Viagem à Europa Central e ao Leste Europeu
Excursão de Ônibus pela Empresa Espanhola “Europamundo”
24 de julho a 12 de agosto de 2009
Anita Moser
Viajei pela Europa Central e o Leste Europeu, durante 20 dias, de 24 de julho a 12 de agosto de 2009. O convite partiu de minha amiga Regina Müller que participaria também desta excursão, organizada por uma empresa europeia. Aceitei agradecida o convite, pois, conhecer esta parte do mundo era o meu desejo há muito tempo. Toda a viagem foi feita de ônibus, com a Empresa espanhola “Europamundo”. Este fato possibilitou tempo suficiente não só para conhecer e admirar lugares de natureza ímpar e história cultural milenar, mas também possibilitou o encontro com a história recente de algumas destas regiões pelas quais passamos.
Excursão formada por pessoas vindas de diversos países da América Latina como México, Venezuela, Equador, Argentina e Brasil, e também de dois países da Europa, Espanha e Portugal, foi sempre acompanhada de ótimos guias, com bom preparo intelectual! Foram eles que aproveitaram o pouco tempo do qual dispunham, com o máximo de úteis informações. Dessa forma, agradecida, posso afirmar que eles foram excelentes!
Viajar, em todo o caso, é uma experiência que precisa ser feita!
Fazer depois um relatório sobre a mesma, descrevendo-a, possibilita aprofundamento sobre o que, às vezes, apenas se viu ou se ouviu de passagem ou se recordou de antigos estudos escolares. Por experiência afirmo que fazer o relatório é um processo difícil, mas também, sempre muito prazeroso. Difícil, porque é pesquisa e persistência e prazeroso, porque é uma forma agradável de se reciclar conhecimentos e possibilita fazer, sempre, pequenas sínteses muito necessárias e úteis, tanto a nível histórico, como a nível geográfico e cultural. Para isto ser possível, foi consultada, inúmeras vezes, esta maravilha moderna que se chama “Wikipédia”, que coloca, à disposição de todos, grande soma de informações sobre regiões longínquas e histórias não familiares.
No Leste Europeu, um fato recente e conhecido por todos foi a desintegração da República Federal Socialista da Iugoslávia que havia ocasionado, no fim do conturbado século XX, uma carnificina sem precedentes nestas regiões.
Hoje, a República Socialista Federativa da Iugoslávia, se transformou nessas Repúblicas independentes: Eslovênia, Croácia, Macedônia, Montenegro, Servia, Bósnia Herzegovina, Kosovo. Algumas já pertencem ao Mercado Comum Europeu e outras ainda lá não foram aceitas, pois, para isso, há que se cumprir alguns requisitos. Nas Repúblicas por onde passamos, as marcas da Guerra estavam lá, mostrando sinais da violência extrema, deixados pelos tiros de grosso calibre nas muitas casas e edificações em geral, algumas ainda crivadas de balas. Na Bósnia só passamos pelos 9 km de seu litoral.
No dia 3 de outubro de 2009, já aqui no Brasil fazendo este relatório, li, na folha de São Paulo, notícia ligada a esta Guerra. A Anistia Internacional exigiu que a Bósnia busque justiça para até 50 mil mulheres e meninas violentadas durante a Guerra no país, entre 1992 e 1995. Marczynski, da Anistia Internacional, disse que:
“Diferentes estimativas colocam o número de vítimas de estupro entre 20 mil e 50 mil e que a impunidade para tais crimes de violência sexual cometidos em massa ainda prevalece. Em muitos lugares, muitos policiais que supostamente violentaram (as mulheres) ainda mantêm suas posições, o que impede que as vítimas denunciem o crime ele. Ainda, muitas mulheres não recebem benefícios sociais devido à complexa estrutura dos sistemas judicial e do bem-estar da Bósnia, além de sofrerem discriminação para ter acesso a essa ajuda em relação às outras vítimas da guerra”.
O que segue como primeira parte deste relatório contém, algumas noções sobre a História passada destas regiões e a segunda parte mostrará, dia a dia, a viagem que tive a oportunidade de fazer neste ano de 2009.
ALGUNS DADOS DA HISTÓRIA
A história milenar destas regiões visitadas, nos conta que aqui houve a presença de inúmeros povos e de muitas e diferentes dominações, entre as quais, a dominação do Império Romano, da República de Veneza, a dominação dos Habsburgos do Império Austríaco e do Império Austro Húngaro, do Império Otomano e as invasões de Napoleão e, ultimamente, o comunismo de Tito. Todos estes domínios deixaram, nestas regiões, heranças, como resquícios de sua arte em construções, na arquitetura, bem como na sua cultura.
Inicialmente, tivemos o entendimento sobre a presença dos povos Ilírios desde a Antiguidade, ocupando o espaço de algumas regiões da antiga Iugoslávia.
A Iliria incluía o ocidente da península balcânica na costa leste do mar Adriático, um território que agora é parte da Croácia, Sérvia, Bósnia. A história destes povos Ilírios é longa. Aqui deixo apenas algumas informações.
O Território Histórico dos Ilírios
“A Ilíria foi uma província romana que existiu entre 27 a.C. e o reinado de Vespasiano (69-79 d.C.). Sua capital era Salona (próxima à atual Split, na Croácia). A província romana acabou sendo dividida em duas outras: a Panônia no Norte e a Dalmácia no Sul.
Nomes Ilírios e a Língua Nunca Esquecida
Da língua original dos ilírios restam ainda elementos, como é o caso de cerca de 1000 nomes de pessoas, deuses, tribos, lugares e alguns nomes de rios, montanhas e cidades (p.e. Skodra, Lisi Dyrrahu, etc.) que ficaram com os seus nomes intactos até hoje. […] Os povos nativos da região tinham grande fama por suas proezas militares e se tornaram uma importante fonte de mão de obra para o exército romano”.
Na Idade Média
“Com a desintegração do Império Romano, as tribos dos Godos e Hunos invadiram a Península Balcânica, fazendo muitos ilírios procuram refúgio nas montanhas. Com a chegada dos eslavos no século V, a maioria ilírios foram eslavizados. […] Alguns dos ilírios romanizados da costa do Adriático conseguiram preservar sua cultura mista. […] Durante a Idade Média e o Renascimento, o termo ‘Ilírio’ foi usado para descrever os croatas que vivem nos territórios da Croácia, Bósnia e Herzegovina, Itália, Áustria, Hungria e Sérvia (e em outros países no exterior). No entanto, no território da Albânia Veneziana (posses da República de Veneza no território de Montenegro) e ainda mais para o sul, esse termo tem sido utilizado para designar os albaneses”.
“Quando Napoleão conquistou parte das terras eslavas do Sul no início do século XIX, essas áreas foram nomeadas de Províncias Ilírias as quais permaneceram sob tutela da França até a derrota de Napoleão em 1815, quando as terras ilírias passaram para o controle do Império Austríaco dos Habsburgos”.
“Quando Napoleão conquistou parte das terras eslavas do Sul no início do século XIX, essas áreas foram nomeadas de Províncias Ilírias as quais permaneceram sob tutela da França até a derrota de Napoleão em 1815, quando as terras ilírias passaram para o controle do Império Austríaco dos Habsburgos”. […] “Sob a influência do nacionalismo romântico, um auto identificado movimento ilírio (em croata: Ilirski pokret) na forma de um renascimento nacional croata, abriu uma campanha literária e jornalística, que foi iniciada por um grupo de jovens intelectuais croatas durante os anos de 1835-1849. Era um movimento, sob a bandeira do Ilirismo, com o objetivo de criar um estabelecimento nacional croata sob o domínio Austro-húngaro através da unidade linguística e étnica entre os eslavos do Sul”. […] “O movimento foi reprimido pelas autoridades dos Habsburgos após as fracassadas revoluções de 1848. A continuidade possível entre as populações ilírias dos Balcãs Ocidentais na Antiguidade e os albaneses também tem desempenhado um papel significativo como um mito nacional no nacionalismo albanês do século XIX até os dias atuais. Por exemplo, Ibrahim Rugova, o primeiro presidente da administração ONU em Kosovo introduziu bandeira da Dardânia em 29 de outubro de 2000. A Dardânia, terra de antigos reis ilírios, era o nome de uma região entre a Ilíria e a Trácia, aproximadamente coincidente com a Kosovo moderna”.
Reino da Ilíria (1816–1849)
“A Ilíria (em albanês, Ilíria — terra dos livres) é a região mais a noroeste dos Bálcãs. Hoje em dia, abriga os seguintes países: Sérvia, Montenegro, norte da Albânia, Bósnia e Herzegovina e Croácia. A capital do Reino da Ilíria era a atual cidade albanesa de Shkodra. Os ilírios falavam uma língua que se distinguia das línguas dos outros povos da Península Balcânica na antiguidade. Era uma língua indo-europeia particular, que tinha algumas parecenças com outras línguas da época. As línguas gregas e latinas, que entraram no Reino da Ilíria como línguas culturais, de negócios ou como línguas oficiais administrativas, nunca foram línguas assimiladas pelo povo, o qual manteve intacta a sua língua materna na sua vida quotidiana. Mesmo com a invasão romana, a língua latina nunca conseguiu substituir a língua ilíria, nomeadamente como o instrumento mais expressivo das relações sociais e familiares, nem mesmo nas cidades onde os ilírios mais conviveram com os habitantes itálicos. A presença contemporânea da língua albanesa nos territórios do Sul de Itália testemunha claramente contra a eficácia da romanização de uma grande parte desta população. Por via de argumentos linguísticos, arqueológicos e extra arqueológicos, diversos estudiosos têm provado que mesmo depois da invasão romana, os ilírios não desapareceram nem foram assimilados, mas guardaram inúmeros elementos da sua cultura espiritual e material, conservaram-se como uma população compacta e estável e que o Reino da Ilíria resistiu melhor à romanização na Iliria do Sul – terras que são hoje habitadas, principalmente, pelos albaneses”.
A República de Veneza
A perseguição dos Hunos e a fundação de Veneza
A história da República de Veneza é muito longa. Sobre sua fundação podemos dizer que tem a ver com as invasões dos hunos, um dos povos bárbaros mais violentos e ávidos por guerras e pilhagens.
O apogeu do Império Huno aconteceu durante o governo de seu principal líder, Atila, responsável por diversas conquistas em guerras e batalhas. Àtila invadiu a Itália, procurando novos saques. Enquanto ele passava, refugiados fugiam para ilhas na costa do mar Adriático, iniciando povoação que mais tarde daria origem à cidade de Veneza.
Os hunos eventualmente desapareceram da história após uma leva de novos invasores, como os Avaros.
Com a queda de Constantinopla para os turcos, em 1453 e o início das navegações portuguesas e espanholas, o comércio da Europa com o Oriente através do mar Mediterrâneo entrou em decadência. Ao fim do século XVIII, a Sereníssima República de Veneza, em declínio, foi invadida por Napoleão Bonaparte. A invasão pelas tropas napoleônicas em 1797 e sua cessão à Áustria, em troca da Bélgica, pôs fim à história de muitos séculos da “Sereníssima República de Veneza”. Os territórios antes dominados pela República de Veneza foram divididos em partes que se tornaram províncias do Império Austríaco.
O Sacro Império Romano-Germânico
Viena, a capital da Áustria
A história de Viena é longa e variada, tendo se iniciado com o Império Romano que criou um centro militar na área que atualmente cobre o centro da cidade. A partir do começo militarista, Viena cresceu de um assentamento romano conhecido como Vindobona, e tornar-se-ia um importante centro comercial no século XI quando se tornou a capital do Sacro Império Romano-Germânico.
O Sacro Império Romano-Germânico foi um complexo de territórios multiétnico localizado na Europa Central que se desenvolveu durante a Alta Idade Média e continuou até sua dissolução em 1806. Em 25 de dezembro de 800, o Papa Leão III coroou o Rei franco Carlos Magno como Imperador, revivendo o título na Europa Ocidental, mais de três séculos após a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C.
Originária de Argau, na Suíça, a família Habsburg passou a integrar a nobreza europeia no início do século XI. A partir de 1273, quando Rodolfo 1º foi nomeado Imperador do Sacro Império, a família reinou sobre vários povos da Europa Central, com ramificações até a América espanhola e o Brasil. O Império que durou seis séculos tinha, em seu começo o nome de Império Austríaco e no século XIX a Hungria passou a fazer parte deste Império. Foi em 1867 que o Império dos Habsburgos incorporou, os magiares que haviam fundado a Hungria. O novo Império foi chamado então Austro-húngaro.
Os historiadores creem que as tribos nômades magiares entraram na Bacia dos Cárpatos em 896 d.C.
A Hungria tornou-se um país cristão no ano 1000 sob o reinado de Santo Estevão. Aqui um dado interessante se refere à língua húngara, que não tem quaisquer afinidades com as dos países vizinhos. A língua é apenas vagamente aparentada com o finlandês e o estônio.
Francisco José foi o Imperador da Áustria e rei da Hungria e Kaiser do Império Austro Húngaro.
A dinastia dos Habsburgos ocupou o trono austríaco até o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918 e dominou territórios que se estendiam de Gibraltar à Hungria e da Sicília a Amsterdã, superando em tamanho até mesmo o Império de Carlos Magno, 700 anos antes. O Kaiser Francisco José, faleceu durante a Primeira Guerra (1916).
O que resta do Império Austro Húngaro, encontra-se hoje dividido entre treze países: Áustria, Hungria, República Checa, Eslováquia, Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina e as regiões da Voivodina na Sérvia, Bocas de Kotor no Montenegro, Trentino Alto Àdige e Trieste pertencendo hoje à Itália, Transilvânia e parte do Banato na Romênia, Galícia na Polônia e Ruténia (região Subcarpática) na Ucrânia.
Com a derrota da Áustria-Hungria na Primeira Guerra (1914-1918) e a imposição aos vencidos dos termos do Tratado de Trianon, o Reino da Hungria foi dividido e perdeu 70% de seu território e 60% de sua população para países vizinhos, inclusive 28% de magiares.
Nota: Meus bisavôs, que vieram para o Brasil como tantos, na grande emigração do século XIX (1875) eram súditos do Imperador Francisco José do Império Austro Húngaro e habitavam a região de Trentino Alto Àdige.
O Império Otomano, seu nascimento e desintegração após a 1ª Guerra Mundial
A informação sobre o Império Otomano é fundamental, porque este Império não só dominou estas regiões, mas foi objetivo da resistência de diferentes povos e da própria cristandade que o rechaçaram.
Como Estado, o Império Otomano existiu entre 1299 e se desintegrou após a Primeira Guerra Mundial, com os outros três grandes Impérios: Império Alemão, Império Austro-húngaro, Império Russo.
“No início do século XIV, Osman, um líder tribal turco, fundou um Império na Anatólia ocidental (Ásia Menor), que perduraria por quase seis séculos. Esse Império cresceu, conquistando terras do Império Bizantino e mais além, chegou a incluir, no auge de seu poder, toda a Ásia Menor; os países da península balcânica; as ilhas do Mediterrâneo oriental; partes da Hungria e da Rússia; Iraque, Síria, Cáucaso, Palestina e Egito, parte da Arábia e todo o norte da África, pelo lado da Argélia. ”
Em 1529, Viena estava sitiada pelos turcos otomanos pela primeira vez, apesar de não haver sucesso na empreitada. A cidade, protegida por muralhas medievais, mal conseguia conter o avanço dos turcos, até que epidemias se alastraram e o inverno começou forçando os otomanos a recuar. O cerco mostrou que novas fortificações eram necessárias. Seguindo os planos de Hermes Schallauzer, Viena construiu uma fortaleza em 1548. A cidade conseguiria barrar o avanço turco na Europa em 1683. A partir de então os otomanos viriam apenas a perder terreno. Ao final da Primeira Grande Guerra, o governo otomano desmoronou e o seu território foi partilhado. O cerne político geográfico do Império transformou-se na República da Turquia, após a guerra de independência turca.
A Cidade de Viena e o Antissemitismo
Em Viena, depois de uma extensa epidemia entre 1679 e 1713, a população começou a crescer exponencialmente. Segundo estimativas, 150.000 pessoas viviam em Viena em 1724, e 200.000 em 1790. No final do século, as primeiras fábricas foram construídas, começando em Leopoldstadt, onde muito judeus viviam, depois de terem sido expulsos de seu gueto em 1670. Problemas de higiene tornaram-se comuns e foram divulgados pela cidade. O governo começou a construir redes de esgoto e a limpar as ruas. Também neste tempo, os primeiros números de residências foram criados e o correio postal foi lançado. Sob o Imperador José II, a administração da cidade foi modernizada em 1783. Ao mesmo tempo, cemitérios na cidade foram fechados.
Adolf Hitler teve muitos simpatizantes em Viena sendo recebido nessa cidade em grandes comemorações de admiradores. Fez um discurso famoso em Heldenplatz, dando as boas vindas do Reich para sua terra natal. As políticas antissemitas de Hitler acharam um solo fértil em Viena, onde o ódio aos judeus havia crescido desde o início do século XX. Imediatamente depois do Anschluss, os judeus vienenses foram submetidos a políticas humilhantes elaboradas pelo estado.
“Anschluss” é uma palavra alemã que significa anexação. É utilizada na História para referir-se à anexação político-militar da Áustria por parte da Alemanha em 1938.
Em Viena, o antissemitismo foi muito grande. Judeus vienenses foram forçados pelos nazistas, que contavam com o apoio da população local, a limpar as calçadas e a fazer todo o tipo de trabalhos.
Com uma área de 1.224 km², Viena havia se tornado a maior cidade do Terceiro Reich. Durante a guerra, a cidade concentrava 12 subcampos de concentração, localizados em várias partes da cidade. Apesar de originalmente fora do alcance dos bombardeiros Aliados, a partir de 1943 a cidade começou a ser atingida pelos bombardeiros baseados na Itália. A cidade construiu torres para se defender e estas permanecem em seus lugares até hoje. Os bombardeios de 1944 e 1945, assim como a ocupação soviética em abril de 1945, causaram grande destruição na cidade. Alguns prédios históricos sobreviveram aos ataques e muitos outros foram restaurados no pós-guerra.
Ocupação Aliada
Apenas alguns dias depois do final da Segunda Guerra Mundial, foi criado um governo provisório para a cidade. Além disso, os partidos políticos foram recriados. Em 29 de abril de 1945, o parlamento passou das forças de ocupação para um novo governo austríaco e Karl Renner anunciou a reconstituição da República Democrática da Áustria. Viena foi dividida em cinco zonas de ocupação pela União Soviética, pelos Estados Unidos, pelo Reino Unido, pela França e o centro da cidade passou a ser patrulhado pelos quatro aliados. As primeiras eleições municipais foram realizadas em novembro de 1945. Das cem cadeiras no Conselho Municipal, o Partido Socialdemocrata conseguiu 58, o Partido dos Povos Austríacos conseguiu 36 e os Comunistas outras seis.
História Moderna desde 1955
Agências das Nações Unidas em Viena tornaram a cidade uma das localidades mais importantes para sua organização. Depois da Guerra, como em qualquer outro lugar da Europa Ocidental, houve um enorme crescimento econômico, baseado principalmente no bem-sucedido apoio dos Estados Unidos através do Plano Marshall. O transporte público em Viena foi melhorado com a introdução da rede U-Bahn, que foi inaugurada em 1978. Durante a década de 1970, Viena tornou-se a terceira base oficial das Nações Unidas, e o prédio da UNO-City foi construído.
A República Tcheca e a República Eslovaca
Com o fim do Império Austro-húngaro, as duas nações (Tcheca e Eslováquia) se juntaram em um só pais, a Tchecoslováquia, que existiu na Europa Central até 1992.
Dividiu-se sem traumas num divórcio chamado “Divorcio de Veludo”, em duas Repúblicas autônomas: a primeira tendo Praga como capital e a segunda, tendo como capital, Bratislava.
