos tailandeses é que, eles dão muita importância ao significado dos números. Quanto à alimentação, eles gostam de comer na rua. Isto foi possível constatar em diversas oportunidades aqui.

       Às 12h35 seguindo o guia local, fomos ver a estátua do Buda reclinado, representando o Buda quando tinha 80 anos e morreu. (45 metros de comprimento e 15 metros de altura). É interessante saber que, neste lugar, iniciou a primeira escola de massagem da Tailândia e continua a ser um centro de massagem tailandesa. Não tivemos acesso a estes aposentos. Visitamos a estátua gigantesca do Buda Reclinado e nos impressionamos com alguns aspectos desta estátua: nas solas de seus pés, esculpidos em madrepérola, estão os 108 símbolos auspiciosos de Buda. Inspirado por esses 108 símbolos, acontece ali mesmo, no templo, atrás do monumento do grande Buda Reclinado, um ritual do qual participamos: há cento e oito potes de metal dispostos lado a lado, e cada visitante coloca cento e oito moedas neles, uma em cada pote. O número 108 é considerado um número abençoado na Tailândia, um número da sorte. Foi interessante participar deste ritual!

Aqui também, havia muitíssimos visitantes.

Saímos do recinto suntuoso do Grande Palácio Real e, antes do portão da saída havia um local onde os budistas estavam fazendo suas orações, oferecendo seus dons. Passamos pela Universidade e o guia os informa que aqui a Universidade é grátis. 

Também passamos pelo teatro e a escola de artes. Quanto ao esporte nacional, é o box e não o futebol. O Muay Thai vem sendo trabalhado para entrar nas olimpíadas.

       Aqui algumas palavras sobre a origem do povo da Tailândia:

“Segundo os Tailandeses, a origem de seu povo é a província de Yunnam, nas margens do rio Yang Tsé na China Central. Muitas gerações, atrás deles, migraram da China para o local onde atualmente é à Tailândia em busca de liberdade e de terras férteis para agricultura. Do seu local de origem, a China, até o seu destino, os Tailandeses foram constantemente hostilizados e sofreram muitos ataques de bandidos, de Senhores da Guerra, de animais, e também foram acometidos de muitas doenças. Para protegerem-se e manterem à saúde, eles criaram um método de luta chamado “Chupasart”. Este método de luta e autodefesa fazia uso de diversas armas como por exemplo: espadas, facas, lanças, bastões, escudos, machados, arco e flecha, etc. No treinamento do “Chupasart”, frequentemente ocorriam acidentes que causavam algumas vezes graves ferimentos aos praticantes. Para que eles pudessem treinar sem ferir-se, os tailandeses criaram um método de luta sem armas, o percursor do atual Muay Thai. Assim eles podiam exercitar-se e treinar mesmo em tempos de paz e sem o risco de ferir-se. No início, o Muay Thai ( arte livre) muito parecido com o Kung Fu Chinês. Um fato normal, levando-se em conta à origem do povo Tailandês. O antigo Muay Thai utilizava-se de golpes com as palmas das mãos, ataques com as pontas dos dedos, imobilizações e mãos em garras para segurar o oponente. Com o tempo, ele foi modificando-se e transformou-se no estilo de luta que é hoje”…

Muito interessante o que segue:

“Na Tailândia a rotina em um ginásio é muito diferente da rotina do ocidente. Os lutadores geralmente começam seu treinamento com a idade de 6 ou 7 anos. Eles quase sempre se mudam para o ginásio, morando em alojamentos junto com outros lutadores. A parte do treinador é providenciar: comida, roupas, acompanhamento médico, e estudo para o lutador. Em troca disto, o lutador deve simplesmente treinar arduamente e também cuidar da limpeza do ginásio. Mas, o maior compromisso deste lutador é esforçar-se para ser o melhor lutador, um verdadeiro campeão. Quando o lutador vai lutar, geralmente uma vez por mês, ele concorre à um prêmio em dinheiro, este prêmio é dividido entre o lutador e o seu treinador. Sendo que a maior parte do dinheiro vai para o treinador. Na Tailândia também é permitido apostar nas lutas, e o treinador geralmente também aposta em seu próprio lutador, conseguindo assim mais algum dinheiro”.

       Quanto ao serviço militar, todos os homens servem o exército durante dois anos. Ganham duzentos dólares por mês. O Salário mínimo é de 10 dólares por dia, mas depois de formado ganha 500 dólares por mês. Durante a viagem de ônibus vimos um movimento que parecia o dos “Sem Terra” acampados. Não saberia dizer a quanto tempo eles estavam lá. Aqui, no Oriente s mesmo sendo escassos os movimentos de reivindicação social, eles existem. Após esta comunicação no ônibus, chegamos a nosso hotel. Fui então ao mercado e, ao chegar ao hotel Majestic encontrei, no hall de entrada, no bar, outros excursionistas e junto com eles fiz um almoço: Custou 295 bahts.

Sobre a Moeda na Tailândia

       Criado em 1897, o baht é dividido em notas de 20, 50, 100, 500 e mil. Também há moedas de um, cinco e 10 bahts. Com menor frequência, é possível encontrar moedas de dois bahts. O satang é o equivalente ao centavo brasileiro – vai de um a 100, dividido em moedas de um, cinco e 10 satangs. Hoje é mais difícil encontrar moedas de satangs. Elas são mais comuns em supermercados, mas não estão tão presentes no restante do comércio.

       A caminho da Ceia Tailandesa.

       Às 18h30 saímos de ônibus e, no caminho, observei não só as lojas e ruas abarrotadas de carros, mas também as muitas pessoas que comiam nas barracas ao longo da rua, e nós às 19h20, parados num trânsito caótico. No ônibus, João nosso guia católico, que falava dos tailandeses budistas como “eles”, nos falou sobre uma massagem tailandesa que diz ele, não é muito séria. O massagista nu faz massagem com o seu corpo. às vezes são dois e aí se chama sanduíche.

       Chegamos, por fim, um local muito sofisticado, o restaurante Silom Village, onde será teremos uma ceia, servida nos moldes tailandeses, seguida de show.

O salão estava preparado com mesas sobre as quais havia toalhas vermelhas, e uma almofada colocada no chão, ao longo das mesas, para que o comensal aí se sentasse.

Pequenas cambucás, com diferentes tipos de alimento nos eram trazidas. Esta primeira foto retrata o que coube a mim. Ao mesmo tempo, o Show com danças típicas se desenrolava, ao som de música tailandesa, tocada por um grupo de músicos. Estava muito bonita esta festa, com a impressionante delicadeza das bailarinas e o ritual da ceia tailandesa. Houve também apresentação de lutas marciais.

       Nos arredores do local do restaurante havia também lojas de diversas categorias, como trabalhos em pedra, roupas, etc. Valeu a pena ver.

       Sobre a dança na Tailândia:

“A dança tailandesa integra um papel importante na cultura e nos costumes do país, principalmente nas celebrações religiosas e na agricultura. Considerada um espetáculo de enorme expressividade, as danças do Norte caracterizam-se por movimentos elegantes e suaves, enquanto no Sul e no Noroeste elas são mais animadas e com maior ritmo. As mais conhecidas são as danças do Norte “Fon thien” e “Fon Leb” praticadas por mulheres jovens que usam unhas artificiais. A dança do Sul é um bailado tradicional chamado “Nora”, que descreve uma história de amor. A disciplina artística tem-se mantido viva ao longo das gerações, graças ao patrocínio real desde o período Sukhothai (1238-1375). Chegamos ao nosso Magestic Grande Sukumvit hotel, às 23 horas, satisfeitos com a oportunidade e a boa vivência com a cultura tailandesa.

Dia 22 de maio de 2014 – Quinta-feira Bangkok

       Às 7h30 saímos para conhecer o mercado flutuante chamado “Damnoen Saduak”, que fica a 80 km de Bangkok, com passeios de canoa pelos muitos canais de palafitas, pois em Bangkok, há seis milhões de tailandeses vivendo em habitações deste tipo. Não fazer este passeio na Tailândia, dizem que é como ir a Roma e não ver o papa. Então começamos o dia como uma promessa de ver coisas muito interessantes. Com o trânsito muito engarrafado, lentamente, fomos passando pela rua das embaixadas e chegamos na Avenida
Rama IV, num verdadeiro exército de motos, bicicletas de três rodas e tuk-tuks.

Vejo também ônibus apinhados de gente, e o guia informa que os ônibus, sem ar condicionado, aqui são grátis. Neste momento, estamos indo na direção sul, em área residencial nova, e o guia local João, nos dá diversas informações: que aqui os apartamentos são dos últimos 20 anos, que o povo levanta cedo e às 8h já está trabalhando; que antes, as casas eram de madeira e os tailandeses bebiam água da chuva e que o rio Chao Phraya, tem 380 km de extensão e 1 m de profundidade e que o mar está a 46 km daqui.

       E mais: procura nos informar sobre a cultura na Tailândia. No que se refere às cerimônias fúnebres, o guia que não é budista, mas católico, nos fala: as pessoas estão tristes com a morte, mas não demonstram sua tristeza. A cada noite os monges comparecem para rezar. Depois fazem festa que pode durar muito, para festejar a próxima vida. Os ricos fazem festa durante 5 noites. Junto com o morto enterram uma maquete com tudo o que pertencia ao morto. Isto, dizem, é para o morto dormir e se divertir. Quando o falecido é cremado, queimam junto também a maquete.

       O guia João, nos fala de aspectos muito interessantes sobre o símbolo da Tailândia: o elefante. Aqui é pequeno, vive 90 anos e pesa 2.500 quilos e seu cérebro é maior que o dos elefantes africanos, os quais são maiores e vivem 120 anos. Só os elefantes machos tem dentes e a Tailândia exporta marfim. Antes da guerra de 1914 havia na Tailândia 60.000 elefantes que eram também usados na guerra. Aqui restam somente 4000 elefantes domesticados e mais 3000 selvagens. Cada elefante come 300 quilos de frutas por dia e tomam 120 litros de água. Os elefantes gostam de fruta doce. Hoje sua caça é proibida. Ao Norte, há o hospital dos elefantes.

A Escola para Elefantes e Macacos

       Um dado pitoresco para mim, foi quando o guia nos falou sobre a escola para os elefantes, onde durante 6 anos, eles aprendem a trabalhar e obedecer e no fim, ganham um diploma. Eles entendem muita coisa. Quando se diz obrigada – abaixam a cabeça. Aqui culturalmente sempre se usou o elefante para trabalhar e nisto eles são muito fortes e bons. O dono do elefante cobra 60 dólares por dia pelo trabalho do elefante que só dorme duas horas diárias. Quanto à fêmea elefante, engravida de seis em seis anos e a gestação dura 22 meses. Em toda a sua vida a fêmea só tem 6 bebês.

       Outro animal que vai para a escola durante 1 ano e também ganha certificado é o macaco, que na Tailândia, também é usado para trabalhar. Com um ano eles aprendem a tirar os cocos. O macaco ganha 15 dólares por dia, ou seja, o seu dono.

       A Tailândia é 18 vezes menor que o Brasil e ela é essencialmente rural e 60% dos tailandeses são camponeses. Aqui a malária está controlada há mais de 80 anos. Plantam arroz que cresce 3 vezes ao ano. Produzem 23 milhões de toneladas deste produto. Aqui na Tailândia há muita água. Os camponeses são pobres e não pagam imposto. Eles trabalham no campo durante 9 meses por ano. Nos meses restantes recolhem serpentes. Há dois tipos de cobras venenosas. Mais de 200 pessoas morrem, por ano, de mordida de cobras. O camponês antes de dormir olha por toda a casa para ver se não há cobras. A cobra produz veneno 24 horas por dia e se ela atacar, após 3 horas a pessoa morre.

       Recebemos outra informação: a Tailândia exporta madeira de Teka, usada na construção de barcos.

“Madeira de Teka, de densidade média 0.67 possui marcantes características que a vocacionam para a construção naval, especialmente, no que diz respeito à durabilidade (devido a presença de oleosidade e sílica), coeficiente de retratilidade baixo e relativa leveza, prestando-se, de forma insubstituível, para a forração de conveses. Em razão da grande demanda, especificamente para construção naval, a Teka situa-se dentre as madeiras prediletas para o reflorestamento encontrando cultivos espalhados pelo mundo, inclusive no Brasil”.

       Continuamos nossa viagem de ônibus rumo ao passeio de barco pelas palafitas e rumo ao mercado flutuante.

        Neste caminho passamos por uma estátua de Buda Maestro, esta mesma estátua que eu vi no templo do Buda, e também passamos por uma fábrica japonesa. Os carros japoneses são feitos aqui na Tailândia, pois o salário dos trabalhadores é sete vezes menor que no Japão, nos informa o guia. A partir da janela do ônibus, vejo ambientes que meus olhos tentam identificar. às 8h49 estamos passando por terrenos de salinas, um espetáculo à parte. Como se fossem grandes arrozeiras, há os limites que marcam as propriedades dos tailandeses. O guia João nos informa que o processo da produção do sal, é o seguinte: quando acaba a chuva, as salinas produzem sal durante 6 meses. Cada família tem seus terrenos de onde recolhem o sal. Neste lugar só cresce coco e palmeira e a água é muito salgada.

       Agora muda a paisagem e passamos por muitas árvores de Lichia. É um espetáculo bonito de ver, já que esta fruta é tão bonita e quanto deliciosa.
Estamos na estrada Rama II e aqui há postos de gasolina. Quanto ao seu preço, aqui ela custa um dólar e meio. Usa-se também o álcool. Á esquerda muda novamente a paisagem: aqui se vende muito bacalhau.

Os Gêmeos Siameses

       Agora estamos passando pela cidade de Siam que foi construída em 1812, depois da guerra com Birmânia, e tem 100.000 habitantes. Em 1850 nasceram aqui os gêmeos siameses, ligados pela barriga e chamados Jim e Jam. Siamês é o mesmo que tailandês.

       Aqui um texto da internet:

“Fotos mostrando a vida dos gêmeos unidos congenitamente Eng e Chang de Sião (atual Tailândia) nascidos em 1811 e falecidos em 1874. Sua fama mundial resultou no termo gêmeos siameses. Como resultado, o termo “gêmeo siamês” ficou estabelecido no mundo todo como a condição de ser um de um par de gêmeos unidos. Os gêmeos, com 12 anos foram para Londres, mas não puderam ser operados.”

“Trabalharam então nos Estados Unidos no circo. Aos 26 anos casaram com duas irmãs: um teve 10 filhos e o outro 11 filhos. Os gêmeos tinham personalidade diferente: um era e outro calmo. Um gostava de Whisky e o outro não. Quando ficavam bêbados, boxeavam. Na lua cheia havia muitos problemas. Depois de 15 anos mudaram de casa, que ficava a 3 km de distância. Trabalharam como artistas de circo nos Estados Unidos. Quando um morreu o outro
4 horas depois, morreu também”.

       São 9h07 e o guia acabou de contar a história dos gêmeos siameses, nascidos na cidade que estamos atravessando.

       Nesta região veem-se inúmeros coqueiros e também, muitas orquídeas de cultivo nesta terra onde, por toda a parte, se veem muitas espécies desta linda planta. E o guia continua: a orquídea não precisa de terra e, a abundante casca do coco é vendida para os que a usam no cultivo das orquídeas. O guia insiste em comunicar que Tailândia é rural.

Passear no Lombo dos Elefantes 

       Agora paramos num lugar que tem uma estrutura adequada para proporcionar aos turistas, um passeio no lombo do elefante. Os excursionistas de duas em duas pessoas, subimos no elefante, que muito tranquilo, é guiado por um tailandês. No lombo do elefante, passamos por um bosque muito verde. De vez em quando, o elefante parava para comer folhagens. Aqui foi possível ver como quebrava arbustos às vezes muito fortes. Aí vi e tive ideia exata da grande força que tem um elefante. Também atravessamos com muita facilidade pequenos córregos. Neste passeio fizemos muitas fotos e nos divertimos bastante.

       Nosso condutor, aproveita para fazer a propaganda de braceletes de marfim que, por fim nos vendeu por 250 bahts. Como de costume há também fotógrafos que, no fim, vendem as fotos, já emolduradas.

O Mercado Flutuante

       Após sair deste passeio no lombo dos elefantes, nosso ônibus nos leva para a outro lugar, a região das palafitas, para lá conhecer o célebre Mercado Flutuante. As águas são contidas por uma forte estrutura de cimento e o barco motorizado navega, em grande velocidade, nestas ruas de água. Passamos por casas, comércio, flores, coqueiros e todos nós, estávamos alegres, pela possibilidade que de ver, com outro olhar, esta fantástica realidade. É possível, numa pesquisa no Google, ver os vídeos deste mercado efervescente.

       O comercio é feito não só em canoas, mas também nas próprias casas construídas em palafitas, ao longo de uma infinidade de canais. Por fim o grande Mercado flutuante. Na verdade, o ser humano, cria as condições de reproduzir sua existência, em situações as mais diversas. Suas crenças , também, são as mais diferentes. Aqui vemos a forte influência do budismo na prática ininterrupta destes tailandeses, que são muito religiosos. Neste passeio de barco, passamos também por uma praça, onde havia uma grande estátua ou templo de Buda dourado. Na Tailândia o Buda e a prática fervorosa do budismo estão em toda a parte. Foi o que mais me chamou a atenção, neste passeio pelas palafitas. Em quase todas as casas, havia na parte externa, um altar de Buda dourado, com oferendas e flores recentes e muito vivas. Finalmente, ao chegar com a canoa, numa espécie de porto, havia uma imensa loja com todo o tipo de artesanato. As tailandesas ofereciam os produtos com insistência. Aqui também funciona a pechincha! Aí perto estava, também, o grande Mercado Flutuante, que é como um centro maior de todo este conjunto de palafitas, canoas e comercio de produtos. O dia estava abafado e a temperatura era alta.

        Um dado interessante foi observar algumas mulheres muito esbranquiçadas. Elas, que faziam comidas nas canoas, as vendiam e observava-se que tinham passado talco no rosto. Nosso guia nos lembra que as mulheres na Tailândia, a terra do sol, querem ser brancas. Elas também cobrem, praticamente todo o corpo, rosto, cabeça, braços e pernas, para não se queimarem ao sol. Na verdade, aqui o sol é muito quente e neste dia, especialmente. Por esta razão, fiquei esperando a os colegas da excursão que se divertiam, comprando.

Aproveitei para tirar esta foto num bar, de onde pude observar que, em cada lustre iluminando a cidade, havia a foto de casamento do rei e da rainha da Tailândia, o Rama IX. Nosso ônibus, saiu deste lugar e pegou a auto estrada.

Ao voltar pelo auto estrada, nosso guia João, nos mostra o lugar onde sua família e ele mesmo nasceram. Era uma comunidade católica. Fiz uma foto!

Daqui se tem a exata ideia do que é esta zona das palafitas, um lugar muito extenso onde se pode ter a ideia da quantidade de água que há aqui. Passando por ótimas estradas, chegamos finalmente, a um bom restaurante, situado a beira de um lindo lago, onde vamos almoçar.

O almoço à beira daquele lago foi um momento de descanso. Junto havia um jardim com inúmeras orquídeas de diferentes cores e formas. É lindo admirar tanta beleza nesta terra das orquídeas, onde suas condições naturais, como a água, a umidade e o calor, favorecem este cultivo.

Para avaliar o quanto as orquídeas são nobres, podemos recordar o que o filósofo Confúcio, disse certa vez: “Ligar-se a uma pessoa superior é como entrar em um jardim de orquídeas”!

        Após o almoço fomos conhecer, neste mesmo conjunto, uma escola para elefantes e assistimos uma demonstração. Foi muito interessante. Vimos os elefantes muito bem cuidados.

       Uma página triste nesta história dos elefantes foi que eles já foram muito maltratados aqui também.

       Ao sairmos deste bonito espaço, fomos ver o shopping noturno. Este local transformado em um grande camelódromo, era anteriormente um porto. Lá tomamos água de coco e conversamos com estes trabalhadores donos da barraca. Havia muitas pessoas que vinham comprar água de coco, pois o calor era grande. Fizemos algumas fotos. Aqui nossa visita foi rápida. Estávamos cansadas.

Voltamos ao nosso hotel depois deste dia tão cheio de atividades e conhecimentos sobre a Tailândia. Apesar da aparente calma, neste dia estava acontecendo um golpe. Fiz esta leitura no Google.

“O golpe de Estado na Tailândia de 2014 ocorreu em 22 de maio de 2014 quando as Forças Armadas Reais da Tailândia, lideradas pelo general Prayuth Chan-ocha, comandante do Exército Real Tailandês, lançaram um golpe de Estado contra o governo interino do primeiro-ministro Niwatthamrong Boonsongpaisan, após seis meses de revoltas e crise política. O exército estabeleceu uma junta militar chamada de Conselho Nacional para a Manutenção da Paz e da Ordem (NCPO), responsável pela direção do país. A junta revogou parcialmente a Constituição de 2007, declarou lei marcial e toque de recolher em todo o país, proibiu reuniões políticas, prendeu políticos e ativistas anti-golpe, impôs a censura na Internet e assumiu o controle dos meios de comunicação. Prayuth Chan-ocha, anunciou em 27 de junho que a junta militar irá instalar uma constituição provisória no próximo mês e que as eleições serão realizadas em torno de outubro de 2015. Esta constituição temporária permitirá uma legislatura interina começar a governar o país em setembro de 2014”…“Os golpes palacianos e os golpes militares marcaram a evolução política da Tailândia no século passado e, com este de 2014, já somam 12 levantes militares que prosperaram até o momento em um país que já contabiliza até 19 pronunciamentos desde 1932 ; o Rei Bhumibol sobreviveu a 10 deles”… BANGCOC, 25 Ago 2014 (AFP) – O rei da Tailândia aprovou nesta segunda-feira a nomeação como primeiro-ministro do país do general que comandou um recente golpe de Estado, etapa simbólica na legitimação do poder dos militares, denunciada pela oposição como antidemocrática. O general Prayut Chan-O-Cha, de 60 anos, foi eleito na semana passada, sem surpresas, como primeiro-ministro por uma Assembleia Nacional não eleita, nomeada pelos militares. “Vossa Majestade o rei me nomeou primeiro-ministro. Estou extremamente agradecido”, declarou o general Prayut após a cerimônia. A aprovação do rei é tradicional após as tomadas de poder do exército, em um país que registrou 19 golpes de Estado ou tentativas desde 1932. Prayut, autor do golpe de 22 de maio, deve formar um governo em setembro. A junta militar de Prayut alega que tomou o poder para restaurar a ordem pública após sete meses de manifestações que resultaram na destituição da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, irmã de Thaksin Shinawatra, que havia sido destituído por outro golpe de Estado em 2006”.

       Em frente ao hotel, anteontem, vi os funcionários que estavam polindo uma grande peça, obra de arte, que parece ser de cobre, pois começa a brilhar, com o trabalho atento destes trabalhadores. Achei muito bonito o momento e por isto o registrei! Também fiz algumas fotos de pequenos enfeites que me agradaram no hall de entrada do hotel, em Bangkok.

       Amanhã deixaremos o hotel muito cedo.

Dia 23 de maio de 2014 – sexta-feira de Bangkok para Guilin na China

       Levantamos às 5h e no hall de entrada do hotel Majestic, recebemos um caixa com sucos, pão, marmelada, manteiga, etc para fazermos nossa primeira refeição antes de sairmos. Acertando as contas no balcão, pagamos 98 bahts por duas garrafas de água que tomamos no quarto.

Saímos de ônibus. Nosso guia nos diz que estamos na estrada que vai para o Camboja e que foram os americanos que, na guerra do Vietnam, fizeram esta estrada. O Sr. Antônio, proprietário da empresa Turismo, fala sobre a história da China e nos diz que é muito interessante ler o livro: “1421 – O ano em que a China descobriu o mundo”.

       O guia João, nos fala sobre um dado muito interessante, na língua Tailandesa, que é o tônus na qual a palavra foi pronunciada: a mesma palavra num tom quer dizer, “Você é linda” e em outro tom significa: “Que asco”.
Sawasdi é uma saudação tailandesa que João também nos ensinou.

A Viagem para o Sul da China

       O avião foi até a cidade chinesa de Guangzhou e lá, por causa da chuva forte, esperamos no aeroporto, por uma hora e meia. Havia uma fila de aviões antes do nosso que deveriam alçar voo. Após ótima viagem, chegamos às 20h30, na cidade de Guilin. Aqui a guia é Cristina que nos recebeu, e falando em espanhol, inicia a conversa explicando sobre os incríveis montes karts de Guilin.

“Os estudos geológicos revelam que há cerca de 300 milhões de anos, a cidade era um mar infinito. Séculos de erosão de águas calcárias sobre grandes áreas do planalto produziram grotescas florestas de pináculos, maravilhosos abismos e cavernas, e serpenteados canais subterrâneos. Trata-se de um fenômeno ocasionado por uma longa erosão do solo calcário, que formou muitas grutas de diferentes dimensões, onde estalagmites e estalactites compõem quadros fantásticos. Os picos verdes refletem-se nas águas límpidas, compondo uma pintura encantadora. A cidade de Guilin foi construída entre montanhas e rios. Por isso, ela é conhecida tanto como “a cidade rodeada de montanhas e rios como também a cidade em que as paisagens estão inseridas dentro dela. Existe uma crença muito popular na China desde a antiguidade que considera a beleza da paisagem de Guilin como a única no mundo. A fama de Guilin de ser “a única” é produto da singularidade de suas paisagens e da maravilhosa harmonia entre montanhas e rios”.

       A guia explica que Guilin é uma cidade pequena e que em frente ao Guilin Bravo Hotel onde vamos nos hospedar, há uma linda praça para caminhar, perto do grande lago.

Aqui vemos a foto do Guilin Bravo Hotel todo iluminado e ao lado uma foto do corredor, com lindo tapete floral, que nos leva ao ótimo quarto.

Alguns excursionistas saíram à noite. Eu preferi tomar um banho e ir dormir pois estava cansada e muitos programas interessantes me esperavam para o dia seguinte.

Dia 24 de maio de 2014 – sábado em Guilin

O dia amanheceu nublado na cidade que tem mais de 2.000 anos, circundada por esta paisagem incrível das montanhas sui generis.

       O programa de atividades para este dia é muito extenso: pela manhã há o Cruzeiro pelo rio Li Jiang, com almoço a bordo e à noite, passeio de barco pelo grande lago, com shows típicos, apresentados nas suas margens.

       Nosso hotel fica em frente ao grande lago, onde, hoje á noite, pelo custo de 30 dólares ou 210 yuanes, faremos um passeio de barco, num programa do governo. Os horários do passeio de barco pelo lago são às 19h30, às 20h30 e às 21h30. Podíamos escolher o horário e os excursionistas optaram pelo horário das 19h30. No grande lago há réplica de muitas pontes e monumentos célebres de diversas partes do mundo. Lindos jardins, com muitas árvores, iluminadas, á noite, circundam o lago. Há também o espetáculo de grama e plantas verdes bem cortadas em formas geométricas. São 8h49 e nossa guia Cristina começa a nos falar sobre a cultura na China: é o calendário lunar que orienta os noivos para o melhor dia, a ser escolhido, para casar. Os convidados recebem convite num envelope vermelho e neste envelope, os mesmos devem dar aos noivos uma certa quantia em dinheiro. Então é comum alguém dizer: “acho que hoje vai chegar uma bomba vermelha”, nos conta Cristina.

       E sobre o programa pelo rio Li: vamos percorrer de barco 85 km, para apreciar dizem, uma das maravilhas da China, uma beleza inigualável. A volta vai ser de ônibus. No barco são livres o chá, água, folheto explicativo e um copo de cerveja local. O licor de serpente, não está incluído.

Iniciamos o passeio por uma das regiões de maior charme da China. A cada nova curva do rio, nova paisagem das montanhas de Karst, pontiagudas, faziam surgir em cada excursionista as exclamações de júbilo e admiração por tamanha arte que a natureza havia preparado, aqui.

Assim escreve uma viajante:

“À medida que vamos acompanhando o percurso do rio podemos observar, nas margens, várias florestas de bambu e aldeias características das áreas rurais do sul da China. As jangadas de bambu são, para além dos barcos de cruzeiro turísticos, o único meio de transporte aqui utilizado. O bambu é uma planta com um ritmo de crescimento muito rápido (pode atingir 60 cm por dia) e permite uma utilização longa. Estas caraterísticas fazem deste material uma das matérias-primas prediletas nesta parte do globo. As jangadas são apenas uma das muitas utilizações, já que os chineses utilizam o bambu para fazer chapéus, flautas, mobiliário, esteiras, utensílios de cozinha, papel, instrumentos agrícolas, etc. Utilizam também os rebentos de bambu na comida”.

        Simplesmente uma visão de tirar o fôlego, tal era o deslumbramento durante esta magnifico passeio de barco, onde todos estavam partilhando a felicidade da oportunidade de conhecer tão magnífica paisagem. Tiramos muitas fotos. Num certo momento Cristina nos chamou para tirarmos foto em outro local: às nossas costas, está a paisagem, estampada na nota de 20 yuanes. Que experiência maravilhosa! Já pensaram o que significa, para nossa saúde mental, este longo tempo de deslumbramento, de prazer e alegria? Diante de surpresas e lindas paisagens constantes só me resta a gratidão à Vida, por esta oportunidade de desfrutar tais momentos! Conversamos, fizemos fotos, nos admiramos a toda hora a surpreendente paisagem!

Após almoçar no barco e nos divertir bastante com tanta beleza, chegamos, finalmente, ao fim do passeio na cidade de Yangshuo e lá ficamos 1h30 entre muitos turistas. Alguns colegas fizeram compras e outros ficaram nos restaurantes da cidade.

Este restaurante ao lado, foi o ponto marcado para no fim nos encontrarmos. Vendedores de lindas e saudáveis frutas, em cestos duplos, que os vendedores levam nos ombros a partir de uma estaca que ligava ambos. Ou moças bordando com fios seda os artesanatos que estavam vendendo.

       Havia artistas que, com uma tesoura e pequeno papel, faziam, a mão livre, a silhueta do turista, por 5 yuanes. Isto deve ser cultural em Guilin, pois isto também presenciei num aeroporto. Este modo próprio para apresentar e vender as frutas, por sinal muito bonitas são tipicamente chinesas. Havia também muitos artesanatos, interessantes. Passeamos por diversos recantos desta cidade e às 15 horas, voltamos de ônibus para nosso hotel.

       Na viagem de volta, olhei e me extasiei observando a paisagem rural, escutando Cristina, que nos informava, respondendo a perguntas dos turistas, que a classe média baixa ganha de 1.500 a 2.500 yuanes por mês. Quanto a educação, aqui há 6 anos de primário e 3 anos de secundário.

       A guia falou também, sobre alguns aspectos muito característicos da realidade econômica e social da China. No campo, são permitidos edifícios de 4 andares e cada pessoa recebe 660 m² para cultivar. Grande parte do arroz são as mulheres que o plantam na zona agrícola. Quanto á moradia, as casas podem ser usadas como habitação por 70 anos. Então o que se compra não é a casa mas o uso que pode ser feito durante um certo período. Herda-se tempo e não propriedade. Passamos pela Universidade dos professores, pelo Jardim Botânico e pela Universidade de Tecnologias de Guilin. Aqui há colégios técnicos com a duração de dois anos.

Ao longe, no horizonte, formando um grande círculo estão os inúmeros morros pontiagudos de Karts, dando-nos uma ideia da imensidão de morros que existem em Guilin. É uma área imensa, muitos quilômetros quadrados de beleza exótica. Realmente bonita e inesquecível esta paisagem.

Chegamos ao hotel às 17h. Estava cansada, fui tomar banho, dormi e sonhei. Gosto muito de sonhar quando vou dormir! às 19h30 saímos a bordo de um barco imenso, para o passeio no grande lago, que foi formado, a partir de quatro pequenos lagos. Percebo que aqui, tudo está tudo bem planejado e preparado para o turismo. Desde as inúmeras pontes, cada qual representando monumentos históricos, como: o arco de triunfo, a ponte de cristal, a ponte de estalactite, a ponte de mármore.

No barco os turistas podiam ocupar os dois andares.

Na parte debaixo havia um chinês tocando, que chamava nossa atenção pela sua grande concentração, ao tirar do seu violino uma música muito linda de se ouvir. Ao longo do passeio, passando pelas diversas pontes, nos encantávamos. Havia também, ao longo do trajeto, diferentes shows artísticos, apresentados com muita simpatia, leveza e perfeição: shows de balé, bailarinas dançando atrás de cortinas, shows de percussão e também show de artes marciais. Todos estes programas eram do governo e exigem grande estrutura de apresentação que é sempre impecável. Foi um passeio maravilhoso, por aquilo que este representou, nesta noite iluminada, com lindas paisagens no entorno. Estão de parabéns os chineses! Ao longe, na paisagem, as construções de dois pagodes chineses, bem iluminados. Um pagode representa o sol e outro a lua.

       Além dos shows observamos também, um dado cultural, que à primeira vista o procedimento me chocou. Os pescadores, estavam numa jangada, com os patos auxiliares, pescando peixe, para mais uma demonstração aos turistas.

O pescador com um remo, tem junto a si, um pato com seu pescoço amarrado. O pato é jogado na água e logo abocanha um peixe e volta para a jangada junto ao pescador.

Como o pato não consegue engolir o peixe, o pescador o segura pelo pescoço e com movimentos de suas mãos, partindo do começo do pescoço até seu bico, o faz vomitar o peixe. E assim, os pescadores enchem de peixes os seus baldes e fazem este show para os turistas.

Ao final do passeio, lá pelas 22 horas, nos dirigimos ao centro da cidade num trânsito intenso, na cidade muito movimentada com inúmeros turistas. Havia inúmeros restaurantes, lojas com movimento onde tudo estava muito iluminado.

Ao chegarmos ao centro fomos surpreendidos com uma imensa cachoeira, que descia de um edifício muito grande e alto, cobrindo todos os andares do mesmo. O espetáculo deveras interessante, durou alguns minutos e tudo voltou ao normal. Fizemos fotos. Fomos jantar e depois andamos pelo calçadão!

Na volta viemos a pé, por caminhos com muitas luzes, ao redor do lago. Lindas árvores, iluminadas com diferentes cores, e, às vezes, uma bonita escultura, enobrecia o ambiente, ainda mais! Num certo momento tudo ficou escuro e nós, de repente estávamos no escuro, neste momento mágico, mas, confiantes, continuamos nosso caminho entre as árvores e o lago!

       Chegando ao hotel às 23h, tomei banho e fui dormir, não sem antes abrir meu WhatsApp onde havia mensagem de minha sobrinha e afilhada Carla e de minha sobrinha neta, Anna Maria. Fico feliz quando posso receber e comunicar boas notícias !

Dia 25 de maio de 2014 – domingo De Guilin para Xian

       Domingo, a manhã é livre e , às 12 horas, visitaremos a gruta chamada de “Flauta de Cana”. As malas já foram entregues até às 10 horas da manhã. À tarde, partiremos para Xian, cidade esta que fica na parte central da China.
Às 9 horas desta linda manhã de domingo, saí e aproveitei o tempo para passear na praça que fica em frente ao hotel. Ontem à noite, passamos por praça toda iluminada e hoje de manhã, o que me atrai é a exuberância das árvores, o verde de seus jardins, o sol que brilha e as pessoas que se divertem neste encantador recanto de Guilin. O local é deveras muito bem cuidado e bem frequentado. Os pequenos tesouros chineses correm e brincam pelos caminhos da praça. Aqui, grupos de terceira idade fazem ginástica e praticam dança. Nos quiosques muitos escutam atentos ao som de um violino de alguém que está muito concentrado em sua arte.

Em outro quiosque o que vejo se transforma num ponto de interrogação: será desânimo ou descanso? Homens sentados, com a cabeça entre seus braços, repousando encima do espaldar do banco. Revejo as pontes por onde passamos ontem à noite, no passeio de barco. Pessoas idosas estão se movimentando entre a paisagem verdejante, fazendo o movimento de quem está lidando com as energias. Converso com simpáticas turistas e para marcar este encontro, fazemos esta foto! Mesmo sem o sol, na sombra entre as verdes e copadas árvores, as mulheres, para se proteger, sempre andam de sombrinha aberta. Muito estranho.

       Foi simplesmente inesquecível este breve passeio pela praça ao redor do grande lago, por tudo que vi e senti em minhas emoções: tanta tranquilidade, simpatia, silêncio, beleza natural, criatividade, cultura e calor humanos. O ambiente aconchegante havia sido pensado e feito por alguém que queria embelezar e tornar, mais amiga, esta praça. Havia inúmeros bancos de pedra para as pessoas descansarem, em forma de animais esculpidos com muita arte. Depois desta imersão na vida, voltei ao hotel.

       Às 12h20 partimos de ônibus para visitar a célebre Gruta Reed Flute Cave (Flauta de Cana).

       Neste caminho até a gruta, o organizador da excursão Antônio Pereira Oliveira volta a falar sobre o livro: “1421, o Ano em que a China descobriu o Mundo”, que ” é a história de uma odisseia extraordinária em que o autor apresenta uma hipótese polêmica, baseada em recentes descobertas, que poderá revolucionar toda a história da exploração marítima”.

No dia 8 de março de 1421, a maior frota do mundo partiu da China, rumo ao oceano Índico. As embarcações, enormes juncos, estavam sob o comando de Zheng He e outros almirantes eunucos, leais ao imperador Zhu Di. 

A sua missão era chegar aos confins da terra para receber tributo dos bárbaros além-mar e unir o mundo na harmonia professada por Confúcio. A viagem duraria cerca de dois anos e daria a volta ao mundo. Esta grande viagem dos chineses não deu certo. O que sucedeu é que só sete barcos regressaram, em outubro de 1423.

Ao voltar, encontraram a China diferente. Era um país devastado pelo caos econômico e social! A China abandonou então tão custoso empreendimento e se auto -isolou do mundo. O imperador Ming ordenou que os barcos fossem destruídos e com eles todos os registos da sua viagem. Ficava assim perdido, para o mundo, o conhecimento de que os navegadores chineses tinham alcançado da América, setenta anos antes de Cristóvão Colombo e feito a viagem de circum-navegação da terra um século antes de Fernão de Magalhães. Tinham também descoberto a Antártida, alcançado a Austrália trezentos e cinquenta anos antes de Cook e resolvido o problema da longitude trezentos anos antes dos europeus.

       Por sinal agora estou lendo este livro e a partir destas leituras há a possibilidade de entender um pouco mais sobre esta parte da história da China.

Aqui está uma flor, considerada sagrada na China, devido a seus efeitos místicos. Trata-se da flor-de-Lotus de beleza majestosa. A lótus-sagrada contém os alcaloides lotusina, dimetil-coclaurina, neferina e luciferina. Esta espécie está intimamente relacionada com a religião budista, simbolizando vitalidade e pureza.

As flores, as vagens, e as pétalas são as partes mais usadas, enquanto que os estames das flores são considerados a parte mais potente da planta. Com um efeito semelhante ao do lótus azul, a flor-de-lótus sagrada é frequentemente embebida em vinho ou chá.

       Ainda neste caminho para a gruta, Cristina também nos fala de um outro dado cultural: a folha do Lotus cuja flor surge da lama com toda a beleza. A guia enumera as suas aplicações:
1- Pode-se fazer um pacote de comida. O aroma se impregna na comida, pois a folha não é comestível.
2- Pode-se fazer chá das folhas de lótus.
3- Coloca-se a flor para enfeitar.
4- Presentear: Dar uma flor de lótus para uma moça significa que a moça é pura.
5- No interior da flor há sementes e com elas se pode fazer sobremesa.

Depois desta explicação chegamos á Gruta da flauta de Cana (Reed Flute Cave).

Aqui, Cristina nos dá informações sobre esta belíssima gruta. Ao adentrar percebe-se a magnitude da mesma, pois é um local não só imenso e diverso, mas, acima de tudo, preparado para receber os visitantes. O nome da gruta deve-se à tradição de fabricar flautas com as canas de bambu que crescem ao redor da entrada da gruta. Trata-se de uma magnífica gruta cárstica de pedra caliza, com um percurso de uns 500 metros. O dado histórico recente é que esta gruta, foi utilizada como esconderijo, durante a invasão japonesa, em 1940. Este dado me levou a pesquisar sobre o colonialismo militar japonês sobre a república da China.

A invasão do Japão no território da China teve seu início no incidente da ponte Marco Polo, que é o nome dado a uma batalha ocorrida entre chineses e japoneses em junho de 1937, que marca oficialmente o início da Segunda Guerra Sino-Japonesa entre a República da China e o Império do Japão. Isto aconteceu antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

 Apesar dos conflitos permanentes entre as duas nações existirem desde 1931, chamados de “incidentes”, a guerra em larga escala começou em julho de 1937 e só terminou com a rendição incondicional do Império Japonês aos Aliados, em setembro de 1945.

       A ponte, está situada nos subúrbios, ao sul de Pequim e corta o rio Yongding. É uma construção arquitetônica, feita de mármore, com onze arcos e 266 m de comprimento, construída em 1192 e restaurada na dinastia Kangxi (1662-1722). O nome original chinês da ponte é Lugouqiao. Ela também é conhecida, principalmente no mundo ocidental, como Ponte Marco Polo, porque se acredita, que ela tenha sido descrita nos trabalhos do explorador, aventureiro e italiano, em suas viagens pela ásia no século XIII.

Voltando á gruta: ela apresenta tuneis com cerca de 10 m de largura e com 500 m de comprimento. Com impressionantes espeleotemas, as cavidades estão repletas de estalactites, estalagmites e outras formas bizarras iluminadas por néons coloridos, um espetáculo de luzes, formas e cores. É banhada por um lago interior, essencial para conseguir esse jogo de luzes e cores.

       A região de Guilin não só é famosa pelas cavernas, mas também é muito famosa porque possui uma das paisagens mais espetaculares do mundo. Somente em 1973 a cidade de Guilin foi aberta para turistas estrangeiros, e rapidamente se tornou um dos destinos turísticos mais populares.

Saindo da gruta e em suas proximidades fiz algumas fotos.

       Às 15 horas estávamos no aeroporto para voar para a cidade de Xian. Edésia e eu fomos almoçar juntamente com outros excursionistas. Pedi funghi e Edésia frango . Veio tudo muito apimentado, impossível degustar. Outro dado interessante: durante nossa refeição, começou a chover muito forte! Foi, praticamente, um toró muito forte que nos obrigou a esperar!

Finalmente, o avião alçou voo às 17h45 e num voo tranquilo. chegamos no aeroporto de Xian, às 19h45 e fomos recebidos por Lei, um chines que fala espanhol. As malas são acomodadas num caminhão e nós viajamos durante uma hora de ônibus.