A República Tcheca é um país da Europa Central, limitado a norte pela Polônia, a leste pela Eslováquia, a sul pela Áustria e a oeste e norte pela Alemanha. É membro da União Europeia desde maio de 2004. A Eslováquia, cujo nome oficial é República Eslovaca, é um país sem litoral localizado na Europa Central. Com uma população de mais de cinco milhões de habitantes e uma área de cerca de 49 000 km², o país limita com a República Checa e a Áustria a oeste, a Polônia ao norte, a Ucrânia ao leste e a Hungria ao sul. Sua capital e maior cidade é Bratislava. A Eslováquia é um Estado-membro da União Europeia, da OTAN, da OCDE, da OMC e de outras organizações internacionais.
A Desintegração da República Federal Socialista da Iugoslávia
Em 1945 com o fim da Segunda Guerra Mundial, a união de seis Repúblicas (Sérvia, Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro e Macedônia), e de duas províncias Autônomas (Kosovo e Vojvodina), deu origem à República Federal Socialista da Iugoslávia. Foi governada entre 1945 e 1980 pelo Marechal Josip “Tito” Broz. Foi implantado o regime comunista e governada com mão de ferro por Tito, tanto que foi capaz de resistir por 35 anos às diferenças dos povos que a formavam. Tito morreu em 1980 e com isto os comunistas começaram a perder o controle do país. O Nacionalismo Sérvio recrudesceu e aumentou a crença de que era chegada a hora para eslovenos, croatas, bósnios e kosovinos fundarem seu próprio país. A República Socialista começou a se desintegrar e os primeiros a agir foram a Eslovênia e a Croácia, que declararam sua independência em 25 de junho de 1991, via referendum. A Sérvia reagiu e seu presidente atacou a Eslovênia por 10 dias, invadindo depois a Croácia com as milícias servias.
“Seguindo os passos da Eslovênia e da Croácia, a Bósnia e Herzegovina foi a terceira república da antiga Iugoslávia a declarar independência, em fevereiro de 1992 (também via referendo). Contrários à decisão, os sérvios, que defendiam a permanência da Bósnia na Iugoslávia, deram início aos confrontos na capital Sarajevo. Pelo país, integrantes de diferentes culturas e religiões estavam se aniquilando. Começou um processo de limpeza étnica liderado pelos sérvios. Valia tudo, desde massacres coletivos a estupros sistemáticos de mulheres bósnias, que, pela lei vigente, tendo filhos de pais sérvios, dariam à luz a crianças sérvias legítimas” […] “Fruto desta série de episódios, a então República Federal Socialista da Iugoslávia deixou de existir, oficialmente, em 2003, dando lugar a um ‘novo país’, chamado Sérvia e Montenegro. Em 2006, porém, as duas nações também se separaram, após referendo, criando os hoje independentes países da Sérvia e de Montenegro. O espólio da Guerra, entretanto, ficou com a Sérvia, por motivos óbvios. No total, nove enfrentamentos armados foram registrados envolvendo as seis repúblicas da antiga República Federal Socialista da Iugoslávia e as duas unidades autônomas, num número aproximado de 140 mil mortos, outra centena de milhares de desaparecidos e, pelo menos, 2,2 milhões de refugiados, entre 1991 e 2001”.
Montenegro e Sérvia devem ser os próximos países dos Bálcãs a entrar na União Europeia (UE). A Comissão Europeia, acredita que a integração dos novos membros acontecerá até 2025.
Partindo destes poucos dados históricos, damos início ao Relatório de Viagem.
RELATÓRIO DE VIAGEM
Saímos Regina e eu de Florianópolis, no dia 24 de agosto de 2009 às 14:45 h. De São Paulo, partimos às 22 h com uma hora de atraso e, após 11:30 h de voo, chegamos a Frankfurt às 9:30 h, do dia 25 de julho. Viagem ótima numa nave da TAM com 385 passageiros. Sentei perto de dois jovens alemães Maurício e Janete, naturais de Kohn, com os quais me comuniquei, não fluentemente, na bela língua alemã. Nos despedimos com sabor de dever cumprido, pois nos ajudamos mutuamente. Eles estão aprendendo português.
Nesta viagem, no avião da TAM, permaneci 11 h sentada. Cochilei muito.
Finalmente chegamos na Alemanha, no aeroporto de Frankfurt. Lá permanecemos até a tarde.
Frankfurt é um dos principais centros culturais e econômicos da Europa! A cidade natal de Goethe com cerca de 700 mil habitantes é cheia de atrações, possui muitíssimos museus e, no passado, foi palco da coroação dos reis medievais. Frankfurt é, pois, uma cidade histórica, embora grande parte da sua herança arquitetônica tenha sido destruída nos bombardeios da II Guerra Mundial.
Neste aeroporto de Frankfurt fizemos o check in na alfândega com muita rapidez e lá fiz pequenas compras: um caderno para fazer o relatório desta viagem: Preço: 3 euros. Regina e eu fomos tomar café. Paguei 3,60 euros uma xícara de café, e por um doce paguei dois euros. Comprei uma caneta esferográfica por 1,85 euro. Na farmácia comprei uma Spray pequeno por 4.80 euros. Foi o meu primeiro encontro com o EURO.
Às 17:45 h saímos, num pequeno avião da Lufthansa e rumamos para Praga, capital da agora República Checa. O sol de verão estava ainda muito alto. Após uma hora de voo, às 18:45 h, estávamos em Praga.
Nossa chegada teve um momento um tanto decepcionante: não havia pessoal da empresa “Europamundo” à nossa espera, como constava no contrato de viagem. Depois de muito “sobe e desce” (duas horas e meia) entre funcionários que falavam eslavo e eu tentando explicar em alemão o que acontecera, conseguimos telefonar para a empresa responsável pelo nosso translado. Do outro lado, finalmente, para nossa agradável surpresa, atendeu-nos uma pessoa falando espanhol que nos garantiu que estaria no aeroporto em meia hora. E assim aconteceu.
Com um fuso horário de 5 horas de diferença, estávamos no nosso primeiro hotel, “Clarion Congress Hotel”, que se localiza ao lado de uma estação do metrô e, praticamente, junto a um Shopping.
À noite, neste mesmo hotel, Regina e eu tomamos uma sopa muito gostosa! O plano anterior de ir para a cidade ainda nesta tarde, ficou para o dia seguinte, pois começávamos em Praga com duas horas e meia de atraso, por causa do contratempo inicial, no aeroporto.
26 de julho de 2009 – em Praga
De manhã após um lauto café, chamado aqui de “pequeno almoço”, nos preparamos para conhecer Praga! Localizada na região da Boêmia é apelidada de “Pérola do Oriente” e “Cidade Dourada”. Praga que já teve também o nome “cidade das cem torres”, atualmente possui aproximadamente 500 torres e miradouros. A “Cidade Ouro” tem este atributo provavelmente porque nos tempos do Carlos IV, Rei da Boêmia e Imperador do Santo Império Romano da Nação Germânica, as torres de Praga foram revestidas de ouro. Do alto das torres pode-se ter vistas privilegiadas da cidade.
Praga é uma Cidade Imperial que possui edifícios de todos os estilos arquitetônicas – rotundas românicas, catedrais góticas, palácios de estilos renascença e barroco, casas em estilos de classicismo, Arte Nova, cubismo e edifícios modernos.
Praga é famosa por ser um dos grandes centros culturais europeus. A cidade do grande escritor Kafka, que apesar de ter nascido aqui, escrevia em alemão, conta com 18 pontes.
Em 1992, o centro histórico de Praga foi inscrito na lista do Patrimônio Natural e Cultural Mundial da UNESCO. Quase 2000 monumentos nacionais formam parte desta lista e 1440 deles encontram-se em zonas protegidas. Os mais importantes foram declarados como Monumento Cultural Nacional (NKP).
O castelo de Praga, foi a antiga residência dos reis da Boêmia. Construído entre os séculos XIV e XVII se destaca entre os muitos prédios importantes de Praga. Atualmente lá mora o Presidente da República e ao lado do Castelo, ergue-se a grande catedral gótica de S. Vito (século XIV) e o Belvedere em estilo renascentista. No bairro Malá Strana está uma das duas igrejas barrocas de São Nicolau, a igreja do Menino Jesus de Praga, a igreja do Loreto (do século XVIII) e numerosos palácios da aristocracia tcheca, do século XVII, em estilo barroco.
“Na Staré Mesto (a Cidade Velha), há inúmeros monumentos e relíquias da história checa. Destacam-se a igreja Týnský, em estilo gótico, construída no século XIV, na qual se acha o túmulo do astrônomo Tycho Brahe; o bairro Josefstadt, com o gueto e o cemitério judaicos, do século XII, e a sinagoga. Encontra-se ali o relógio Astronômico Orloj e a parede Lennon. O Orloj é um relógio astronômico medieval que foi montado na parede sul da Prefeitura Municipal, na Praça da Cidade Velha, que são atrações turísticas bastante populares. […] A parte mais antiga do Orloj, composta pelo relógio mecânico e o mostrador astronômico, foi feita pelo relojoeiro Mikulas de Kadan e Jan Sindel, mais tarde professor de matemática e astronomia da Universidade de Charles, em 1410. Este relógio é o terceiro de seu tipo. O primeiro foi construído em Pádua em 1334. O Orloj é composto de três componentes principais: o mostrador astronômico, representando a posição do Sol e da Lua no céu, além de mostrar vários detalhes celestes; a ”Caminhada dos Apóstolos”, um show mecânico representado a cada troca de hora com as figuras dos apóstolos e outras esculturas com movimento; e um mostrador-calendário com medalhões representando os meses (ou zodíacos, como aparecem em alguns textos). Na Nové Mesto (na Cidade Nova) figuram a estátua de São Venceslau, de 1915, e o Museu Nacional. Outras edificações de destaque são o Prikopy, local da antiga fortaleza; o Teatro dos Estados, estreou a ópera Don Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozart; o Teatro Nacional, de 1883; igrejas e palácios barrocos e a estátua do líder hussita Jan Ziska, um líder religioso reformista”.
Diego, nosso guia, nos orienta sobre os passos que daremos neste dia. Importante, sempre, diz ele, saber a hora de estar em determinado lugar para retornar ao ônibus, facilitando assim o bom andamento da excursão. Chegando ao centro da cidade nos foi apresentada Helena, a guia local, natural de Praga e que fala espanhol e português e nestas duas línguas nos explica a história desta cidade milenar.
A pé, caminhando pela cidade, conhecemos o bairro judeu (construção do século XVI) e também o grande Castelo de Praga, (construção do século IX). Andando a pé pelas ruelas da cidade antiga, percebi um dado interessante: as casas marcadas no umbral das portas, pelos símbolos dos trabalhos realizados por aqueles que as habitavam.
Aqui vemos o pátio do castelo de Praga.
O Castelo de Praga é o maior do mundo, com 72.000 metros.
Passamos pela ponte Carlos que é o monumento mais famoso de Praga.
Entre as numerosas pontes que atravessam o rio Vlatva esta ponte é famosa pois liga a Cidade Velha ao Castelo de Praga. Com mais de 500 metros de comprimento e 10 de largura, a Ponte Carlos é hoje de uso exclusivo de pedestres e recebeu o nome do seu criador, Carlos IV, que colocou a primeira pedra em 1357. Ao longo da ponte há 30 estátuas instaladas dos dois lados. Quando cheguei nesta ponte lá havia muitos artistas expondo suas pinturas.
Após, com calma, passeamos pela cidade admirando suas igrejas e edifícios históricos e governamentais milenares, com uma história tão longa e tão importante!
Visitamos suas lojas, compramos algumas lembranças, almoçamos e, à tarde, tomamos o metrô para chegar ao nosso “Clarion Congress Hotel”.
27 de julho de 2009: Praga, Lednice e Budapeste
Depois de um ótimo “pequeno almoço”, como chamam aqui o reforçado café matutino, Diego, nosso guia, estabeleceu que às 7h:30 partiríamos da Boêmia, viajando para o sul em direção à região da Moravia, cuja capital é Brno. Diz-nos o guia que é o lugar mais lindo da Europa,
No ônibus, nós vamos abrindo nossos ouvidos, para escutar uma história diferente da nossa, história milenar e também recente desta região.
E o guia continua: a República Tcheca é formada por três grandes regiões, respectivamente, Boêmia, Moravia e Silésia. A cidade de Brno é a segunda maior e mais importante cidade da República Checa. Foi em 1243, que o rei Václav I concedeu a Brno o foro de cidade.
O guia nos informa sobre os habitantes destas regiões que tem uma origem tripla:
1) Indo Europeia (Ocidente);
2) Europa eslava;
3) Fino-úgricas (Estônia, Finlândia e Hungria).
O Mundo eslavo é composto:
a) Ao Norte pela Rússia e Ucrânia;
b) Ao centro: Polônia e Eslováquia e
c) Ao sul pelas repúblicas da ex-Iugoslávia.
No caso da Hungria, a origem de sua língua não é eslava.
Nosso guia nos fala, então, sobre a hoje “antiga Tchecoslováquia”.
Terminada a primeira Grande Guerra, em 1918, a República da Tchecoslováquia teve seu primeiro presidente Massarik. Era um filósofo e foi para o exílio. Em 1939 a Tchecoslováquia foi invadida pelos nazistas. De 1948 até 1989 foi governada pelos comunistas, um regime muito duro. Muitos intelectuais emigraram. Os países que vamos visitar ficaram, durante mais de 40 anos, sob o comunismo.
Após esta explicação, Diego nos delicia apresentando pelo alto falante a música Dr. Givago. Muitas vezes se ouvia boa música durante a excursão. Nós escutamos esta música enquanto olhamos a linda paisagem que nos fazia relembrar o filme “Os girassóis da Rússia”.
Estamos passando pelo Distrito Industrial, rumo ao sul e também por região de grandes reflorestamentos. Durante esta viagem, das 8:15 h até às 9:40 h só vimos reflorestamentos e campos. Passamos também por pontes com o alambrado de polietileno, tanto que, a visão da paisagem além do alambrado, era visível. Muitos elevados também existem neste trajeto, pois aqui há muito investimento do Mercado Comum Europeu. Após, ouvimos a música do Filme “Perfume de Mulher” onde Al Pacino dança o tango. É muito bom, ao ver paisagens tão inusitadas, curtir uma música tão romântica.
Estamos cruzando toda a Boemia e nos dirigindo a uma outra região, a Morávia. É o rio Morava que dá nome a esta parte. Às 9:40 h tínhamos atravessado a região da Boêmia em duas horas. Nosso guia nos informa sobre história, geografia e cultura destes lugares. Agora temos a primeira parada na cidade de Brno, a capital da região da Morávia, segunda maior cidade da República Checa com aproximadamente 400.000 habitantes. Brno é chamada a “cidade dos estudantes” pelo seu grande número de universidades. São aproximadamente 90.000 estudantes. É conhecida em Portugal principalmente pelos estudantes portugueses do programa “Erasmos” e pelo “circuito de Brno” para desportos motorizados.
O programa Erasmus, acrónimo do nome oficial em língua inglesa, European Region Action Scheme for the Mobility of University Students, é um plano de gestão de diversas administrações públicas, que apoia e facilita a mobilidade acadêmica dos estudantes e professores universitários através do mundo inteiro. O Erasmus oferece oportunidades a um vasto leque de organizações, incluindo universidades, estabelecimentos de ensino e formação, grupos de reflexão, organismos de investigação e empresas privadas.
Foi na cidade de Brno, no mosteiro da Ordem de Santo Agostinho, onde Gregor Mendel, pai da genética, fez todas as suas experiências.
O monge Gregor Mendel talvez seja o mais conhecido “Padre Cientista” que a história já registrou. Ao descobrir as Leis da Hereditariedade que revolucionaram a Biologia e tornaram-se a base da Genética Moderna, Mendel foi reconhecido como o “Pai da Genética”.
A silhueta da cidade de Brno é marcada pelo Castelo de Spielberg.
Diz-nos Diego que nós estamos no mundo eslavo que é uma Europa diferente. Os eslavos chegaram aqui 300 anos a.C. ocupando a Europa Central.
Os romanos, no século I d. C. sendo Imperador, Trajano, ocuparam também estas terras. Diz-nos também que os idiomas eslavos, apesar de diferentes, se parecem entre o Norte, Centro e sul e se comunicam entre si como, aqui, o italiano, espanhol e português.
A permanência na cidade de Brno foi breve e lá teríamos muito a conhecer e admirar em prédios históricos, praças, igrejas góticas, restaurantes e monumentos em geral, etc.
Depois de meia hora, partimos de Brno. Diego nos fala sobre as temperaturas extremas nesta área: no inverno, temos 20 graus abaixo de zero. Dá-nos, outros dados históricos e políticos: historicamente, todas as potências queriam controlar a Moravia para ter acesso às minas de carvão da Silésia. A Silésia, região rica em minas de carvão, se estende por três países: 90% na Polônia, 6% na república Tcheca e 4% na Eslováquia.
Nesta região, um outro aspecto que nos chama a atenção é a grande indústria Tcheca. Aqui percebemos a presença de muitos trabalhadores e suas respectivas habitações, características da era do comunismo: grandes construções de imensos blocos de apartamentos, apartamentos esses de dimensões mínimas, pertencentes, no tempo do regime comunista, ao Governo. Cada apartamento tinha 45 m², e apesar de terem mais de 10 andares, estes prédios, não tinham elevador e nem tem aquecimento. Nestes apartamentos morava a família ampliada em: um quarto grande, um banheiro e uma cozinha pequena. No extremo calor ou extremo frio, após 15 horas de trabalho, o trabalhador, subindo as escadas, aqui vinha para descansar. Não era difícil entrar em apartamento trocado pois todos eram iguais, diz-nos Diego, o guia.
Agora a paisagem muda. Terminam os reflorestamentos e começam as grandes plantações de vinhas! Uma curiosidade: o vinho branco da Moravia é célebre e chega a custar 150 euros à garrafa!
Às 10:30 h passamos por campos de girassóis. No céu o sol brilhava e havia muitos rastros de aviões a jato.
A Batalha Vitoriosa de Napoleão
Diego nos lembra outro fato histórico: aqui houve a batalha de Austerlitz também conhecida como “Batalha dos Três Imperadores”, uma das maiores vitórias de Napoleão Bonaparte, travada no dia 2 de dezembro de 1805. O exército Francês comandado pelo Imperador, derrotou o exército austro-russo comandado pelo Tsar Alexandre I, depois de nove horas de uma batalha exaustiva, em uma vitória estratégica e bastante importante.
Napoleão queria ocupar a Silésia para depois controlar toda a Europa. A Áustria e a Rússia dominavam as minas de Carvão e, na batalha de Austerlitz, não demonstraram sua capacidade militar. Napoleão criou então o Grão-Ducado da Polônia e dominou as Minas de Carvão da Silésia.
Às 10:45 h continuamos a observar a paisagem. Do nosso ônibus de Excursão “Europamundo”, vimos lindos campos cultivados e pequenos povoados, muito milho florescendo, muitos vinhedos, não só na planície, mas também, nos pequenos morros. Vemos também campos cheios de rolos de feno, já cortado, portanto!
Às 11h chegamos a Lednice, no castelo que foi o palácio de verão da família Liechtenstein.
Os Liechtenstein não eram nobres e sim comerciantes e tinham muitos castelos. No ano de 1300 se converteram em nobres, com a proteção dos Habsburgos.
Aqui vimos também o parque Nacional Lednice, o maior e melhor parque natural desta região. A palavra Lednice quer dizer refrigerador. Fica-se extasiada com a beleza do lugar!
Da Internet:
“Ao longo dos anos, a família Liechtenstein criou à volta dos dois palácios um completo complexo paisagístico. Mandou plantar aleias (caminho laeado por árvores) ligando as duas residências dos Liechtenstein num único areal. Nos jardins de Lednice deixou construir um esplêndido picadeiro coberto em estilo barroco, um minarete em estilo árabe pelo arquiteto da coroa Josefa Hardtmuth e uma estufa segundo o modelo dos jardins de Inverno londrinos”.
Em 1996 o areal de Lednice–Valtice passou a fazer parte da lista do Patrimônio Cultural Mundial da UNESCO.
Nosso guia nos explica: a UNESCO e a Universidade Botânica, tentaram recuperar os 40 anos de abandono do período comunista destas históricas e artísticas construções. O palácio está sendo recuperado! A partir da literatura abundante que existia sobre este Castelo foi possível recuperar pequenos detalhes do que foi esta construção em seus dias de glória. Muito nos chamaram atenção os lindos jardins e a estufa, bela obra de arte em ferro e vidro, que data de 1800.
Passamos bom tempo neste local admirando esta beleza. Foi tudo muito agradável!
Seguimos com nossa excursão e às 11h:25 passamos pelo rio Morava que estabelece a fronteira com a Eslováquia. Este país é 90% montanhoso. Tem como fronteira a Áustria e a Hungria. E via Eslováquia entraremos na Hungria. Depois de visita a Budapeste, retornaremos para Bratislava, a capital da Eslováquia.
Entrando na Hungria
Gyõr está localizada na movimentada estrada que liga Budapeste a Viena, Áustria. Neste mapa da Hungria, podemos ver a localização de Gyor.
O primeiro grande povoamento da Hungria ocorreu no século V a.C., quando os celtas colonizaram a região. Até a Primeira Guerra, a Hungria era muito extensa e partes da Croácia, Eslováquia e Cárpatos lhe pertenciam.
Entrando na Hungria, os participantes da excursão paramos para almoço nesta cidade de Gyor, que também é chamada a “cidade dos quatro rios”, uma das cidades mais antigas de Hungria.
Aqui trocamos euros por Florins, pois a Hungria ainda não adotou o euro. Foi marcante este momento em que tivemos em nossas mãos uma nova moeda, o florim! Passeamos pela cidade de Gyor que é um dos mais importantes centros administrativos e culturais do país, com um belo centro histórico, com diversos edifícios.
28 de agosto de 2009 – Budapeste
Na Empresa “Europamundo”, os guias fazem, quase sempre, o mesmo itinerário. Por este motivo, numa excursão eles são substituídos, conforme os trajetos escolhidos pelos diversos grupos. Também há, quase sempre, um guia local que explica e mostra, numa visita guiada, lugares e história característicos da respectiva região e/ou cidade. Budapeste, a “Rainha do Danúbio”, capital e maior cidade da Hungria com 2 milhões de habitantes, é dividida pelo rio Danúbio em duas partes: a parte de Buda com as suas colinas cheias de história e a parte plana de Peste, mais movimentada. Em 1873 eram duas cidades distintas, mas, nesta data, fundiram-se em uma única cidade: Budapeste.
Começando por Buda, a Colina do Castelo é um lugar magnífico para caminhar pelas ruas medievais.
No topo da colina fica o imponente Palácio Real, construído no século XIV e reconstruído em estilo barroco 400 anos mais tarde. Foi a residência dos reis húngaros durante 700 anos.
Atualmente alberga os melhores museus da Hungria e a Biblioteca Nacional. Bem perto do Palácio fica a Igreja Mathias, com 700 anos, onde os reis eram coroados.
Uma grande atração turística (fotos acima) é a que visitamos à noite: o chamado Bastião dos Pescadores, um miradouro monumental onde se tem a melhor vista da cidade, com o rio Danúbio e Peste aos nossos pés, incluindo a magnífica visão do Parlamento neogótico e a famosa Ponte Széchenyi (Chain Bridge).
A Ponte Széchenyi Lánchíd (Ponte das Correntes) inaugurada em 20 de novembro de 1849, é uma ponte pênsil de 375 metros de extensão que atravessa o rio Danúbio entre Buda e Peste, os lados ocidental e oriental de Budapeste.
Sabemos que para a construção destas pontes eram convocados os melhores arquitetos da época vencendo o melhor projeto, tal como acontecia em Paris e Londres.
Já deste lado de Peste, é obrigatória a visita à principal rua pedestre Váci Utca com as suas lojas elegantes, cafés e restaurantes. A Basílica de St. István (São Estevão) é a maior igreja de Budapeste, construída em estilo neorrenascentista. O Museu Nacional é o melhor monumento da arquitetura húngara clássica. O antigo bairro judeu Erzsébet deve ser explorado a pé. Aqui fica a maior sinagoga da Europa com lugar para 3000 pessoas.
O Parlamento da Hungria é talvez o mais famoso edifício da cidade, no seu estilo suntuoso neogótico de grande dimensão.
O Castelo de Buda, foi chamado historicamente de Palácio Real e Castelo Real, castelo histórico dos reis húngaros em Budapeste, Hungria. A palavra Buda quer dizer “Água” e é a parte montanhosa e é a mais antiga. Peste quer dizer ”Gruta” e é a parte plana, é a parte nova. A moeda oficial, mesmo a Hungria pertencendo ao Mercado comum, é, como já vimos, ainda o Florin. Na casa de câmbio, recebemos 266 florins por um euro.
Neste dia, durante o City tour, nossa guia local nos levou entre outros lugares, à Praça dos Heróis.
Lá há monumentos aos sete chefes magiares que fundaram em 896 d.C. a Hungria. Frente a ela situam-se os elegantes prédios da Galeria de Artes e Museu de Belas Artes. A colunata de 36 metros de altura existente na Hösök Tere (Praça dos Heróis) é outro dos marcos turísticos de Budapeste. O Monumento do Milênio, começou a ser construído em 1896 como parte da celebração de mil anos do país. Ele só ficou pronto 33 anos depois e foi nesse momento que a praça finalmente recebeu seu nome. Originalmente, membros da dinastia dos Habsburgos estavam entre as estátuas, pois o país fazia parte do Império Austro-Húngaro, mas pelo fato da estrutura ter sido danificada na Segunda Guerra Mundial, eles foram substituídos durante a reconstrução.
Atualmente, no monumento feito para homenagear aqueles que deram sua vida à Hungria. Entre eles estão os sete chefes Magiares, St. Stephen, o primeiro rei húngaro, Béla IV (que defendeu a Hungria contra o ataque dos mongóis no século XIII) e Matthias Corvinus, rei da Hungria no século XV).
Nela estão representadas as figuras dos reis húngaros e outros vultos famosos das guerras de independência, além de estátuas representando a Guerra, Paz, Conhecimento e Glória. No topo da colunata está situado o anjo Gabriel que fica a 36 metros de altura. É uma praça agradável e muito frequentada pelos moradores da cidade, principalmente aos domingos e feriados.
Em frente ao Monumento do milênio na Praça dos Heróis fiz esta foto com a família de Carmelo, colegas de excursão, vindos do México.
Neste passeio pela cidade nosso guia fala sobre o parque Szoborpark ou parque das estátuas que é um museu sob a forma de parque localizado nos arredores de Budapeste, na Hungria. Reúne estátuas monumentais do período soviético que também estão todas na Internet.
“A explicação é a seguinte: quando a Hungria fazia parte do bloco comunista europeu suas avenidas e parques eram decoradas com inúmeras estátuas e monumentos totalitários, em sua maioria pesados e de valor artístico duvidoso, onde o conceito “estado grande – pessoa pequena” estavam implícitos em cada obra. Após a queda do comunismo a cidade decidiu remover estes resquícios de ditadura, mas ao invés de simplesmente destruí-los, como foi feito em outros países, resolveu reuni-los num mesmo local, formando o que pode ser considerado hoje, como uma contrapropaganda comunista. Este local, conhecido como “Szoborpark” está situado num subúrbio ao sul de Buda, e é uma das visitas mais interessantes que um turista pode fazer. Aos olhos de quem não viveu a saga de democracia que varreu a Europa Oriental no início dos anos 90, este conjunto de obras tem até mesmo um sabor surrealista e hoje parece deslocado no espaço e tempo”.
Na frente, desta praça do Milênio onde estávamos, imponente há o teatro e o museu. Após o City tour o tempo era livre. Nos inscrevemos para assistir um Show folclórico, que seria apresentado à noite.
Andamos pelas ruas da cidade, observamos seus lindos e históricos monumentos e suas pontes magníficas, seus restaurantes cheios de turistas. Num restaurante almoçamos e tomamos um café expresso. Eu fui visitar a belíssima Basílica de Santo Estevão em homenagem, também, ao meu sobrinho Estefan Moser Cristofolini.
A Basílica é muito grande e arquitetonicamente linda. Há belíssimos trabalhos em mármore, artisticamente realizados no chão em frente da Basílica, dedicada ao sempre cultuado Santo Estevão.
Na Hungria a maioria das igrejas é dedicada a este santo que foi o primeiro rei católico da Hungria e a governou de 975 até 15/08/1038. Ele é também chamado Rei Estevão, o Grande, ou Santo Estevão da Hungria. Seu pai foi o chefe tribal magiar Géza; sua mãe chamava-se Sarolt e Estevão recebeu ao nascer o nome de Vajk (que significa “herói”). Nascido na cidade de Esztergom, Vajk foi batizado aos 10 anos de idade por Santo Adalberto de Praga, como precondição para receber de Roma a coroa da Hungria e então renomeado Estêvão, em homenagem ao mártir da igreja primitiva: Santo Estêvão protomártir. Após derrotar os nobres pagãos que se lhe opunham e unificar as tribos magiares, reza a tradição que Estêvão recebeu do Papa Silvestre II uma coroa de ouro e pedras preciosas (a qual, denominada “Santa Coroa”, tornou-se o símbolo do país), juntamente com uma cruz apostólica e uma carta de bênção em janeiro de 1001, com o que o papado o reconhecia como um rei cristão na Europa.
Passeamos pela cidade, Regina eu e nossa amiga da Argentina e então fizemos esta foto.
À noite, tivemos um passeio de barco pelo rio Danúbio com música e uma bela visão das duas cidades iluminadas. Foi muito interessante este passeio noturno pelo “Danúbio Azul”.
O Danúbio é o segundo rio mais longo da Europa (depois do Volga), e tem entre 2.845 e 2.888 km de extensão, atravessando o continente de oeste a leste, desde sua nascente na Floresta Negra (Alemanha) até desaguar no Mar Negro, no Delta do Danúbio (Romênia).
O rio passa por diversas capitais da Europa e constitui a fronteira natural de dez nações. As mais importantes cidades nas suas margens são Ulm, Ingolstadt, Ratisbona, Linz, Viena, Bratislava, Budapeste, Novi Sad, Belgrado, Ruse, Braila e Galati.
Muito interessante foi também a subida ao castelo, na região de Buda, de onde vimos, de cima, toda a cidade iluminada.
Abaixo está o desenho do trajeto do rio Danúbio pela Europa onde delimita as fronteiras de 10 países.
“Desde que o compositor austríaco Johann Strauss fez uma inspiradora viagem pelo segundo maior rio da Europa e transformou sua emoção em valsa cerca de 150 anos atrás, é impossível deitar os olhos em suas águas calmas e bucólicas sem lembrar da melodia. Tan tan tan tan tan…”
29 de julho – de Budapeste para Bratislava e Viena
Neste dia deixamos Budapeste e viajamos para Bratislava onde chegamos às 10:30 h.
Bratislava, a capital da República da Eslováquia se desenvolveu a partir de 1700, época sucessiva à expulsão dos turcos do Império Otomano. O Castelo de Bratislava iniciou sua construção no século X. Está localizado no alto de uma colina, no centro histórico da cidade. Atualmente é a residência oficial do Presidente da República.
Muitos consideram Bratislava a cidade das fadas. Lá existem, espalhadas pela cidade, muitas estátuas interessantes. Passeando, conhecemos um lindo monumento, onde o escritor Hans Christian Andersen está representado com o Bambi e o Caracol. Este monumento marca a passagem deste célebre escritor por esta cidade, da qual ele gostava muito. Aqui, ele recebeu esta estátua feita pelo escultor Tibor Bartfay que deixou em Bratislava muitas outras esculturas e obras de arte.
Depois de visitar e ver a parte medieval da cidade, tomamos um café Expresso. Nesta cidade, o grupo da “Europamundo” se dividiria em três, cada um com seu guia rumando para lugares diferentes. O grupo que seguiria para Viena, que era o nosso, poderia ficar em Bratislava, durante mais três horas. O grupo de excursionistas que iria para Veneza partiria às 11:10 h e o grupo que iria para Cracóvia na Polônia, partiria às 12:30 h.
Nas três horas que ficamos em Bratislava, cidade ainda com as muralhas da Idade Média, visitamos o bairro judeu, a praça, as lojas e a casa dos Franciscanos. Também almoçamos. Visitei, rapidamente, a Igreja de São Matias onde foram coroados 11 reis católicos, enquanto o novo guia José Vicente reunia o novo grupo.
Substituindo Diego, nosso guia agora é o brasileiro José Valente, professor de história, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, que há 30 anos, desenvolve este trabalho aqui na Europa. O circuito que José Valente faz é sempre este que vai de Bratislava a Viena, passando por Eslovênia e outras cidades vizinhas. Partimos para Viena com outros 19 excursionistas.
Antes de partir de Bratislava fotografei esta muralha medieval.
Vamos indo em direção à Viena para conhecer a cidade dos Habsburgos, que dominou a região por 600 anos, comandando no primeiro tempo, o Império Austríaco e depois, no século XIX formou com a Hungria o assim chamado Império Austro Húngaro. O guia se mostra muito entusiasmado por poder falar sobre esta história e esta região, pois ele nos diz que esta parte da excursão é a mais bonita de todo o percurso.
No caminho novamente as paisagens: vimos muitos campos cultivados e aproveitados, ao máximo. Notamos também, muitas refinarias de petróleo e muito turismo. O guia nos informa que tanto a Áustria quanto a Suíça são países neutros. Aqui se firmam acordos internacionais, de turismo e de negócios. Na Áustria temos a sede de organismos importantíssimos: da OPEP, da ONU, da OTAN. Às 15 horas entramos em Viena ao som da Música clássica “Danúbio Azul”, executado pela orquestra dirigida por Herbert Von Carian. É sempre uma grande emoção quando à música se junta a visão desta bela cidade Austríaca.
Em Viena primeiro City tour, com guia local – O Palácio Belvedere!
Nosso ônibus, antes de chegar ao hotel Senator, fez uma parada perto do Palácio Belvedere, palácio este que foi construído e pago por Eugênio de Savóia, onde nos encontramos com o guia local Clauss. Este, com forte sotaque alemão, mas que fala bem o espanhol, nos recebeu muito cordialmente. Após entrar pelos portões do palácio Belvedere, neste dia de muito calor, ficamos sentadas na sombra de uma árvore, escutando o guia e assim, nos inteirando a respeito da participação de Viena na história europeia. Este palácio Belvedere, projetado pelo o maior arquiteto do barroco, Lucas Von Hildebrand, foi testemunha de muitos fatos históricos. E nosso guia então nos informa: Eugenio de Savóia (1663-1736) ganhou muitas batalhas contra os turcos do Império Otomano e contribuiu para a queda deste mesmo Império. Era corcunda, não teve filhos e com trinta anos era o maior gênio militar. Nas batalhas que empreendeu e venceu, recebia, por contrato, a terceira parte das riquezas. Dono de cinco palácios, Eugenio de Savóia tinha, também, valiosa biblioteca e pinacoteca. Quando Eugênio morreu, por não ter herdeiros, passou toda sua riqueza para a sobrinha que casada com esbanjador, pulverizou esta herança. O palácio passou então para a rainha Maria Tereza da Áustria, mãe de Maria Antonieta, que aqui dava festas antes de casar-se com Luiz XVI, Imperador da França. Maria Tereza, rainha do Império Austríaco, teve 16 filhos dos quais 11 eram mulheres. Maria Antonieta era a mais jovem das filhas desta Rainha.
Na idade contemporânea, importante fato histórico aconteceu aqui neste palácio Belvedere:
Em 15 de agosto de 1955, foi assinado o Tratado de Paz, depois da Segunda Guerra Mundial, libertando a Áustria da dupla dominação: uma parte era zona Inglesa e à direita era zona Russa. Por força deste tratado, estas nações, se retiraram de Viena.
Em um dado momento, nosso guia nos mostra, ao longe, os bosques de Viena ou como são chamados, “Os pulmões de Viena” com seus 1.200 m2 de bosques. Dos bosques de Viena vem a água potável que abastece a cidade. Um dado digno de nota é a questão da água potável que abastece muitas destas regiões desde o tempo dos romanos. Os guias nos afirmam que poderemos tomar água da torneira que é muito boa. Os mecanismos de distribuição da água, também como bebedouros nos diferentes lugares da cidade são para admirar. Isto se tornou claro para nós, não só em Viena, depois também em Liubliana e em Dubrovnik, no sul da Croácia.
Depois de nos maravilhar com os jardins multicoloridos do Belvedere e de fazer algumas fotos, visitamos uma exposição de artigos típicos de Viena, ao lado do palácio.
Aqui nosso guia, José Vicente, brasileiro, nos relembra um fato fundamental: no fim da Primeira Grande Guerra Mundial, em 1918, terminam quatro Impérios: Império Austro-húngaro, Império Russo, Império Alemão e Império Otomano.
Importa frisar que, na Segunda Grande Guerra a Áustria foi anexada à Alemanha.
O guia nos fala, também, sobre a forma de expansão do Império Austro-húngaro: tratava-se da política dos casamentos.
Maria Teresa nasceu em 13 de maio de 1717 – e faleceu em 29 de novembro de 1780, a primeira e única mulher a chefiar a Casa de Habsburgo, foi arquiduquesa da Áustria, rainha da Hungria e da Boêmia e soberana de outros territórios. O seu reinado de 40 anos foi iniciado com a morte de seu pai, Carlos VI do Sacro Império Romano-Germânico, em outubro de 1740. Tornou-se a Sacra Imperatriz Romano-Germânica quando seu marido foi eleito Sacro Imperador.
“É considerada um dos “déspotas esclarecidos”. Chefiou um dos Estados mais importantes de seu tempo, governando grande parte da Europa Central. Nos últimos anos de seu reinado, Maria Teresa concentrou-se em reformar as leis, o que fez com que muitos a vejam como uma monarca relativamente avançada para a época. Em 1771, promulgou a Patente Robot, uma reforma que regulava o pagamento pelo trabalho dos servos. Outras reformas importantes incluem a proibição de queimar bruxas na fogueira e da tortura e a ab-rogação da pena de morte no código penal, substituída por trabalhos forçados (a pena capital foi posteriormente reincluída no código). O ensino obrigatório foi aprovado em 1774. A Rainha Maria Tereza da Áustria teve 16 filhos (11 filhas e 5 filhos). Casou as filhas com nobres de famílias reais da Europa. A filha Maria Luiza casou com Napoleão, a Maria Antonieta, a filha mais nova, com Luiz XVI”.
Com a morte de Maria Teresa, foi sepultada na tumba número 56 da Cripta Imperial em Viena e seu filho José II, a sucedeu.
José Vicente fala-nos também de dois acontecimentos importantíssimos em Viena: a psicologia e a música.
1) o nascimento da Psicologia clínica, ressaltando a importância história de Freud, o pai da Psicanálise que aqui trabalhou e viveu.
2) Viena, que no século XIX foi a cidade musicalmente mais importante da Europa: Strauss, Lizt, Haydn, Schubert, Mozart e Tchaikovsky aqui se apresentaram. Na calçada da fama de Viena, também, estão as estrelas com o nome destes e de outros músicos. Falou-nos também sobre dois palácios importantes: o palácio Belvedere e o Palácio de Schoembrum (o palácio de verão de Maria Tereza da Áustria).
O guia conta-nos também este fato: aos cinco anos, Mozart, dá aí no Palácio de Schoembrum um concerto para a rainha Maria Teresa. No fim do concerto, Mozart corre e abraça a rainha (o que não fazia parte do protocolo) e lhe diz que quando crescer vai casar com ela!!!
Outra característica interessante de Viena é que no século XIX, em vez de muralhas, foram construídas ruas em forma de anel, tal como a Ringstrasse que é o lugar onde estão a maioria dos pontos turísticos mais importantes de Viena. Desde o século XII, Viena estava cercada e protegida por uma muralha.
Nesta ocasião o guia nos dá muitas informações referentes a história destes lugares da Europa Central.