Ao chegar a Xian, nos hospedamos no Bell Tower Hotel que fica em frente á Torre do Sino ou Torre da Campana ( fotos acima). Posso dizer que , tanto o hotel, como a torre da Camapana, são lugares muito lindos. Ficam bem no centro da cidade, um em frente ao outro.

A muralha de Xian está intacta. Lei, o guia local, fala da torre da Campana: Antigamente se tocava o sino para marcar o fechamento e a abertura dos portões da grande muralha.

O nosso guia local nos fala sobre o significado de Xian : Xi= oeste e an= paz. Xian= paz do oeste. Xian que fica no centro norte da China é uma cidade de 8.000 anos. A histórica e milenar cidade de Xian é um centro industrial e a fábrica Sansung que é coreana, está instalada aqui. Quanto á educação, em Xian há 50 universidades. Xi’an, durante mais de um milênio, foi a capital do Império unificado e sede de 11 dinastias chinesas. A cidade era uma encruzilhada na Rota da Seda e recebia gente de todas as direções. No ano 742, muçulmanos edificaram uma mesquita e uma importante colônia islâmica cresceu ao redor.
O muro original da cidade de Xian começou a ser construído em 194 acc. e demorou 4 anos para ser concluído. Após seu término o muro media 25,7 km de comprimento e tinha entre 12 e 16 m de altura até a base, cercando uma área de 36 km²”. ” A muralha foi reconstruída no século XIV, durante a dinastia Ming. A cidade permanece toda amuralhada, em perfeito estado de conservação, e ainda possui muitos portões.

       O guia local nos fala sobre a realidade local para homens e mulheres: Aqui é difícil casar, pois há um desequilíbrio entre o número de homens e de mulheres. Há uma mulher para 120 homens. O noivo tem que bancar casa, festa do casamento, roupa de festa etc. Os homens saem daqui para se casar. Quanto á vida social há, nesta cidade, muito bailes públicos. As massagens são também muito boas nos diz o guia local, Lei.

Dia 26 de maio de 2014 – segunda-feira em Xian

        Após o café da manhã, às 8h36, saímos para visitar o grande museu dos “Guerreiros de Terra cota”.

       Eu já havia conhecido os guerreiros de Terra cota, através de um programa da TV e quando nos foi dito que poderíamos visitar e conhecer este lugar, fiquei imensamente feliz. No ônibus, o guia fornece os dados históricos: o primeiro Imperador da China unificada, Qin Shi Huang, ordenou a construção do exército de Terracota e de seu mausoléu ao Oeste de Xian, pouco tempo antes de sua morte. Estes guerreiros defendiam a tumba do Imperador Qin Shi Huangdi, o primeiro Imperador da China e fundador da dinastia Chin, à qual se deve o nome da nação.

Estamos vendo a muralha da cidade de Xian, que foi construída durante a dinastia Ming, entre 1374 e 1378. Esta muralha tem 14 km e 4 portões. Às vezes estes portões são originais e outras vezes são restaurados.

       A foto abaixo foi transferida da Internet e nos dá uma bela visão da grandiosidade que é esta Muralha. Em sua parte superior, vemos uma rua muito larga rua e, certamente, teria sido algo inesquecível se pudéssemos conhecê-la, conforme nos lembra, o anônimo viajante espanhol: “Pasear en bicicleta por la vieja muralla que cerca el casco antiguo de la ciudad de Xian es como viajar atrás en el tiempo. Màs aun cuando hay esa niebla de fondo.”
Foi pena que a excursão não teve a possibilidade de andar sobre a muralha, e poder assim ver a cidade de Xian , do alto.

Estamos saindo da cidade de Xian pelo portão norte da Muralha . Em frente a um semáforo vejo policiais mulheres, muito lindas e elegantemente uniformizadas. A muralha tem a forma quadrada, com quadro esquinas. Uma esquina é redonda, pois , como sobrou muito material, foi usado desta forma, nos informa o guia.

       Agora nosso ônibus passa por uma estação de autobuses. Vi ônibus com camas, para as viagens mais longas. As auto pistas são muito boas. Quanto a hidrografia, no sul de Xian há montanhas e ao norte há rios. Na cidade de Xian, diz nosso guia, não há rios, mas as ruas são lavadas todas as noites. Quanto às religiões, aqui não as há, pois 90% da população não tem religião. No entanto o budismo faz parte da cultura da China.
Xian tem duas igrejas católicas. Aqui não tem Facebook e nem Twiter. São proibidas as manifestações populares e a única manifestação permitida é, se a mesma, for contra os japoneses!!! Depois de estudar sobre o colonialismo militar japonês sobre as China, compreendi o porquê desta atitude dos governantes chineses.       

       Às 9h20 , o guia nos diz que agora, o Presidente combate a corrupção. Antigamente se pagava por baixo o médico, o mestre, para ter um bom serviço. Nosso guia nos informa que , aqui há agora uma lei nova para quem bebe: seis meses de cadeia e a perda da carteira Sobre os esportes: enquanto o basquete é popular e valorizado, o Football é ruim. No tempo antigo 25% das pessoas tinham vida muito dura.

       Passando por um pedágio nos dizem que aqui, o caminhão paga por peso e o ônibus por número de lugares. A gasolina custa 8 yuans. A China compra petróleo da Venezuela e México e gás da Rússia. Os táxis usam gás e aqui são muito baratos.

       O guia nos fala sobre os trabalhadores que construíram o mausoléu. Havia a morte dos trabalhadores e das concubinas e todos morriam felizes, pois, era uma honra morrer com o Imperador. Matavam também os trabalhadores que fizeram a tumba e enterravam as concubinas vivas e fechavam o local para elas morrerem.

       Às 9h40 chegamos aos arredores do Museu e na chegada cada excursionista ganhou uma entrada que devia ser guardada. Este mausoléu que o primeiro Imperador e unificador da China mandou construir, é imenso, tem 50 km².

Neste dia em Xian, era quente demais e o sol estava forte e radiante. Fizemos fotos no espaço florido diante do museu e adentramos ao espaço. Nele há um exército de 6.000 soldados de terra cota, que foram colocados lá para guardar a tumba do Imperador e acompanhar em sua nova vida . 

A fé em outra vida sempre foi muito forte. O Mausóleo é como um palácio e , embaixo da terra, tem tudo o que o palácio normal tem.

 

O início da descoberta deste Mausoléu se deu, em 1974, quando os camponeses encontraram, por acaso, os soldados de terra cota . Neste momento as estátuas ainda tinham cores, mas quase todas estavam quebradas. Só encontraram uma figura inteira.

Aqui há muito trabalho sendo feito. Os artistas, historiadores e demais profissionais trabalham lá já há anos para restaurar estas figuras.

       Foi o que constatamos o entrar no recinto dos guerreiros. Hoje temos 2.000 figuras reconstruídas, todas são diferentes e perfeitas. Há ainda 4.000 figuras que continuam quebradas sob os telhados que o tempo se encarregou de fazer cair sobre soldados, cavalos, carros etc etc. O governo não quer, por enquanto, reconstruir estas figuras que faltam, nos comunica o guia local.

       O que os excursionistas puderam ver foi o exército do Imperador feito de carroças, cavalos e guerreiros de terra cota, uns já reconstituídos e outros a serem reconstituídos. O que vemos é um espetáculo á parte: as estátuas reconstruídas são figuras perfeitas cada qual com sua característica. Os soldados variam em altura de acordo com suas funções, sendo os generais os mais altos. As estátuas incluem guerreiros, carruagens e cavalos. Estimativas atuais são de que nos três poços que contêm o Exército de Terracota, havia mais de oito mil soldados, 130 carruagens com 520 cavalos e 150 cavalos de cavalaria, a maioria dos quais ainda estão enterrados nas covas nas proximidades Mausoléu de Qin Shihuang‎.

“Outras esculturas de terracota não-militares também foram encontradas em outros poços e incluem funcionários, acrobatas e músicos”…” Cada figura porta armas reais como lanças, arcos ou espadas de bronze. Acredita-se que estas armas foram feitas antes de 228 a.C. e podem ter sido usadas na Guerra. Carruagens feitas com grande precisão e detalhes também foram incluídas como parte do exército do Imperador Qin. As figuras de terracota foram encontradas em três diferentes trincheiras, e uma quarta foi encontrada vazia. Acredita-se que a trincheira maior, contendo mais de 6000 figuras de soldados, carruagens e cavalos, representavam a armada principal do primeiro Imperador. A segunda trincheira continha cerca de 1400 figuras da cavalaria e infantaria, também com carros e cavalos, representava a guarda militar. A terceira continha a unidade de comando, com oficiais de alto nível, oficiais intermediários e um carro de guerra puxado por quatro cavalos. É a menor, com 68 figuras”.

       As figuras eram em tamanho e estilo natural. Variavam em peso, indumentária e penteado, de acordo com a patente. A expressão facial individualizada e as armas e armaduras reais utilizadas, criavam uma aparência realista e mostravam a qualidade do trabalho e a precisão envolvida na sua construção. Demonstram também o poder de um monarca que podia ordenar a construção de tão monumental empreitada. Originalmente, os soldados portavam armas verdadeiras, como arcos, flechas, espadas e lanças. Os artefatos de madeira não chegaram aos nossos dias, mas os de bronze e outras ligas foram dese

Os cavalos em terracota, também em tamanho original, pareciam estar vivos e suas bocas abertas sugeriam relinchos.

       Importa frisar que, além deste volumoso material em soldados, cavalos, carruagens já restaurados, bonito foi ver, junto a estas figuras, mais um exército, formado por profissionais que estão trabalhando, com muito afinco e seriedade, para restaurar todo este material já retirado dos escombros. Há ainda muito por fazer.

       É emocionante ver o que estes dois mil anos de história fizeram com este exército de guerreiros de terracota. Muitos estão reconstituídos, outros estão sendo trabalhados, mas a maioria está ainda soterrada sob diversos telhados , caídos sobre figuras que estão misturadas com a terra e outros materiais. Tudo é imenso e impressionante demais. Observando o que está sendo feito aqui, se tem uma ideia do trabalho que ainda falta fazer.

       Um dado interessante é que este Imperador Qin Shi Huang que unificou a China e mandou construir este Mausoléu unificou pesos , medidas e a língua , o mandarim. No entanto, quanto á língua, deixou que cada região usasse o seu próprio sotaque e pronuncia. Hoje, aqui todos estudam também o inglês e aqui se diz que o inglês não é para falar , mas para fazer exame. Antigamente os maiores estudavam russo, nos informa o guia.

Nas figuras ao lado , vê-se o processo de trabalho desenvolvido na ocasião: estas figuras de terracota foram confeccionadas , parte por parte, para depois serem queimadas e montadas, sendo-lhes aplicado um material adequado á sua conservação.

Ultimamente estes guerreiros também sofreram abalos:

“O grande terremoto de 2008 que abalou a China pouco antes dos Jogos Olímpicos de Pequim afetou alguns dos guerreiros, movendo cabeças e braços e até causando algumas rupturas. Depois do desastre, que marcou 7,9 graus na escala Richter, o museu foi fechado à visitação. Os danos, no entanto, foram considerados leves”. Na verdade este conjunto que o imperador Qin Shi Huang mandou fazer, também já tinha sido atacado por incêndio.

Devemos lembrar que para a realização deste mausoléu com o exército de terra cota ser possível, foi usado o trabalho de 700 mil prisioneiros e trabalhadores da China. É importante salientar que a UNESCO declarou esses guerreiros como Patrimônio da Humanidade.

Quanto à Tumbas Imperiais: o guia nos informa que aqui, há 15 tumbas imperiais. . A tumba é como uma cidade : tem muralha e rios de mercúrio, nos falou o guia. Em 1992 em Pequim escavou-se uma tumba imperial. Hoje não se as escavam mais .

Aqui está uma foto que fiz na visita ao Museu: tratava-se da presença no local, de um dos camponeses que acharam, acidentalmente, o exército de terra cota, quando trabalhavam na lavoura. Quando visitei o local, um daqueles agricultores, em pessoa, estava sentado á uma mesa , abaixo deste quadro e cobrava pelas fotos que os turistas fizessem com ele.
Como de praxe lá havia, também, uma loja que vendia estas figuras, grandes e também pequenas. E assim, saímos pelo imenso local, cheio de árvores e flores, que guarda no seu subsolo, ainda, muitos tesouros de Tumbas Imperiais não escavadas.

Após esta visita fomos almoçar, conforme mostram as fotos. No bufe: peixe, rolinho com doce, maçarão, vagem, sopa, etc. O ambiente estava muito bem preparado. Após o almoço, na viagem de ônibus o guia dá mais algumas informações:

Fala que o chinês bebe muito e que Tequila, para eles, é suave. Aqui há um costume estranho, que acontece quando se apresenta um amigo: oferecer-lhe a ele um cigarro. O cigarro aqui custa de 5 a 200 yuanes e a China não coloca fotos no cigarro, ela só diz que o cigarro faz mal e aqui, já fazem dois anos que é proibido fumar em alguns lugares.

A pedra de Jade

       Do local do “Exército de Terracota”, saímos para visitar uma fábrica de beneficiamento do Jade, a pedra cujo valor, como o diamante, se mede em quilates. O uso que se faz da pedra de Jade, faz parte da cultura. Os pais e avós presenteiam os netos com esta pedra quando nascem. Os avós dão ouro, prata e Jade, a pedra que é símbolo de riqueza e sorte. Os filhos só podem comprar a sua própria pedra de Jade, aos 18 anos. Quanto á dureza da pedra: o Jade pode ser suave ( pedra das montanhas) ou duro (pedra dos rios). Tem 8,6 graus. O diamante tem 10 graus. A pedra de Jade tem mais de 30 cores. Por fora, o Jade é uma pedra normal e por dentro ela tem diferentes formas.

       Visitamos a oficina de Jade e conhecemos a loja com as pedras , bastante caras. Havia muitas formas de apresentação da pedra de jade: desde o jade de forma redonda como brincos, anéis, colares, pulseira, a figura de Buda, caixinhas etc etc. A imagem da pedra de jade redonda com um furo no centro, que vemos na loja, representa a antiga moeda chinesa. Valeu conhecer mais este dado da cultura chinesa.

       Continuamos a viagem e assim pude observar o que aqui acontece e que não é lá muito elogiável. Há muitos pais com crianças nas motos, movidas a gás. e todos estão sem capacete. O guia fala sobre os policiais que não recebem multas e que aqui, infelizmente, fazem o que querem.

        Às 15 horas, nosso ônibus parou num local onde fomos fazer uma massagem nos pés. Entramos num ambiente com muitas salas e cada sala tinha quatro camas e quatro massagistas. Esta massagem foi muito bem recebida por nós, pois o cansaço era grande. As massagistas fizeram uma ótima massagem nos pés e assim, melhor preparadas, podemos continuar a excursão. Além de agradecermos as ótimas massagistas, demos para a massagista a quantia de 30 yuanes, conforme nos orientou o guia, como uma gorjeta.

       Às 17h chegamos ao hotel e eu fui descansar. Á noite, às 19h, saímos de ônibus para assistir no Grande Teatro da Ópera, um show de danças da dinastia Tang. Esta dinastia foi fundada pelo oficial Sui Li Yuan, governou na época de ouro da China Medieval, o maior Império do mundo até ser abalada, em 751, com a invasão dos árabes.
Após três séculos de fragmentação houve grande expansão territorial (Oeste: atual Irã, Leste: Coreia). A imprensa foi inventada e a pólvora fabricada para ser usada em armas de fogo. A china tornou-se famosa pela arte, literatura e poesia da época.

Voltando ao Show Foi um espetáculo muito bonito, de arte e , também pudemos participar de um show de gastronomia !

O show, começou com um instrumental de música do século VII e, em seguida, houve uma grande apresentação de bailarinas, que com longas mangas, e às vezes com longas unhas, apresentavam suas danças com movimentos, muito delicados.

As bailarinas eram alegres, bem pintadas , magras e bem vestidas. Havia também números artísticos com guerreiros e também com espantalhos e um dos bailarinos apresentou, juntamente com a dança, um show de Muay Thai.

       Todos os trajes eram impecáveis e, no salão, mais ao alto, num grande camarote, uma orquestra tocou todas as músicas que foram apresentadas. Enquanto os turistas ficavam em mesas longas onde lhes era oferecido uma ceia típica, as bailarinas continuavam a executar as belas e delicadas danças. (Estas danças da dinastia Tang, podem ser acessadas no Google com muita facilidade). Na ceia, que acontecia concomitante ao show, em cada lugar, para cada pessoa, havia pratos com 3 garfos, 3 facas e dois pauzinhos. Assim chegou a Ceia, com pratos feitos:

O 1º prato era salada;
O 2º prato era sopa com frango;
O 3º prato, arroz, peixe e camarão;
O 4º prato, sobremesa de frutas. Por fim vieram doces. Foram servidas bebidas: cerveja, vinho de arroz e água.

       Durante a refeição houve o ritual de celebração de dois aniversários: as moças, vestidas com trajes típicos, ostentando imensas tranças que formavam grandes círculos encima de suas cabeças, traziam um imenso machado, com o cabo bem comprido, juntamente com um bolo.

O aniversariante cortava o bolo com este grande machado e todos estavam atentos!! Foi muito interessante! Valeu muito a pena esta experiência de contato com a arte, cultura e com a culinária chinesa.

Em todos os lugares que estivemos até aqui, percebi que o governo investe muito no turismo e, certamente, arrecada muito com esta industria.

       Chegamos ao nosso “Bell Tour Hotel”, às 23 horas. Nesta hora vieram buscar as malas, pois as iriam despachar, no dia seguinte, bem cedo, de ônibus, até Xangai. Lamento que em Xian, só ficamos, praticamente um dia e meio. Na cidade que é uma das pérolas da China, há muito para ver e conhecer. Xian , além de capital, era o ponto de partida para a rota da seda, antigo trajeto comercial que ligava a China ao Mediterrâneo.

No ano 742, muçulmanos edificaram uma Mesquita (foto ao lado), e uma importante colônia islâmica cresceu ao redor. A Mesquita não tem minaretes como outras construídas ao redor do mundo e tem um telhado chinês.

Atrações importantes em Xian além da própria cidade, são a muralha da cidade, a Torre do Sino e o Pagode do Ganso Selvagem , que é uma estrutura que foi construída em 652, durante a Dinastia Tang. Os pagodes são construções típicas da arquitetura budista chinesa, de vários andares dedicados a orações e peregrinações religiosas.

Tiveram origem na Índia, como uma evolução das “stupas”.
O pagode foi construído para guardar sutras e figurinhas do Buda que foram trazidos à China pelo tradutor Buda Xuanzang. Tem 64 metros de altura e do alto oferece belas vistas sobre a cidade de Xi’na. Quanto á torre do Sino , nosso hotel ficava em frente a este monumento.

       No dia de hoje, o tempo estava nublado e fazia um pouco de frio. A paisagem da cidade apresenta em Xian, espetaculares edifícios e também elevados e um grande número de guindastes. Quanto ao conhecimento sobre Xian, esta cidade histórica, que foi por um longo período capital da China, teria muito para nos oferecer! Mas, no dia seguinte estaremos saindo, de ônibus, às 6 horas da manhã, num trajeto de mais uma hora de ônibus até o aeroporto.

Dia 27 de maio de 2014 – terça-feira de Xian para Xangai

       Nesta terça feira, levantamos às 5 horas e recebemos lanche no hall de entrada de nosso Bell Tour Hotel, que fica em frente à torre da Campana, ou também chamada Torre do Sino, para em seguida, irmos ao aeroporto com destino a Xangai. No aeroporto de 

       A empresa com a qual viajaremos se chama Airlines Shanghai. O avião leva 2 horas até chegar em Xang hai (é assim que eles pronunciam, dando mais acento no Hai).

       Agora são 8h10 em Xian, e o avião está taxiando e, finalmente, subiu. Lá embaixo vemos a terra agrícola de Xian com muitos cultivos. No avião, as aeromoças têm um uniforme muito bonito e são muito simpáticas, todas parecidas, elegantes e todas magras. A viagem segue normalmente e, após um ótimo percurso, chegamos no Aeroporto Internacional de Pudong em Xangai, às 11 horas.

       O rio Huangou divide a cidade em duas partes distintas: no lado oeste está a área chamada “The Bund”, a velha Xangai, onde ficam os edifícios históricos, os restaurantes e a badalação noturna. Do outro lado, observa-se Pudong, a área nova, centro financeiro da cidade, onde tudo é grandioso e recente. Aqui nosso guia local se chama Leo e falando espanhol, dá-nos algumas informações sobre o city tour, que faremos em seguida.

       Deixo aqui abaixo um texto que nos dá uma boa imagem sobre a história desta cidade:

“Xangai, ao contrário da Pequim Imperial, não passava de um vilarejo de pescadores há um século e meio – mas já impregnada do sentimento de que estava destinada a um grande futuro. Era um sonho de estrangeiros, um porto para mercadores ocidentais que trocavam ópio por chá e seda. Os edifícios erguidos à beira-rio, no trecho conhecido como Bund (palavra derivada do hindi), manifestavam o poder de nações estrangeiras, não o da China. Ali desembarcavam ondas de imigrantes, criando uma exótica mescla de banqueiros britânicos e dançarinas russas, missionários americanos e grã-finos franceses, refugiados judeus e seguranças siks com turbantes. Na década de 1930, Xangai estava entre as dez maiores cidades do mundo. Mas não se parecia com nenhum outro lugar no planeta: era uma metrópole mestiça famosa pela facilidade de enriquecer – e pelos padrões morais relaxados. Britânicos, franceses e americanos dividiam a cidade em setores próprios, erguendo belas mansões em ruas arborizadas. O comércio local exibia as modas e os produtos de luxo mais recentes. O hipódromo dominava o centro, cuja vida noturna oferecia de tudo, de salões de baile a clubes sociais, antros de ópio e bordéis. (Dizia-se que Xangai tinha mais prostitutas que qualquer outra cidade no mundo.) Toda essa riqueza e efervescência, contudo, estava baseada no afluxo de vários milhões de migrantes vindos de outras partes da China, muitos deles fugindo de confrontos nas regiões rurais desde meados do século 19, quando ocorreu a sangrenta Rebelião de Taiping. Os recém-chegados encontraram refúgio em Xangai e ali fizeram a vida como mercadores e intermediários, carregadores e bandidos. Em meio a todas as dificuldades, forjaram a primeira identidade urbana peculiar no país, dando as costas para um império continental que ainda permanecia agrário”.