Sobre Hitler e sua história ligada a Viena, o guia José Vicente nos conta: Hitler, que nasceu na cidade de Linz, viveu em Viena onde se matriculou na escola de Belas Artes. Lá havia três professores judeus. Os professores o convidaram a sair desta escola gratuita, alegando que não apresentava talento para as artes. O talento para Hitler era a palavra. Na oportunidade de sua expulsão da escola de belas artes, ele volta para casa e a mãe morre. O pai já havia falecido fazia um ano. Ele se vê só! Vai para Movish onde refundou o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.
“O partido foi criado como um meio de chamar os trabalhadores para longe do comunismo e reaquecer seu nacionalismo. Inicialmente, a estratégia política nazista focou em anti-grandes empresas, anti-burguês e a retórica anticapitalista, embora esses aspectos foram posteriormente minimizados a fim de ganhar o apoio das grandes entidades industriais, e em 1930 o foco do partido mudou para antissemitas e antimarxistas. Para manter a suposta pureza e força de uma “raça superior a raça ariana”, os nazistas tentaram exterminar ou impor segregação excludente sobre os “degenerados” e grupos “antissociais”, que incluía: Judeus, homossexuais, ciganos, negros, a deficientes físicos e mentais, as Testemunhas de Jeová e os adversários políticos. A perseguição atingiu o seu auge quando o Estado alemão, controlado pelo partido nazista, organizou o assassinato sistemático de cerca de seis milhões de judeus e cinco milhões de pessoas dos outros grupos-alvo, no que se tornou conhecido como o Holocausto”.
E mais:
“Durante o Nazismo foram muitas as restrições feitas aos não arianos. Entre tantas perseguições, a partir de 1941, os Judeus foram obrigados a usar a estrela amarela em público, para serem facilmente reconhecidos e considerados “inferiores”. Entre novembro de 1938 e setembro de 1939, mais de 180.000 judeus fugiram da Alemanha. Os Nazis confiscaram toda a propriedade que ficara para trás”.
Mais tarde, nesta excursão haverá uma visita a um campo de concentração, nos informa o guia.
Ainda no palácio Belvedere fomos visitar uma loja de lembranças. Aí vimos as obras primas do grande pintor e artista austríaco Gustav Klimt que nasceu em Viena em 1862 e faleceu nesta cidade em 1918, uns meses antes do colapso do Império Austro-Húngaro. Foi enterrado no Cemitério de Hietzing (Viena).
Klimt foi um pintor simbolista austríaco. Os seus maiores trabalhos incluem pinturas, murais, esboços e outros objetos de arte, muitos dos quais estão em exposição na Galeria da Secessão de Viena.
Pintado em 1908, “O Beijo”, é um quadro muito conhecido. Este, original, mede 1,80 m por 1,80 m e é decorado com ouro e prata. A textura do quadro e o jeito como ele reflete a luz não podem ser reproduzidos em uma foto ou livro.
Às 15:50 h saímos andando pelos lindos jardins do Palácio quando o sol de verão estava fortíssimo. Á nossa frente, víamos o Parque Suíço, que é uma homenagem à Suíça, pois este país, mandou alimentos para Viena, depois da Segunda Guerra Mundial. A Gratidão nos comove , sempre!
Deixamos o Belvedere e no caminho vimos em primeiro lugar a Embaixada Brasileira, e em seguida, a embaixada da Suíça e a da França. Também vimos o Palácio Cervantes, que era propriedade do irmão do Imperador Francisco José.
Seguindo com nosso ônibus vimos, também, o Monumento aos Heróis do Exército Vermelho, construído em 1945, em homenagem aos 17.000 soldados russos, que morreram lutando contra os nazistas na Batalha de Viena, durante a Segunda Guerra Mundial.
Essa batalha intensa durou mais de duas semanas, em abril de 1945 e colocou fim aos anos de ocupação nazista. No pedestal do monumento está escrito: “Monumento aos soldados do Exército Soviético, que, para liberar a Áustria do fascismo perderam suas vidas…”
Mais uma vez , a gratidão!
Os russos ficaram, aqui em Viena, até 1955.
Outro dado que chamou a atenção: aqui muitas pessoas utilizam a bicicleta como meio de transporte. Nosso guia nos explica que, em Viena, repartidos na cidade, há 54 postos de bicicletas. Uma boa ideia, pensei!
Vejo que no Brasil as bicicletas também estão ganhando espaço: interessante é observar que sempre mais cidades estão optando pelas bicicletas. Blumenau em S.C. inaugurou, no mês de setembro de 2009 diversos postos com as bicicletas que podem ser alugadas. Também uma cidade de São Paulo está aderindo a este transporte. Lá há 29.000 bicicletas.
Viena, que foi capital do Império Austro-Húngaro, é a mais interessante das cidades austríacas e um grande destino turístico dentro da Europa. Há aqui a mais antiga sinagoga de Viena, a Stadttempel, no antigo bairro judeu, hoje muito animado com diversos bares, restaurantes, lojas e discotecas. A comunidade judaica austríaca, entretanto, muito perseguida pelos nazistas, é hoje pouco numerosa.
No centro há o máximo de monumentos, num pequeno espaço. Entre eles, a Ópera de Viena, a Catedral de Santo Estevão, a Igreja de São Carlos Borromeu!
A Ópera de Viena tem 300 apresentações por ano. Em 25 noites temos óperas e 25 noites balet (peças clássicas) nos informa nosso guia. Sobre a Catedral de São Carlos Borromeu, vale a pena saber mais:
A construção da Igreja foi ordenada pelo Imperador Carlos VI de Habsburgo (1685-1740), em cumprimento de sua promessa pela erradicação da Peste Negra que atingira a capital austríaca em 1713. Foi construída entre 1716 e 1737, de acordo com os planos do famoso arquiteto Johann Bernhard Fischer von Erlach, em estilo barroco vienense.
“A igreja é, igualmente, uma síntese dos grandes temas barrocos: excesso de ornamentos, personagens em movimento, iluminação indireta do altar-mor, efeitos de perspectiva. A simetria e a harmonia presidem ao ordenamento interior: o coro corresponde à tribuna e ao pórtico; duas capelas, uma em face da outra, são enquadradas de duas outras mais pequenas”.
30 de julho de 2009 – Viena
Depois de uma visita à cidade com guia local, passeamos pelas ruas principais. Os Strassen Bahn ou seja, bondes elétricos, lá continuam servindo o bom tráfego da cidade.
Com estes bondes chamados Regina e eu fomos procurar a Casa de Freud e tomar um café no mesmo bar frequentado por este psicanalista, tão nosso conhecido.
Regina é psicanalista e eu havia feito psicanálise na década de 70 com a especial psicanalista Ângela de Luca. Esta visita me interessava!
Lá fizemos fotos e tomamos um café.
Depois de subir as escadas do edifício, para visitar o Museu de Freud, lá encontrei uma brasileira que me presenteou com muitas fotos deste museu e também deu explicações sobre o mesmo. Estas sincronicidades as recebo sempre como presentes da Vida.
Mas eu tinha ainda outro desejo que era o de visitar o Museu de outro grande médico vienense, Viktor Frankl, que eu havia conhecido lendo um dos seus livros, intitulado “O sentido da Vida”, do qual gostei imensamente.
Frankl nasceu em Viena em 1905 e sua forma de curar era levar a explorar o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência.
Em vida, Frankl trabalhava como psiquiatra e psicólogo em Viena, quando lá criou a logoterapia. A palavra logoterapia é formada por duas palavras gregas: Logos – sentido e terapia – cura. Descendente de judeus perdeu toda a família e a esposa durante a perseguição do nazismo que exterminou 6 milhões de seres humanos. Passou 3 anos nos campos de concentração e nestas condições brutais, quase com 20 quilos, conseguiu, sobreviver. Viktor Frankl já trabalhava na recuperação de adolescentes antes da perseguição nazista. Mas, lá no campo de concentração, no meio de condições sub-humanas, ele provou a sua teoria da logoterapia.
Ele conta, numa entrevista que assisti agora no YouTube, que havia judeus que, desesperados, para poder morrer, se jogavam ao encontro da cerca elétrica do campo de concentração. Frankl conta que duas pessoas que, como ele lá estavam, queriam se suicidar. Ao perguntar-lhes o porquê, eles lhe responderam que não esperavam mais nada da Vida. Ao que Frankl retrucou: “Não é a Vida que espera algo de vocês?
Com isto afirma que, em qualquer situação, a liberdade plena está a nosso alcance. O ser humano é sempre responsável. Nunca vítima. O homem precisa conhecer suas potencialidades.
Procurei o endereço e não foi difícil encontrá-lo, pois de repente eu estava diante da porta da casa de Viktor Frankl, que é ao mesmo tempo um Museu.
Quem me abriu a porta, muito gentilmente, foi a viúva a quem falei que eu era do Brasil, mas conhecia e gostava do trabalho de Frankl e por esta razão vim conhecer o Museu! Ela muito agradavelmente me ouviu a entrar, me mostrou a casa e a sala onde está a obra deste grande autor.
Para marcar este encontro fizemos esta foto. Para mim foi um especial prazer poder realizar, em Viena, este encontro!
Frankl diz: A vontade de sentido impulsiona o homem. A ausência de sentido produz as neuroses.
Se alguém desejar conhecer sua teoria, tem uma ótima oportunidade para isso, lendo seus livros e ouvindo as palestras no YouTube.
Viktor Frankl faleceu em Viena em 1997. Fiquei muito agradecida à Vida por esta oportunidade, ímpar!
Voltando ao hotel, à noite fomos todos os excursionistas, jantar e tomar vinho em Grinzing, local agradabilíssimo, nos arredores de Viena. Ouvimos música numa noite animada e enluarada.
Abaixo estão algumas fotos que fizemos neste agradável encontro.
O imperdível Grinzing era antigamente uma região rural, de plantadores de uva e fabricantes de vinho. Hoje um bairro turístico, conserva a antiga estrutura, transformada, porém, para servir o turismo moderno. Neste restaurante jantamos e depois passeamos pelo bairro.
O que me chamou muito minha atenção é que apesar de muitos turistas que lá chegam de ônibus, na rua não se vê nenhum ônibus, pois grandes estacionamentos estão no subsolo.
31 de julho de 2009 – Viena, Maribor, Graz e Liubliana
Nesta sexta feira deixamos o Hotel Senator, em Viena e de ônibus, continuo sempre admirando a linda paisagem, percorrendo o caminho para o sul. Antes de chegar à Liubliana, capital da República da Eslovênia, passaremos por Graz na Áustria e por Maribor na Eslovênia.
Nosso guia inicia nos falando sobre a Eslovênia que, apesar de ser um país pequeno, tem seu meio ambiente preservado, sendo verde em 54% do território. Elogia o cuidado que o esloveno tem com o meio ambiente. Eslovênia, este pequeno país do Leste Europeu, é limitado a norte pela Áustria, a leste pela Hungria, a leste e a sul pela Croácia e a oeste pela Itália e pelo Mar Adriático. Com 2 milhões de habitantes, seu território tem 100 h por km². Ao longo da história, o país foi dominado por muitos Impérios: fez parte do Império Romano, do Império Bizantino, da República de Veneza, do Ducado da Carantania (o atual norte esloveno), do Sacro Império Romano-Germânico, da Monarquia de Habsburgo, do Império Austríaco (conhecido mais tarde como Áustria-Hungria), do Estado dos eslovenos, Croatas e Sérvios, do Reino da Iugoslávia e da República Socialista Federativa da Iugoslávia de 1945 até finalmente conquistar sua independência em 1991.
Sua capital é Liubliana, a maior cidade do país, que concentra quase um sexto da população da Eslovênia. Faz parte da União Europeia desde 2004 e é também o único ex país comunista a fazer parte ao mesmo tempo da União Europeia, do Acordo de Schengen, da Área do euro, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, do Conselho da Europa e da OTAN.
Sendo um país pequeno, ao mesmo tempo, é um país grande em seus pensamentos.
Neste dia, fizemos paradas técnicas em pequenas cidades históricas, pois empresa “Europamundo” adotou esta filosofia: em vez de parar nas estradas, orienta as excursões para fazer as paradas nas pequenas cidades para possibilitar aos excursionistas conhecer suas características. Esta forma de unir o útil ao importante e ao agradável é ótimo para os turistas!
Voltando à Viena, de lá partimos ouvindo Música clássica e observando, além dos pré-alpes austríacos, inúmeros reflorestamentos. Aqui, reflorestamentos são constantes, contínuos e continuados, informa-nos o guia. Os objetivos são múltiplos: fabricação do papel, madeira para as construções (cobrir as casas interna e externamente) e calefação (forno a lenha) e também para esquentar a água das caldeiras públicas. As árvores são cortadas aos 15 ou 20 metros de altura, a cada 8 a 10 anos. Tudo é severamente controlado pelo governo. No dia do corte o proprietário preenche uma ficha, com data, quantidade etc. Há também um pouco de pecuária: leite, queijo e presunto de porco. O leite é de vaca, ovelha e cabra.
Às 8:30 h passamos por muita agricultura, onde se observa que cada metro de terra é cultivado. Aqui há muita plantação de girassol para a fabricação do azeite. Às 9:15 h estávamos nos pré-alpes austríacos. No fundo vemos os Alpes que começam na Alemanha e passam pela Áustria, Suíça, Itália e Eslovênia. O ponto mais alto dos Alpes é o célebre Mont Blanc, com 4.800 metros de altura, entre a Itália e a França. De Graz até Maribor onde faremos uma parada técnica, temos ainda 50 km a percorrer. Após 40 km estaremos na fronteira da Eslovênia.
Às 10:15 h, ainda na Áustria, chegamos a Graz, uma cidade habitada primeiramente pelos Eslovenos. É uma das maiores cidades da Áustria com 260.000 habitantes, seguida por Linz com 200.000 e Salzburg com 150.000 habitantes. Esta cidade possui Universidade desde 1580 e aqui, o astrônomo Kepler, ensinou matemática. Em Graz nasceu também o artista e governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.
O texto que segue nos apresenta, alguns dados da cidade de Graz:
Classificada como Patrimônio Mundial da UNESCO em 1999, Graz tem preservado monumentos que datam da Idade Média. Uma profusão de edifícios grandiosos, mosteiros, igrejas, palácios burgueses, praças e estátuas dão conta dos diversos períodos históricos, desde o Gótico à Renascença Italiana, passando pelo Barroco, numa harmoniosa combinação de estilos que deixam o visitante completamente maravilhado.
“Num equilíbrio inimaginável, a Capital Europeia da Cultura de 2003 consegue aliar o peso histórico do local ao mais vibrante ambiente artístico contemporâneo…. Sede do poder dos Habsburgos e capital Imperial entre os séculos XV e XVI, Graz acostumou-se, desde cedo, a ser o centro cultural e intelectual da região de Estyria. Residência de Frederico III, rei da Alemanha, Imperador da Áustria e do Sagrado Império Romano, a cidade começou a ganhar, no século XV, os refinados contornos que hoje ainda podem ser apreciados…, mas é nas estreitas ruas, nas passagens interiores e nas dezenas de pátios do centro que as surpresas se multiplicam a cada passo com uma extensa programação cultural que está a surpreender tanto os turistas como os próprios habitantes. No “Burg”, atual sede do governo provincial, esconde-se uma pérola da arquitetura gótica tardia – a escadaria em dupla espiral mandada construir pelo Imperador Maximiliano em 1499. Num contraste intrigante, escadas de madeira surgem instaladas nos telhados dos edifícios históricos ao redor como a apontar o caminho para o céu, revelando o jogo estético dos novos artistas em diálogo com a complexa história religiosa da cidade, que enfrentou Reformas e Contrarreformas nos séculos XVI e XVII”.
Continuando a viagem, do nosso ônibus de turismo vimos industrias e refinarias. A Áustria importa todo o petróleo e vive da transformação do petróleo e do turismo.
Estamos viajando na A2 e ao sair desta Rodovia, tomamos a A9. Às 10:45 h de nossa viagem estamos ultrapassando a fronteira entre a Áustria e a Eslovênia. O guia continua a nos informar: na Eslovênia, cujo povo aqui chegou no século VI, se fala o idioma eslavo. Após vieram os romanos e no século XIII chegam os Habsburgos e a Eslovênia ficou durante 600 anos sob o domínio austríaco dos Habsburgos. Quanto à língua falada, havia uma diferença ente as cortes que sempre falaram o alemão e o povo e as classes baixas falavam o eslavo.
Em 1937 Josef Prost (Marechal Tito), funda aqui o partido comunista.
Na história da Eslovênia além das muitas dominações, há também a invasão de Nazista de Hitler em 1938 quando, não só destituiu o príncipe Heinrich Himmler, mas também, proibiu o idioma Esloveno e o povo voltou a falar alemão. Terminada a Segunda Guerra, chegam os Soviéticos e liberam o país dos Nazistas.
E continua nosso guia:
A Eslovênia era o país mais independente de todos os demais países comunistas. Tendo o Marechal Tito ideias diferentes sobre o comunismo, aqui houve menos totalitarismo. Com a Perestroika de Gorbachow e com a queda do muro de Berlim em 1990, cresce, aqui também, a vontade de se libertar definitivamente do comunismo.
A separação da Eslovênia da antiga Yugoslávia foi muito violenta.
Em 2007 a Eslovênia adotou o Euro e também assinou o acordo de fronteiras. É o Acordo Schengen – não há mais fronteiras. Há também o Acordo Erasmos – acordo Universitário, o jovem tem direitos iguais ao de outro país e oportunidades iguais. A Eslovênia é um país que se preocupa não só com o meio ambiente, mas especialmente com a educação.
E assim, continuando a viagem, passando por grandes vinhedos pois a região é grande produtora de vinhos, já estávamos a 12 km da cidade de Maribor.
Enfim chegamos a Maribor, onde fizemos uma parada técnica. Esta cidade, na Segunda Guerra Mundial, foi muito bombardeada pelos Aliados e aqui houve muita resistência de Mussolini e de Hitler. Da cidade de Maribor, houve três grandes emigrações para o Chile, Argentina e Brasil, informa-nos nosso guia.
Vimos a linda igreja franciscana, obra do arquiteto Richard Gordon.
Maribor, esta linda cidade da Eslovênia, está situada ás margens do rio Drava e tem 100.000 habitantes e tem os banhos públicos muito bonitos. Nossa parada em Maribor foi só de uma hora. Visitamos a cidade, tomamos café no bar perto da igreja. Aqui Café se diz Kava, com Melko (leite).
Aos sábados, há mercado de frutas e é uma cidade especialmente produtora de pães. Há também, sorvetes especiais.
Às 12:15 h saímos de Maribor em direção à capital da República da Eslovênia, a charmosa cidade de Liubliana reconstruída após o incêndio, com o estilo Art Nouveau, como o de Gaudy.
Passamos o rio Drava, um dos rios mais importantes e vimos a linda ponte medieval feita de ferro.
Após o meio dia, viajamos 130 km e às 14 h, chegamos à capital Liubliana. Na fronteira apresentamos o passaporte e lá o deixamos.
O caminho para a capital foi percorrido em estradas maravilhosas, paisagens indescritíveis que nos surpreendiam, à medida que adentrávamos ao país. A Eslovênia é um país lindo com muita diversidade de paisagem, belos rios, lagos. O verde bandeira tudo domina! Linda planície com montanhas azuladas ao longe, pequenas povoações com casas muito boas como vi na Itália. Imensas plantações de milho, Lúpulo (cerveja) peras, campos girassóis em flor. Não vi arroz. O que aqui tem em grande escala como já escrevi é o reflorestamento, presente em todas essas regiões. Quanto à carne, aqui há um diferencial: a carne é da melhor qualidade nos fala o guia.
Ao longe, vimos os Alpes Eslovenos também chamados Alpes Julianos, pois, em 50 d. C. passou, por aqui, o Imperador Romano Júlio César. Os Alpes alcançam 2.350 metros de altura.
Neste país há duas bandeiras: a bandeira dos eslovenos e a bandeira da Eslovênia.
Ambas as bandeira tem três faixas horizontais: branco (acima) azul e vermelho.
O que acontece é que a bandeira da Eslovênia tem, no centro, um escudo. Este brasão, a partir de 24 de junho de 1991, (véspera da declaração da independência), passou a fazer parte da bandeira da Eslovênia. A bandeira dos eslovenos não o tem.
Na viagem para Liubliana, chamou-me atenção o sistema de túneis, muito frequentes. Pelos horários da passagem anotados abaixo, podemos avaliar que são muitos e frequentes: às 12:45 h passamos por um grande túnel.
Passamos por montes de pedra calcária.
Muitos túneis:
Às 13:16 h um túnel muito longo, certamente, tinha mais de três quilômetros. Às 13:40 h outro túnel, mas curto. Nosso guia nos lembra que no Japão há um túnel de 54 km e na Suíça, entre Lugano e Luzerna, há um túnel de 22 km.
Neste quadro vemos a localização da capital Liubliana, no mapa da Eslovênia.
As estradas eram ótimas!! Os pedágios também muito freqüentes: entre Viena e Liubliana pagamos 4 pedágios. Em cada pedágio se paga entre três e cinco euros. Em 1895 Liubliana sofreu um grande terremoto sendo, depois, totalmente reconstruída, em estilo da Art Nouveau, à semelhança das construções do arquiteto Gaudy em Barcelona. Aqui deixo alguns dados biográficos de Ciril Metod Koch (1867–1925), que possui várias obras espalhadas por toda a Eslovênia. Junto com Max Fabiani, ele introduziu a Art nouveau em seu país…. Este arquiteto estudou o primário em Ljubljana, o secundário em Graz e cursou arquitetura na Academia de Belas Artes de Viena. Em 1893, Koch começou a trabalhar no Escritório de Planejamento Urbano de Ljubljana. Sua carreira ascendeu após o terremoto de 1895, que abriu espaço para que ele expressasse a Art Nouveau na Eslovênia. Segundo documentos, há 38 edifícios por ele projetados em Ljubljana e outros 50 no resto da Eslovênia.
Liubliana, a capital eslovena, revela-se uma adorável e antiquíssima metrópole ancorada entre os Alpes e o mar Adriático, onde diferentes culturas viveram, lutaram e, sobretudo, se misturaram, desde tempos milenares. O nosso guia José Vicente nos fala, com entusiasmo, sobre a capital Liubliana e nos garante que é uma cidade muito segura. Esta linda e histórica cidade, concentra em pouco espaço, os edifícios mais importantes. No verão há muitos eventos!
Liubliana é a capital e centro financeiro da Eslovênia. É uma cidade com pouco mais de 300 mil habitantes. A antiga Emona, nome dado após a conquista da vila pelo Império Romano, começou a ser construída no ano 15 d.C. A sua história é de origem diversa, mas sobretudo, celta. A moeda utilizada, tal como no resto do país, é o euro.
“O Castelo, que foi habitado, entre outros, por Frederico III de Hamburgo e visitado por Carlos V (a Eslovênia pertenceu ao Império Austro-Húngaro), foi construído no século 12, mas as suas origens remontam à velha Emona. Depois de visitar a torre e apreciar os Alpes em toda a sua dimensão, é possível descer da colina a pé por uma série de trilhos especialmente construídos”.
Chegamos a Liubliana
Adentramos às 14 h ao nosso City Hotel que ficava a uma quadra do centro da cidade. Um hotel muito bem apresentado e bem decorado. Depois de instaladas no lindo apartamento de ótimas dimensões, de lençóis muito alvos e camas ótimas, saímos deixando nossas bagagens no quarto e nosso passaporte na portaria. Consegui me comunicar, em italiano na recepção, recebendo as primeiras informações. Saímos com o guia José Valente para a praça central. Lá reconhecemos o centro rodeado de prédios interessantes desta já simpática cidade.
Depois de ver a feira local e mais alguns artesanatos, fomos almoçar num quiosque adjacente à feira que, nesta hora, já estava terminando.
Saboreamos uma comida típica, o célebre “Rubec”. Pedi o de massa folheada com carne. Muito bom, leve e gostoso! Aqui hoje estava muito quente.
Depois começamos a reconhecer a cidade que é plana e onde não circulam carros, mas sim muitíssimas bicicletas. Dizem que há aqui 30 terminais de bicicletas e o aluguel é gratuito. Pode-se usar a bicicleta por uma hora e passados cinco minutos pegar outra bicicleta se assim o desejar. Por este motivo e graças a calçadas muito largas, existe, na maioria delas, uma faixa vermelha que é destinada às bicicletas onde ciclovias e as muitas zonas de pedestres estão espalhadas por toda a cidade. No alto vê-se o histórico castelo onde se pode chegar com o bonde funicular e de lá contemplar a bonita Liubliana.
Um rio, o Liublianica, corta a cidade e nós vemos o espetáculo das três pontes que uma ao lado da outra, ligam os dois lados do rio.
Elas tem um aspecto muito interessante: não é possível saber qual é o centro das pontes pois elas estão feitas de tal maneira que isto é impossível avaliar. Coisas de arquiteto libertário, tipo Gaudy!! Á direita da praça vemos o centro histórico, o edifício da Filarmônica, que não sofreu nem no terremoto e nem na Guerra, informa-nos o guia. Vemos também a bela igreja de cor vermelha, que é a igreja franciscana, com suas lindas e artísticas portas de bronze.
Chamam-me atenção as muitas igrejas franciscanas nestes lugares do leste europeu.
Nesta cidade acontece um fato inédito: aqui não há estátuas de generais e nem de batalhas, mas somente estátuas de músicos, poetas, escritores e artistas. Isto soa muito bem aos nossos ouvidos e agrada ao nosso olhar! A única estátua que existe na cidade é a de Napoleão, pois quando ele conquistou a cidade (1806) permitiu que o povo continuasse a falar esloveno e não fosse obrigado a mudar a língua materna, como acontece, em geral, nas dominações estrangeiras, sobre os povos dominados. Em gratidão, o povo erigiu este monumento ao Conquistador Napoleão.
O obelisco erigido a Napoleão com uma inscrição em língua francesa recorda a formação da província da Ilíria. Interessante saber que O Imperador Napoleão retomou o nome Ilíria do tempo dos romanos.
A invasão de Napoleão permitiu à Eslovênia libertar-se do jugo austro-húngaro apenas durante alguns anos.
O centro da cidade é pequeno e tem todos os edifícios importantes e históricos ao redor da praça principal e lá dois monumentos celebram o amor.
Um monumento é dedicado ao escritor Franz Brecheren que tinha um amor impossível por Júlia, (uma nobre). O busto de Júlia permanece, em alto relevo, na parede de uma casa em frente à estátua do poeta. Agora, finalmente, os dois amantes podem estar um olhando o outro, para sempre.
Vimos muitas lojas com roupa italiana de grife e também muitas lojas em liquidação.
Um Outro dado importante a considerar é que aqui, como em outras cidades destas regiões, a água é potável, por isso pode-se beber, perfeitamente, a água da torneira.
Às 17 h voltei para o hotel para descansar e às 19 h saí, para visitar o castelo. Subi pelo funicular, uma estrutura moderna, que nos leva ao bem organizado castelo, onda a tecnologia nos facilita a subida para todos os recantos. É um local muito aprazível.
No castelo há um grande espaço onde, naquele dia, estava sendo preparado o palco para uma apresentação; apresentações essas muito frequentes no verão, em toda a Europa.
E, no castelo pude observar e fotografar a cidade.
À noite foi-nos oferecida, no City Hotel, um jantar com os três pratos típicos: primeiro prato- queijo, pão; segundo prato: salada verde bem sortida; terceiro prato: carne (filet) gostosíssima, suflê de legumes, mais alguma coisa e de sobremesa, sorvete. Pedi um copo de vinho, já que costumo tomar um copo de vinho todos os dias. Toda a comida estava muito bem preparada e muito saborosa.
Após este lauto jantar, fomos arrumar as malas e descansar, pois, no dia seguinte, bem cedo, partiremos em direção a Zagreb, a capital da Croácia, chegando a Zadar à tarde, onde também pernoitaremos.
1º de agosto de 2009 – Ljubjiana, Zagreb, parque dos lagos de Plevitche e Zadar
Saímos de Liubliana às 7:30 h da manhã após um ótimo café (pequeno almoço). Aqui em Liubliana nosso guia José Vicente nos deixou para se dirigir, com algumas pessoas do grupo, para Viena. Agora estamos em 12 pessoas aos quais se uniram mais cinco, tendo como guia, o espanhol Saul.
Num confortável ônibus da “Europamundo”, estamos folgadamente, só em 17, onde caberiam 40 pessoas. Em geral sentamos cada um num banco para melhor observar e curtir belíssimas paisagens e lindas estradas! Estou sentada no primeiro banco do ônibus com uma ótima visão.
A primeira observação a fazer é que se percebe, nitidamente, o início de férias para os europeus, pois as estradas estão repletas de veículos. Às 7:50 h atravessamos um túnel! Por estas regiões os túneis são muitos e muito frequentes e os pedágios também.
O que se nos apresenta em termos de geografia física é o complexo Karst que se formou com os Alpes. São montes de pedras cheios de pinheiros. Nossa visão é positivamente impactada por muitos campos geometricamente cultivados, com muita plantação de milho. Às 8 h estamos descendo as rodovias através das montanhas e estamos passando por interessantes povoados. Ao longo da estrada os limites são transparentes, feitos com polietileno. É interessante ver, do ônibus, a paisagem que está além deles que é bem visível.
Às 8:07 h pagamos o primeiro pedágio: 8,20 euros. As paisagens são maravilhosas: muitos girassóis, grandes plantações de milho espigado e muita terra pronta para a plantação. Além disso, vemos aqui pela primeira vez, muito gado. Às 8:15 h enfrentamos um grande engarrafamento. Nosso guia nos explica que é 1º de agosto e por isso, de toda a parte da Europa, parte-se para as férias.
Às 9:30 h ainda estamos no engarrafamento, mas, depois de uma hora e 15 minutos parece que o trânsito flui normalmente. Estamos passando por obras de grande anel rodoviário com túneis e elevados. A paisagem continua esplêndida! Muita agricultura: milho, lúpulo (cerveja) muito verde, tratores trabalhando e cortando capim. Vemos o primeiro posto de gasolina e muitos carros à espera de se abastecer. Às 9:40 h novo engarrafamento. Estamos na A1.
O guia nos fala sobre a Croácia, que se independizou em 1991 e cuja capital Zagreb iremos conhecer no dia de hoje. A parte mais conhecida no litoral do mar Adriático da Croácia é a Dalmácia que possui centenas de ilhas. Toda a costa da Croácia tem mais de 1500 ilhas e muitos acidentes geográficos que tornam esta região “sui generis”.
Estamos, pois, ansiosos por conhecer a Croácia. Às 9:50 h passamos, novamente, por grandes obras de engenharia, terraplanagem e anéis rodoviários. É a nova Europa Unida injetando recursos nesta região que está entrando no Mercado Comum Europeu. Agora o trânsito já flui melhor.
Às 10 h voltamos a passar por lindos campos cultivados. Saímos da A1 e entramos na A6. Paramos numa Gazolineira e entramos na região sul da Eslovênia. Aqui vemos as montanhas, encimadas por pequenas igrejas. A explicação é a seguinte: foram construídas como postos avançados de observação, para que o povo pudesse ser avisado, quando se aproximassem os turcos. Assim, avisados em tempo poderiam se defender. Passamos por zona rural, Novo Mesto com construções parecidas como as da Áustria- duas águas.
Aqui está também a fábrica de automóveis Renault, onde trabalham 2.000 pessoas.
Perto de Novo Mesto, há o povoado que se chama Otocec. Encima da letra c tem um acento circunflexo colocado de forma inversa e a pronuncia deste C é Che. Aqui de cima, vemos o Rio Kraka e o castelo construído numa ilha.
Numa parada técnica aprendemos, a duras penas, ou seja, sozinhas, como obter, através de comandos digitais e pagamento com euros, automaticamente, a chave do banheiro.
KRAKA na língua daqui quer dizer banheiro. Um banheiro muito bom, por sinal.
Nesta parada fizemos diversas fotos observando, lá embaixo, o castelo, com muitos carros ao redor.
Às 10:30 h estamos ainda na Eslovênia a caminho de Zagreb onde se sucedem grandes obras rodoviárias e também muitos pedágios. Faltando 20 minutos para chegar à fronteira da Croácia, vimos uma imensidão de pinheiros muito verdes. Estavamos entrando na A1, zona povoada e totalmente agrícola. Às 10:35 h novo anel rodoviário. Às 10:45 h novo pedágio: 9,20 euros. Acho caríssimos os pedágios!
São 11 horas, estamos na fronteira com a Croácia. A maioria das pessoas e carros que vemos são migrantes da Itália, Alemanha e Rússia que estão voltando para a Croácia nas férias. Na fronteira é proibido tirar fotos, avisou-nos o guia.
Aqui descemos do ônibus e passamos por uma cabine onde o policial, bastante sisudo (ainda) verificou e carimbou o passaporte. Esperamos 16 minutos. Às 11:16 h fomos para fronteira com a Croácia que fica um pouco mais adiante.
2 de agosto de 2009 – Zadar, Trogir, Slano
De manhã saí cedo do hotel para nadar na piscina.
Depois do café, Regina e eu fomos para o centro da cidade a pé, passando pela grande porta medieval. Zadar é uma cidade que apresenta muitas igrejas românicas e muralhas medievais.
Durante a Quarta Cruzada, a cidade de Zadar (na época mais conhecida como Zara) foi, tal como Constantinopla, saqueada pelos exércitos cristãos financiados pela República de Veneza.
No chão, pedras brilham! Isto é devido, não só ao milenar caminhar encima delas, mas também porque toda esta região da Dalmácia é zona Kárstica e é por isso que as pedras nas ruelas brilham.
Entrei numa linda igreja onde havia missa no rito bizantino a qual assisti. Na frente do altar havia umas 10 religiosas, ainda de hábito, como no século XIX.
Nesta cidade há também, a praça chamada, a Bunara que é conhecida como a praça dos cinco poços. São poços que serviam à população medieval para abastecimento da água.
Depois de passar rapidamente pelo centro e ver uma pequena feira de artesanato, voltamos passando pela praia e chegamos, depois de uns 20 minutos no nosso hotel.
Aqui em Zadar há também dois outros pontos turísticos dignos de nota e aos quais nós não tivemos oportunidade de ver:
1) Órgão-do-Mar-o-órgão-gigante-tocado-pelas-ondas-do-mar:
“O Órgão do Mar é feito através de um sistema de tubos e apitos que assobiam conforme o mar empurra o ar para dentro dos tubos e eles levam o ar até os buracos que foram instalados numa escadaria de pedra à beira mar. O som aumenta de intensidade quando passa algum barco por ali. O ambiente é extremamente agradável e disputadíssimo pelos turistas no final do dia”.
2) O “Monumento de saudação ao Sol”
Fica ao lado do “Sea Organ”. São 300 placas de vidro Led de múltiplas camadas que formam no chão, um círculo de 22 metros de diâmetro. Estas placas absorvem a energia solar durante o dia, para a noite fazerem um verdadeiro Show.
Saímos de Zadar às 11 h da manhã e nossa guia continuou dando informações sobre a Croácia, enquanto nós continuávamos a admirar lindas paisagens com o azul do mar e as pequenas povoações de casas brancas.
No caminho vemos os antigos dinossauros da Iugoslávia, (industrias Croatas) abandonados.
Acima de tudo, a Croácia é sinônimo de turismo. O turista não vem para cá só do Ocidente, mas especialmente do Leste Europeu.
Há aqui uma questão em aberto: são os criminosos de guerra e/ou os heróis nacionais, questão a resolver, antes da Croácia ser admitida na União Europeia. Nosso guia nos comenta que entre 91 e 95 durante a Guerra, aqui a população ficou sem água e sem comida durante o cerco feito pelos sérvios.
Ante Gotovina, Herói Nacional ou Criminoso de Guerra?
Gotovina, o militar que aparece em grandes outdoors pelos caminhos da Croácia, rompeu o cerco dos sérvios e os expulsou. Nascido em 1955 esteve em 1980 no Chile e na Argentina em instrução militar. Organizou o inexistente exército croata. Chegou ao posto de general. Na Operação Tormento, a Croácia atacou os sérvios de Krajina. Foram 2.000 sérvios deportados e 150 mortos naquilo que se chama limpeza étnica. Este fato ocasionou, em 2005, na Croácia, a paralisação do processo de entrada deste país no Mercado Comum Europeu. A Croácia precisa entregar os criminosos de Guerra, no caso este general que, na Croácia, é considerado herói Nacional. O tribunal Internacional para os crimes de Guerra encontrou este general num Hotel, nas Canárias.
Após ótima viagem observando as lindas paisagens da Croácia, às 12:10 h chegamos à cidade croata de Trogir.
Ao desembarcar do ônibus passamos por uma ponte de madeira, e aqui, diante deste quadro e desta ponte, fiz esta foto.
Em Trogir, conhecemos o centro da cidade onde fomos almoçar num dos múltiplos restaurantes que existem nas estreitas ruas, desta cidade antiquíssima. Depois voltamos andando pela praia e lá saboreamos um gostoso sorvete natural.
Sobre a cidade Trogir e sua longa A história
“Trogir possui 2.300 anos de tradição urbana contínua. Sua rica cultura foi influenciada pelos gregos, pelos romanos e pelos venezianos. A cidade reúne palácios, igrejas, torres, fortalezas, todos numa pequena ilha, inscrita em 1997, na lista do Patrimônio da Humanidade da UNESCO. A cidade constitui o complexo românico-gótico mais bem preservado do Adriático e, possivelmente, da Europa Central. O centro medieval de Trogir, cercado por muralhas, inclui um castelo e torre preservados e uma série de residências e palácios dos períodos românico, gótico, renascentista e barroco. O edifício mais grandioso é a igreja de São Lourenço, cujo portal principal ocidental é uma obra prima de Radovan e o trabalho mais significativo do estilo romanesco-gótico na Croácia”.
Após a Primeira Guerra Mundial, a cidade, juntamente com o restante da Croácia, tornou-se parte do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (mais tarde, Reino da Iugoslávia). Durante a Segunda Guerra Mundial, Trogir foi ocupada pela Itália, havendo sido liberada em 1944. A partir de então, integrou a segunda Iugoslávia até a independência da Croácia, em 1991.
A nossa estada em Trogir foi muito curta, pois às 15 h já partimos para a cidade de Slano que fica perto de Dubrovnik.
Às 15:20 h, à direita do nosso ônibus, estamos vendo a grande cidade de Split. O guia nos dá informações sobre Split: diz que aqui o futebol é uma religião. Fala-nos também de uma joia arquitetônica que é o palácio do Imperador Diocleciano. Na região sul temos as salinas e a antiga cidade de Salona. Sobre Split falaremos mais quando lá estivermos. São 16 horas e agora passaremos a Riviera mais linda da Croácia. Está cheia de turistas!
Paramos nos Lagos de Bacina, região parecida com Plevitche. De lá saímos às 18 horas.
À direita, vemos o Delta de um rio transformado, no governo de Tito, numa zona de cultivo de frutas. Há uma cidade (Blotze) criada pelo Marechal Tito, que foi desenhada à maneira comunista: retângulos, quadrados, blocos homogêneos. Aqui está a frutaria da Croácia, com muitas hortas e pomares, um porto e uma estação de trem. Daqui se distribuem as frutas para todos os países.
Às 17:30 h passamos pela fronteira da Bósnia que, por não ter saída para o mar, recebeu 9 quilômetros de litoral, que lhe foram autorizados, com a incumbência de que lá se construíssem um porto, ou seja uma estrutura turística. Não foi o que aconteceu, informa-nos o guia. Passamos pelos 9 km da Bósnia, não paramos e nem precisamos mostrar o passaporte na fronteira.