Aqui tudo é muito moderno, desde o aeroporto onde chegamos agora, até os inúmeros prédios todos bastante novos. Dizem que Aeroportos são as catedrais dos tempos modernos.

Entre eles podemos elencar o “World Financial Center” com seus 10 andares, com a forma de um abridor de garrafa, até a torre mais alto da China, a Jin Mao Tower que iremos visitar, e a Oriental Pearl TV Tower, marcos da ambição da cidade.

Aqui também está o trem de levitação magnética, no qual viajaremos num trajeto entre a cidade de Xangai e seu aeroporto. Pu= rio. dom= leste. Daqui do aeroporto até o centro da cidade, teremos uma hora de ônibus. Xangai está construída na foz do rio Yangtzé.

A Simbologia do Dragão na China

“O dragão oriental é um símbolo tradicional de alguns países como China ou Japão e possui o significado de sabedoria, força, poder, proteção e riqueza. Tem aparência de uma serpente gigante com quatro garras. O dragão oriental é uma figura muito requisitada nas tatuagens corporais. Antigamente, na China, o dragão era símbolo do poder Imperial. Tradicionalmente significa abundância, sorte, prosperidade e fortuna. O dragão oriental é um ser do bem, ao contrário do dragão ocidental que é visto como uma criatura maligna. Faz parte das tradições folclóricas e representa o elo que liga os homens às divindades celestiais”.

        No trajeto, o guia fala que, em 1840, a China perdeu a Guerra do Ópio!

O que foi a Guerra do Ópio? Também conhecida como Guerra Anglo-Chinesa, foi um conflito armado ocorrido em território chinês, em meados do século XIX, entre a Grã-Bretanha e a China, em dois momentos: a Primeira Guerra do Ópio (entre os anos de 1839 e 1842) e a Segunda Guerra do Ópio (entre 1856 e 1860). A Guerra do Ópio aconteceu dentro do contexto do Imperialismo e Neocolonialismo da segunda metade do século XIX. Nações europeias, principalmente a Inglaterra, conquistaram e impuseram seus interesses econômicos, políticos e culturais aos povos e países da Ásia , África e Oceania.

Causas da Primeira Guerra do Ópio (1839 a 1842):

“No início do século XIX, as nações europeias só tinham autorização do governo chinês para fazer comércio, através do porto de Cantão. O governo chinês também proibia os europeus de comercializarem seus produtos diretamente com os consumidores chineses. Havia intermediários (funcionários públicos) que estabeleciam cotas de produtos e preços a serem cobrados. A Grã-Bretanha, em plena Segunda Revolução Industrial, buscava avidamente mercados consumidores para seus produtos industrializados, porém as medidas protecionistas chinesas dificultavam o acesso dos britânicos ao amplo mercado consumidor chinês. Como não conseguiam ampliar o comércio de mercadorias com os chineses, os ingleses passaram a vender ópio, de forma ilegal, para a população da China, como forma de ampliar os lucros. O ópio, cultivado na Índia (colônia britânica) era viciante e fazia muito mal à saúde. Em pouco tempo, os ingleses estavam vendendo toneladas de ópio na China, tornando o vício uma epidemia. O governo chinês chegou a enviar uma carta para a rainha Vitória I da Inglaterra protestando contra este verdadeiro tráfico de drogas mantido pelos ingleses”.

“Mesmo com os protestos do governo chinês, os ingleses continuaram a vender ópio na China. Em 1839, como forma de protesto, o governo chinês ordenou a destruição de um carregamento de ópio inglês. O governo britânico considerou o ataque uma grande afronta aos seus interesses comerciais e ordenou a invasão armada à China, dando início a Primeira Guerra do Ópio. Os britânicos invadiram e dominaram a China. A guerra terminou com a derrota chinesa em 1842”.

O tratado de Nanquim, prejudicou a China:
Após a guerra, a Inglaterra impôs o Tratado de Nanquim aos chineses, com as seguintes obrigações- A China teve que abrir cinco portos ao livre comércio; Os ingleses passaram a ter privilégios no comércio com a China- A China teve que pagar indenização de guerra à Inglaterra;- A China teve que ceder a posse da ilha de Hong Kong aos britânicos (a ilha foi possessão britânica até 1997).

A Segunda Guerra do Ópio (1856 a 1860):

        Foi uma continuação da Primeira Guerra do Ópio, porém a Inglaterra contou com a França e a Irlanda como aliadas contra os chineses. O conflito armado começou logo após funcionários chineses revistarem um navio britânico. Como os chineses já não estavam respeitando algumas cláusulas do Tratado de Nanquim, os britânicos resolveram atacar novamente a China que saiu derrotada mais uma vez. Os ingleses e franceses impuseram o Tratado de Tianjin à derrotada China.

       O Tratado de Tianjin prejudica a China:
Dez portos chineses deveriam permanecer abertos ao comércio internacional-Liberdade para os estrangeiros de viajar e fazer comércio na China; -Garantia de liberdade religiosa aos cristãos em território chinês; A China deveria pagar pesadas indenizações de guerra à Inglaterra e França, e teve que pagar com ouro e prata.
        A dinastia Qing também denominada Império do Grande Qing, foi a última dinastia imperial da China, governando 1644-1912 com uma breve restauração abortiva em 1917. A dinastia Qing não construiu nada, nos informa o guia. Foi precedida pela dinastia Ming e sucedida pela República da China. Esta dinastia Qing teve início quando os manchus invadiram o norte da China em 1644 e derrotaram a dinastia Ming. Desta região, os manchus expandiram a dinastia para a China propriamente dita e os territórios circundantes da àsia central, estabelecendo o Império do Grande.1949-

Mao e o Comunismo na China

        Ao terminar a Segunda Guerra, e com a vitória dos comunistas em 1949, em cada família havia um morto. Mao quis que, cada família, tivesse ao menos 5 filhos e que com isso, a vida nova do presente pudesse esquecer a tristeza do passado. Ao vencer como presidente, Mao adotou esta política: fechou o país, fechou as fábricas, mandou os jovens para o campo, fechou escolas e universidades, implantando a revolução cultural. Neste momento a China quase morreu, nos assegura o guia. É o período comunista que começa em 1949 e vai até 1976 quando Mao morre. Neste período a população havia crescido 10x. Entre os anos 1960 e 1979 não se construiu nada na China. O novo presidente comunista Deng Xiaoping salvou a China mudando a política: terminou com a revolução cultural, implantou a política do filho único, escolheu os jovens mais inteligentes para ir estudar nos países desenvolvidos. Os que voltaram do estrangeiro trouxeram modelos novos. No fim e 1990 se abriram as fábricas privadas. Nos anos 90 começaram a construídos os arranha céus. A maior dos prédios que vemos hoje foi construída no novo século XXI. Muitos elevados, ruas largas, túneis, muito verde, muitas flores e muitos jardins. Chamam-me a atenção os edifícios muito altos, de arquitetura estranha e ultramoderna. Vejo uma floresta de guindastes e inúmeras gruas que apontam novas construções em toda a parte.

161 Às 11h32 do dia 27 de maio, terça feira, fomos recepcionados no hotel Xangai Majestic Plaza.
Um extenso programa nos aguarda hoje em Xangai.

Começamos o passeio visitando uma fábrica de seda do governo. Num ambiente sofisticado fomos bem recebidos e observamos todo o processo do cultivo do bicho da seda, a transformação em casulo, a utilização do fio e finalmente, o tecido de seda.

       Aqui a excursão conheceu algo interessante, ou seja, edredons feitos de camadas sucessivas de fios de seda. Aqui vemos os funcionários que, a partir de uma quantidade de fios juntos, os estendem nas quatro direções, numa demonstração do processo de trabalho que termina com a feitura total de um edredom. Este é térmico, tanto te aquece nos dias muito frios como te protege nos dias quentes. Aí, na loja, aproveitei e comprei um edredom de fios de seda, com uma capa igualmente de seda e também dois travesseiros. Colocamos nosso nome nas compras, que serão empacotadas, diminuídas de tamanho, pois delas é retirado todo o ar e aí, em bolsas, são enviados para o hotel. Foi interessante observar que, nas fábricas do governo, não funciona a prática cultural da pechincha.

Na loja de roupas de seda, peças lindas e preços altos. Aqui comprei, também, duas blusas, uma das quais vou usar no jantar que teremos em Dubai, no hotel Burg Al Arabe o célebre edifício em forma de um barco a vela. Mas outros programas interessantes que ficam em áreas contíguas nos esperam: Vamos visitar uma área muito linda que é o centro da Cidade Velha, chamado Miao Cheng Huang, que fica muito perto de nosso hotel. É surpreendente chegar a um lugar tão diferente. É surpresa a todo o momento, história e beleza em todo o canto, desta velha e incrível China.

“Um dos destaques do complexo é a Casa Huxingting, de Chá no centro do lago. Esse prédio é uma construção de 1784 que virou casa de chá no século XIX. A ponte em ziguezague que dá acesso à casa principal foi feita assim para afastar os maus espíritos, que não viram esquinas”.

Visitamos o célebre e famoso Jardim Yuyuan chamado o parque mais bonito de Xangai. Construído no século XVI sob a dinastia Ming, o jardim Yuyuan, com uma superfície de 2ha, é sem dúvida o mais belo parque de Xangai. Reflexo do mundo em miniatura, os rios estão aqui representados pelos riachos, as montanhas delineadas pelas rochas. Caminhos floridos, pavilhões típicos, tanques de lótus e de peixes vermelhos, esculturas em pedra e pequenas pontes reservam-lhe um passeio inteiramente propício à serenidade”.

“O jardim (1559-1587), como um jardim privado foi criado por Pan Yunduan, que passou quase 28 anos na construção deste jardim para agradar seu pai Pan-Em, um funcionário de alto escalão na Dinastia Ming, para sua velhice”. Na foto ao lado vê-se um grande dragão, que faz parte do imaginário do chinês.

Ao longo dos anos, o jardim caiu em desuso até cerca de 1760, quando foi comprado por comerciantes, antes de sofrer danos no século XIX. Em 1842, durante as Guerras do Ópio, o exército britânico ocupou a Cidade por cinco dias. Durante a Rebelião Taiping os jardins foram ocupados pelas tropas imperiais, e danificado novamente pelos japoneses em 1942.

Eles foram reparados pelo governo Xangai a partir de 1956-1961, abertos ao público em 1961, e declarado monumento nacional em 1982. É muito comovente andar por este jardim, feito com esmero e arte. Teria sido muito bom ficar mais tempo neste lugar tão tranquilo e bonito, onde há muito significado em tudo e onde havia também turistas de todas as partes do mundo.

       Eu olhava para o alto! Às vezes também para o chão, onde se vê uma pequena obra de arte feita com pedrinhas do rio, artisticamente dispostas que embelezam delicadamente o ambiente. Fiz uma foto do dragão, deus da chuva, enquanto nosso guia fala: só o Imperador tinha um dragão. O dragão tem nove filhos e cada filho tem um trabalho. O dragão deste alto funcionário, que mandou fazer esta casa, só tem três dedos. O corpo é de uma serpente. Na boca tem uma bola que significa sua energia. Esta energia nunca pode ser perdida. Abaixo da cabeça do dragão está um sapo que com sua língua come a baba do dragão. Há brilhantes no corpo do sapo.

       Na entrada do palácio há uma pedra imensa e nosso guia nos explica: na verdade é um princípio do Feng Shui, em qualquer construção que a entrada tem que ter um anteparo, para afastar os maus espíritos. Hoje, em cada casa, há proteção sob diversas formas.

Após sair do jardim fomos almoçar e ver as lojas na cidade velha, que fica ao lado deste jardim. As excursionistas se dividiram entre os diversos restaurantes repletos de turistas. Aqui almoçamos.

       Às 14h30 partimos com nosso ônibus, num trânsito muito engarrafado, para realizar mais um programa: subir no 11º arranha-céu mais alto do mundo, com 421 metros, a torre Jin Mao, com 88 andares, construída entre 1994 e 1998. O número oito significa felicidade, na China. No último andar, ou seja, o octogésimo oitavo da torre Jin Mao há um posto de observação com uma visão de Xangai de 360º. Foi muito interessante poder observar e admirar Xangai do alto. O que se vê é tradição e modernidade ao mesmo tempo. No ano de 2008, a torre Jin Mao foi ultrapassada em altura pela World Financial Center. Lá de cima, do alto da torre Jin Mao, olhando para a cidade, chama-nos a atenção a Torre Pérola do Oriente que foi construída em 1990.

“Torre Pérola do Oriente é uma torre televisiva localizada no distrito de Pudong, ao lado do Rio Huangpu, do lado oposto do Bund. O desenho da construção foi baseado em um poema da Dinastia Tang sobre um som assombrador feito por um alaúde.”

 “A torre foi desenhada por Jia Huan Cheng, da Xanghai Modern Arquitetural Design Co. Ltd. A construção começou em 1991 e foi completada em 1995”.

Na verdade, havia muita poluição no ar e assim a visão de 360º sobre Xangai foi prejudicada. Mas valeu a pena ver Xangai do alto desta torre. Descemos e esperamos que toda a turma se reunisse para tomar o ônibus que nos levaria ao hotel para o jantar.

Abaixo, na parte térrea quando esperava pela turma, fiz esta foto com minha antiga aluna no Instituo de Educação de Florianópolis, colega de excursão. Chegamos ao hotel e fomos jantar, pois hoje teremos um passeio de barco pelo rio Huang Pu. Este passeio promete!

O cardápio do jantar, no restaurante do hotel, era variado e com diversas sobremesas. sorvetes, frutas, doces e um café muito bom. Mas vamos nos arrumar para o passeio!

O Passeio de Barco

Chegamos e logo vimos o grande barco, todo festivamente iluminado. Este certamente será um programa imperdível. Nós, com bilhete nas mãos, em meio a muitos turistas, adentramos esta maravilha de construção, que brilha com todas as cores, nesta noite. A excursão dura 45 minutos (só ida) ou cerca de 2 horas com refeição (ida e volta)

Podemos dizer, que foi um ponto muito alto desta excursão. Tivemos a oportunidade de observar a floresta de prédios desta Xangai, total e belamente iluminados, que mudavam o padrão da iluminação, a todo o momento, com muita criatividade. Foi uma noite de festa e de congraçamento não só com nossa turma de excursão, mas também com outros turistas chineses.

Eles sempre adoram, como nós, de tirar fotos e foi o que fizemos para marcar este momento feliz e emocionante. Na saída havia vendedores, oferecendo de tudo, desde patins até luzes, etc. Alguns da excursão compraram produtos neste comércio ambulante.

Chegamos em casa, às 21 horas, com a sensação de termos tido uma grande noite. com muitas emoções. Estas emoções vão se tornar, inesquecíveis, pela intensidade com que foram vividas. Vamos arrumar a mala grande que deverá ser colocada no hall do hotel até às 10 horas, pois, amanhã, seguirá para Pequim.

Dia 29 de maio de 2014 – Quinta-feira em Xangai

       Neste dia, após tomar café, colocamos as malas no hall de entrada. Daqui elas irão para Pequim despachadas de ônibus, um dia antes de nossa partida. Nós viajaremos com trem bala para Pequim, na manhã seguinte. Hoje á tarde, teremos a oportunidade de conhecer o trem com levitação magnética que faz o trajeto, do centro da cidade até o aeroporto em 8 minutos, numa velocidade de 430 km por hora.

“O sistema de levitação magnética não é exatamente uma novidade. Desde a década de 60 em alguns congressos já se discutia a sua utilização prática no sistema de transportes. No entanto, só no final do século passado foi possível colocar em prática os primeiros testes com a tecnologia. Desde janeiro de 2004, uma linha com trinta quilômetros de extensão localizada na cidade chinesa de Xangai está em operação comercial. O Magelv de Xangai utiliza tecnologia eletromagnética alemã da Transrapid, pois está desenvolvido para atingir 450 km/h. levitando com supercondutores resfriados à temperatura do nitrogênio em estado líquido (-198 ºC) em uma via composta de imãs permanentes”.

       Nesta manhã, às 9h30 saí sozinha, com a boa sensação de liberdade que acontece em algumas ocasiões. Meu objetivo, além de contemplar e conhecer um pouco mais esta grande cidade de Xangai, era visitar seu museu que ficava perto do hotel. No trajeto, uma moça muito gentil me orientou no sentido de achar o endereço. Fiz foto com ela e fui ao museu. Atravessando uma praça, observei uma forma interessante de escorar as árvores. O que nos chama sempre a atenção por aqui, são os jardins feitos somente de cortes recentes, bem feitos nas folhagens verdes, cujos cortes dão a impressão que esta é uma atividade muito bem atendida.

Uma rampa, num pátio interno, dava a entrada, para os diversos andares. Uma civilização milenar como a chinesa tem muito a mostrar em questão de 56 etnias com sua história, com seus trajes, costumes e mapas, seus artefatos, sua arte enfim. Valeu a pena conhecer este museu, que fica em meio a uma bonita e bem cuidada praça. Atravessar novamente a praça é redobrado prazer, pois posso ver o cuidado que os chineses têm com suas árvores. Além disso, diversos tapetes de flores colorem o chão. Estas flores são trocadas a cada três meses, pois elas não são plantadas no solo e sim crescem dentro de pequenos vasos que tornam fácil o processo de trocá-las de vez em quando.

Na volta admirei, novamente, a torre da televisão chamada “Pérola Oriental”, um distintivo de Xangai e também o chamado “abridor de garrafas”, que é o Centro Financeiro Mundial entre outras paisagens interessantes. Falo, por exemplo, do prédio da Samsung, que fica bem perto de nosso hotel e que me serviu como ponto de referência para não me perder.

Voltei ao hotel para descansar um pouco. Um lindo arranjo de flores, encima da mesa me chamou atenção pela sua beleza.

       Às 14h30 faremos a experiência de viajar no trem de levitação magnética, para o aeroporto de Xangai. Pagamos 200 yuanes pela experiência. Na ida para o trem, no ônibus, ouvimos, de nosso guia local, mais algumas informações como: os prédios altos de Xangai são deste século. Aqui 1 m² de área construída custa 33 mil dólares. Passamos por um centro de Arte e Exposição que em 2010, aqui em Xangai, durou 6 meses de maio a outubro.

“A Exposição Universal de Xangai 2010, que foi a maior, a mais movimentada e a mais visitada da história, com 5,28 quilômetros quadrados, 239 países e organismos participantes e 73.084 milhões de visitantes, encerrou hoje com uma despedida festiva ao mais puro estilo chinês. A Expo encheu de artistas, crianças e pessoas os pavilhões do Centro da Cultura da Expo, por onde passaram milhares de pessoas em cerca de uma hora e meia de cerimônia. O vice-primeiro-ministro chinês, Wang Qishan, afirmou que a Expo “aproximou a China do resto do mundo”, e que a partir de agora “a China é um país mais aberto, mais tolerante, mais moderno e mais desenvolvido, pronto para trabalhar com os demais países do mundo para construir um futuro cada vez mais radiante”.

       Os trabalhadores gastam um quinto da vida no transito. Meus olhos não se cansam de observar: Vejo muitos grandes elevados e às vezes há neles três vias superpostas. É bonito de se ver como o espaço é aproveitado! Certamente a grande poluição é inevitável e vejo que, aqui também é muito grande. Chamam-me atenção os edifícios: quase todos têm, no alto, a caixa d´água, em forma de abóboda.

Entramos no trem e em 8 minutos, estávamos no aeroporto. O trem de levitação magnética desliza por imãs. Não há rodas, e sim o espaço de dois centímetros e dois braços que abraçam os trilhos. Este trem existe na Alemanha e os há também no Japão. No entanto, o de Xangai é o único que transporta passageiros. Foi interessantíssima esta experiência.

Dia 30 de maio de 2014 – Sexta-feira de Xangai para Pequim

       Hoje faremos nossa viagem de 5 horas com o trem bala de Xangai para Pequim. Neste dia, levantamos às 4h30. Vejo o Smartfone, onde Jalila escreve que no Brasil são 18h e eu lhe escrevo que aqui são 5 horas da manhã, do dia seguinte. Portanto temos 11 horas de fuso horário de diferença. Saímos do hotel Majestic Plaza tendo antes recebido o lanche para fazermos nosso dejejum. Estaremos no trem às 9 horas.

A viagem começa: o trem agora está numa velocidade de 320 km por hora. Vejo que aqui estão construindo muito mais trilhos. A paisagem que se sucede é sempre de agricultura: trigo, grandes estruturas para proteger as verduras etc.

Na agricultura há o uso da energia eólica. às 10h o trem para numa estação: é a Nanging South Station onde muitas pessoas descem do trem. E o trem retoma logo o seu percurso. Nesta cidade de Nanquim, diversas vezes capital, se desenrolou uma história sangrenta, durante a ocupação japonesa.