Nosso guia nos dá informações sobre a Bósnia e a guerra que aqui se prolongou durante 10 anos, quando se produziram as maiores carnificinas. Aqui na Bósnia existem três zonas específicas:
1) Croatas bósnios,
2) Bósnios muçulmanos,
3) Sérvios bósnios (estes últimos são ortodoxos). A nível político, há no governo, um representante Bósnio, outro Sérvio e outro Croata. A consequência é que o país não se desenvolve, informa-nos nosso guia.
A capital da Bósnia Herzegovina é Sarajevo importante cidade que foi palco do acontecimento que desencadeou a Primeira Guerra Mundial.
Às 18:45 h já havíamos passado pelos 9 km do litoral da Bósnia e novamente estamos continuando a percorrer o litoral da Croácia.
A Bósnia ainda não entrou no Mercado Comum Europeu por motivos econômicos, políticos e Sociais. Sua bandeira foi desenhada pela ONU.
Meu sentimento e minha emoção ao percorrer este litoral são muito grandes. A toda hora, vejo pequenos povoados ou cidades, acantonados entre a montanha e o mar verde azulado, ou nas inúmeras ilhas que margeiam o litoral do Mar Adriático, com as casas brancas com telhados de cerâmica, muitas vezes novos.
Vimos ao longe a cidade de Ston e as maiores muralhas de toda a Europa e também, a península de Peljesac, lugares estes que visitaremos mais tarde, quando voltarmos de Dubrovnik. Neste litoral vemos, também, muitos cultivos de ostras e de videiras. Aqui e produz o célebre Vinho de Peljesac muito apreciado na Croácia. Após ótima viagem, às 19:10 h, com o sol ainda muito alto, chegamos à amuralhada Slano (Slano quer dizer Salgado). Esta cidade chamada “joia do Adriático” foi destruída pelos sérvios na guerra de 1991 a 1995 e foi reconstruída apenas a somente dois anos. É um lugar de muitas oliveiras que fica a 30 Km de Dubrovnik.
Era domingo e no Hotel Admiral, novo e muito moderno, que está localizado numa baia, fomos recebidos com doces e Ráquia que é a aguardente típica deste lugar.
Ao redor do hotel, está o Mar Adriático com suas águas frias. Alguns aproveitaram para tomar banho.
Nos arredores do Hotel Admiral havia uma festa popular. Aproveitei e fui conhecer esta parte cultural da cidade.
De maneira geral era uma festa parecida com as nossas, com uma exceção: lá havia uma grande churrasqueira, onde, estavam sendo assados veados, inteiros. Ver este espetáculo não me agradou a forma estranha como comiam: pegavam grandes pedaços de carne com as mãos e as destrinchavam com os dentes e isso lembrou tempos muito antigos.
Às 20 h tivemos ceia com um bufê muito especial. Apesar da hora avançada brilhava ainda a luz do dia!
3 de agosto de 2009 – Dubrovnik
Após um café reforçado, partimos do Hotel Admiral para a Romana República de Ragusa, hoje chamada Dubrovnik. O guia nos anuncia que Bernard Shaw, em 1929 visitou a cidade e este dramaturgo, romancista, contista, ensaísta e jornalista que nasceu em Dublin, na Irlanda em 1856 e faleceu em Saint Lawrence na Inglaterra em 1950, cunhou a seguinte frase: “Se querem ver o paraíso na terra, venham a Dubrovnik.
Na entrada da Fortaleza de Lovrijenac, em Dubrovnik a sugestiva frase em latim chama a atenção: “A liberdade não se vende nem por todo o ouro do mundo”.
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A história da “Joia do Adriático” no século XX foi muito conturbada. Depois de 1918, com a queda do Império Austro-húngaro (de que tinha sido parte), a cidade de Dubrovnik foi incorporado no novo Reino de Servos, Croatas e Eslovenos e mais tarde ao Reino da Iugoslávia. Durante a Segunda Guerra Mundial, Dubrovnik tornou-se parte do Estado Independente da Croácia, um fantoche do regime Nazi alemão. Após 1944, com o fim da guerra, integraria a Iugoslávia.
Em 1991, a Eslovênia e a Croácia declararam a sua independência da Iugoslávia, o que conduziria a um cerco de sete meses à cidade de Dubrovnik por parte de forças da Sérvia e de Montenegro. Os ataques sobre a cidade provocariam danos em quase 70% dos seus edifícios históricos. Nove foram completamente destruídos em incêndios. Os sérvios, nesta Guerra, em 1991, atacavam os patrimônios culturais e as zonas de turismo. Assim, com morteiros destruíram 90% desta cidade. Faz dois anos que os Croatas a reconstruíram novamente. Depois do fim da guerra foram gastos milhões de dólares na reconstrução.
Construídas no século X, as muralhas da cidade antiga de Dubrovnik encantam já de longe os visitantes que avistam a cidade, seja por terra ou por água. Os números impressionam: com quase 2 quilômetros de extensão e 25 metros na parte mais alta. Hoje, é considerada a muralha medieval mais preservada da Europa.
Aqui há muitos passeios interessantes que se podem fazer. Um passeio pelas muralhas da cidade antiga é interessantíssimo. Dizem que os muros voltados para o mar possuem cerca de 12 metros de espessura.
Nesta visita que fizemos à turística Dubrovnik, encontramos a antiga cidadela romana intacta, toda reconstruída em pedra, com suas ruelas estreitas formando quase um labirinto, cheias de lojas, restaurantes.
Foi um espetáculo impressionante vê-la assim, rodeada de muralhas fortíssimas e com muitíssimos turistas na cidade! Isto tudo depois da recente Guerra!
O Turismo na Croácia
A Croácia sempre teve uma vocação turística.
Esta não arrefeceu nem durante a ditadura do Marechal Tito, a partir do fim da Segunda Guerra Mundial. O regime incentivava a população litorânea a receber turistas, sobretudo da Itália, em suas casas. Com o fim do comunismo e da Iugoslávia, muitos dos croatas que abrigavam turistas transformaram suas casas em pousadas. Com isso, o que hoje floresce é um turismo formidavelmente pulverizado, sem grandes hotéis e resorts.
“Quando se pergunta sobre a Guerra, vem à tona um ódio formidável dos sérvios, que jogaram mais de duas mil bombas sobre Dubrovnik, destruindo 800 casas da Idade Média e renascentistas”.
Em Dubrovnik depois de uma visita guiada na cidade, fizemos um lindo passeio de barco pelo mar Adriático. Uma infinidade de turistas estava nas praias e pequenas ilhas da região. Aqui é comum a prática do nudismo. O passeio foi excelente!
Logo após, visitamos lojas, depois igrejas, conventos, labirintos, e vimos a farmácia mais antiga, ainda do tempo dos romanos e uma videira também do tempo dos romanos. Almoçamos nestes lugares típicos!
Em Dubrovnik há uma paisagem interessantes na cidade: sobem-se escadas em ruelas muito estreitas e sempre se chega a ruelas transversais cheias de restaurantes e lojas com muitos turistas.
Após andarmos pela cidade e fazermos diversas fotos, voltamos, à tarde, de ônibus, para Slano, onde ficava nosso moderno Hotel Admiral. Lá tomei banho no Mar Adriático que fica nos fundos do Hotel. A única dificuldade era andar por cima do cascalho típico destas praias. Depois fui nadar na Piscina coberta que estava maravilhosa! À noite um ótimo jantar e depois assistimos a um show com três músicos croatas. A artista tinha as roupas típicas de uma mulher casada. Aqui se costumam diferenciar as solteiras das casadas pelas roupas. Dançamos bastante ao som das lindas músicas. Os músicos, tocaram, também, músicas brasileiras.
4 de agosto de 2009 – Slano, Ston, Korcula, Split
Neste dia o sol brilhou e o dia não foi muito quente na antiga cidade de Slano, neste bonito litoral da Croácia, cheio de penínsulas, baias, cabos e ilhas. Ainda estamos no Grand Hotel Admiral.
Às 8 horas saímos, para atravessarmos, de ônibus, toda a península de Peljesac. Antes passaremos por Ston e Mali Ston, que se localizam no istmo da península. Ao sair da península visitaremos a ilha de Kórcula, célebre pelo vinho e por ser a terra, onde, parece, nasceu Marco Pólo. Da cidade de Kórcula, atravessaremos toda a ilha com o mesmo nome e, na sua última cidade, Vela Luka, partiremos viajando, durante três horas, com o navio da Companhia Estatual de Navegação Croata Yedrolinija, desembarcando na histórica Split, cidade do Imperador Diocleciano.
Às 8:17 h estamos na Mali Ston (Mali quer dizer pequena), conhecida pelas minas de sal desde o tempo dos romanos. Foi fortificada pela República de Ragusa, hoje Dubrovnik, por causa dos piratas turcos que invadiam por terra e por mar.
Esta fortificação, conhecida como a “Grande Muralha da China da Europa”, foi construída após a aquisição de Peljesac, em 1358, pela República de Dubrovnik (ou República de Ragusa). Viria a ser finalizada no século XV. A muralha de 5,5 quilômetros pretendia isolar a península dos invasores. Ainda hoje existe aqui a extração do sal.
Nos muitos restaurantes de Ston podem-se provar as excelentes ostras produzidas nestas águas. Atravessando a península às 10:30 h chegamos à cidade de Orebic.
Aqui o ônibus e todos os carros entraram num ferryboat da Yedrolinija para, em 10 minutos de navegação, estarmos na ilha de Kórkula.
“Os gregos chegaram aqui na ilha no século IV A. C. e lhe deram o nome de Korfu Negra. Os eslavos lhe deram o nome de Kórcula. Localizada no mar Adriático, a ilha de Korcula tem 279 km² de extensão e pouco mais de 17 mil habitantes (2001). Chamada de “jóia da Dalmácia”, a ilha de Korcula é dividida nas localidades de Korcula, Vela Luka, Blato, Lumbarda, Racisce, Kneže, Zrnovo, Pupnat, Cara, Smokvica, Orebic, Loviste, Viganj e Trpanj. Administrativamente, pertence ao condado de Dubrovnik-Neretva, cuja capital é a cidade de Dubrovnik. A ilha também é considera da terra natal do explorador veneziano Marco Polo”.
Na cidade de Kórkula ficamos uma hora. Além da cidade fortificada que se apresenta nos moldes de Dubrovnik, visitei também, umas barracas de feira, onde comprei, por 4 euros, um colar de caramujinhos que eu almejava encontrar já fazia muito tempo.
Ao atravessarmos esta ilha vemos muitas oliveiras e todos os limites das propriedades, feitos em pedra. Os romanos introduziram o azeite em toda a costa da Dalmácia. As oliveiras de Kórcula são diferentes das oliveiras que conhecemos: folhas grandes e muito escuras.
Nesta região onde vemos também todos os telhados refeitos, houve muita destruição nas guerras. Os inimigos agrediam, especialmente, os patrimônios culturais e as zonas de turismo.
Às 12:30 h mais uma linda paisagem: à esquerda um grande vale totalmente coberto com vinhedos, frutas e oliveiras. As oliveiras protegem as uvas do vento, nos informa o guia.
Às 12:55 h chegamos na cidade mais velha, a última cidade da Ilha de Kórkula: Vela Luka que é um porto. A palavra Vela quer dizer grande. Em Vela Luka nosso ônibus parou no centro da cidade, ao lado do Supermercado Konzum. Este mercado foi o ponto de referência para, ao retornar do passeio poder encontrar o ônibus.
No Grande Porto de Vela Luka, às 13:40 h, embarcamos no navio Yedrolinija, para chegar, em três horas, na cidade de Split.
Este navio pertence a uma companhia Croata estatal e como tantos outros estes navios e ferry boats fazem a ligação entre as diversas ilhas. Em todo o mar Adriático há 1150 linhas num litoral de 4.000 km. O navio é muito grande e tem muito boas acomodações em seus três andares.
Neste navio da Yedrolinea, uma empresa do governo, também viajou em 1998, o papa João Paulo II, o que é atestado pelas fotos que lá ficaram expostas nas paredes do navio.
O navio estava repleto de viajantes. No grande refeitório há muitas mesas retangulares e bancos estofados onde as pessoas se alimentavam e observavam a natureza desta costa do mar Adriático. Nesta viagem, observei, no vão central, que muitos jovens, estavam à vontade e dormiam encima das próprias malas. Outros estavam estirados no chão ou dormiam nas poltronas e nos bancos.
Estava muito quente e eu subi ao último andar do barco para melhor observar a paisagem. Lá me encontrei e falei com uma moça da Suécia que falava italiano pois, tendo pai sueco, tinha mãe italiana. Foi muito interessante a longa conversa!
As três horas se passaram rapidamente e após uma boa viagem, chegamos à cidade de Split, segunda maior cidade da Croácia, uma cidade que vale a pena conhecer.
Ao longo de sua história, Split foi governada por Roma, pelo Império Bizantino e intermitentemente, pela nobreza croata e húngara. Em 1420, assumiu o controle de Split a República de Veneza, que o perdeu em 1797 para a Áustria-Hungria. No período de 1806 a 1813, a cidade esteve sob controle napoleônico.
Lá nosso ônibus nos esperava e nos levou ao hotel Dalmina, um hotel simples, mas muito bom.
O hotel não ficava muito perto da cidade. Neste dia estava chovendo e, por isso, não quisemos sair à noite, para visitar a cidade.
5 de agosto de 2009 – Split, Opatyia
Dia feriado pois celebra a liberação da Croácia da dominação da Sérvia. Às 8 horas saímos com nosso ônibus para conhecer Split. Um dado digno de nota é saber que Split não foi bombardeada na recente Guerra como foram bombardeadas Zadar e Dubrovnik.
Ficaremos na cidade até 13 h. Daí partiremos para o norte e pernoitamos na cidade de Opatija. Nossa guia local se chama Maya, uma moça loira, muito simpática que se comunica muito bem em espanhol. Após uma visita panorâmica conhecemos o centro da cidade a pé. Maya nos explicou a história da cidade nos mostrando também os monumentos.
Embora o surgimento de Split costume ser associado à construção e posterior ocupação do Palácio de Diocleciano, há provas da existência prévia de uma colônia grega na área.
O palácio que vemos nesta foto foi mandado construir pelo Imperador romano Diocleciano com o objetivo de lá passar seus dias após se retirar da vida pública.
Com sua morte em 305 e o fim do Império Romano em 470, o palácio ficou abandonado.
Mas um fato aconteceu, em 639, quando os refugiados da cidade de Salona, destruída pelos ávaros, vieram ocupar este palácio e converteram seu interior, num vilarejo. A comunidade cresceu e ocupou as áreas em torno do antigo palácio: no entanto este palácio constitui hoje, o centro da cidade, ainda habitado. Lá vemos muitas lojas, mercados, praças e uma catedral cristã (em que se transformou o mausoléu de Diocleciano). Ao visitar a cidade lembro, também, de ter observado uma igreja construída encima de um templo romano.
Hoje Split é considerada patrimônio da Humanidade, pela UNESCO.
Em uma parte deste palácio, foi construída, no século VII, pelos cristãos, a catedral de São Domingos que é o padroeiro de Split.
O monumento que aparece aqui é uma escultura de Iván Mestrovic, de 1935. que retrata o bispo Gregório de Nin, que no século X se opôs ao Papa e aos círculos oficiais da Igreja, introduziu a língua croata nos serviços religiosos, em substituição ao latim.
Com o término da Primeira Guerra Mundial e a dissolução do Império Austro-húngaro, a província da Dalmácia, juntamente com Split, tornou-se parte do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (cujo nome foi mudado em 1929 para Iugoslávia). Quando Rijeka e Zadar, as duas outras grandes cidades na Costa Oriental do Adriático, passaram às mãos da Itália, Split transformou-se no porto mais importante da Iugoslávia. A ferrovia Lika, que liga a cidade ao restante do país, foi concluída em 1925. Em abril de 1941, após a invasão da Iugoslávia pelas forças do Eixo, Split foi ocupada pela Itália e formalmente anexada um mês depois. Em setembro de 1943, com a rendição da Itália, a cidade foi liberada pela resistência, mas viu-se ocupada pelo Wehmacht, em seguida. Durante a ocupação, algumas das instalações portuárias e partes da cidade antiga sofreram danos devido aos bombardeios aliados. A resistência finalmente liberou a cidade em 26 de outubro de 1944. Até o final da Guerra, Split foi a capital provisória da Croácia controlada pela resistência.
Após a Segunda Guerra Mundial, Split tornou-se parte da Croácia, a qual era, por sua vez, uma República federada pertencente à Iugoslávia socialista. A cidade continuou a crescer e a desenvolver-se como um centro comercial e cultural importante, atraindo grande número de migrantes rurais para as novas fábricas, estas, parte de um esforço de industrialização em larga escala. No período entre 1945 e 1990, a população triplicou e a cidade expandiu-se, tomando toda a península.
“Quando a Croácia declarou a sua independência em 1991, Split abrigava uma grande guarnição do Exército Popular Iugoslavo, que guardava as instalações e o quartel-general da Marinha Iugoslava (JRM). Seguiram-se meses de um impasse tenso entre o exército iugoslavo e as forças militares e policiais croatas, com vários incidentes. O mais sério ocorreu em novembro de 1991, quando a JRM, inclusive o contratorpedeiro Split, bombardeou a cidade – a única ocorrência na história em que uma belonave bombardeou uma cidade com o seu próprio nome. O exército iugoslavo deixou a cidade em 1992. Split é a segunda maior cidade da Croácia. A cidade ainda se ressente dos efeitos da difícil transição para a economia de mercado, agravada pela depressão causada pela guerra de independência croata. Durante a era Iugoslava, Split era um centro econômico”.
Na foto, em Split, eu estou esperando o ônibus para seguir viagem. Às 13 h saímos de Split. Viajamos para o norte em direção à Istria e depois de 5:30 h de viagem, chegaremos à cidade de Opatija. Nosso guia coloca um disco de música coral litúrgica.
No caminho vimos a fortaleza medieval de Klis nos arredores de Split.
A guia nos fala que originalmente foi uma pequena fortaleza construída pelos antigos ilírios, tornou-se depois um palácio real que foi a sede de muitos reis croatas. Foi tomada pelos turcos Otomanos ao dominarem a cidade. Aqui há muita história!
“A fortaleza de Klis é provavelmente famosa por sua defesa contra a invasão otomana da Europa no século XVI. Em última análise, os defensores foram derrotados e a fortaleza ocupada pelos otomanos em 1537. Depois de mais de um século sob o domínio otomano, em 1669, foi sitiada e tomada pela República de Veneza. Os venezianos restauraram e expandiram a fortaleza, embora ela tenha sido tomada pelos austríacos depois que Napoleão extinguiu a República em 1797. Atualmente, contém um museu onde os visitantes podem ver uma grande variedade de armas, armaduras e uniformes tradicionais”.
Meia hora depois de sairmos de Split, às 13:30 h, já tínhamos atravessado 4 túneis sob pequenos morros. Depois de meia hora, o primeiro pedágio.
Aqui nesta paisagem há algo a admirar: são os trabalhos de sustentação de encostas ao longo das rodovias. São telas de arame muito altas e há muitos quilômetros de proteção, para que nenhuma pedra se desprenda e prejudique aqueles que passam. As estradas são modernas e ótimas. Todos os terrenos que vemos, são delimitados com pedras brancas que aqui, chamam nossa atenção pela abundância.
Às 14 h, depois de sete túneis, nossos olhos se deparam com outra novidade: é a produção de energia eólica. É uma região imensa cheia de grandes cata-ventos (uns 30) como os vemos também em outras partes da Europa e também no Brasil (já os vi em Fernando de Noronha e no Rio Grande do Sul).
Às 14:35 h a paisagem muda: vemos plantações de pêssegos, muitos vinhedos e frutas como damasco, perto de um lago. Às 16:15 h atravessamos um túnel muito mais longo, um dos 11 túneis que já atravessamos até agora. A paisagem melhora a cada instante. Casas muito boas de agricultores, pinheiros altos e muitas plantações.