De vez em quando, nesta paisagem, vejo uma grande quantidade de edifícios novos em construção. Os edifícios são sempre todos iguais. Uma imensa quantidade de guindastes também nos dá uma ideia da pujança desta China atual.

“Nanquim ou Nanjing é a capital da província de Jiangsu, na República Popular da China.
Tem cerca de 10 000 000 de habitantes e é um grande centro industrial, comercial e cultural. Tem universidade, academia militar, instituto superior e uma importante biblioteca. Foi, por diversas vezes, capital da China: do século III ao VI, de 1368 a 1421 e de 1928 a 1937. Foi ocupada pelos japoneses entre 1937 e 1945, e vítima do assassinato em massa, conhecido como o Massacre de Nanjing, em que 300 mil pessoas foram mortas pelas forças japonesas. É a capital reivindicada da China Nacional”.

Às 10h15 vejo uma linda ponte estaiada. Durante o trajeto, muitos morros pelados, mas com os canais para que a água possa escorrer, já estão prontos. Os muros de arrimo de concreto, apresentam desenhos vazados, por onde crescem em seus espaços livres, diferentes tipos de verdes e flores. É um belo espetáculo.

Aqui há muita água e muitas árvores frutíferas. Muitas verduras e também campos cobertos de trigo já maduro de ambos os lados da linha do trem que viaja a mais de 4 metros acima do solo, sustentado por grandes colunas, durante essas cinco horas de viagem.

       Abaixo do trem passam caminhões e todo o trânsito das cidades atravessadas pelo trem bala. Há também grandes extensões de arroz irrigado. E sempre de novo, muitos prédios, todos iguais, em construção. E sempre de novo, uma infinidade de guindastes, mostrando que muito está sendo feito aqui na China. O céu mostra muita poluição. Estamos a 290 km por hora, e isto está marcado no alto da porta de nosso vagão. O trajeto do trem bala, que faremos hoje, em 5 horas, é como ir de Florianópolis à cidade de Vitória no Espirito Santo. Durante esta maravilhosa viagem, fui conhecer o vagão da classe executiva no trem. Muito Chic. Nossa excursão estava na 1ª classe.

       Às 10h50 vejo grande plantações de trigo de ambos os lados do trem. Também há muito arroz irrigado, e muitas grandes extensões de árvores frutíferas. Podemos dizer que o que mais se sobressaiu nesta viagem foram, além dos grandes conjuntos de prédios em construção, a pujante agricultura, nesta planície que nos levou de Xangai até Pequim.

Chegamos às 15 horas em Pequim. A ferroviária é magnífica. Pegamos o ônibus com nosso guia, cujo nome, para nós brasileiros, diz ele, é Antônio. Passamos por casas velhas feitas de ladrilhos, representantes da antiga cidade. O sol está fraco e a poluição é forte. Antônio, nosso guia local, no intuito de evitar que alguém se perca, nos dá o número de telefone: 0086 15810878955. Passamos pela Rua do Ópio e o guia nos diz que os noivos fazem fotos aqui. No caminho até a chegada ao hotel muitas flores pelo caminho. O tráfego está muito engarrafado. Somos informados que aqui há 6 milhões de carros e a cidade tem 20 milhões de pessoas. Vejo que passa um ônibus elétrico. No trajeto aprendemos com Antônio algumas palavras em chinês: é preciso colocar os acentos certos, ou seja o tom certo, pois, do contrário a palavra muda de significado. Obrigada: xie-xie; Adeus- zai jian Olá- Ni Hao Desculpe- Dui bu qi .Não quero- bu yao.

O ônibus faz uma parada e nós vamos visitar, no centro, a feira e depois, a rua peatonal de Pequim. Na feira, se vendem as carnes exóticas, como carne de cobra, grilo, escorpião, barata, casulo, carne e testículos de carneiro, pássaros etc

Esta foi uma visita rápida, pode-se dizer, só uma passagem, mas deu para testemunhar uma alimentação muito diferente da nossa.

Depois fomos ver a rua peatonal que é o calçadão. No início do calçadão, a Placa de Marco Polo e também um poço. Fui na loja Zara e outras lojas, mas já não havia mais tempo para estarmos aqui. Fomos ao Niko New Century Hotel, que ficava um pouco fora da cidade. O quarto era o número 514.

Perto deste hotel fica o mercado Carrefour.

Dia 31 de maio de 2014 – Sábado em Pequin

       Às 8h30 estamos partindo para a Praça da Paz Celestial e depois visitaremos a Cidade proibida.

       Antônio, nosso guia, durante o trajeto de ônibus, fala sobre si mesmo e sua família: ele tem 34 anos e diz que seu filho tem 9 anos. O filho vai às 7h30 para a escola e esta termina às 16h30. Depois o menino fica com sua mestra até às 22 horas da noite, pois os pais estão trabalhando até esta hora. Ele aprende inglês. Ele gosta muito de aprender, fala o pai. O guia continua e no falar sobre a questão do filho único na China: aqui os pais tratam o filho como o rei e imperador. Os filhos não aprendem a compartilhar. No entanto, sobre os filhos únicos repousa uma grande responsabilidade: quando adulto ele precisa cuidar de todos os adultos: pais e avós. Há grande pressão para não ter mais do que um filho: meu amigo recebeu multa de 25 mil dólares porque ter tido 2 filhos. E continua: antigamente a China tinha mais mulheres que homens, e hoje tem mais homens que mulheres. Na Europa há muitas mulheres chinesas adotadas. São chamadas de plátanos (bananas), pois são amarelas por fora e brancas por dentro, assim chamadas por não saberem falar a língua chinesa.

Diante do que acontece com turistas que dão assediados por vendedores, Antônio nos ensina uma palavra chave: quando não quisermos comprar o que nos oferecem podemos dizer: bu yao= não quero. E fala sobre as duas principais festas na China: 9 de setembro: Dia dos maiores e também a Festa da primavera. Nosso ônibus passa pelo edifício redondo: “Ovo do pàssaro” que é o Grande Teatro Nacional. Localiza-se no coração de Pequim, a oeste do conjunto formado pela Praça da Paz Celestial e pela Cidade Proibida e próximo ao Grande Salão do Povo, a sede da Assembleia Popular Nacional.

São 9h30 e chegamos à imensa Praça da Paz Celestial.

Muita emoção ao chegar a este lugar imenso e tão emblemático. Relembramos logo os acontecimentos históricos de 1989. A grande Praça da Paz Celestial tem as seguintes dimensões: 550 m x 800 m. Nesta praça, às 4h30 a bandeira é hasteada e permanece no mastro até às 19h30 nos informa Antônio. Aqui algumas informações da Internet:

“A Praça da Paz Celestial também conhecida por Praça Tiannamen é a terceira maior praça pública do mundo, sendo superada apenas pela Praça Merdeka, localizada em Jacarta, na Indonésia, e pela Praça dos Girassóis, localizada em Palmas, no Brasil.
Ampliada em 1949, a praça tem ao norte a Cidade Proibida, no centro contém o Monumento das Pessoas Heróis, de 38 metros, com inspiração do presidente Mao Tsé Tung, onde está escrito “os heróis do povo são imortais”. A leste e oeste foram construídos importantes edifícios de estilo soviético. A praça também tem o Mausoléu de Mao Tsé Tung (9 de setembro de 1977- corpo original). Para os chineses a praça é conhecida como o coração simbólico do país e para os estrangeiros é conhecida pelo Protesto na Praça da Paz Celestial de estudantes em 1989”.

Fiquei extasiada e agradecida por esta experiência! Por algum tempo, com muitos turistas fiquei admirando o cenário, fazendo fotos, conhecendo seus principais monumentos e prédios. O tamanho da praça impressiona e a movimentação de turistas do mundo todo também é um fenômeno bonito de se ver. E agora vamos entrar na “Cidade proibida”

Sobre a República Popular da China

“Em 1949, a República Popular da China foi proclamada na praça da Paz Celestial, diretamente em frente da Cidade Proibida. Durante as duas décadas seguintes foram feitas várias propostas de arrasar ou reconstruir a Cidade Proibida para criar um parque público, uma interface de transportes ou “lugares de entretenimento”. A Cidade Proibida sofreu alguns danos durante este período, incluindo o desmantelamento do trono na Galeria da Harmonia do Meio, a remoção das tabuletas de vários edifícios e jardins, e a demolição de alguns portões e estruturas de menor importância. Os danos atingiram o seu auge durante a Revolução Cultural. Em 1966, a Galeria do Culto aos Ancestrais foi modificada e alguns artefatos destruídos para permitir uma exibição de esculturas revolucionárias em terracota. No entanto, uma futura destruição foi prevenida quando o primeiro-ministro Zhou Enlai interveio enviando um batalhão do exército para guardar a cidade. Estas tropas também preveniram o saque por parte dos Guardas Vermelhos, que foram arrastados na tempestade para demolir as “Quatro Velharias” (Velhos Costumes, Velha Cultura, Velhos Hábitos e Velhas Ideias). Entre 1966 e 1971, todos os portões da Cidade Proibida foram selados, salvando-a de mais destruições. A Cidade Proibida foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, em 1987, como o “Palácio Imperial das Dinastias Ming e Qing”, devido ao seu lugar significativo no desenvolvimento da arquitetura chinesa e na cultura”.

O complexo consiste em 980 edifícios sobreviventes, com 8.707 secções de salas. A Cidade Proibida foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade em 1987 estando listado pela UNESCO como a maior coleção de antigas estruturas de madeira preservadas no mundo.
Construída entre 1406 e 1420, e inaugurada em 1421 pela dinastia Ming. Hoje a praça recebe 80.000 turistas diários.

“Ocupando uma área de mais que 720.000 metros quadrados, a Cidade Proibida é o maior e o mais completo complexo de palácios que existe hoje na China. A cidade Beijing foi desenhada na Dinastia Yuan (1271-1368), a última dinastia Mongol.”

“A Cidade Proibida foi construída na forma de uma cidade retangular, e é circundada por muralhas da altura de 10 metros. A parte de baixo da muralha é da largura de 8,62 metros, e a parte de cima 6,66 metros. Fora da muralha, construíam-se fossos fechados, de largura de 52 metros. A Cidade Proibida tem quatro portões. Dentro da cidade, há mais de nove mil palácios e cômodos”.

E mais:

“Depois da desintegração do reino mongol invasor, já no século XIV, surgiu a dinastia Ming e a China foi-se isolando cada vez mais. A Cidade Proibida foi, em certos aspectos, um retrato da época. Nela viviam os seres quase divinos que eram os imperadores, alheios e protegidos da maior parte dos males do mundo, na crença de que o Império do Meio era, de fato, o centro de tudo, a quem todos os senhores deviam tributo – que o diga el-rei D. Manuel, cuja delegação enviada em 1520 a Beijing foi mal recebida, por o tom da carta régia ser de igual para igual, em vez de reconhecer superioridade e prestar vassalagem ao homólogo chinês. E no século XVIII, o imperador Yongzheng continuava a afirmar que “os bárbaros distantes vêm até cá atraídos pela nossa cultura”.

       No tratado realizado no fim da Segunda Guerra do Ópio, os chineses se comprometeram a não chamar os europeus de bárbaros.

       A sua queda em 1912, marcou o fim de séculos de imperialismo e 500 anos da Cidade Proibida como capital do Império Chinês. O palácio foi aberto como museu em 1925, mas sofreu com a ofensiva japonesa em 1931, quando cerca de 19 mil caixas contendo artefatos foram retiradas da Cidade Proibida. Os objetos voltaram a Pequim após a Segunda Guerra Mundial, mas o palácio estava totalmente degradado. O trabalho de recuperação começou em 1950. Notáveis e inesperadas descobertas ainda estão sendo feitas à medida que técnicas antigas são combinadas com a tecnologia moderna para restaurar um dos palácios mais magníficos da Terra”.

A Religião e a Cidade Proibida

“A religião era uma parte importante da Corte Imperial. Durante a Dinastia Qing, o Palácio da Harmonia Terrena tornou-se num local de cerimônia xamanista manchu. Ao mesmo tempo, a religião nativa chinesa, o Taoismo, continuou a ter um papel importante ao longo das Dinastias Ming e Qing. Existiam dois santuários taoistas, um no jardim imperial e outro na área central do Pátio Interior. Uma forma prevalente de religião no palácio era o Budismo tibetano, ou Lamaísmo. Um número de templos e santuários foi disperso por todo o Pátio Interior. A iconografia budista também proliferou nas decorações interiores de muitos edifícios. Entre estes, o Pavilhão da Chuva e Flores é um dos mais importantes. Este alberga um grande número de estátuas budistas, ícones e Mandalas, colocados em arranjos rituais”.

Sobre a bandeira da China:

“A bandeira nacional da República Popular da China é vermelha com cinco estrelas amarelas no canto superior esquerdo. Todas as estrelas são de cinco pontas, sendo que a estrela maior simboliza o PCC (Partido Comunista da China), e as quatro menores estrelas simbolizam o povo chinês.”

“A relação das estrelas significa a união popular sob o comando do PCC. A cor vermelha da bandeira simboliza a revolução de 1949, e a cor amarela das estrelas é para destacar a claridade da terra vermelha”.

“A Dinastia Ming (1368-1644) foi precedida pela dinastia Yuan e substituída pela dinastia Qing, na China. Os imperadores da dinastia Ming eram membros da família Zhu. Entre a população havia fortes sentimentos contra o governo por “estrangeiros”, o que finalmente levou à revolta que empurrou a dinastia Yuan de volta às estepes da Mongólia e ao estabelecimento da dinastia Ming em 1368.”

“Esta dinastia Ming começa num tempo de renovação cultural e de florescimento das artes. Especialmente a indústria da porcelana obteve um brilho sem precedentes; mercadores chineses exploraram a totalidade do Oceano Índico, atingindo a África com as viagens de Zheng He. Uma vasta marinha foi construída, incluindo navios com 4 mastros, pesando 1.500 toneladas; havia um exército permanente de 1 milhão de homens. Mais de 100.000 toneladas de ferro eram produzidas por ano, no norte da China. Livros eram impressos usando o tipo móvel. Alguns afirmaram que a China do início da dinastia Ming poder ter sido a nação mais avançada do seu tempo”.

       Sobre a cidade proibida:

“Somente o Imperador, sua família e os empregados especiais do Império tinham permissão para entrar na Cidade Proibida. Como o número 9 é fundamental para a cultura chinesa, diz-se que na Cidade Proibida, o maior Palácio do mundo, existem 9.999 cômodos. Várias portas do Palácio possuem 9 cravos em linha por 9 colunas, para trazer fortuna”.

“Em 1860, durante a Segunda Guerra do Ópio, forças anglo-francesas tomaram o controle da Cidade Proibida e ocuparam-na até ao final da Guerra. Depois de ser o lar de vinte e quatro Imperadores das dinastias Ming e King a Cidade Proibida deixou de ser o centro político da China em 1912, com a abdicação de Puyi, o último Imperador da China”.
“Pu Yi foi expulso da Cidade Proibida em 1924, quando Feng Yuxiang tomou o poder e Pu Yi se exilou na Embaixada Japonesa. Foi manipulado pelos japoneses, que invadiram a China em 1931 e colocaram o Pu Yi, como Imperador da Manchúria, no norte do país, para tentar, com isso, acalmar os sentimentos nacionalistas chineses contra a invasão”.

“A história de Pu Yi foi contada de forma brilhante no maravilhoso filme de Bernardo Bertolucci, “O Último Imperador”. Puyi e a sua família mantiveram o uso do Pátio Interior da Cidade Proibida, enquanto que o Pátio Exterior foi ocupado pelas autoridades republicanas.

“O filme “o Último Imperador” conta a história da vida de Aisin-Gioro Puyi, o último Imperador da China Imperial. Através de flashes, o último Imperador recorda a sua infância: foi proclamado Imperador muito precoce e teve de viver isolado na Cidade Proibida – palácio imperial chinês localizado no meio de Pequim – com a Restauração da República em 1911.”

“Após, ele recorda como se tornara um imperador fantoche em Manchukuo (1932 – 1945), então, sob o domínio japonês, razão pela qual é julgado pelo tribunal de Crimes de Guerra de Tóquio em 1946. Puyi vive, então, a partir de 1949, em um presídio para reeducação na China até 1959, ano no qual passa a ter uma vida comum em Pequim trabalhando como jardineiro no jardim botânico da cidade. Posteriormente atuou como bibliotecário da “Conferência Consultiva Política do Povo Chinês”. A partir de 1964, tornou-se membro dessa instituição. Escreveu uma autobiografia: “A primeira metade de minha vida”, traduzido em inglês como “From Emperor to Citizen”. Casado várias vezes (com duas imperatrizes e três concubinas), morreu em 1967 de um câncer renal, sem deixar descendentes”.

       Abaixo vemos dois leões de bronze. Só aqui na cidade proibida é que os leões eram de bronze.

A Cidade Proibida era habitada por eunucos, concubinas. Seria preciso muito mais tempo para conhecer um pouco mais da Cidade Proibida, tantos são os locais, os artefatos, as construções que compõem este grande recinto.

       Saímos da Cidade Proibida com a sensação boa de ter conhecido uma obra histórica muito importante e, depois fomos almoçar. No caminho chamou-me mais uma vez a atenção, pela forma correta que os chineses usam para podar as folhagens. Os jardins são sempre lindos, com diversas nuances da cor verde e super bem cuidados. O restaurante Yí hé chun Tian onde almoçamos, ficava no 5º andar. Lá saboreamos agridoce, arroz, carne, cebola, vagem, verdura, cerveja e chá. Na China come-se a metade e anda-se o dobro, diz-se.

Passamos por uma fábrica de seda, pois este é sempre um destino imperdível para as excursões. Aqui nada comprei.

O Palácio de Verão

       Depois da refeição caminhamos 999 passos até chegar ao Palácio de Verão que é outro destino imperdível em Pequim.

“O Palácio de Verão possui uma superfície de 290 hectares e principalmente se divide em duas partes, Montanha Wanshou e Lago Kunming. A Imperatriz mãe Cixi formou um conjunto arquitetônico na encosta da montanha Wanshou que tem pavilhões divididos por um eixo central que prioriza o Pavilhão Paiyun.”

“O eixo central sobe desde o cais do lago Kunming até atingir o cume da montanha Wanshou. Ele é entrecortado, respectivamente, de baixo para cima, pelas principais construções: Portão Paiyun, Pavilhão Paiyun, Templo Foxiang, e Quiosque Zhihuihai. O Pavilhão Paiyun servia como o salão de aniversário de Ci xi. É um palácio maior que o Versalhes. Na verdade vimos muito pouco do muito que está neste local. A descrição que segue, pode nos dar uma pequena ideia do que é este complexo arquitetônico que foi destruído por guerras e, da mesma forma, reconstruído por duas vezes”.

“O Palácio de Verão de Beijing foi o jardim imperial e palácio de veraneio da Dinastia King

“Tinham quase cinco vezes o tamanho da Cidade Proibida e oito vezes o da Cidade do Vaticano. Possuíam de vestíbulos, pavilhões, templos, galerias, jardins e lagos. Várias paisagens famosas do sul da China foram reproduzidas nos Jardins Imperiais, centenas de valiosas antiguidades e obras primas da arte chinesa foram guardadas nas suas salas, fazendo dos Jardins Imperiais um dos maiores museus do mundo. Algumas cópias únicas de obras literárias e compilações foram, igualmente, conservadas dentro dos Jardins Imperiais”.

       Em 1750, sob o pretexto de homenagear a imperatriz mãe, o imperador Qianlong mobilizou carpinteiros e construtores e investiu um sétimo da receita total da corte para iniciar o projeto do jardim Qingyiyuan.,
O saque do palácio de Verão; Victor Hugo, na sua “Expédition de Chine”, descreveu o saque :

“Dois ladrões entraram neste museu, devastando, saqueando e queimando, e partiram rindo e de mãos dadas com os seus sacos cheios de tesouros; um dos ladrões é chamado França e o outro Britânia”. Na sua carta, Hugo esperava que a França um dia pudesse sentir culpa e devolvesse o que havia pilhado à China”.

       Para falar do momento da reconstrução do palácio, importa recordar a imperatriz Cixi.

A história conta que a Imperatriz (1835-1908) fora escolhida, aos 16 anos para ser uma das inúmeras concubinas do imperador Xianfeng. Em 1856, deu à luz aquele que viria a ser seu único filho, Imperador Tongzhi. Quando o garoto tinha seis anos de idade o pai morreu e ele tornou-se Imperador, mas poucos meses depois, um golpe de estado levou Cixi a assumir o poder de fato. Seu governo a princípio tentou combater a corrupção endêmica no país, mas foi marcado pela ocorrência de grandes levantes populares, que devastaram províncias tanto do Norte como do Sul e foram sufocados com grande brutalidade. Cixi governou a China durante 47 anos, de 1861 a 1908 em tempos conturbados.

Transformou profundamente o país, desenvolvendo todos os setores e infraestrutura necessários a um Estado moderno: indústria, caminhos de ferro, eletricidade e comunicações.

Mas desempenhou também um papel importante em reformas sociais que aboliram, por exemplo, práticas de extrema crueldade, como a morte através dos mil cortes ou a tradição de ligar os pés das mulheres”. São os chamados “pés de lótus”.

Em 1860, durante a Guerra do Ópio, os invasores das tropas anglo-francesas destruíram o jardim Qingyiyuan assim como outro jardim Yuanmingyuan. Mas, em 1888, a imperatriz mãe Cixi começou a reconstrução deste Palácio de Verão.