Por aqui há a presença franciscana e isto se vê nas muitas igrejas, também, de diversas cidades já visitadas. Fico me lembrando que do outro lado do Adriático está a Itália, e a cidade de Assis é o berço da Ordem dos frades franciscanos. E, certamente, para eles foi mais fácil atravessar o Adriático para cristianizar estas populações. Os Habsburgos que dominaram esta região, eram católicos, muito ligados à hierarquia de Roma e os reis da Croácia eram vassalos do Império Austro Húngaro.
Às 17 h atravessando morros muito altos, pedras, picos e precipícios paramos em Senj. A cidade está com muitos turistas e é um povoamento antigo.
Em Senj viveram ilírios, romanos (muito comércio de madeira). Anos depois tudo passou para as mãos dos Cavaleiros templários. Aqui, no século XVI se refugiaram os cristãos, expulsos do interior da Croácia pelos turcos otomanos, onde se converteram em piratas e atacavam os cristãos e os muçulmanos apoiados pelos Habsburgos.
É muita história!!!
Fazendo pequena pesquisa na Internet anotamos algumas particularidades de Senj.
Aqui nosso guia nos falou sobre algo muito interessante: o Alfabeto Lagolítico (século X) que descende do alfabeto Cirílico: São Cirilo e Metódio eram grandes intelectuais e evangelizadores da época- alfabeto grego medieval. Os textos sagrados deveriam ser traduzidos, digo cristianizados. Alfabeto Cirílico ver no Link do Anexo II.
Estamos agora na fronteira norte da Dalmácia e nos dirigimos para a península de Istria. Nosso guia coloca um disco de música da Bósnia Herzegovina. À nossa esquerda, soberano e lindo, está o mar Adriático com muitas povoações. São muitas cidades entre o Mar e a Montanha, com suas casas brancas de telhados avermelhados. O espetáculo inesquecível permanece ainda na minha retina. Até aqui já passamos por quatro túneis e obras grandiosas com elevados estupendos que engrandecem a engenhosidade humana.
Às 19 h estamos passando por Rijeka, assinalada no mapa.
No século XVIII o Império Austro Húngaro converteu este porto de Rigeka no porto mais importante. A partir de 1873 se construiu a estrada de ferro. É a terceira maior cidade da Croácia!
É porto e grande cidade Industrial. Tem edifícios imensos: típica arquitetura do comunismo. Estes edifícios destoam da estética do lugar. Da Internet agregamos mais uma informação cultural: O Carnaval na Cidade de Rigeka.
“Rijeka é o local que mais se afirma como a cidade da cultura, dos carnavais e da diversão. O terceiro maior carnaval internacional do mundo ocorre anualmente em Rijeka, com mais de 10.000 mascarados e grupos carnavalescos. Todos eles vêm participar dos eventos carnavalescos, caracterizados por uma mistura específica das tradições carnavalescas urbanas e rurais da Europa. O programa superlotado começa no início de janeiro e dura até o final de fevereiro. Para quem gosta da boa culinária marinha e aprecia uma bela vista, o navio Arca Fiumana ancorado no porto da cidade de Rijeka é o lugar ideal. Em breve, será o primeiro hotel flutuante da Croácia. No momento, oferece um restaurante e um bar os quais garantem a diversão de Rijeka. Rijeka foi uma cidade que cresceu muito durante a dominação austríaca, no século XV por causa do desenvolvimento do seu porto. Depois continuou a crescer sob o Império Austro-Húngaro nos séculos XIX e começo de XX”.
Após passarmos por Rijeka nos encaminhando para Opatija cuja palavra significa Abadia, chamada também de “Cidade Joia”. O Imperador Austro Húngaro Francisco José e Sissi, sua esposa, vinham aqui no inverno e no verão. Aqui os palacetes são construídos com estilos arquitetônicos múltiplos e antigos.
Os nobres de Viena para fugir do inverno rigoroso, vinham para cá. Havia a comunicação por estrada de ferro. Em 1845 este lugar se tornou também famoso, quando se constituiu numa vila para recuperar a saúde da Mulher. Opatija vai ser o último lugar onde podemos utilizar o dinheiro da Croácia, ou seja, as “Kunas” nos informa, também, nosso guia, Cristoval.
Chegamos em Opatija às 19 h e nos hospedamos no clássico Hotel Bristol. Às 20h jantamos neste lindo hotel. À noite, depois do jantar, Regina e eu saímos para passear ao longo da praia conhecendo também o movimento nos bares que era muito grande neste verão.
A cidade está completamente lotada de turistas do mundo todo. Eu conversei com um o casal de artesãos muito simpático. Eles trabalhavam com prata e com pedras. Comprei um artesanato em pedra coral e fiz uma foto com estas simpáticas pessoas.
6 de agosto de 2009 – Opatija
Nossa estada em Opatija foi rápida, mas suficiente para não esquecer esta linda cidade turística.
Às 8:10 h partimos do maravilhoso hotel Bristol, não sem antes fazermos uma bela foto da nossa turma da excursão, nos despedindo da inesquecível Croácia.
E aqui vem a questão dos pedágios e das fronteiras: logo depois de 20 minutos de viagem pagamos o primeiro pedágio e começamos a descer diversos morros. Às 8:35 h mais um pedágio. Estamos nas fronteiras da Croácia e Eslovênia: passando pela fronteira da Croácia, saímos do ônibus (aqui é proibido fazer fotos) e nosso passaporte recebeu um carimbo. Às 8:40 h passamos pela fronteira da Eslovênia e descemos do ônibus para carimbar o passaporte.
Às 9:20 h, após 40 km de viagem estamos tomando o caminho para Trieste. Outro caminho segue em direção à capital Liubliana. O Porto de Trieste, foi o maior porto da Itália. Trieste é também terra de muitos literatos e escritores. A cidade italiana de Trieste é segunda pátria de James Joyce, o escritor irlandês.
Às 9:25 h passamos na fronteira da Itália e não paramos.
Às 9:50 h enfrentamos um grande engarrafamento. E às 9:55 h pagamos o primeiro pedágio na Itália.
Estamos, agora, na linda região italiana de Friuli. São muitos cultivos: vinhedos, uvas maduras, muito milho, muitas frutas como pêssegos, peras também muita plantação de lavanda. Boas casas de agricultores.
Às 10:15 h paramos na região de São Giorgio. Retomamos a viagem às 10:35 h.
Aqui, as vinhas não formam o que denominamos em dialeto italiano, “le pérgole”. Cada vinha cresce separada em fila reta.
Agora estamos a 30 km da cidade de Mestre onde vamos pernoitar, para amanhã visitar Veneza.
Mestre é zona continental e pertence a Veneza. Nas 120 ilhas de Veneza vivem 50.000 pessoas.
“Atualmente, nas ilhas de Veneza, perdeu-se, mais da metade da população. Sua origem como porto está ligada à própria fundação de Veneza, no século V, quando habitantes da Venécia (interior) fugiram da invasão dos hunos e se abrigaram nas ilhas, criando a cidade e seu porto A partir de então, Veneza tornou-se a “Pérola do Adriático”, comerciando com todo o Oriente medieval. No século VI passam a ser parte do Império Romano do Oriente. No século IX se transformam numa República Sereníssima de São Marcos. Os venezianos tinham tolerância para negociar com todos os povos mesmo com os países árabes. Era um princípio inovador para a época. Isto tem a ver com o surgimento do estado moderno e com o pré-capitalismo”.
A “Sereníssima” Veneza, também foi considerada a Nova York da primeira metade do século XV.
Quanto a este título de “Sereníssima” ele existiu para nomear outras cidades além de Veneza. A Sereníssima República de Gênova, a Sereníssima República de San Marino – A Comunidade Polaco-Lituana ou República das Duas Nações (cuja designação oficial em latim era Sereníssima Respublica Poloniæ) – monarquia eletiva que existiu na Europa Oriental de 1569 até 1795.
Nosso guia nos informa que Veneza está se despovoando. Alguns motivos:
1) é uma cidade cara demais;
2) no outono, quando chove muito, a cidade está sempre inundada;
3) é muito caro lidar com as propriedades que necessitam de muita conservação.
Atualmente se estão construindo diques para salvá-la. No entanto, enquanto este é um projeto pessoal do primeiro ministro Berlusconi, os ambientalistas denunciam os prejuízos que daí advirão para este local.
Nosso guia Saul continua a nos informar sobre o aspecto político.
Aqui em Veneza, nasceu, em plena Idade Média, nos séculos XII, XIII, e XIV, um Sistema Político Democrático, instituído para controlar o Duce e impedir que se formasse uma dinastia de governantes. Havia três órgãos de poder:
a) Um Conselho Maior;
b) Senado (militar e econômico);
c) Conselho dos dez ministérios. Aqui o duque era eleito por um conselho de 41 pessoas. Havia 4 eleições.
No entanto, isto não impediu que no século XVIII, três quartos das famílias ficaram com o Poder em Veneza, quebrando, assim, o Poder democrático dos séculos anteriores.
Nossa excursão chegou no que é chamado de Tronketo. Aqui alguns ônibus estão chegando, esperando e outros estão partindo. Hoje vamos nos encontrar com um novo guia Cristoval que nos acompanhará por mais algumas cidades da Itália e Áustria. (Cristoval é alemão de família e reside na Espanha).
Às 14 h chegou o ônibus que traria mais alguns excursionistas. Enquanto esperávamos visitamos barracas de mercadorias. Aqui observamos que os donos ou funcionários eram pessoas da Índia e lugares desta região. Aí compramos alguns presentes e lembranças. Tomamos depois o vaporeto que nos levou a Veneza.
Depois de nosso guia Cristoval marcar a hora em que deveríamos estar num determinado ponto de Veneza para voltar a Mestre, Regina e eu fomos, em primeiro lugar procurar, em Veneza, o museu Peggy da fundação Gugenheim. Foi difícil encontrar, pois é fácil demais se perder naqueles labirintos de ruelas estreitas alternadas com inúmeros canais.
Mas por fim, depois de muito vai e vem, encontramos o que procurávamos. Pagamos 10 euros e entramos na exposição que era a casa desta colecionadora de arte. É um local com muitas obras de arte.
Continuando a percorrer Veneza passeando, chegamos até a ponte do Rialto.
Jantamos na beira do grande canal e às 20 h, num lindo por de sol, partimos de barco para voltar para Mestre nos encaminhando agora para o Hotel Elite.
7 de agosto de 2009 – Veneza, Verona, lago de Garda e Innsbruk
Deixamos o hotel Elite em Mestre, e depois de passar por dois hotéis para pegar pessoas que se juntarão ao nosso grupo, viajamos 108 km para o oeste até a cidade de Verona.
No caminho encontraremos o Lago de Garda. Riva Del Garda (riva= beira). O lago de Garda é alimentado pelo rio Àdige. No alto Àdige, terra de meus bisavôs, se falam duas línguas: o italiano e o alemão.
Chegamos ao Lago de Garda que é o maior lago da Itália e se localiza no norte do país entre as regiões da Lombardia (província de Brescia) e o Veneto (província de Verona) e Trentino Alto-Àdige (província de Trento). Tem uma área de 370 Km² e uma altitude de 65 m sobre o nível do mar. O norte do lago de Garda fez parte do Império Austro-Húngaro até 1918 depois pertenceu à Itália.
No lado sul do lago de Garda há uma comuna italiana com cerca de 1034 habitantes e uma área de 26 Km quadrados. Faz fronteira com Malcesine, Molina do Ledro, Riva Del Garda e Tremosine.
Por aqui há inúmeras pequenas e antigas cidades construídas ao longo do Lago de Garda.
Saímos de um ponto do Lago de Garda ás 16 horas partindo para outro ponto do mesmo lago, para conhecer a cidade de Limone.
Nosso Guia fala de Goethe que aqui vinha regularmente. Lembrei então de uma linda poesia de Goethe que eu estudei e decorei, quando estudava a bela língua alemã, faz muitos anos atrás. Esta é primeira linha:
“Kanst du das Land wo die zitronen bluen?” Conheces a terra onde florescem os limões?
Intui que era Limone, a que o grande poeta Goethe se referia nessa poesia. Foi emoção!
Limone, era uma cidade onde se cultivavam limões. Vimos a imensa quantidade de colunas que foram estruturas para cultivo desta fruta. Hoje, estas colunas foram aproveitadas para se construírem os hotéis desta zona, inteiramente turística.
O Lago de Garda estava com uma infinidade de turistas praticando o esporte com pranchas a vela. Eram uma infinidade de turistas.
Agora a paisagem muda: só vemos vinhedos! Nosso guia nos lembra: Entre a França e a Itália há o célebre Mont Blanc com 4.800 metros de altura.
Continuando a viagem chegamos a Innsbruk e nos hospedamos no hotel Alpinpark.
Nesta mesma noite, Regina e eu saímos para conhecer os arredores do hotel. Passamos por praça com lindas flores e bonitas casas, admiramos seus edifícios sui generis, com enfeites também na estrutura exterior, fruto de uma época de fausto e riqueza. Depois de jantar caminhamos pela cidade em direção à ferroviária e também encontramos local para usar a internet.
Voltamos mais tarde ao nosso hotel Alpinpark.
8 de agosto de 2009 – Innsbruck, Mittenwald, Benewditenbeuern, Bad Tolz, Munich
Após um ótimo café, saímos cedo do hotel Alpinpark para conhecer Innsbruk. Neste dia 8 de agosto, festa dos jardins, há um Prêmio para o jardim mais bonito.
Innsbruk, capital do estado do Tirol, chamada a “Pérola” e o “Coração dos Alpes”, deriva seu nome do rio Inn que a atravessa.
A palavra Bruck tem sua origem na palavra de língua alemã Brücke, que significa “ponte”, o que leva a cidade a chamar-se “Ponte do Rio Inn”. Innsbruck é um renomado centro de esportes de inverno, sendo que sediou as olimpíadas de inverno nos anos de 1964 e 1976.
Nossa guia local chama-se Julita, que nasceu em Maracaibo, é casada com tirolês e está há 15 anos na Áustria e nos traça o plano da visita: diz que começará a visita pelo Norte, depois o Sul e terminaremos no centro da cidade. Prossegue com alguns dados sobre esta cidade dizendo-nos: enquanto a Áustria tem 8 milhões de habitantes, Innsbruk tem 130.000. É uma cidade universitária com 30.000 estudantes. Quanto à sua fundação, na internet fizemos a pesquisa e nossa guia também nos fala de três épocas:
• A primeira: Os primeiros documentos que fazem referência a Innsbruck datam do ano de 1187 (Oeni Pontum ou oeni pons que é a forma em latim para “ponte” (pons) “sobre o (rio) Inn” (Oenus), pois ali estava uma importante ponte de travessia do rio Inn). A estrada sobre o Passo de Brenner era então uma importante rota de transporte e comunicação entre o norte e o sul, e o mais fácil acesso aos Alpes. As receitas obtidas pela cidade, por ser um ponto de passagem desta rota, permitiram-na florescer.
• A segunda: Innsbruck tornou-se a capital de todo o Tirol em 1429 e no século XV ela se tornou um centro da política e cultura europeias, quando o Imperador Maximiliano I mudou a capital Imperial para Innsbruck na década de 1490. Maximiliano I de Habsburgo era avô de Carlos I da Espanha e Carlos V da Alemanha que são a mesma pessoa.
• A terceira: Reinado da Imperatriz Maria Tereza. Em 40 anos de reinado veio duas vezes para Innsbruk. É da época de Maria Tereza o Arco de Triunfo que ela mandou construir, aqui em Insbruk, em homenagem ao seu filho Leopoldo, para expressar a alegria de seu casamento com Maria Luiza da Espanha e a união das duas casas reais. Depois desta festa a rainha Maria Tereza morreu de um ataque. Aqui fiz fotos!
Em homenagem aos meus ascendentes, fiz uma foto aos pés do monumento do Imperador Francisco José, a qual Império pertenciam os imigrantes italianos, que, em 1875 deixaram Trento para emigrar ao Brasil, localizando-se, alguns, em Santa Catarina, colonizando o que foi chamado de Rodeio, nas terras da Serra do Mar. Entre eles meus bisavôs Pietro Moser e Candido Pintarelli.
Em Innsbruk subimos uma colina muito alta e vimos também o monumento a Andrés Hoffer, que venceu três vezes as investidas de Napoleão. O cunhado chamado Rafael o traiu e aí o Imperador francês entrou na cidade dominando-a. Há um grande monumento a este herói, Andrés Hoffer, mandado construir pelo Imperador austríaco Francisco José.
Deste mesmo lugar tínhamos uma vista privilegiada de toda a cidade de Innsbruk. Subindo mais a ladeira visitamos o local das olimpíadas, ou jogos olímpicos, onde uma grande pista de SKI foi construída numa bela paisagem. Lá estava também o local onde foi ascendida a tocha dos jogos.
No centro da cidade, onde terminamos a visita, entramos na loja de cristais Svarowski como sempre emocionante ao ver todos cristais tão magníficos.
Aí comprei alguns presentes como brincos e também lápis e canetas Svarowski para regalos.
Em Innsbruck, tivemos algum tempo livre e aproveitei-o para visitar algumas lojas e comprar um artesanato (um vaso de flores) para minha chácara.
Fui almoçar, muito perto do local onde nosso ônibus nos esperava. No almoço a sopa era muito salgada, pura pimenta. Eu não a pude comer. O dicionário de alemão, colocado na mesa, estava sempre junto comigo, durante esta viagem. A bela língua alemã que eu já estudei em muitos períodos de minha vida, sempre me encantou!
Isto não acontece com a língua inglesa que, apesar disto, é altamente indispensável para se viajar, hoje.
Saímos em direção à Alemanha às 14 h, passando sobre o sempre verde e romântico rio Inn. Estávamos nos dirigindo a Mittenwald.
No caminho, observando a bela paisagem, chamou-me atenção a forma como constroem as casas, onde se utiliza madeira só a partir do segundo piso. O primeiro andar é feito de alvenaria.
Na saída da cidade, estamos subindo com nosso ônibus montanhas muito íngremes. Aqui encima vemos muitas árvores de “avetos”, que se utilizam para a construção, calefação e também se exportam. Lá, embaixo, lindos povoados e muitos cultivos.
Estamos agora passando por algo inusitado: uma central de produção de calor. Esta central, aqui na Europa, muitas cidades a possuem. São imensas caldeiras onde se esquenta a água e se a distribui para as casas a partir de tubos de água, que correm a embaixo das ruas, no inverno.
Interessante é que há um PROFISSIONAL responsável, o medidor da água que vem e mede uma vez por ano. O cidadão paga, assim, só uma vez por ano. Em muitos estados não se paga pela água.
São 14:50 h e estamos passando pela última povoação da Áustria antes de cruzar a fronteira para a República Federal da Alemanha.
Aqui todas as casas são decoradas com gerânios.
A República Federal da Alemanha se compõem de 39 estados federados e o que vemos neste mapa é o estado da Baviera, com sua capital é Munique.
Entramos na cidade medieval de Mittenvald (meio do bosque) ficando lá por uma hora. Passeando por esta linda cidade, célebre pela fabricação dos violinos, admiramos sua arquitetura, seus monumentos, sua arte de pintura na parede das igrejas e casas. Tomei um café expresso em um dos muitos bares desta encantadora cidade.
Saímos da barroca Mittenvald, a linda cidade dos construtores de violinos, não sem antes tirar uma foto no meio de suas muitas flores. De Mittenvald até Munique são mais 111 km de viagem.
Agora vamos viajar 35 km até a Abadia Beneditina. Nosso guia Saul é espanhol mas tem residência na Alemanha e tem muito a nos falar sobre este país.
Já nos deu uma aula de alemão, ensinando-os os números, desde o zero que se esforçou muito para que nós o pronunciássemos de maneira correta. Zero=nul (foi muito difícil pronunciá-lo).
No caminho, olhando a paisagem, entre outras coisas interessantes, vemos um híbrido entre trator e caminhão. Os carros aqui são de cor escura por causa do calor. Saul nos dá outra aula sobre o mais típico da Baviera que é fabricação de motores.