Entre as grandes perdas para este conjunto arquitetônico, está o Levante dos boxers (de 1900 a 1901). Os boxers uma sociedade secreta de praticantes de artes marciais, que lutavam para expulsar todos os estrangeiros do território chinês teve o estímulo oficial da Imperatriz e de funcionários do governo. O incidente culminou com a intervenção de uma força militar internacional que ocupou e saqueou Pequim, provocando enorme quantidade de baixas entre a população.

Estima-se que cerca de 12.000.000 de pessoas foram mortas durante sua dinastia. Como havia dito, conhecemos muito pouco do palácio. Seria importante subir à “Colina da longevidade” e ver o requinte da arquitetura desses palácios que só visualizei na internet, de onde retirei estas belas fotos feitas pela viajante anônima que escreve:

“A paz é soberana aqui. Tudo muito harmonioso: templos, água, verde, montanhas, aromas… um lugar tranquilo e relaxante, excelente para se fugir da agitada Pequim”.

Nossa excursão, em relação à visita do Palácio de Verão, fez somente o seguinte trajeto: percorremos o mais longo caminho de arte, 728 metros com 8.000 pinturas no alto desta galeria que vemos ao lado. (Este fato está no Guinness). Admiramos a grande beleza desta obra e também a incrível beleza do lago que está ao lado, com a ponte dos 17 arcos, com o navio de mármore, e as águas límpidas, cheio de barcos.

Depois de descansar um pouco, a excursão tomou o charmoso barco e rumamos para o lado oposto. Foi muito prazeroso este passeio de barco pelo grande Lago Kunming que faz parte do conjunto do Palácio de Verão de Pequim.

       Alguns dados a mais sobre este palácio para relembrar:

“Yiheyuan” o palácio de Verão, significa literalmente “Jardim da Harmonia Cultivada”. O Yiheyuan é dominado principalmente pela Colina da Longevidade (60 metros de altura) e pelo Lago Kunming. Cobre uma área de 2,9 quilômetros quadrados, três quartos dos quais são de água. O central Lago Kunming, que se estende por uma área de 2,2 quilômetros quadrados, é totalmente artificial, tendo o solo escavado, servido para construir a Colina da Longevidade. Nos seus compactos 70.000 metros quadrados de espaço construído, encontra-se uma variedade de palácios, jardins e outras estruturas de arquitetura clássica”.

E mais:

“O complexo palaciano sofreu dois ataques importantes. O primeiro durante invasão aliada anglo-francesa de 1860 e o segundo durante o Levante dos Boxers. Em dezembro de 1998, a UNESCO incluiu o Palácio de Verão na sua Lista do Patrimônio Mundial. Esta organização mundial declarou o Palácio de Verão uma “excelente expressão da criativa arte de desenho de jardim paisagístico chinês, incorporando trabalhos da espécie humana e da natureza num conjunto harmonioso”. Atualmente, é um popular destino turístico, servindo igualmente de parque recreativo.

Foi interessantíssimo conhecer este local, mesmo que na verdade, as excursões, em geral, não conseguem permitir um maior tempo para o conhecimento destes locais. Para isso seria necessário fazer uma viagem particular. Mas o pouco que vimos, valeu a pena! Após passar pela galeria com as 8.000 pinturas, nos reunimos para esperar o barco, enquanto o nosso guia ia dando as informações sobre a história deste célebre lugar. Pagando 15 yuanes pelo passeio, entramos no barco e atravessamos o grande lago. Foi maravilhoso!!

       Às 17 horas nós fomos visitar uma fábrica de ostras, cultivadas.

Estas ostras que cultivadas nos rios, podem produzir até 30 pérolas, ao contrário daquelas que são do mar que só produzem uma pérola por ostra. A funcionária nos deu toda a explicação do processo de produção destas pérolas. Foi interessante conhecer, estas pérolas dentro da ostra, conforme podemos ver na foto.

E aí veio uma pergunta e a resposta da funcionária que conhece o assunto: Como se saber se uma pérola é verdadeira ou falsa? Quando se atrita a pérola verdadeira, esta solta um pó branco. As pérolas são de diversas cores: branca, rosa, verde, preta. O pó que resulta do atrito é sempre branco. De posse de mais este conhecimento, fomos para a loja onde vimos pérolas de diversas tipos e cores e também cremes à base de pérolas. Comprei um creme para o rosto feito de pérolas. (100 yuanes).

Com Edésia fui ao supermercado que ficava perto do nosso hotel.

Dia 1º de junho de 2014 – Domingo em Pequim

Neste dia levantamos às 6h30 e saímos do hotel às 8 horas. Na programação, alguns grandes eventos nos esperam.
No mapa da China ao lado vemos a localização de Pequim.

Hoje vamos conhecer a Grande Muralha, situada a 80 km ao norte de Pequim, construída durante 2000 anos, por diferentes dinastias. É uma das mais incríveis construções realizadas pelo ser humano. Na volta conheceremos a Vila Olímpica e também o “Ninho do Pássaro” e o “Cubo d´Água”.

Percorremos durante 1h30, uma ótima auto estrada. No caminho meus olhos observam e o tempo é utilizado também para conversar, e às mais das vezes, os guias nos dão informações úteis sobre a cultura do país e do lugar. O dia dos mortos é o dia 4 de abril. Neste exato momento Antônio, o dono da empresa de viagens, nos dá diferentes informes sobre a língua chinesa. Antigamente, nos diz ele, a língua tinha 70.000 caracteres, e hoje se usam só 6.000 caracteres. Um dado muito interessante na língua chinesa: as palavras mudam de significado de acordo com o tom e o acento em que a mesma é pronunciada. Por exemplo: a palavra ma, tanto pode ser mãe como cavalo dependendo da entonação da voz. A expressão “Tu és linda” dependendo do tom pode significar “que asco”. Muitas outras palavras foram traduzidas para o chinês. O guia desenhou, também, outros sinais gráficos. Os números na China têm também um grande significado: 8 é bom; 4 é mau; 9 é melhor. O número 4 não é bom par casar, nos informa o guia. Fala dos números nas placas de carros: ´placas com muitos números são baratas. O número 6 é mais carro. O número 9 também é mais caro. Fala em seguida sobre o horóscopo. O meu signo: 1937= boi. Nossa viagem de 80 km rumo à Grande Muralha está sendo interessante. Diferentemente de outros países, não vemos aqui, nem Mesquitas e nem Igrejas.

O Cloisonné, um Sofisticado Trabalho Cultural

Neste caminho para visitar a Grande Muralha, fizemos uma parada para conhecer uma fábrica de Cloisonné, fábrica esta criada pela dinastia Ming.

“A dinastia Ming foi marcada por reconciliar toda a tradição chinesa, más também tem como característica a intolerância para com influências externas. O estado sustentado pelos Ming construiu uma vasta Marinha e um grande Exército, que dizem , que poderia ter chegado a um milhão de soldados. Também, nesse período, havia um grande número de projetos de construções como a restauração do Grande Canal da China (o rio artificial mais antigo do mundo), e da Muralha da China. Estima-se que nesse momento, de 1368 a 1644, a população da China estava entre 160 a 200 milhões de pessoas, e atualmente passa os 1,3 bilhão, o que faz da China uma grande potência populacional há muito tempo atrás”.

Entramos na fábrica

“A técnica do esmaltado cloisonné, foi trazida até a China por missionários da ásia Central no início até meados do século XVI. Após dominar a habilidade de fabricação de produtos esmaltados, os chineses constantemente melhoravam e aperfeiçoavam esta técnica especial, fazendo dela uma arte chinesa distinta”. “Cloisonné (do francês cloison, divisão), técnica de trabalho em esmalte na qual tiras finas de metal são coladas sobre uma superfície, formando um desenho composto por vários pequenos compartimentos preenchidos com pasta de esmalte vitrificado”.

Visualizamos muitos trabalhadores, artistas e artesãos, com os maravilhosos vasos de cobre sendo desenhados. Depois são coladas pequenas tiras de cobre nesta superfície, que se tornam os limites para as diversas tintas naturais que serão neles aplicadas. Em seguida vão ao forno com elevadíssima temperatura.

Tais obras eram em sua maioria fundidas com uma espécie de esmalte especial azul como cor básica, daí o termo para cloisonné em chinês: ching-t’ai-lan (“Ching-t’ai Azul)”

Foi interessantíssimo visitar esta fábrica e observar o processo de trabalho, desta especialíssima arte. Observei como, sobre as diversas peças já desenhadas, artesãs concentradas colavam finas tiras de metal que depois, eram preenchidas com as cores naturais desejadas. O trabalho é complexo, os trabalhadores muito compenetrados, tal é a delicadeza exigida para estes trabalhos. Os preços dos objetos, só podem ser muito caros. As obras de arte eram muitas e muito lindas. Especialmente vasos refinadíssimos.

Uma Surpresa na Volta da Excursão

       Quando cheguei em Florianópolis, na volta da viagem, estupefata descobri algo que me deixou muito feliz: eu havia comprado, há muito tempo, numa liquidação em loja de decoração, dois pequenos vasos de Cloisonné. Agora eu estava preparada para avalia-los corretamente e também, ´podem mudara de lugar, ocupando o lugar que lhes compete, pois eu vi o quanto trabalho é necessário para se fazer estas pequenas e grandes obras de arte.

A grande fábrica de Cloisonné, tinha 300 mestres e mais de mil trabalhadores, nos informa uma funcionária. Neste caso pode-se dizer que o parcelamento do trabalho não extinguiu o saber operário, pois os mestres são as pessoas que mantem vivo este saber. Foi muito importante a visita a esta fábrica conhecendo uma das artes chinesas mais bem avaliadas.

No hotel, onde estávamos hospedados, em Pequim havia dois grandes vasos desta técnica, que valiam milhões, nos afirmou o guia. Valeu a pena este conhecimento que adquirimos sobre a arte do Cloisonné.
Mas estamos no caminho para conhecer a Grande Muralha.

“A Muralha da China, também conhecida como a Grande Muralha, é uma impressionante estrutura de arquitetura militar, construída durante a China Imperial. A Grande Muralha consiste de diversas muralhas, construídas durante várias dinastias ao longo de aproximadamente dois milênios, pois começou no ano 220 A.C com término no século XV, durante a Dinastia Ming. Se, no passado, a sua função foi essencialmente defensiva, no presente constitui um símbolo da China e uma procurada atração turística”.

       Os chineses ergueram muros para se proteger de invasões dos povos ao norte. As primeiras construções surgiram antes da unificação do império, em 221 a.C. Ao unir sete reinos em um país, o Imperador Qin Shihuang (259-210 a.C. – Dinastia Chin) começou a unificar a muralha, aproveitando as inúmeras fortificações construídas por reinos atuais. Com aproximadamente três mil quilômetros de extensão à época, foi ampliada nas dinastias seguintes. Com a morte do Imperador Qin Shihuang, iniciou-se na China um período de agitações políticas e de revoltas, durante o qual os trabalhos na Grande Muralha ficaram paralisados. Com a ascensão da Dinastia Han ao poder, por volta de 206 a.C., reiniciou-se o crescimento chinês e os trabalhos na muralha foram retomados ao longo dos séculos até o seu esplendor na Dinastia Ming, por volta do século XV, quando adquiriu os atuais aspectos e uma extensão de cerca de sete mil quilômetros. Acredita-se que os trabalhos na muralha ocuparam a mão de obra de cerca de um milhão de operários (até 80% teriam perecido durante a sua construção, por causa da má alimentação e do frio), entre soldados, camponeses e prisioneiros. A magnitude da obra, entretanto, não impediu as incursões de mongóis, xiambeis e outros povos, que ameaçaram o Império chinês ao longo de sua história. Por volta do século XVI perdeu a sua função estratégica, vindo a ser abandonada a partir de 1664, com a expansão chinesa na direção norte na Dinastia King. No século XX, na década de 1980, Deng Xiaoping deu prioridade à Grande Muralha como símbolo da China, estimulando uma grande campanha de restauração de diversos trechos. ”

       Estamos chegando na Muralha que foi construída como defesa ao norte, contra hunos e mongóis. Nosso guia nos diz que a muralha foi também um grande cemitério.

       Às 10h10, nosso ônibus vai subindo, subindo por uma estrada asfaltada e nós estamos tendo a emoção de ver a Grande Muralha por diversos ângulos, conforme nosso ônibus se aproxima do local, previamente marcado para começar a subida. Há muitos lugares onde se pode começar a subida e estruturas adequadas para pagar a entrada e subir. Juntamente com nosso ônibus inúmeros carros estão se dirigindo à Muralha. De longe tem-se a impressão que a Grande Muralha sobe a prumo. Nas encostas da montanha vejo belas construções e muitos pagodes também. Nosso guia fala algo do Mestre Confúcio, que me impacta: O conceito de Confúcio de humanidade é provavelmente melhor expresso na versão confucionista de Ética da reciprocidade, ou a Regra de Ouro: “não faça aos outros o que você não gostaria que fizessem a ti”.

Confúcio, forma latina de Kung Fu Tsé, filósofo chinês do século VI acc., compila e organiza antigas tradições da sabedoria chinesa e elabora uma doutrina assumida como oficial na China por mais de 25 séculos. Combatido como reacionário durante a Revolução Cultural chinesa (1966-1976), o confucionismo toma novo impulso após as recentes mudanças políticas no país. Atualmente, 25% da população chinesa declaram-se adeptos do confucionismo”.

Ele em sua sabedoria, disse: “Quem for mestre por um dia será Pai a vida toda”.
Que profundidade!

       Continuamos subindo sempre. às 10h25 passamos por um túnel só de ida. Também vejo trabalhadores construindo um muro de pedra. às 10h45 enfim chegamos. Após admirar, aqui de baixo a grande muralha cheia de turistas que sobem e descem sem parar, fizemos algumas fotos, recebemos as entradas e começamos a subida. Muita emoção estar subindo esta milenar muralha, juntamente com pessoas do mundo todo. Às vezes, está muito congestionada, pois a subida e a descida é pelo mesmo caminho.

No caminho encontramos pais com filhos pequenos, jovens, velhos, todos querendo marcar com uma foto este momento. Eu estava junto com colegas de excursão, agradecida à vida, pela oportunidade ímpar, de estar neste lugar. As fotos falam por si.

       Saindo da Grande Muralha, ainda impactada pela grandiosidade da obra, fomos almoçar num restaurante muito interessante. Sei que deveria ter visto o nome, mas não foi desta vez que fiz esta anotação tão importante. Só me lembro que ficava perto da Muralha, que a comida era farta, variada e boa e que de lá saímos às 13h30. Á estrada da descida era muito sinuosa, e à esquerda vi um trem.   

       Antônio nosso guia, nos fala que aqui na China existem 56 etnias cujas culturas perduram. Quanto à morte, são diversos os rituais: por ex. Algumas culturas cremam seus mortos, outras os enterram, outras os cremam e atiram o pó em lugares específicos, outras colocam o ataúde em grutas, outro levam o morto para o alto de uma montanha ou monte e deixam o corpo para os pássaros. Em Pequim há dois mercados célebres: um é o mercado das imitações e outro o mercado das sedas. Viajando assim na nossa volta paramos num lugar onde havia festa e uma quantidade muito grande de ônibus. Pelo caminho tínhamos encontrado muitos elevados.

Na China uma Arquitetura Monumental nas Olimpíadas

       Fomos ver o célebre “Ninho do pássaro” e o “ Cubo d´Água”. Mas antes um texto muito interessante sobre a modernidade da China:

“Nos tempos de Mao Tsé-tung, a simples palavra “arquiteto” era considerada burguesa na China. Os arquitetos eram técnicos, jamais artistas. Apenas 30 anos se passaram e, hoje, os arquitetos na China não são apenas artistas. São mágicos! A um mês das Olimpíadas, polindo freneticamente os últimos detalhes, plantando os últimos milhares de flores, Pequim e Xangai se vestem como debutantes. O bolo tem uma decoração futurista. A silhueta de arranha-céus de Xangai oferece duas torres fabulosas, a Pérola do Oriente e a Jin Mao.

Nós subimos esta torre Jin Mao e só vimos de longe a Pérola do Oriente, a grande torre de televisão.

“É em Pequim que a metamorfose das construções cumpre seu papel político e estratégico: mostrar a China como uma nação inventiva, sofisticada e aberta para o mundo, apesar dos quase 60 anos de ditadura do Partido Comunista. Não são mais os templos imperiais do século XV nem os conjuntos soviéticos e austeros da revolução maoista que representam a China contemporânea. A nova arquitetura monumental da capital chinesa é feita de curvas suaves, ângulos improváveis, materiais high-Tech para que a China não seja vista como uma potência militar agressora. Em Pequim, o Complexo Olímpico, o Aeroporto Internacional, a sede da rede de televisão CCTV e o Teatro Nacional são obras grandiosas, de insustentável leveza. O vocabulário mudou. De concreto e tijolo, passou-se a falar em “ninhos de pássaros”, “ovos”, “calças”, “cubos” e “bolhas”, apelidos dos prédios mais espetaculares. Alguns projetos associam elegância e tecnologia a toques kitsch. São assinados por arquitetos chineses, europeus e americanos. Está claro que, para erguer em tempo recorde prédios tão complexos, um país tem de atender a três requisitos: energia, dinheiro e batalhões de operários nacionalistas. A China tem tudo isso”.

“A China gastou US$ 34 bilhões no projeto das Olimpíadas. Os dois principais estádios, que brigam em concepção, são o estádio olímpico – apelidado “Ninho de Pássaro” – e o centro aquático – “o Cubo d’Água”. “O Ninho”, com 91 mil lugares, é uma criação do escritório suíço Jacques Herzog e Pierre de Meuron (autores do projeto da galeria de arte Tate Modern, em Londres), associado a arquitetos chineses e ao artista Ai Weiwei, consultor”.

“Não criamos o Ninho para ser chinês, mas como um objeto para o mundo”, diz Weiwei. O Ninho parece uma grande escultura, mas as vigas de aço entrelaçadas não são meramente decorativas. São estruturais! No auge da construção, 9 mil operários trabalharam simultaneamente. O teto é translúcido. O Ninho é uma maravilha da imaginação e da engenharia e, com a iluminação noturna, a cor vermelha se impõe, como uma lembrança de que estamos na China”.

“O Cubo d’Água, projeto da agência australiana PTW, “estará ali por pelo menos mais cem anos”, diz o consultor chinês Zheng Fang. Isso significa que o Cubo não é eterno. Ele custou US$ 143 milhões. John Pauline, chefe da filial de Pequim da PTW, diz que o primeiro esboço do projeto previa “ondas e vapor”. Para dar a sensação de estar dentro d’água, optou-se pelo material da moda, um plástico cujo peso equivale a 1% do vidro chamado ETFE. Ele deixa passar mais luz, mas retém o calor, resultando numa economia de 30% em energia. Os novos projetistas tiraram proveito da experiência do arquiteto francês Paul Andreu, que projetou e construiu o Grande Teatro Nacional (a Ópera de Pequim). Foram cinco anos de obras. Foi preciso transportar da Alemanha para a China uma grua gigantesca.

O teatro foi apelidado de “O Ovo”. Um ovo com uma cúpula de titânio e vidro, que custou US$ 350 milhões. O interior é de mogno vermelho brasileiro, com três palcos e lotação de 5 mil pessoas.

É um dos passeios dominicais favoritos das famílias chinesas e dos turistas, pela localização, perto do Congresso Nacional do Povo e da Praça da Paz Celestial. Ele parece flutuar sobre uma lâmina d’água”.

“O Centro Nacional de Artes Cênicas é uma sala de óperas, de última geração, localizado em Pequim. Este chamativo edifício é uma das estruturas mais atraentes já feitas pelo homem nesse país. Reconhecida como uma das atividades mais inesquecíveis em Pequim, este centro artístico é amavelmente conhecido como o Ovo pelos moradores locais, devido a sua forma elíptica. É cercado por um lago artificial, e seu reflexo na água junto com sua forma real lembra a forma de um ovo, que por sua vez explica a origem desse apelido. Abrangendo cerca de 118.900 m², este edifício de várias faces, consiste em uma sala de ópera totalmente equipada, um hall moderno para concertos e um teatro grande. A obra foi idealizada com o objetivo principal de contrastar com as construções antigas ao seu redor, como a Casa de Ópera de Sidney. A cúpula ergue-se a aproximadamente 46 metros de altura, com vão de 213 m.

Antônio nos diz que neste lugar onde se erguem estes exemplares edifícios, havia muitas casas que foram indenizadas. Também fala do Parque das 56 etnias. Passamos por um grande totem!

       Às 15h30, vi 30 guindastes. O que mais se vê na China é sempre, grupos de guindastes. Em todo o lugar se está construindo.

       Por fim, muito cansados chegamos num centro de Centro de Massagem Chinesa. Nossos pés estavam precisando muito de um pouco de conforto.

Estes centros são do Governo e dizem eles, tem como objetivo promover o conhecimento a respeito da milenar medicina chinesa. Aqui há, além dos massagistas, também médicos.

Quando chegamos ao local, adentramos a uma sala onde havia bancos. Lá nos acomodamos diante de pequenas tinas forradas com plástico e cheias de água morna, em número suficiente para atender a todos. O processo continua desta forma: enquanto nossos pés continuam nas tinas, entra um médico e nos dá uma aula sobre a medicina chinesa.

Em seguida entram muitos massagistas, e cada qual começa a fazer massagem nos pés de todos, ao mesmo tempo. O nosso guia diz que a massagem é grátis, mas que nós podemos dar, ao massagista uns 30 yuanes como uma gorjeta. Terminada a massagem, vem um médico acompanhado de uma interprete e analisa uma parte do corpo, no caso, as unhas de cada excursionista, pois desta análise resulta um conhecimento sobre o estado geral do organismo.

“As unhas podem informar mais sobre nossa saúde do que imaginamos. A análise da cor, formato, tamanho, estrutura, composição e aspecto pode auxiliar o diagnóstico de diversos males, que vão desde uma simples carência alimentar até doenças graves, como o câncer. Esse exame se baseia numa milenar prática terapêutica chinesa, que faz diagnósticos através de um estudo geral da Fisiognomonia corporal do paciente e suas extremidades. A unha é um exemplo de extremidade que precisa ser protegida e bem cuidada para poder evidenciar a saúde de quem a possui… Ao contrário do que imagina a maioria das pessoas, a unha está sempre mudando de aspecto… “O exame das unhas não tem mistério; o fundamental é saber o significado exato de cada aspecto delas! Saber observar é o grande aprendizado”.

O médico, em seguida, prescreve o remédio. Os preços dos remédios receitados, feitos com plantas que vem das alturas do Tibete, são tão altos que torna quase impossível a compra. Alguns compraram assim mesmo. Não foi o meu caso. Mas esta foi mais uma boa experiência!

       Às 17h30 deixamos alguns excursionistas no hotel e fomos para o shopping onde chegamos às 18h. Comprei uma camisa de manga comprida, quadriculada (100 yuanes) para meu irmão Ivo que fazia aniversário no dia 31 de maio. Chegamos ao hotel às 20h, tomei banho e dormi.

O dia tinha sido muito proveitoso!

Dia 2 de junho de 2014 – Segunda-feira Pequim

       Às 8h30 alguns excursionistas partiram para um programa onde iriam conhecer um bairro da velha China em Pequim: Callejones- Hutong, com suas ruas estreitas.

       Os Hutongs são conjuntos de estreitas ruas e vilarejos de típicas antigas casas chinesas. Embora o crescimento de toda a China, que transformou grande parte dos hutongs em edificações e ruas, eles ainda podem ser vistos na capital Beijing. Andar por esses vilarejos e ruas estreitas é quase que voltar a velha China. Construídos durante as 3 últimas dinastias chinesas (1271-1911) e baseados na vida comunitária, com banheiros e cozinhas partilhados pelas famílias, visitar os Hutongs para muitos é o charme de visitar Beijing. Nos hutongs pode ser sentir todos os hábitos e culturas do povo de Beijing. Por essa tradicionalidade, muitas famílias, embora todas as modernas construções que os cercam, não querem sair daí. O número certo de hutongs é incerto mas há um ditado “existem 360 becos famosos, mas incontáveis desconhecidos”. O preço do passeio seria 200 yuanes. Eu fiquei. Os pés doíam por causa da subida da muralha, no dia anterior. Os excursionistas que foram, gostaram, pois puderam ver a China de outros tempos, que estes Hutongs e conservam.

       Neste dia tomei café da manhã com o colega de excursão Adriano que trabalha na Caixa Econômica, em Curitibanos. Falei no meu sobrinho Ney Cristofolini que trabalha em Brasília, na Caixa e ele o conhecia. às 10 horas subimos para um belo programa: visitar o Templo do Céu. Neste espaço de 273 hectares se misturam as três religiões: Budismo, Confucionismo e Taoismo. Aqui os jovens são ateus pois seus pais e avós eram comunistas e não podiam cultivar a religião, nos fala o guia.

Chegamos e vemos que o “Templo do Céu” é o nome de todo o parque com muito verde e muitas flores, com árvores e jardins bem cuidados. É um complexo de templos taoístas em Pequim, o maior do seu gênero em toda a República Popular da China.

“O Templo do Céu ocupa uma área de cerca de 3 milhões de metros quadrados. São 1.700 metros no eixo Leste-Oeste e 1.600 metros no eixo Norte-Sul. A maior parte é coberta de vegetação. É cerca de quatro vezes maior que a Cidade Proibida, a qual costumava ser a residência do imperador. Diz-se que nenhum imperador, como filho do Céu, ousou a construir sua própria moradia maior do que um lugar dedicado a Céu, ao divino, no caso, o Templo do Sol.

       Durante a Dinastia Ming como durante a Dinastia Qing (1644-1912), o Templo do Sol foi usado como um lugar sagrado para se pedir ao Céu para que houvesse boa colheita (na Primavera) e para agradecer ao Céu (no Outono). Para os antepassados dos chineses, o Céu era a autoridade suprema do Cosmos. Ele podia trazer felicidade aos humanos ou impor o flagelo à humanidade por intermédio de guerras, calamidades climáticas ou epidêmicas. Era a vontade do Céu. Por isso, desde tempos antigos, as cerimônias religiosas voltadas a oferendas e orações se popularizaram na China. O Imperador, porque era considerado filho do Céu, ou seja, um enviado do Céu para governar na Terra, tinha o poder de pedir e interceder ao Céu por seu povo”.

       Nestes espaços imensos, sente-se a emoção de ver que as pessoas estão aqui, para fazer o que mais gostam, e especialmente para se divertir. Tal é a paz que transmitem: uns tocam juntas diferentes instrumentos, outros cantam, dançam, praticam tai chi chuan, um grupo joga peteca com os pés, todos se divertem, enfim. Muitas famílias com suas crianças usufruindo saudável ambiente deste templo do Céu que também tem muito a ver com os templos taoistas como vemos abaixo, num texto da Internet:

As tradições e éticas taoistas variam de acordo com a escola, porém, no geral, enfatizam a serenidade, a não ação, o vazio, a moderação dos desejos, a simplicidade, a espontaneidade, a contemplação da natureza e os Três Tesouros: compaixão, moderação e humildade.

Foi construído no ano 1420 e tanto a Dinastia Ming como a Dinastia Qing o utilizaram para pedir a intercessão celestial para as colheitas (na Primavera) e dar graças ao Céu pelos frutos obtidos (no Outono). Desde 1998 que é considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Está situado no parque Tiantan Gongyuan, a sul de Pequim. O Templo do Céu inclui a norte, a Sala de Oração pelas Boas Colheitas.

“Este templo, é talvez o edifício mais conhecido de todo o conjunto e um dos mais representativos da cidade de Pequim. Trata-se de uma construção circular, de diâmetro de 30 metros e altura de 38 metros. Construído sobre três terraços circulares de mármore branco, o edifício ergue-se sobre 28 pilares de madeira e muros de ladrilho. Não tem nenhuma viga. A sala tem um triplo telhado construído com telhas de cor azul e está rematado por uma bola dourada na sua cúpula. Este edifício foi destruído por um incêndio em 1899 e reconstruído no ano seguinte”.

Ao longo da história chinesa, o taoismo foi, por diversas vezes, decretado a religião do Estado. Mas, após o século XVII, no entanto, ele perdeu muito de sua popularidade. Tal como todas as outras atividades religiosas, o taoismo foi reprimido nas primeiras décadas da República Popular da China e até mesmo perseguido durante a Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung; continuou, no entanto, a ser praticado livremente em Taiwan. Hoje em dia, é uma das cinco religiões reconhecidas pela República Popular da China e, embora não costume ser compreendida com facilidade longe de suas raízes asiáticas, tem seguidores em diversas sociedades ao redor do mundo.

Os Conceitos Básicos do Taoismo

       O tai chi chuan, muito praticado no Brasil, é uma arte marcial com forte influência taoista.

Yin e yang são dois conceitos básicos do taoismo que expõem a dualidade de tudo que existe no universo. Descrevem as duas forças fundamentais opostas e complementares que se encontram em todas as coisas: o yin é o princípio feminino, a terra, a passividade, escuridão e absorção.

O yang é o princípio masculino, o céu, a luz e atividade. Segundo essa ideia, cada ser, objeto ou pensamento possui um complemento do qual depende para a sua existência. Esse complemento existe dentro de si. Assim, se deduz que nada existe no estado puro: nem na atividade absoluta, nem na passividade absoluta, mas sim em transformação contínua. Além disso, qualquer ideia pode ser vista como seu oposto quando visualizada a partir de outro ponto de vista. Neste sentido, a categorização seria apenas por conveniência. Estas duas forças, yin e yang, seriam a fase seguinte do “tao”, princípio gerador de todas as coisas, de onde surgem. Esta doutrina é de uso corrente na medicina tradicional chinesa.

Foi muito interessante sentir, passeando e observando o parque, toda esta cultura chinesa, muito diferente de tudo o que se viu. Visitei os diferentes templos, também, vi o museu. Tudo foi muito interessante. Fiz fotos e aqui havia, também, inúmeros chineses e muitos turistas.

Tenho nas minhas anotações algo, do qual não sei, qual foi a razão: Antônio aqui falou sobre o filme “O Americano tranquilo”.

“Em 1952, Saigon está em plena guerra, envolvida na luta pela libertação local do domínio francês. É nesta época que chega Alden Pyle, um agente da CIA idealista que é enviado para ajudar às forças locais. Lá, conhece Thomas Fowler, um veterano correspondente do jornal London Times, que lhe apresenta Phuong, uma bela vietnamita com quem está envolvido. Logo, Pyle também se envolve com Phuong, criando um triângulo amoroso que traz uma série de revelações à tona. A fotografia do mestre Robert Krasker leva a uma estética expressionista, muito afinada com a dramaticidade histórica da obra e a perversidade da guerra”.

       Após visitar o Templo do Céu fomos almoçar, num lindo restaurante. Chamou-me a atenção uma sopa branca, gostosíssima. Talvez era de aspargos!!?? Não anotei qual foi o nome deste restaurante. Saímos do almoço às 13h45. Agora vamos conhecer um ritual do Chá e certamente ouvir falar sobre o confucionismo

“É importante notar que o “ritual” desenvolveu um significado específico no confucionismo, ao contrário de seus significados religiosos usuais. No confucionismo, os atos da vida cotidiana são considerados rituais. Os rituais não são necessariamente regimentados ou práticas arbitrárias, mas sim as rotinas em que muitas vezes as pessoas se inserem, consciente ou inconscientemente, durante o curso normal de suas vidas. Moldar os rituais de uma forma que leve a uma sociedade saudável e satisfeita e a um povo saudável e satisfeito é um objetivo da filosofia confucionista”.

Chegamos a uma casa de Chá para assistir a demonstração deste ritual.

Num ambiente bem preparado, em que cada excursionista tinha à sua disposição, tudo o que era necessário para a cerimônia, uma chinesa nos explica, passo a passo, a cerimônia do chá. Nós escutamos, durante boa parte do tempo, e sentimos esta cultura maravilhosa do ato social de tomar chá. Valeu, realmente!! Aí perto, neste mesmo andar, estava a loja que vendia chás. Como já havia dito, a propaganda era que a loja do governo é autêntica e o produto é garantido. Não há nenhuma dúvida sobre a autenticidade deste produto. Como já falei, nestes lugares que são do governo, não há o costume social e cultural da pechincha. Por isso os preços são sempre muito salgados, exagerados mesmo. Comprei uma caixa retangular, com 5 caixinhas contendo 5 qualidades de chá. Os pacotes eram pequenos, mas por eles paguei 220 yuanes, ou seja, 60 dólares. Muito caro e apesar disso, comprei!
Presenteei algumas pessoas de minha família com uma caixinha de chá. De minha parte, estou tomando, cada dia, com muita reverência, este chá, cujos pequenos grãozinhos, colocados em uma xícara, com água fervendo, resultam num chá excelente!

Fiz uma foto com as simpáticas vendedoras da loja. Saindo da casa de chá fomos para o Palácio das Sedas. Havia como sempre muito movimento! Lá comprei uma bateria, pois eu havia esquecido, no hotel em Xangai, o carregador e a bateria de minha máquina fotográfica Sony.

Não foi fácil aceitar que minha desatenção havia me dado esta rasteira. Fiquei sem estes equipamentos tão necessários numa viagem e precisei comprá-los em Pequim.

Muitas turistas compraram muitas peças através da já aprendida técnica da pechincha. Chegamos ao hotel bastante cansadas. De minha parte tomei banho, passei Hena no cabelo e fui dormir. Amanhã será o último dia, pois sairemos cedo para atravessar os céus deste gigante que aprendi a valorizar e admirar nesta excursão: a China. às vezes aqui ouço falar da ânsia de construir o moderno a qualquer custo. Há pessoas que falam “CHAI-NA” que parece, quer dizer destruir, destruição do tradicional para construir o moderno. Pequim e Xangai mudaram de escala rapidamente. Há quem resista a esse afã de destruir para construir. “Os hutongs são a memória desta cidade, a base cultural e arquitetônica da antiga Pequim e por isso precisam ser salvos”, e, “Uma cidade que desrespeita sua história e sua cultura acaba entrando em declínio”, diz Pei Zhu, arquiteto chinês consagrado.

Formado na Califórnia, Zhu projetou o Centro de Comando Digital Olímpico, um conjunto de quatro prédios de gigantescos circuitos eletrônicos enfileirados. O projeto de Zhu é considerado exemplo de uma arquitetura inovadora que usa elementos tradicionais, como pedras cinza. Como defensor do patrimônio cultural, Zhu é contra a destruição dos hutongs, bairros antigos em Pequim que traduzem uma maneira de viver, com seus labirintos orgânicos e suas casas de portas abertas.

       No governo chinês, poucos pensam como Zhu. O ministro da Cultura, Sun Jiamai, lamentou, em maio de 2006, a destruição da velha Pequim, mas não conseguiu frear os tratores nem as escavadeiras. Nos últimos anos, 3 milhões de chineses foram expulsos para os subúrbios de Pequim, ganhando indenizações irrisórias. Para dar lugar a largas avenidas, viadutos, condomínios. Há histórias terríveis de incêndios criminosos para obrigar moradores relutantes a abandonar suas casas. A discussão se tornou tão ácida que, hoje, os críticos pronunciam o nome de seu país em inglês “Chai-na”, que significa em mandarim “demolir onde? À força, Pequim foi reinventada e tornou-se a capital moderna e reluzente da segunda maior potência do mundo”.

Dia 3 de junho de 2014 – Terça-feira – de Pequim a Dubai

       Neste dia iniciamos nossa viagem da volta. Saímos do hotel muito cedo: eram 4h da manhã. O avião da Emirates sairá às 7h30 para Dubai.
Projetado em forma de um dragão e com influência do feng shui, o novo terminal do aeroporto de Pequim construído para as Olimpíadas, receberá 580 mil voos por ano , até 2015.

       O aeroporto de Pequim, projeto do inglês Norman Foster, dá uma ideia de como o país pretende afirmar-se como potência turística, além de econômica. É descrito como o maior aeroporto do mundo, com mais de 1 milhão de metros quadrados. Foi inaugurado em fevereiro deste ano. Duas imensas asas simétricas dão a impressão de que o prédio inteiro está prestes a alçar voo. O projeto custou US$ 2,7 bilhões. Foi construído por 40 mil operários tem a forma de um dragão.

Abaixo as fotos do moderno aeroporto.

“O enorme terminal oferece mais de 64 restaurantes e mais de 90 lojas. Possui 7 mil vagas de estacionamento para carros, 175 escadas rolantes, 173 elevadores, e 437 esteiras rolantes e acoplada ao projeto existe uma estação de trem, com ligação ao centro da cidade”. O arquiteto Mouzhan Majidi, executivo-chefe da Foster & Partners define: “O novo Terminal em Pequim, foi concebido e construído em apenas 4 anos, numa escala e qualidade maravilhosas. É um verdadeiro Portal para as Olimpíadas 2008 e estamos muito satisfeitos que ele tenha sido inaugurado a tempo para este evento mundial.

O avião decolou às 7h30 e nós voaremos, durante 8 horas até Dubai. Foi deste lugar, que conseguimos ver as eternas neves do Himalaia.

Estávamos sobre o grandioso Himalaia cuja largura é de 1000 km. Este colosso não me era imaginável, antes desta viagem. Muitos da nossa turma como eu também ficamos, durante muito tempo, admirando esta misteriosa paisagem, que nunca era substituída por nenhuma outra. Só montanhas cobertas de neve a perder de vista. No Himalaia, muitíssimos picos têm mais de 7.000 metros de altura. Foi uma das grandes emoções de minha vida.

No avião, perto de minha poltrona, adolescentes da Ucrânia estavam voltando da China, onde vieram fazer 23 apresentações de balé. São 20 meninas e 6 meninos muito alegres. Conversei com sua professora, Helena, que me falou das atividades que desenvolveram na China. Depois Helena me deu um cartão pessoal.

       No mapa vejo que já são 12h30 e já percorremos 2/3 do trajeto. Nesta viagem, como sempre conversei com os colegas da excursão, andei pelo avião e também fiz fotos. Depois de 8 horas de uma ótima viagem, chegamos a Dubai, às 16 horas. Tomamos o metrô do aeroporto, depois passamos pela polícia em outro ponto do aeroporto, e finalmente, o ônibus nos levou para o nosso conhecido hotel Millenium que fica a dois pontos de metro da Burg Khalifa, a torre mais alta do mundo, com 165 andares. Minhas duas malas vieram no avião. Aquela mala pequena que sempre carregava comigo, desta vez, teve que ir com o resto das malas, pois, excedeu ao peso: 13 k.

Estamos novamente em Dubai. Em todos os lugares por onde andamos vemos construções no deserto ou ilhas formadas no mar. São logo ocupadas com moradias, como é o caso da “Palm Jumeirah” que vemos abaixo.

“A construção da Ilha Palm Jumeirah começou em junho de 2001, e está prevista para terminar em meados de 2008. A Palm Jumeirah é a menor das três ilhas que formam a “Palm Islands”, arquipélago artificial em forma de palmeiras. Está localizada sobre a área costeira de Jumeirah em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos sendo junto com as outras ilhas do complexo, as maiores ilhas artificiais criadas pelo homem.
A Palmeira Jumeirah está construída com a forma de uma árvore de palmeira e consiste em três partes: um tronco, uma coroa com 17 copas e uma ilha circundante crescente que formará uma barreira às ondas”.

É sempre interessante ter decorado, algumas palavras ou frases, na língua de Dubai, que nos facilitam a comunicação:
Frases úteis: Saudações:
Olá = Salam
Bom dia = Sabah el kheer
Boa noite (ao chegar) = Masaa el kheer
Bem-vindo! = Marhaba
Como você está? = Kaifa alhal
Estou bem, obrigado = Ana bekhair, shokran
E você? = Wa ant?
(Muito) obrigado! = Shukran (jazeelan)
De nada! – Afwan
Boa noite (ao partir) = Tosbeho ala khair
Tchau = Ma’a salama

Dia 4 de junho de 2014 – Quarta-feira de Dubai para Dubai Abu Dhabi

       Do programa de hoje, consta uma saída para conhecer Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes Unidos. Abu Dhabi quer dizer “Pai da Gazela”. Do programa de hoje consta: visitar a Grande Mesquita, o Palácio residencial e almoçar no “The St. Regis Saadiyat Island. Resort”, que tem uma suíte de 2.000 metros, e conhecer o circuito da Ferrari. Capital dos Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi é também o nome do maior dos sete Emirados que constituem o país. Está localizada numa ilha unida ao continente por duas pontes: Maqta e Musaffah. Possui uma população de 1 850 230 habitantes (2006), grande parte da qual é expatriada. Tem um litoral que estende por mais de 400 quilômetros.

Quem planejou Abu Dhabi foi um arquiteto do Egito. O presidente deste emirado tem 65 anos e é também o presidente do país dos Emirados Árabes Unidos. Abu Dhabi é a capital maior e a mais rica e nela não existe metro. Conta a história que aqui, em pleno deserto, uma gazela guiou uma tribo do deserto até encontrarem água.
O guia nos fala sobre o Kempiski Mall.

       O que sempre nos impacta é ver a quantidade de verde e de flores que surgem, como por encanto, em plena areia do deserto. Na verdade, a cada folha verde, e a cada flor, chega uma mangueirinha, que no processo de gotejamento, faz chegar a cada folha, raiz ou flor, o precioso líquido. Abu Dhabi é dividido para propósitos administrativos em três regiões principais. A primeira região cerca a cidade de Abu Dhabi que é a capital do emirado e a capital federal. “A segunda região de Abu Dhabi, conhecida como a Região Oriental, tem como a mais importante cidade de Al Ain. (Foto acima). Esta área fértil é rica em horticultura com muitas fazendas, parques públicos e locais arqueológicos importantes. Também é abençoada por recursos de lençóis d’água significativos que alimentam numerosos poços artesianos”.

Esta também é um centro cultural e educacional e local da primeira universidade do EAU, a Universidade dos Emirados Árabes Unidos que integra muitas faculdades e uma escola médica vibrante. O transporte interno é facilitado por uma soberba rede de estradas e Al Ain é conectada para o mundo externo pelo aeroporto.

       A Região Ocidental, inclui 52 aldeias e tem como principal cidade Zayed. (acima , fotos do Sheikh Zayed e da ponte Sheikh Zayed).
Uma extensa arborização cobre 100.000 hectares pelo menos, incluindo mais de 20 milhões de sempre-vivas. A costa principal do país abriga os campos petrolíferos, assim como a maior refinaria de petróleo do país a Al Ruwais. Além das três regiões de continente de Abu Dhabi há várias ilhas importantes dentro do emirado entre as quais se destacam Mubarraz, Zirku e Arzanah, próximas dos campos de petróleo. O grande polo em Saadiyat (a ilha da Felicidade) deverá ser um polo do turismo cultural, com prédios projetados por arquitetos de renome internacional.