Nos diz que, a BMW, por exemplo, começou a fabricar motores para aviões na Segunda Guerra Mundial. Esta fábrica de motores bávaros, tem sigla com a bandeira branco e azul (quadrados) W= motores Werke. Fala-nos também da Mercedes Benz e dos preços baixos de automóveis de segunda mão: uma Mercedes, por ex. de dez anos, aqui se vende por 6 mil euros. E uma de 15 anos por 1.500 euros. Há também outros carros bávaros: A AUDI fabricado perto de Munich, na zona da Saxônia, pelo grupo Volkswagen. Foram quatro fábricas que se uniram e por isso, 4 anéis. A fábrica inicialmente se chamava Horen= (ouvir), era este seu nome. Mas foi vendida aos americanos. E por isso não pode mais ser fabricado com este nome. Foi então traduzido por Audi, “ouvir” em latim.
Quanto à história do Volkswagen: Hitler pede que se fabrique um carro popular e assim surge o célebre e muito conhecido Volkswagen.
Chegamos a Abadia Beneditina, hoje transformada em convento salesiano. Atualmente esta antiga abadia beneditina tem o símbolo dos monumentos tombados pela UNESCO, que a considerou como Patrimônio da Humanidade.
Nesta abadia visitamos sua igreja e o cemitério, onde existem flores e plantas verdes, muito bem cultivadas cobrindo as sepulturas. Aqui estão enterrados muitos mortos da Segunda Guerra e muitas vítimas do nazismo.
Visitamos também o pátio interno da mesma, um belo jardim com muitas flores, onde de fiz uma foto.
Seguindo nossa viagem às 16:30 h passamos por Garmisch, uma linda cidade que eu já conhecia, pois lá estive em 2001 com meus parentes da Itália. No caminho vimos também, no campo, casas para guardar o feno já cortado. Estas casas de madeira, tinham grandes frestas, para que houvesse ventilação e o feno pudesse secar e não mofasse. Vemos, nos lugares de moradia, muitas casas e ranchos com muita lenha cortada para a calefação no inverno.
A viagem segue tranquila por lindas paisagens da Alemanha.
Às 17:50 h tomamos a estrada de Munique e logo paramos na cidade bávara de Bad Tolz, uma cidade medieval, de origem Celta, sui generis e que é banhada pelo rio Isar, onde fizemos uma parada técnica. O rio Isar é um afluente do Danúbio e tem 295 km de extensão. O nome Isar parece derivar da palavra Céltica Isaria (significando torrencial).
O rio Isar, tem uma cor verde esbranquiçada, por causa da grande abundância de sais minerais. Passeamos pela cidade e entrando numa sorveteria me deparei com uma pessoa de Santa Catarina com quem conversei enquanto saboreava um sorvete. Era Francisco Copetti, um professor de história, um catarinense de Urussanga. Ele estava aqui na Alemanha já fazia quatro anos, tem passaporte europeu e voltaria, em outubro, para o Brasil. É sobrinho de minhas amigas Nilde (hoje já falecida) e Magda Copetti.
Chamaram-me a atenção as flores: lindas begônias muito vermelhas, muito grandes, parecendo as rosas vermelhas do Equador.
Neste tempo de verão, o sol se põe mais tarde. Às 19:15 h ainda faltavam 42 km para Munique, a cidade que se constituiu com os Monges. Agora nosso guia Saul nos fala sobre as célebres cervejas da Baviera, cuja origem tem a ver com: Monges, Franciscanos, Agostinianos, Paulinos especialmente.
9 de agosto de 2009 – Munique
Chegamos a Munique nos hospedando no Hotel Holidayinn.
De noite visitamos as cervejarias e jantamos em um dos inúmeros restaurantes desta cidade. De nosso hotel, onde havia muitos árabes, homens e mulheres com seus trajes típicos, nós saímos caminhando e com facilidade, chegamos ao centro da cidade.
A palavra Munchen, em alemão quer dizer Monges. O escudo de Munique é um monge vestido de negro.
No dia seguinte, passei, novamente, pelo centro da cidade e assisti, no lindo edifício da prefeitura, o bater das horas do relógio às 11 h, quando os bonecos dançarinos saem para fazer o seu espetáculo diário, que se repete, também, às 17 h. Há aqui sempre uma grande aglomeração do povo que com suas máquinas digitais que gravam tudo.
Indo e voltando do nosso hotel para o centro da cidade de Munique, admirei, o maravilhoso rio Isar, passando pela ponte sobre o canal feito com o desvio deste mesmo rio, para o caso de enchentes. Esta visão era linda demais para não me emocionar. Deste canal, tirei uma foto do rio e também o admirando, escrevi:
“A cor de teu rio me sensibilizou,
Estás muito cheio de sal,
Este sal que conserva e dá sabor,
Será por este motivo que me pareceste tão lindo?”
De Munique para o campo de concentração de Dachau
Esta foi, talvez, a visita mais impactante que fiz nos arredores de Munique.
Dachau foi o primeiro campo criado por Hitler e que serviu de modelo para outros Campos de Concentração. Na Europa havia mais de 20 grandes campos de concentração, ao redor dos quais sempre havia muitíssimos campos de concentração, menores.
Chegando em Dachau, depois de passar o portão onde está escrito e realizado em ferro, “Arbeit macht frei” (o trabalho liberta) adentramos ao campo. Esta foi uma experiência que nunca esperava fazer.
Uma agonia nos invade e nós experimentamos os sentimentos de horror, deste ambiente que estamos apenas conhecendo.
No campo de concentração havia uma avenida de árvores, plantadas pelos prisioneiros, com uma rua no meio, para a vida social quando não trabalhavam.
Entramos nas instalações onde os judeus eram mortos nas câmeras de gás. Tratava-se de uma verdadeira linha de montagem da morte, sendo a mesma organizada através de diversas salas específicas, as quais visitamos, uma por uma, enquanto o guia dava as explicações:
Na primeira sala os judeus entravam, ganhavam um sabonete, tocava música lenta e solene e se lhes dizia que iam lavar-se. Na outra tiravam as roupas. Numa outra sala esperavam para tomar banho que nada mais era do que a abertura do gás, em abundância, sufocando a todos.
Em uma outra sala eram amontoados e se lhes tirava o que ainda tinha valor, como dentes de ouro etc.
E numa sala seguinte eram colocados, três de cada vez, no forno para serem incinerados. As cinzas eram amontoadas numa última sala.
Realmente tétrico!
Fazendo uma visita em todo o campo vimos os dormitórios, já bem conhecidos por fotos, em cujas camas se colocavam três pessoas onde só caberia uma. Havia também as demais dependências adjacentes ao dormitório.
Do outro lado do campo havia as instalações dos quadros administrativos do campo, hoje transformados num grande museu de todas as atividades ligadas à propaganda do Terceiro Reich.
Dentro deste campo de concentração, foram construídos: um Memorial judaico, a Capela Agonia de Cristo, o Convento Carmelo “Sangue Sagrado”, a Igreja Evangélica da Reconciliação e a Capela Comemorativa Ortodoxa Russa.
O Memorial judaico é uma verdadeira obra de arte. O estilo traduz o sofrimento dos judeus e sua esperança também. Ao entrar, descemos por um ambiente apertado e escuro e levantando os olhos vê-se, lá em cima, uma abertura onde está o candelabro de sete braços, por onde entra um feixe de luz que desce até o chão da sinagoga. É um espetáculo impressionante!
A capela católica está também dentro do campo. Ao redor do campo, há uma igreja ortodoxa. E partindo de uma torre de vigia, agora transformada em entrada para a parte exterior, há um convento de carmelitas que está construído do lado de fora, ao longo do muro do campo.
Nosso guia Saul, nas instalações dos quadros administrativos, nos explica, através de quadros sinóticos, toda a caminhada e história do nazismo e dos campos de concentração.
Aqui para ilustrar este período sangrento da história da Europa, há vídeos, fotos de tudo o que aconteceu no campo, objetos, mobílias, etc.
Saul nos dá toda a explicação sobre os inúmeros Campos de Concentração, apontando os quadros elucidativos que estão afixados nas paredes do museu.
A título de informação:
“Hitler nasceu na Áustria, então parte do Império Austro-Húngaro, e foi criado na cidade de Linz. Mudou-se para a Alemanha em 1913 e serviu com distinção no exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial. Juntou-se ao Partido Alemão dos Trabalhadores, precursor do Partido Nazista, em 1919, e tornou-se seu líder em 1921. Em 1923, organizou um golpe de estado em Munique para tentar tomar o poder. O fracassado golpe resultou na prisão de Hitler. […]
Enquanto preso, ele ditou seu primeiro trabalho literário, a sua autobiografia e manifesto político, Mein Kampf (“Minha Luta”). Quando foi solto da cadeia, em 1924, Hitler ganhou apoio popular pela Alemanha com sua forte oposição ao Tratado de Versalhes e promoveu suas ideias de pangermanismo, antissemitismo e anticomunismo, com seu carisma e forte propaganda. Ele frequentemente criticava o sistema capitalista e comunista como sendo parte de uma conspiração judia. Em 1933, o Partido Nazista tornou-se o maior partido eleito no Reichstag, com seu líder, Adolf Hitler, sendo apontado Chanceler da Alemanha no dia 30 de janeiro do mesmo ano. Após novas eleições, ganhas por sua coalizão, o Parlamento aprovou a Lei habilitante de 1933, que começou o processo de transformar a República de Weimar na Alemanha Nazista, uma ditadura de partido único totalitária e autocrática de ideologia nacional socialista. Hitler pregava a eliminação dos judeus da Alemanha e o estabelecimento de uma Nova Ordem para combater o que ele via como “injustiças pós-Primeira Grande Guerra”, numa Europa dominada pelos britânicos e franceses. Em seus primeiros seis anos no poder, a economia alemã recuperou-se da Grande Depressão, as restrições impostas ao país após a Primeira Guerra Mundial foram ignoradas e territórios na fronteira, lar de milhões de Volksdeutsche (alemães étnicos), foram anexados — ações que deram a ele grande apoio popular”.
Durante o regime nazista Hitler sofreu 45 atentados. Suicidou-se em 20 de abril de 1945, no dia de seu aniversário e do aniversário de casamento com Eva Brawm.
Importa lembrar que o Império Alemão (do alemão: Deutsches Reich) foi um país, na região da atual Alemanha, existente desde a sua consolidação como Estado-nação em janeiro de 1871 (fim da Unificação Alemã).
O Primeiro Reich foi considerado o Sacro Império Romano-Germânico (843-1806). O Segundo Reich se consolidou com a organização e consolidação da Unificação Alemã, criando o estado-nação em 1871. O Império Alemão deixa de existir na abdicação do Kaiser Guilherme II em novembro de 1918, após a derrota na Primeira Guerra Mundial.
Os nazistas chamavam de Terceiro Reich o regime nacional-socialista de Hitler (1933-1945). É de notar que o termo Deutsches Reich foi o nome oficial da Alemanha não apenas no período dos Kaisers mas também durante a República de Weimar e o regime nazista.
O guia Saul nos lembrava que não devemos confundir este descalabro do Nazismo, durante 12 anos, (1933-1945) onde o mundo presenciou o pior da humanidade, com a história milenar da Alemanha, onde vimos o melhor: temos muitos escritores, músicos, poetas ecologistas, acima de tudo uma história que engrandece a Alemanha.
10 de agosto de 2009 – Munich, Salsburgo, Cesky Krumlov
Saímos do Hotel Holiday Inn em Munique, às 7:20 h, rumo à Salzburgo, na Áustria, uma cidade de aproximadamente 150 mil habitantes. O rio Salzach desce dos Alpes, cruza Salzburgo e dá o nome à cidade. Salzburg, é a cidade natal da Família Von Trapp – na vida real e no filme “A noviça rebelde”. No caminho nosso guia nos informa que o motivo da fundação da cidade e mesmo da colonização da região, foi a exploração de sal, que se iniciou com os celtas e foi continuada pelos romanos. Os romanos descobriram que a cidade tinha sal, pois há milhões de anos isto tudo era sal. Nos subsolos em Salzburgo há muito sal e há excursões especiais para visitar os subsolos.
Havia os impostos sobre o sal, exportação de sal, etc.
Em Salzburgo fomos conhecendo a cidade a pé. Marcamos a casa de Wolfgang Amadeus Mozart, nascido em 1756, para nos encontrarmos na saída.
Visitei a pé a cidade, entrei em bares e lojas de artesanato, passei por praças e entrei no grande museu da História da cidade. Realmente valeu a pena, pois trouxe muitos dados sobre esta cidade. Salzburgo tem características interessantes e numa rápida visita é impossível visitar tudo o que a cidade oferece.
Quando eu estive em Salzburgo em 1990, visitei a cidade acompanhada por Christian, um guia turístico com quem eu havia me encontrado em Trieste (Itália) juntamente com sua amiga Catarina. Naquela oportunidade eu estava, á noite, na estação em Trieste esperando o trem que me levaria a Viena. Os queridos novos amigos que falavam sete línguas além do português com a qual me comuniquei com eles desde Trieste até Salsburgo, foram admiráveis. Conforme combinado, na volta a Salsburgo, me esperaram na estação e, em sua companhia, conheci a cidade. Fui para visitar o castelo e vi, admirada, as inúmeras casas que foram escavadas na rocha.
Naquela oportunidade fiquei sabendo, que em Salsburgo havia 300 igrejas. Também tomei café num lindo restaurante com estes meus amigos, inesquecíveis.
Salzburgo foi governada por príncipes bispos durante 1000 anos. Trento, a terra dos meus antepassados, que pertencia ao Império Austro Húngaro, foi, também, governada por 700 anos por bispos ligados a Roma.
No entanto, início do século XIX houve a secularização do poder.
Aqui também temos, na história desta cidade, acontecimentos ligados aos judeus: quando a Peste Negra chegou a Salzburgo em 1347, os judeus, foram acusados de envenenar os poços e sofreram grandes perseguições sendo expulsos de Salzburgo em 1404. Posteriormente, os judeus foram autorizados a regressar, mas foram obrigados a usar chapéus pontudos.
“Em muitos países, foram obrigados a usar o Judenhut, o “chapéu do judeu”. De formato cônico, bem pontudo e amarelo, tinha o objetivo de ridicularizar os usuários, tornando-os objeto de escárnio popular. As mulheres eram obrigadas a usar chapéus com duas pontas. Em sinal de excepcional deferência, alguns judeus proeminentes eram isentados do uso do infame acessório”.
Mas agora, agosto de 2009, estou novamente, andando, a pé, pelas ruas da linda cidade, quando tive a oportunidade de visitar o “Museu da Cidade”. Lá pude recordar um pouco do que foi a história de Salzburgo e visitei uma exposição do Japão.
Tirei fotografias de algumas miniaturas que reveladas nos possibilitam deixam ver a perfeição com que foram feitas. Saindo do museu, diante do prédio me deparei com este espetáculo de lindas flores.
Para marcar os últimos momentos em Salsburgo, fiz na ponte, esta foto.
Às 12 h saímos de Salzburgo e, logo em seguida, com a linda paisagem verde dos Alpes austríacos, nosso guia nos chama a atenção pois estávamos passando pelo lago Mondsee, o lugar onde se filmou em 1960, The Sound of Music (Noviça Rebelde).
Este filme, com Julia Andrews, foi vencedor do Oscar em 1966. Na Espanha o filme recebeu o nome de “Sombras e lágrimas”.
Passamos também por Linz, capital da Alta Áustria, uma cidade industrial onde Hitler se criou. O guia nos informa que a oitenta quilômetros de Salzburgo terminam os Alpes e que nesta região da Áustria, se plantam, seguidamente, árvores para forno, para papel, para casas alpinas, proteção do piso e revestimento. No inverno a temperatura chega a 10 graus abaixo de zero. Durante a viagem um momento feliz: estamos escutando o Adágio de Mozart, executado por músicos guitarristas espanhóis.
Às 14:20 h entramos em território Tcheco. Nosso guia nos fala sobre o Acordo Schengen de fronteiras entre países da Comunidade europeia. É preciso que caiam as fronteiras.
Chegamos à cidade histórica de Ceský Krumlov, na República Checa, cuja construção iniciou no século XII. A cidade permaneceu sob o Império Austro-húngaro até o fim da Primeira Guerra. Com o surgimento da Alemanha nazista a região foi anexada aos chamados Sudetos até que com o fim da Segunda Guerra Mundial a cidade foi novamente recuperada e voltou a ser uma calma e tranquila vila tcheca! Lá ficamos por uma hora. Esta cidade foi considerada pela UNESCO, Patrimônio da Humanidade.
Cesky Krumlov, capital antiga da região de Rosenbergse, encontra se na região Boêmia do Sul e foi habitada, historicamente, pela nobreza mais rica e influente do país.
“Ceský Krumlov é um extraordinário tesouro arquitetônico, cuja a importância é testemunhada com a inscrição da cidade na lista do Patrimônio Cultural da UNESCO em 1992. Sobre os meandros do rio Vltava desenvolveu-se, especialmente a partir do século XVI, um conjunto único de construções urbanas em harmonia com o alargamento do castelo e do palácio”.
De acordo com a lenda, o nome Krumlov é derivado do alemão de Krumme, que pode ser traduzido como “curvado sobre um prado”, o que faz referência à topografia da cidade, curvada sobre o rio Vltava. O ‘Ceský’ significa simplesmente o Czech, ou seja, tcheco.
A construção da cidade e seu Castelo começou no Século XIII. A cidade apresenta casas com arquitetura medieval gótica, renascentista e barroca, entre as quais se destaca o teatro do castelo, integralmente conservado até nossos dias sem nenhum tipo de reconstrução. Nós visitamos, a pé, esta cidade sui generis, subindo e descendo por suas ruelas e visitando suas lojas admirando suas praças e seus restaurantes. Também passamos por suas igrejas. Aqui também havia muitos turistas.
O que nos chamou a atenção são as grandes muralhas medievais e também as lindas construções que vemos em suas colinas. Há construções de casas do século XV. A população da cidade em 2005 era de 13.942 habitantes.
São 5 horas e estamos saindo de Cesky Kromlow, não sem antes fazermos algumas fotos tendo ao fundo a grande muralha.
11 de agosto de 2009 – Praga – São Paulo
Saindo da capital Praga e fazendo uma parada em Frankfurt na Alemanha, chegamos em São Paulo e depois em Florianópolis, com o coração em festa, por ter tido a possibilidade de fazer uma excursão tão enriquecedora.
CONCLUSÃO
Sintetizar em poucas palavras todas as aprendizagens e emoções que me envolveram, nesta viagem, é complexo e também desnecessário. Do ponto de vista intelectual foi a oportunidade de fazer, in loco, uma imersão em realidades, algumas desconhecidas e outras há muito estudadas. Caminhei por regiões desta longínqua terra onde sua história ficou agora, mais próxima de mim. Tudo foi um aprendizado que me proporcionou um grande encantamento!
Do ponto de vista emocional, além da alegria de estar diante de tantas e enumeras expressões de beleza, senti tristeza ao observar de perto um dos locais onde se desenrolou o holocausto e, também, a guerra entre as repúblicas da antiga Iugoslava.
Também preciso afirmar que fiquei muito feliz ao encontrar pessoas especiais que me fizeram companhia, me acolheram e muito me ensinaram. Ver as belíssimas paisagens do mar Adriático foi algo inesquecível.
Valeu!
Obrigada Senhor!
Florianópolis, 28 de dezembro de 2018.
Um comentário
Nilton da Silva
Boa noite Anita, tudo bem? Escrevendo pra te dizer que acabei de fazer uma belíssima viagem à Europa Central e ao Leste Europeu, em pouco mais de 2 horas, lendo o teu blog. Mais uma vez parabéns pela facilidade em nos transportar nos teus relatos.Sem contar as aulas de histórias antiga e moderna ainda nos dá curiosidades como: O Órgão do Mar, O Monumento de Saudação ao Sol, etc. Sua experiência e impacto ao conhecer um Campo de Concetração, nos transporta ao local na sua descrição. Obrigado amiga, fiz um belo passeio em suas palavras. Abraços!