“A ilha de Saadiyat significa “Ilha da Felicidade” e é uma ilha com 2700 hectares, situada a 500 metros da cidade e ilha de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Esta ilha é objeto de um importante projeto de desenvolvimento para turismo de massas e promoção da cultura. Na ilha não só estão projetadas áreas residenciais, mas também hotéis de luxo, campos de golfe e um porto desportivo, mas também uma grande área cultural, incluindo os futuros Louvre Abu Dhabi e Guggenheim Abu Dhabi. Na parte norte da ilha foi desenvolvida uma zona industrial, estando planeada uma zona franca e um centro financeiro”.

O museu de arte clássica, desenhado pelo francês Jean Nouvel, poderá ser a primeira filial do Museu do Louvre fora da França. Um dos projetos mais surpreendentes, assinado pela iraquiana Zaha Hadid, é um centro cultural cujas formas lembram ondas do mar. Com marinas, hotéis de luxo e bairros residenciais, a ilha de Saadiyat deverá custar 27 bilhões de dólares financiados com o abundante petróleo. O que vemos neste trajeto são inúmeros prédios, e um grande porto, o porto Khalifa.

“O Porto de Khalifa, na capital dos Emirados Árabes Unidos, é um gigantesco e moderno complexo construído em uma ilha artificial a cinco quilômetros de extensão da costa de Abu Dhabi. Inaugurado em setembro de 2012 para substituir o antigo porto de Mina Zayed, que já não suportava a demanda de carga do Emirado nos últimos anos, o porto de Khalifa tem capacidade de processar até 2,5 milhões de contêineres, anualmente. Enquanto o antigo porto de Mina Zayed, localizado no coração da capital, deixa de ser utilizado para o transporte de cargas e passa a ter um foco maior no turismo – o que deve melhorar a qualidade de vida dos moradores de Abu Dhabi –, o porto de Khalifa passa a realizar as operações mais pesadas e em grande escala, além de contar com os equipamentos mais modernos para complexos portuários”

O governo espera ampliar a rede ferroviária e de estradas a partir do porto. A ilha artificial onde o porto está localizado se conecta ao continente através de uma estrada e de uma ponte de 1 km de comprimento. Também vemos entre muitas outras, a embaixada do Brasil. Vemos, também, entre edifícios muito altos e interessantes, um muito estranho: é o chamado “Capital Gate”2, um edifício que é mais inclinado do que a torre de Pizza.

“O Edifício Capital Gate foi planejado para ficar inclinado 18 graus a oeste – isso equivale a mais de quatro vezes a inclinação da Torre de Pisa.

A obra não só conseguiu ser concluída, e atingir a meta, como ganhou o reconhecimento do Guinness Book de maior torre inclinada construída pelo homem. O título foi concedido após uma rigorosa avaliação pelo Comitê de Premiação desde janeiro de 2010, quando a estrutura de 160 metros e 35 andares foi concluída

“A bandeira dos Emirados Árabes Unidos foi adotada em 2 de dezembro de 1971 e contém as cores Pan-Arábes vermelho, verde, branco e preto, simbolizando a unidade Arábica. Além disso, as cores individuais têm os seguintes significados: Verde: Fertilidade; Branco: Neutralidade; Preto: a riqueza de petróleo dentro das fronteiras do País; vermelho: a unidade. ”E já que, na independência os Emirados se livraram do jugo britânico, importa aqui fazer uma pergunta: Como se deu a submissão dos Emirados ao Ingleses?

“Para se entender melhor como se formou esta região, se faz necessária uma análise de um império que possuía os territórios que hoje compõem o Oriente Médio até a sua dissolução. Trata-se do grande Império Otomano que no fim da Primeira Grande Guerra Mundial se reduziu ao que é hoje a República da Turquia.

“O Império Otomano foi um Estado secular que existiu entre 1299 e 1922 e que, em seu apogeu (1683), detinha inúmeros territórios anexados ao seu domínio, dentre eles, cita-se a atual região do Oriente Médio. Ele era um estado teocrático guiado pelo Islamismo que se dissolveu após sua derrota, na Primeira Guerra Mundial. No período anterior à Primeira Guerra Mundial, o Império Otomano vivia um período de forte declínio econômico e territorial. Ele não mais possuía a grande extensão que um dia chegou a ter e optou por entrar para a guerra junto a Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-húngaro e Itália). Com derrotas significativas e a consequente perda da Guerra, os territórios ainda sobre domínio Otomano foram entregues às forças britânicas e, sob os termos do tratado de Sèvres, sua partilha foi definida, criando assim 40 novos países independentes e, consequentemente, o Oriente Médio.

“O Tratado de Sèvres foi um acordo de paz assinado entre os Aliados e o Império Otomano em 10 de outubro de 1920, após a Primeira Guerra Mundial. As suas cláusulas consagravam a perda, pela Turquia, não apenas da Palestina, Síria, Líbano e Mesopotâmia, mas também praticamente de todos os territórios turcos na Europa (com exceção de Constantinopla) e da região de Esmirna, ambas entregues à Grécia. Além disso, o tratado estipulava que os estreitos de Bósforo e dos Dardanelos, assim como o mar de Mármara, seriam transformados em zonas neutras desmilitarizadas (internacionalizadas) e sua travessia permitida, em quaisquer circunstâncias, a todos os navios estrangeiros, mercantes ou de Guerra”.

E como se deu independência dos Emirados da submissão aos ingleses?

“Foi mais ou menos assim que tudo aconteceu: No ano de 1967, os ingleses decidiram que iriam sair do Oriente Médio, avisando aos Estados Truciais (Trucial Coast), como eram denominados os Emirados antes da independência) que sua partida tinha data marcada: 1971. Por incrível que pareça, a decisão não foi bem aceita pelos árabes, que se sentiram meio que abandonados. Vendo que o Governo Britânico não voltaria atrás, os líderes de Abu Dhabi (Sheikh Zayed) e de Dubai (Sheikh Rashid) marcaram um encontro e decidiram formar uma união para, conjuntamente, definir questões estratégicas como política, defesa e relações exteriores. Inicialmente com nove participantes, o grupo se reuniu diversas vezes para delinear as diretrizes da nova nação a ser formada. No meio do caminho, houve duas desistências: Bahrein e Qatar. Assim, em novembro de 1971, seis emirados assinaram uma constituição provisória que foi utilizada para a proclamação da independência (com exceção de Ras Al Khaimah que somente entrou para o grupo em fevereiro do ano seguinte”.

       O nosso guia nos fala sobre a economia de Abu Dhabi e suas grandes empresas: Abu Dhabi tem 67,340 km² e 60% era deserto. É um deserto muito rico em petróleo. A ADNOC. (Abu Dhabi National Oil Company) a maior empresa de petróleo, foi criada em 1971 junto com o país dos Emirados. Aqui há muitas empresas de água potável. Há também muitos geradores de energia eólica.

       A Dubai Alluminium foi fundada em 1975 e exporta 950.000 toneladas de alumínio por ano. O Alumínio é extraído das montanhas. Trabalham nesta empresa 3.700 pessoas.
Apesar de Abu Dhabi ser um grande produtor de petróleo, seus dirigentes querem diversificar as fontes da riqueza, dando sustentabilidade para a economia do emirado. Abu Dhabi tem mais 100 anos de petróleo dizem. O deserto é o mais rico do mundo em petróleo. Importam verduras e laranjas da China e da Índia.

       Nós estamos nos dirigindo a um monumento importantíssimo de Abu Dhabi e já estamos visualizando, ao longe, com suas cúpulas e minaretes, a Mesquita Zayed.
No interior desta magnífica obra de arte, só se pode adentrar quando se está devidamente vestido, conforme a exigência. às vezes, se recebe uma burca preta de seda e às vezes, só se necessita cobrir a cabeça com um véu, como também se devem cobrir ombros, braços e pernas. Só se pode entrar sem sapato. Não nos cansamos de admirar a beleza de cada recanto da Mesquita, com seus detalhes surpreendentes e muito ricos, tanto em estilo quanto em materiais. Ver seus mosaicos, as pedras preciosas e semipreciosas, incrustadas com tanta exatidão e beleza no branco de seu mármore é algo muito belo e mesmo inesquecível! Enfim a grandiosidade deste Templo Muçulmano nos fascina.

       Na parte exterior e nos arredores também me chamaram a atenção além do espelho d´agua, as tamareiras com seus cachos de frutas ainda verdes, mas devidamente protegidos. Também vi os trabalhadores que vem dos países que ofertam mãos de obra para os Emirados, num sol quentíssimo de meio dia, protegidos na cabeça e no rosto, trabalhando no jardim. Pensei sobre a dureza da vida destes trabalhadores estrangeiros, dos quais pouco se sabe, a não ser que vem para cá sem a família, para a qual mandam mensalmente, parte do dinheiro que aqui ganham.

“A Grande Mesquita Sheikh Zayed é um dos mais importantes tesouros arquitetônicos dos Emirados Árabes Unidos, um dos monumentos religiosos mais imponentes de Abu Dhabi, além de ser uma das mais belas do mundo.

A Mesquita de Abu Dhabi, diferente de outras Mesquitas

       Os 7 Emirados Árabes Unidos, tem 3.858 Mesquitas. Em Abu Dhabi tem 2584 e em Dubai 500 Mesquitas. É aberta a todos os visitantes, de forma gratuita, e com opção de um tour guiado de uma hora que é imprescindível como introdução da religião muçulmana e a cultura árabe. A Mesquita se destaca pelos superlativos arquitetônicos, que a tornam a um dos edifícios mais espetaculares do planeta. O complexo ocupa uma área de 22.412 metros quadrados, o equivalente a cinco campos de futebol. Com capacidade para 41.000 pessoas, possui 82 cúpulas, mais de 1.000 colunas, um lustre de ouro 24 quilates, além do maior tapete do mundo feito à mão. Seu salão principal é um dos maiores do mundo, com capacidade de 7126 fiéis. A construção usou materiais trazidos de diferentes partes do mundo: o mármore da Itália, cristais da Áustria, pedras preciosas da Índia, os tapetes do Irã e assim por diante. Mais de 3.000 trabalhadores e 38 empresas de renome participaram da construção”.

A Mesquita possui diferentes locais que servem de apoio para esta grande Mesquita, onde mosaicos belamente elaborados nos extasiam pela sua estonteante beleza.

       A Mesquita possui 1.048 colunas nas áreas externa, 96 colunas no salão principal, que são revestidas com mais de 20.000 painéis de mármore incrustado com pedras semipreciosas, incluindo lápis-lazúli, ágata vermelha, ametista e madrepérola. Além disso, possui quatro minaretes de quase 107 metros nos quatro cantos. A Grande Mesquita Sheikh Zayed é a terceira maior Mesquita do mundo, ficando atràs apenas da Meca e Medina na Arábia Saudita. Sua cúpula principal possui 85 metros de altura e 32,8 metros de diâmetro, sendo a maior cúpula de uma mesquita no mundo.

       É também o último lugar de descanso de seu fundador Sheikh Zayed bin Sultan Al Nahyan que faleceu em 2004. A Grande Mesquita é um desses lugares que não se pode descrever com palavras, só mesmo conhecendo para ter consciência do seu tamanho e beleza.
       A construção que começou no final de 1996 durou quase 12 anos, utilizando 38 empresas, 3.500 trabalhadores e 2,5 bilhões AED. Foi inaugurada em 20 de dezembro de 2007, com a presença da sua Alteza Sheikh Khalifa bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos. A Mesquita foi construída com a elevação de 11 metros acima do nível do mar, e quase 10 metros acima do nível da rua, desta forma é visível de todas as direções.

O salão principal da oração abriga um gigantesco lustre com 10 metros de diâmetro, 15 metros de altura e pesando 12 toneladas, com tecnologia de fibra ótica e milhares de cristais Swarovski avaliados em US $ 8,2 milhões. Esta sala também tem o maior tapete artesanal do mundo.

Com 5.625 m² o tapete do salão principal, foi todo feito a mão por 1200 artesãs iranianas, utilizando 30 toneladas de lã e 15 toneladas de algodão e demorou cerca de 20 meses para ser concluído. É o maior tapete do mundo, com um total de cinco milhões de nós. A obra possui 25 cores naturais, provenientes de raízes, cascas e os galhos de diferentes tipos de árvores e plantas. Seu valor estimado é de 8 milhões de dólares”.

       Outros lugares interessantes de Abu Dhabi: Avenida Corniche:

“Em francês Corniche significa Avenida Costeira, margeia a cidade de Abu Dhabi ao longo de quase 6 km de extensão. É um dos locais mais pitorescos de Abu Dhabi por hospedar jardins, fontes e várias áreas verdes espalhados entre modernos edifícios e palácios de frente para o mar, inclusive o sofisticadíssimo Emirates Palace Hotel”.

Fomos almoçar no maravilhoso “The St. Regis Saadiyat Island Resort”.

Foi muito interessante conhecer este hotel, situado à beira da praia, com diferentes ambientes internos muito sofisticados. A comida estava ótima.

No hall de entrada, um árabe vestido a rigor nos oferecia tâmaras, a fruta mais importante do golfo.

Saindo deste lugar fomos conhecer o Parque temático da Ferrari.

Inaugurado em 2010, o Ferrari World se tornou uma das principais atrações turísticas de Abu Dhabi, construído em pleno deserto árabe.

“Voltado sobretudo aos apaixonados por velocidade, mas com muitas atrações para crianças menores, conta com dezenove atrações, entre elas duas montanhas-russas: a Fiorano GT Challenge e a veloz Formula Rossa, a mais rápida do mundo. Em questão de segundos, ela chega a incríveis 240 km/h, jogando muita adrenalina em sua circulação. Também na linha radical, o G-Force é uma torre que despenca a 62 metros de altura. Para as crianças, há brinquedos como o carrossel, o Bell’Italia, uma reprodução de uma estrada com paisagens da Itália, e o Junior GT, no qual elas pilotam um pequeno automóvel.

Às 16h30 saímos do circuito.
Nesta viagem de volta, vimos também, o local onde está sendo construído o palácio do príncipe herdeiro de Abu Dhabi, ainda com muitos guindastes.

De outro lado Abu Dhabi, está destinado a ser um grande polo cultural no Oriente, como podemos ler nas páginas da Internet:

Abu Dhabi, um Polo Cultural

“A grande novidade é que, muito além de ser um centro comercial e turístico, com marinas e hotéis, Saadiyat (a Ilha da Felicidade) pretende ser um lugar de alta cultura, com quatro museus, pavilhões para grandes exposições e um centro cultural, todos projetados por arquitetos de renome internacional.

Esse distrito artístico incluiria um Museu Guggenheim, dedicado à arte contemporânea, e um museu de arte clàssica, gerido pelo Louvre, em conformidade com um contrato ainda a ser fechado com o governo francês – que já vem causando polêmica.

Projetado por Jean Nouvel, o futuro museu de arte clássica de Saadiyat deverá ser a primeira filial internacional do Louvre. O acordo, ainda não plenamente oficializado, foi negociado entre o governo francês e as autoridades de Abu Dhabi e ignorou representantes dos meios culturais. Os intelectuais reagiram de maneira exaltada. Um abaixo-assinado contra a “venda da alma” francesa, capitaneado pelo historiador da arte Didier Rykner, reuniu 4.000 signatários na internet, incluindo mais de uma centena de curadores de museu (o curioso é que a “alma” do Louvre é constituída em grande parte pelas artes italiana, flamenga e alemã) … Em contrapartida ao empréstimo de obras, o sistema de museus da França receberia perto de 1 bilhão de dólares de Abu Dhabi. O Louvre seria a cereja do bolo na ousadia arquitetônica de Saadiyat. O complexo cultural deverá contar também com o indefectível Museu Guggenheim – mas este já não causa nem polêmica nem deslumbramento. Com uma matriz em Nova York e museus afiliados em Berlim, Veneza, Las Vegas e Bilbao, o Guggenheim é conhecido ironicamente como o “museu McDonald’s”.

Abu Dhabi quer ser uma espécie de oàsis artístico no Oriente Médio, tomando o lugar de tradicionais cidades de cultura da região que hoje vivem em situação de conflito, como Beirute e Bagdá. É uma pretensão curiosa para um lugar em que não existe uma cultura local vibrante e até a mão-de-obra dos hotéis é na maior parte proveniente dos países vizinhos. Mas vale observar que Abu Dhabi não está apenas tentando seduzir o rico turista cultural. Revelando uma visão de longo prazo relativamente nova entre os nababescos xeques do petróleo, o projeto de Abu Dhabi incluiria até um centro de artes gerido pela prestigiosa Universidade Yale.

“É muito fácil desdenhar as pretensões culturais dos Emirados como coisa de novo-rico. Mas devemos ser mais generosos”
“A mistura cosmopolita que se vê naquelas cidades talvez um dia gere novas formas de cultura e de cidadania”, diz o arquiteto libanês Hashim Sarkis, professor da universidade americana Harvard e proprietário de um escritório que realiza muitos projetos no Oriente Médio. Resta ainda uma certa dúvida sobre que obras de arte poderão ser exibidas nos magníficos museus da futura ilha da Felicidade. Em princípio, tudo seria permitido.”

       Uma excursão faz visitas, quase sempre rápidas, mas, mesmo assim se consegue registar alguns lugares interessantes, acrescentando-lhes mais conhecimentos.

Nesta tarde passamos por uma casa de artesanato e tapetes. Havia trabalhos interessantíssimos. A criatividade na arte, realmente, não tem limites. O que aparece na figura ao lado é um lindo trabalho todo bordado em ouro.

       Chegamos à tardinha ao nosso Milenium hotel, em Dubai.

Dia 5 de junho de 2014 – Quinta-feira em Dubai

       O Porto Rashid é o porto comercial da cidade de Dubai, no emirado de Dubai.
Hoje é dia livre. O Jantar de despedida será no restaurante do hotel Burj Al Arab (6 estrelas), com visita a o hotel.

       Aproveitei este dia para ir de metrô até a Burj Khalifa, a maior torre e lá visitar o Shopping. Eu ainda não havia viajado de metro e juntamente com meu colega de excursão prof. Dirksen fiz esta pequena e interessante viagem. Cada estação de metrô é um espaço muito interessante e completo. Valeu a pena conhecê-lo. No Shopping, comprei roupinhas para meus sobrinhos netos, Manoela e Francisco.
Na volta pude observar, a partir da estação do metrô, as grandes construções que estão sendo feitas em Dubai. Neste dia também descansei e fui ao mercado comprar tâmaras.
       Nesta noite um programa muito especial: jantar no hotel Burj Al Arab.

Aqui aconteceu algo interessante: após descermos dos quartos e preparadas para sair, no hall de entrada, percebi que minha colega de excursão tinha colocado a mesma blusa que eu também. Aí no hall do hotel Millenium, antes de sair para o jantar, fizemos então esta foto.

O Jantar no hotel foi muito especial. Fizemos muitas fotos.

       No entanto, havia no programa, a visita a todo o hotel, o que infelizmente não aconteceu.

Dia 6 de junho de 2014 – Sexta-feira em Dubai

       Aqui após o café da manhã fizemos o translado até o aeroporto, embarcando no voo da Emirates, às 8h15. Chegamos em Garulhos, às 18h30 e, depois de uma ótima viagem, chegamos em Florianópolis.

Conclusão

       Mesmo com bastante cansaço no final, posso dizer que a viagem valeu muito a pena. Foram muitos os ensinamentos assimilados e muitas, as paisagens materiais e humanas já guardadas, com muito carinho, na memória. E tudo isto posso agora repartir, e compartilhar com quem também se interessou por estes assuntos de viagem.

       Gonçalo Cadilhe, viajante jornalista, escritor, documentarista escreveu estas palavras, as quais também endosso:

“Viajar é alegria, é plenitude. E como todas as coisas boas da vida, essa alegria, essa plenitude, merecem ser partilhadas. Nesse sentido, cada reportagem que assino, cada livro que escrevo, cada documentário que realizo, toda a minha atividade profissional é sentida como uma partilha”.

Um dos maiores prazeres da vida é realmente aprender. A viagem nô-lo possibilita. A Vida precisa ser engrandecida”, escutei, quando eu estava assistindo, no SESC, o filme intitulado “Eu Maior”. O filme “Eu Maior” foi exibido no dia 10 de setembro de 2014, na sede do SESC em Florianópolis S. C.

Esta frase me marcou e logo tive uma grande emoção! Senti que, para mim, viajar desta maneira é engrandecer a Vida. Ao mesmo tempo em que tomo consciência de ter aumentado o conhecimento, também identifico que tenho agora, muito mais ainda para aprender e que o desconhecimento sobre a realidade que me cerca, é muito maior.

Graças!
Anita Moser
Florianópolis, 21 de outubro de 2014

Um comentário

  • ILSE+MARIA+JAPP

    Liebe Anita, mais uma vez você me levou para lugares nem imaginados, que através dos seus olhos e das suas observações muito particulares me deixaram fascinada! Templos, palácios, mesquitas, arquitetura, arte e artesanato, cultura dos diversos povos, paisagens, natureza exuberante, história e geografia… Nada falta no seu belíssimo relatório!!!
    Foi dado a você o privilégio de conhecer presencialmente todos estes destinos e a nós, leitores e leitoras, o privilégio de acompanhá-la a qualquer momento, pois você nos abre as portas como ninguém, nos convida a participar do seu entusiasmo, a querer explorar mais e mais, e a sentir que todos nós somos parte desta grande família espalhada pelos quatro cantos do mundo!!!
    Gratidão imensa pela partilha e um forte abraço!!!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *