Viagem às Estâncias Hidrominerais do Nordeste de São Paulo e Sul de Minas Gerais
15 a 25 de setembro de 2010
Antes de iniciar o relatório propriamente dito, gostaria de expressar aqui, em algumas palavras, o real significado do VIVER que as viagens representam para mim. As viagens são uma oportunidade única, de viver emoções e de se encantar com paisagens nunca antes vistas, conhecer novos lugares e descobrir culturas, reciclar conhecimentos e adquirir novos, e também valorizar o familiar, por este método infalível, a Vivência. A viagem é como um passar pelo mundo, tocando algumas realidades que chamam a atenção pelo fato de vê-las pela primeira vez e assim as vemos com o olhar de plena atenção o que nos causa muita felicidade.
E aqui entram em questão diversos aspectos do processo da aprendizagem: para algumas realidades, eu logo obtenho explicações e para outras, eu me sinto impelida a fazer as pesquisas adequadas. Após a viagem, vagarosamente, vou elaborando estes saberes dando-lhes a forma de relato. Este processo, exigindo perseverança e paciência, para mim, apesar de cansativo, é sempre muito prazeroso. Tudo isto me alarga a visão, acrescentando um pouco mais de conhecimento sobre este mundo maravilhoso tão desconhecido. Cada região, cada lugar, apresenta suas belezas naturais, sua história e suas ricas culturas humanas que nos surpreendem. Tudo isto é, simplesmente, fascinante! Descobrir depois que se pode disponibilizar o que se viveu e escreveu, se torna uma oportunidade ímpar de conviver. Após compartilhar este trabalho percebo que ele é, também, uma ótima oportunidade de colaborar com a educação.
Inicio o relato do dia a dia desta excursão planejada a partir dos programas sociais do SESC.
15 de setembro de 2010 – quarta-feira – Serra da Mantiqueira em São Paulo
Nesta quarta-feira, estávamos desde cedo em frente da sede do SESC, na Prainha – Florianópolis, e às 6h partimos. Éramos em 34 excursionistas, mais dois motoristas e Vera, a guia turística. Iniciando a viagem, Vera se apresenta e iniciando as orientações nos lembra que algumas cidades de Santa Catarina pelas quais estávamos passando, têm nomes que nos lembram que aqui habitavam indígenas que as denominaram a partir do significado específico: Itacurubi = pedra cortada; Tijucas = rio das águas escuras; Itapema = falcão de pedra; Itajaí = águas cantantes; Camboriú = berçário dos robalos. Temos também outras cidades que receberam seus nomes a partir da imigração dos povos europeus: Joinville = cidade feliz; Blumenau = botão em flor.
No restaurante Sinuelo, perto de Joinville, fizemos uma parada para o café da manhã. A viagem segue! Às 11 h passamos pela tranquila e bonita represa de Capivari que abastece de água a cidade de Curitiba. Muito linda!
A temperatura verificada dentro do ônibus é de 18 graus e do lado de fora, 20 graus. Vera coloca um disco de boleros, maravilhosos: “aqueles olhos verdes”, “Solamente uma vez”, enquanto nosso ônibus avança pela BR 101, levando a todos alegria e as esperanças de uma ótima excursão de 11 dias, pelas Estâncias Hidrominerais da Serra da Mantiqueira, ao norte de São Paulo e Sul de Minas Gerais.
Às 12 h estávamos descendo um trecho da Serra e, ao longo da BR 116, duplicada, vemos a linda paisagem de muitos Ipês amarelos, todos em flor e também aqui diversas e grandes extensões de bananais! É tudo lindo demais!
Nas montanhas, há sinais indicando que ao fazer esta estrada houve necessidade de cortar e romper as muitas barreiras que estes montes representavam. As duas BR serpenteiam, poderosas por entre estas montanhas e seus muitos vales e muitas pontes sobre abismos! Rios quase secos, mas ainda com um mínimo de água, correm sobre seixos grandes e pequenos. De vez em quando pequenos espaços de vegetação, queimados e no mais, muitos bananais!
Mas está na hora de fazer uma parada no restaurante “Graal Petropen” em Jacupiranga, perto da cidade de Registro – SP. Em toda a BR 116 temos diversos restaurantes da rede Graal. São 12h51!
Estas fotos marcam nossa passagem por aqui. Saímos do restaurante às 13h50 e continuamos a viagem pela BR 116, quando os trechos da estrada são retos, sem muitas curvas. Vera colocou lindos discos de música brasileira: “Minha vida é um palco iluminado” e “Os sonhos mais lindos sonhei! “Marina, Marina“ e “Barracão de zinco” estas lindas canções estão nos embalando nesta viagem feliz! O dia realmente começou com românticas músicas e isso é ótimo! Estamos festejando a gratuidade da VIDA! Temos a consciência que já batalhamos muito e agora com gratidão, recebemos estes momentos bonitos como um presente!
Às 14h45 o tempo mudou: estamos no engarrafamento que se formou por causa de trabalho na pista e começa uma chuva e garoa fina. O tempo passa muito rápido pois, dentro do ônibus, há sempre muitas atividades: escutar música, ver filmes, conversar, meditar, observar, jogar bingo, etc. Que riqueza de viagem!
Às 17h, estamos no restaurante “O Rei da Pamonha”. Achei este lugar espetacular, sui generis mesmo. Aqui se encontram inúmeros produtos à base de milho: sucos deliciosos, sorvete, curau, pamonha etc.
Saindo desse restaurante às 18h, logo estávamos no Rodoanel Mário Covas, um anel rodoviário de 176 quilômetros de extensão, que circunda a região central da Grande São Paulo.
Estava escurecendo quando às 18h10, entramos na marginal Tietê com um trânsito muito lento, passando ao lado de diversos lugares conhecidos: Sambódromo, Hotel Holiday Inn, Ponte da Bandeiras, Rodoviária do Tietê, Shopping Center Norte. Uma grande placa avisava que estava em construção a nova marginal Tietê, ao custo de um milhão de reais. Na Internet vejo que a revitalização nos moldes previstos foi contestada.
Neste ano houve também a comemoração do dia do rio Tietê, cuja notícia encontrei, ao voltar, na internet e achei interessantíssima:
“A comemoração do dia do Rio Tietê foi diferente esse ano. Nesta quarta-feira (22) manifestantes foram para a beira do rio com guarda-sóis, cadeiras de praia e trajes de banho, montando uma espécie de praia, na altura da Ponte das Bandeiras, para pedir que o rio volte a ser orgulho para São Paulo. Eles lembraram do tempo em que o Tietê ajudava São Paulo permitindo a navegação, a pesca fácil e sendo até local de lazer. Se o rio fosse recuperado, poderia ser decisivo para melhorar a vida na cidade. Uma hidrovia seria uma boa opção para desafogar o trânsito. O diretor do ‘Instituto Navega São Paulo’, Douglas Siqueira, contou que, mesmo muita gente não sabendo, a hidrovia metropolitana já existe a partir da barragem da Penha, nós poderíamos ir até Santana do Parnaíba, na Edgar de Souza, ou seja, já são 41 km que nós temos aqui de hidrovia navegável”.
Aqui vou colocar alguns dados sobre o grande e importante rio Tietê.
O rio Tietê nasce em Salesópolis, Serra do Mar, em São Paulo.
Este rio que marca a geografia urbana da cidade de São Paulo, atravessa de leste a oeste todo o estado de São Paulo e para torna-lo navegável, nele foram construídas diversas eclusas. Desemboca no rio Paraná, no município de Itapura (divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul) após um longo trajeto de 1 100 quilômetros de extensão.
Às 19h10 saímos da marginal Tietê e passamos pelo internacional Shopping de Guarulhos. Dentro do ônibus, às 20h, começa o bingo do qual todos participam. O SESC mandou diversos presentes para os excursionistas.
Às 20h30, finalmente, o artístico portal da cidade nos deu as boas-vindas!
Chegamos ao “Parque Hotel”, um belíssimo hotel com linda arquitetura, depois de ter percorrido 800 km, neste primeiro dia de viagem. |
Do hotel edificado no alto, podemos ver, aí bem perto, o centro da cidade e também as belíssimas mansões. À noite, alguns excursionistas saíram e eu preferi descansar! Minha companheira de quarto é Jurema, num apartamento muito confortável com três camas. Após o banho, olhei mais uma vez o centro da cidade todo iluminado e dormi finalmente, pois estava muito cansada.
Aqui acima vemos as mansões de Campos de Jordão e a bandeira desta Estância Climática, que com razão é chamada de “Suíça brasileira”!
“A cidade tem uma topografia bastante acidentada; cerca de 85% do território é composto de regiões onduladas, 10% de encostas de serra e apenas 5% de áreas escarpadas. A cidade está localizada em um Vale e a parte plana não ultrapassa 500 metros de largura onde se alinham os seus três núcleos principais: Vila Abernéssia, Vila Jaguaribe e Vila Capivari. A Vila Abernéssia é o centro comercial e administrativo da Estância, enquanto a Vila Jaguaribe tem uma parte turística e outra residencial. Capivari é uma vila turística, por excelência. Em seus arredores se concentram os melhores hotéis e restaurantes, confeitarias e shoppings, além de luxuosas residências que lembram chalés suíços e palacetes imponentes de estilos diversos, como já foi dito. É devido a este charme da cidade, ao clima e a essa arquitetura bastante peculiar, que Campos do Jordão é conhecida carinhosamente como a Suíça Brasileira”.
Campos de Jordão que que fica a mais de 1.600 metros acima do nível do mar, apresenta uma grande variedade de atrações como: Pedra do Baú, Palácio Boa Vista, a Estrada de Ferro, monumento ao Cristo Redentor, malharias e chocolateiras, Horto Florestal, passeio de trem a Santo Antônio do Pinhal, Gruta dos Crioulos, Ducha de Prata (quedas d’água para apreciar e venda de artesanato), antigas igrejas e mosteiros e o Pico do Itapeva.
O Pico do Itapeva, apesar de estar localizado no município de Pindamonhangaba, é praticamente uma atração de Campos do Jordão, já que para chegar ao alto dos seus 1.950 metros de altura é necessário utilizar a estradinha que começa na Vila de Capivari. O que é mais interessante é quem em dias claros e sem neblina lá de cima se pode visualizar quase todas as cidades do Vale do Paraíba.
16 de setembro de 2010 – quinta-feira
Nesta manhã, nosso “Parque Hotel” nos ofereceu um delicioso café que foi compartilhado, numa mesa, com um agradável grupo formado por Regina e Maria Regina que trabalham na CIDASC e também Jurema, minha colega de quarto. Falamos sobre diversos assuntos, entre os quais sobre a UNIPAZ. Passei a elas algumas informações e Jurema se interessou em conhecer a Universidade da Paz (UNIPAZ), em Florianópolis.
Para este dia o SESC programou dois city tours. De manhã, visitando a parte residencial de Campos de Jordão e o Pico de Itapeva e de tarde, fazendo o passeio de trem a Santo Antônio do Pinhal.
Às 8h30, a excursão partiu e conosco está nossa guia turística local, Aparecida, que começa a falar sobre o início da formação da idade de Campos do Jordão. Nós a ouvíamos com um certo espanto, tal era a novidade que nos transmitia. No início foi um local de cura para leprosos. Na verdade, Campos do Jordão, um lugar de ar muito puro, foi o refúgio que encontraram as pessoas para tratamento da tuberculose, uma doença que na época era letal. Os tuberculosos chegavam de todo o Brasil, andando a pé ou em lombo de burro, no meio da mata. Estes doentes, às vezes, morriam no caminho, mas se conseguissem chegar aqui, tinham a possibilidade de se curar pela pureza deste ar de montanha. Neste tempo sombrio não existia a estreptomicina, antibiótico que só foi descoberto no século XX, na década de 1940. Por sua vez, o bacilo de Koch já tinha sido descoberto no século XIX, precisamente em 1874.
“A estreptomicina foi o primeiro agente específico efetivo no tratamento da tuberculose. Foi também um dos primeiros aminos glicosídeos descobertos. A sua descoberta valeu a Waksman o Prêmio Nobel de Medicina, em 1952. ”
Como memória deste tempo, no centro da cidade vemos um grande obelisco, que foi erguido, para orientar os doentes na direção da cidade. Entendi que aqui temos uma bonita e dramática história, quando ainda não existia para a tuberculose, um remédio que a curasse. Ao mesmo tempo observamos estas paisagens paradisíacas, que nos encantam: é a cidade dos pinheiros, das flores, do ar puro, de variada e maravilhosa arquitetura, de belos jardins e de árvores exóticas e do frio. No inverno, por exemplo, a temperatura desce a 6 graus negativos. É a cidade mais alta e a mais fria do Brasil. Na transição entre inverno e primavera a cidade se enche de flores.
Aqui como há flores de praticamente de todas as partes do mundo, era interessante a sensação de olhar para uma flor ou árvore e saber que nunca antes tinha sido vista e por isso, as perguntas eram muitas.
Aqui está a belíssima flor do Rododendro (parente da azaleia) que veio da China e que enfeita as ruas e praças com suas flores de cor vermelha-cereja. Esta flor me conquistou! É como se fosse uma Azaleia dobrada.
“O Rododendro é a designação comum às plantas do gênero Rhododendron L., da família das ericáceas, que reúne mais de 1000 espécies, entre elas as azaleias. O gênero Rhododendron está amplamente espalhado, ainda que a maior diversidade ocorre na parte sudeste da cordilheira do Himalaia, desde o centro do Nepal até o leste do Sikkim até Yunnan e Sichuan, com outras zonas também de relevante diversidade nas montanhas da Indochina, Japão e Taiwan”.
Há também o pinheiro chamado “Pinus patula” do México e lindos bosques de cedro do Líbano, de Manacá da Serra, etc. etc. A árvore símbolo aqui, é a Araucária que se ergue, em grande número, por todos os morros da cidade. Quanto ao plátano que acompanha as ruas, ao longo de grande extensão, este foi importado do Canadá. Desta árvore se retira o mel, usado na cura do escorbuto, que por sua vez, é importado pelos Estados Unidos. No Canadá, sua importância é tanta, que uma folha vermelha de plátano, figura na bandeira deste país.
A guia Cida nos fala que foi o governador Ademar de Barros que promoveu o turismo em Campos do Jordão, conclamando a burguesia paulistana e carioca a vir construir aqui. Um dado interessante: não existe em Campos de Jordão aeroporto, por causa dos muitos morros da localidade. Há sim, muitos “hélios portos” particulares. A beleza arquitetônica desta cidade também nos emociona. Os estilos das casas são os mais diversos: estilo italiano, alemão, suíço, árabe, colonial e por aí vai, tudo embelezado com muitas e variadas flores e plantas ornamentais, às vezes, nunca antes vistas.
No bairro Alto Capivari temos a arquitetura neoclássica que surgiu na França no século XV. O estilo “Maria Tudor” aparece na casa de veraneio do governador de São Paulo, a qual fomos visitar no alto do morro.
Os artistas mais em evidência, bem como pessoas célebres como Sílvio Santos, Hebe Camargo, Gloria Pires, Edir Macedo, possuem casas aqui, também. Ao longe, por exemplo, se pode ver o “A” de Aleluia, da casa de Edir Macedo (de acordo com a explicação da guia). Passamos por outras mansões: a de Luciano Huck, a dos Matarazzo, Christiane Torloni e muitos outros, inclusive estrangeiros, que tem palacetes e bonitas residências de veraneio aqui.
Os Festivais
A cidade de Campos de Jordão é importante também pelos festivais que realiza anualmente, como o famoso “Festival de Inverno”, criado pelo maestro Eleazar de Carvalho. Este maestro assumiu a coordenação musical do Festival de Inverno de Campos do Jordão em 1973 e continuou com ele até a sua morte e acontece até hoje, em todo mês de julho! O maestro, por sua vez, sempre continua sendo muito lembrado! Campos do Jordão realiza também, anualmente, um importante Festival Internacional de Música Erudita. Em setembro, realiza-se o Festival da Viola. A cidade possui muitos lugares turísticos interessantes, como o Palácio Boa Vista, detentor de um amplo acervo de arte nacional do período colonial e do modernismo, aberto à visitação pública.
Sua pedra fundamental foi lançada em 1938. Com o correr dos anos, este Palácio adquiriu outra função: a de Museu aberto ao público. Numa área de quase três mil metros quadrados, dividida em 35 ambientes e 105 cômodos, o Palácio Boa Vista abriga um acervo com 1.450 peças entre mobiliário dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, porcelanas, peças religiosas, pratarias, pinturas e esculturas. O Palácio Boa Vista, em Campos do Jordão, foi inaugurado em 21 de julho de 1964, pelo então governador Adhemar de Barros, para servir de residência de Inverno do Governador. Deve valer muito a pena visitar este palácio.
Neste dia do nosso tour, 16 de setembro, o palácio Boa Vista estava fechado e então fiz uma foto em frente ao portão, onde num grande quadro de madeira, está gravado uma linda poesia sobre a árvore do Pinheiro. Daqui do palácio Boa Vista, é possível admirar a Pedra do Baú, que fica no município de São Bento do Sapucaí, que está a 1950 metros de altura.
Em Campos do Jordão só 5% da mata é nativa. O resto é reflorestamento. Em todos os caminhos por onde andamos há muitas e lindas hortênsias, que embelezam muito a paisagem.
Nossa excursão se dirigiu para um ponto muito interessante, o Pico de Itapeva, que fica a 14 quilômetros da Vila Capivari.
Embora localizado no território da cidade de Pindamonhangaba, seu único acesso é pela estrada de asfalto que sai de Campos do Jordão, tornando-se assim uma atração turística da cidade. O Pico do Itapeva, que em indígena significa “Pedra Chata”, é também uma oportunidade para se comprar doces, artesanatos e roupas de lã. Artigos como malhas, luvas e cachecóis são vendidos por pequenos fabricantes a preços convidativos.
Vila Capivari, o Centro Turístico de Campos do Jordão
Em meio a prédios construídos com arquitetura europeia, o visitante encontra sofisticados restaurantes, cafés e barzinhos que atendem aos mais diversos gostos e paladares. Nosso ônibus passou pelo chamado Alto Capivari com suas mansões e paisagens deslumbrantes. Nós admiramos não só tanta beleza arquitetônica, mas também as muitas qualidades de plantas, flores e forma de tornar o ambiente maravilhoso que apresenta este bairro.
A Cervejaria Baden-Baden, um passeio que não fizemos
Fundada por quatro amigos, amantes da boa cerveja, a Cervejaria Baden-Baden produz a tradicional cerveja artesanal de Campos do Jordão, que segue criteriosamente os rituais de fabricação de cervejas especiais. Trata-se também de um passeio imperdível!
Nessa excursão tivemos muito boas informações sobre a cidade e sua história a partir da guia Cida. Depois passamos pelo bairro Abernéssia e Cida nos explica a origem deste nome tão estranho: o nome Abernéssia é derivado da fusão do nome de duas cidades escocesas, Aberdeen e Inverness e foi dado pelo fundador deste núcleo urbano, Robert John Reid, que era natural da Escócia. O bairro Abernéssia, é uma movimentada área comercial localizada bem no centro de Campos do Jordão, a meio caminho entre o Portal da cidade e a Vila Capivari. Na sua pitoresca estação de trem pode-se pegar o bondinho vermelho que cruza a cidade, partindo da Vila Capivari e indo até o agradável Recanto São Cristóvão. O percurso de 8 km pode ser feito (ida e volta) em cerca de 1h10. Por ela também passa o trem da Estrada de Ferro de Campos do Jordão, que sobe a serra vindo de Pindamonhangaba. Na Vila Abernéssia encontra-se o Mercado Municipal, a Delegacia, o Pronto Socorro, o Ginásio Esportivo e a Igreja de Santa Terezinha. Partindo da Vila, pode-se pegar a estrada que leva até o Palácio Boa Vista e ao Auditório Cláudio Santoro.
Almoçamos na Churrascaria Estância Grill. Após o almoço, diversos excursionistas passaram na praça muito florida, para tirar algumas fotos. Aqui há também inúmeras outras flores, como boca de leão, lindíssimas papoulas vermelhas, alfazemas, que nos encantam. Neste city tour visitamos também um lugar com cachoeiras e lojas de artesanato.
Aí eu me encantei com uma flor especial e desconhecida para mim, o Rododendro. Quanto a essa belíssima flor, há até uma associação americana que se dedica ao cultivo, estudo e sua pesquisa.
O maior jardim silvestre de rododendros do mundo se encontra em Baskerville, na Carolina do Norte- Estados Unidos. Localiza-se no parque natural de Roan Mountain.
O passeio de trem às 14h30 para Santo Antônio do Pinhal
Às 13h40 nossa guia nos deixou na Estação Emílio Ribas, onde ficamos aguardando com muita expectativa, este maravilhoso passeio de trem.
Acompanhados por Ana, a guia local, o trem passou novamente pela Vila Abernéssia e recebemos mais informações: estávamos subindo para a localidade de Santo Antônio do Pinhal e iríamos até a estação Lefevre, a 1747 metros de altura. Às 15h estamos no Vale do Lageado, bairro Gavião Gonzales. Logo em seguida, nosso trem entra por um desvio, porque encontramos o trem A1, que está fazendo o mesmo trajeto. Durante a viagem, num trajeto de 19 km, a guia Ana explicava que o Alto do Lageado é o lugar ferroviário mais alto do Brasil. Do trem, podemos ver diferentes paisagens: as estradas asfaltadas subindo e descendo os morros da Serra e também, víamos barracões de cultivo de orquídeas, cobertos com proteção de cor branca, lá no meio da floresta. Também pequenas casas entre Ipês floridos e outras maravilhas!
Lá no alto, (1700 m), no fim da viagem, existe além de uma estação com restaurante, um orquidário e lojas de artesanato. No orquidário, admiramos uma orquídea muito pequena, que nos surpreendeu com cheiro de chocolate. No bar conhecemos e experimentamos o célebre bolinho de bacalhau! Imperdível!
Há também, no alto na estação Eugênio Lefevre, um mecanismo interessante a admirar. Trata-se de uma rotunda, um mecanismo importado da Inglaterra, que funciona assim: quando o trem chega ao fim para colocá-lo na posição da volta, manualmente, os trabalhadores rodam o trem. Este mesmo processo se repetirá na cidade.
Lá no alto, chegamos a um mirante que além de possuir um monumento de Nossa Senhora dos Remédios, nos possibilita descortinar ao longe, algumas cidades do Vale do Paraíba: visualizamos Taubaté, Tremembé e Pindamonhangaba. Já eram 17 horas quando voltamos da excursão que valeu muito a pena fazer.
Eu aproveitei o final de tarde para conhecer o centro da cidade, passeando, observando e livre para aceitar o que possa acontecer. Assim me encontrei e conversei com um casal do Rio de Janeiro. |
Como na década de 50 eu estudei 3 anos no Rio de Janeiro, a gente sempre tem o que conversar sobre esta magnífica cidade brasileira.
Esta foto foi tirada por este casal carioca, no meio do jardim do centro, em meio às lavandas, amor-perfeito e outras lindas flores. Eu também fiz diversas fotos deles, para eles. Foi um ótimo encontro. Depois entrei numa loja e comprei um conjunto de veludo, de cor vermelho-cereja, do qual gostei muito e talvez por isto o possuo até hoje.
17 de setembro – sexta-feira – Campos de Jordão – SP para São Lourenço – MG
Neste dia, sairemos de Campos do Jordão, rumo à cidade de São Lourenço em Minas Gerais, levando boas lembranças de um lindo e charmoso lugar. Lamentamos que nesta excursão, não visitamos a fábrica e nem a loja de chocolate “Cacau Show”.
Às 8h30, partimos quando o sol nos encantava com o seu brilho e nós íamos curtindo lindas paisagens da inesquecível Serra da Mantiqueira, observando estes lugares que eu nunca havia visto antes. É muito lindo observar a característica sui generis da Serra da Mantiqueira. Ao lado de cidades históricas e belas paisagens com cultivos diversos, eu observava também algo que não me agradava ver: as queimadas e a erosão tão comuns aqui. Este último aspecto do solo é um espetáculo muito triste e me entristecia também!
Neste dia voltamos a passar por Santo Antônio do Pinhal, localidade visitada na véspera, no passeio de trem. Tirei foto desta igreja que me chamou atenção, por sua localização, sua beleza e sua cor alaranjada.
O Município de São Lourenço e a luta cidadã por estas fontes termais
São Lourenço tem sua longa história:
O bandeirante Lourenço Castanho fundou a cidade ainda no século XVI, no ano de 1565, depois de derrotar os índios Goitacazes. No nosso ônibus, Vera, a guia turística, nos lê algumas informações sobre o município de São Lourenço e a riqueza de suas muitas águas termais. Nomeia as suas fontes com as respectivas indicações medicinais, que lá existem: Fonte do Oriente (gasosa); Fonte Vick, que só existe aqui e na França (alcalina- hipertensão); Fonte ferruginosa; Fonte alcalina; Fonte sulfurosa (laxativa) Fonte carbogasosa (depressão). Antes de relatar nossa chegada a este interessante lugar das águas termais, nosso destino, trago aqui, um pouco da História da cidade e de suas águas. Atualmente, a Água Mineral São Lourenço, considerada uma das melhores águas minerais do mundo, é distribuída pela Nestlé Waters – unidade de negócios da Nestlé, criada em 2002, que firmou o seu posicionamento no mercado das águas engarrafadas.
A organização cidadã, “Cidadania pelas Águas”, denuncia:
“O Movimento de Cidadania pelas Águas, organização espontânea da sociedade civil da cidade sul mineira de São Lourenço, que pleiteia, entre outras coisas, o controle público sobre os seus recursos hídricos minerais, lidera manifestação contra a Empresa de Águas de São Lourenço, pertencente à multinacional suíça Nestlé, pelo fim da super exploração das águas minerais que garantem o turismo e a economia da cidade. Em 1992, a Nestlé adquiriu o controle mundial da Perrier Vittel, até então dona do Parque das Águas e concessionária da exploração das suas águas minerais. Essa compra inscreveu-se na estratégia da empresa de tornar-se a maior engarrafadora de água de beber em todo o mundo, meta já atingida hoje, com 73 marcas em muitos países. O Movimento de Cidadania pelas Águas identificou uma série de procedimentos ilegais da Nestlé, alguns dos quais já são objeto de ação civil pública proposta pelo curador de Meio Ambiente e promotor de São Lourenço, dr. Pedro Paulo Aina, que enxerga danos ao ambiente e ao patrimônio turístico. Geólogos da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, consultores e especialistas auxiliaram a construir um painel estarrecedor de irregularidades, desrespeito aos cidadãos e violações flagrantes de dispositivos legais”. Pelo texto acima, podemos ver que há aqui um grande problema que é o da desmineralização da água, que a Nestlé realiza, com todas as consequências negativas, que este procedimento trará para esta sociedade”.
Nossa viagem para São Lourenço, continua num lindo trajeto. Às 9h25 estamos descendo e passando pelas floridas e verdes paisagens desta maravilhosa Serra da Mantiqueira. No entanto, há aqui, também, na paisagem, um aspecto muito triste. Muitas áreas estão queimadas e isto nos causa mal-estar. Às 9h45 passamos por São Pedro do Sapucaí. Esta cidade marca o limite com o estado de Minas Gerais.
Uma árvore com grande copa de flores amarelas nos chamam a atenção: é a Sibipiruna, muito comum aqui.
Passamos também por plantação de eucaliptos, porém suas folhas estavam murchas e isto nos fala de seca. Às 10h10 passamos pela cidade de Paraisópolis. O lugar é muito lindo e talvez por isso recebeu este nome. Vemos muita plantação de aipim. Após 20 minutos, passamos pela cidade de Brasópolis. Dentro do ônibus estamos escutando o maravilhoso Paulinho Mixaria, com suas piadas inteligentes e engraçadas. Não dá para não rir e muito! No meio das brincadeiras Paulinho Mixaria faz o chamado para doação de sangue. Muito bom!
O que vemos em todo o percurso são as cores da nossa conhecida Bougainville ou Primavera. As cores são mais vivas do que as nossas e isto, certamente, é devido aos bons ares da Serra da Mantiqueira. Lamentavelmente, o que vemos aqui são muitos morros já queimados. Não me canso de escrever sobre as queimadas, pois foram uma paisagem muito triste entre tantas paisagens lindas! E nós seguimos rumo a São Lourenço, vendo grandes árvores de tulipa africana (de cores alaranjadas). Passamos pelo posto Itajubá e estamos em direção ao município Maria da Fé, mas nesta cidade não entramos.
Aqui a erosão é demais! O que nos chama a atenção em todos os lugares é, infelizmente, sempre a erosão.
Às 11h30 vemos uma linda paisagem: imensas plantações de café e logo em seguida, grandes plantações de tomate e bananais. Passamos pela APAE e perto do meio dia, pela cidade de Christina, a cidade imperatriz. E aí vem a pergunta: mas que cidade é esta? E aí, senti que eu precisava conhecer mais um pouco a história do Brasil!
“Cristina é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, fundado em 1774. Sua população estimada em 2004 era de 10.514 habitantes. Cristina é conhecida como Cidade Imperatriz. O topônimo é uma homenagem à Imperatriz Dona Teresa Cristina, esposa de Dom Pedro II. O nome foi sugerido por um filho do município, o conselheiro Joaquim Delfino Ribeiro da Luz. Por esta razão, em 1° de dezembro de 1868, a Vila Christina (que se denominava ‘Espírito Santos dos Cumquibus’), recebe a visita da Princesa Isabel e seu esposo, o Conde D’ Eu, a convite do conselheiro, para conhecer a terra que recebera o nome de sua mãe”.
Muito interessante!
Passamos pela cidade de Cristina onde além de muitas araucárias a rua era ladeada por grandes e floridos Ipês.
Mas a viagem continua. Às 12h15 passamos por outra pequena cidade, Carmo de Minas. São Lourenço dista daqui só 10 km. No nosso caminho, grandes plantações de café nos morros, nesta terra, dizem, do melhor café do Brasil é também a capital nacional do gado Girolando.
A raça Girolando é uma sintética e resultado do cruzamento dos gados Holandês e Gir (criada no território indiano), juntando em uma mesma raça, as características de rusticidade do Gir e produtividade do Holandês.
É hora do almoço. Almoçamos no Paladar Mineiro. Ótimo restaurante. |
Após 170 km de viagem, feitos em 4 horas, entramos em São Lourenço e nos hospedamos no histórico Hotel Negreiros.
O quarto é o número 330. Minha companheira de quarto é Jurema.
À tarde, a primeira atividade dos excursionistas foi visitar o Parque das Águas. Eu preferi tirar minha soneca inadiável e, depois de um sono reconfortante, às 17 h fui a este parque.
Que deslumbramento!!!! Local maravilhoso. Muita emoção! Passei pelo parque que, como já foi dito está a cargo da Nestlé.
Lá visitei as fontes, bebendo água de todas.
Respirei e tirei muitas fotos.
Aqui existe além de uma natureza ímpar, um balneário e 9 fontes de diferentes de águas medicinais. Fiquei no Parque das 17 h até as 18 h quando o parque das águas fechou.
Em seguida saí e passeei pelo calçadão da cidade, indo pela rua principal e visitando o comércio local. Entrei na belíssima e inesquecível igreja de São Lourenço.
Já estava escurecendo e eu fiz as fotos desta igreja e da estátua de São Francisco, que estava num pedestal em frente à igreja.
Depois passei pela loja contígua à igreja onde fiz uma foto de um quadro com a história do mártir São Lourenço.
Pesquisando agora na Internet vejo a foto que fiz da igreja durante o dia e descubro a sua história e a verdadeira joia arquitetônica que ela é. O belíssimo texto transcrito abaixo, é um depoimento postado na Internet por alguém que, como eu, se extasiou com sua beleza!
“Na minha opinião uma belíssima construção de São Lourenço, uma verdadeira pintura. Nunca canso de admirar a beleza da Igreja sentado em um de seus banquinhos de sua praça. À frente da Igreja está a estátua de São Francisco de Assis, que muitos acham ser de São Lourenço, por ser o nome da cidade. O interior da Igreja é tão ou mais bonito que sua fachada, seus vitrais, pinturas e imagens fazem muito bem aos olhos e acolhe muito bem o visitante A gruta de Nossa Senhora de Lourdes, que fica à esquerda da Igreja ao fundo, soma-se ao ambiente aumentando o charme do local. Ela também é muito bonita e atrai alguma atenção. Mais recentemente, pelo que lembro, existe um espaço que está sendo utilizado como bazar, não sei se já existia antigamente, se existia não ficou marcado para mim. ”
À noite jantamos no Hotel Negreiros, e alguns colegas de excursão, a maioria, foi jogar bingo. Eu como não tenho o costume de jogar bingo a não ser durante o trajeto das viagens nas excursões, preferi dar uma olhada na Internet colocando, em dia, a comunicação e fui descansar.
18 de setembro – sábado – São Lourenço – MG
Nesta manhã levantamos às 7 h, já que na excursão é costume levantar quase sempre muito cedo. É o dia da partida desta estancia mineral das mais completas e eu não posso deixar São Lourenço sem antes ver e passear novamente no inesquecível Parque das Águas.
Como sair de São Lourenço sem revisitar esta maravilha da natureza e do engenho humano? E foi o que fiz. Mergulhei mais um pouco, neste imenso reservatório de energia e beleza! Valeu a pena, sentir toda esta energia boa das águas da cidade de São Lourenço.
Notei também, nesta última visita, que todos os orelhões da cidade de São Lourenço tinham como modelo aves e animais desta região. Muito interessante!
Deixamos o hotel Negreiros às 9 h. A guia nos dá outras informações interessantes sobre esta estância hidromineral. Fala que em São Lourenço existe o centro de Eubiose. Este centro, infelizmente, nós não visitamos, mas passamos por ele. Aproveitei para ler algo sobre o qual nunca havia ouvido falar anteriormente. Aqui deixo o conceito de Eubiose:
“Eubiose é a Ciência da Vida. E como tal, é aquela que ensina os meios de se viver em harmonia com as leis da Natureza, e consequentemente, com as leis universais, das quais as primeiras se derivam”.
Sociedade brasileira de Eubiose
A Sociedade Brasileira de Eubiose foi fundada em 1924 pelo professor Henrique José de Souza. No Departamento de São Lourenço foi construído um templo, em estilo grego, em honra à paz universal. A Eubiose inspirou e influenciou uma série de grupos e colégios iniciáticos, desde preceitos espíritas a lojas maçônicas.
Fundação Cima´s
Aqui um pouco da história:
“Quando o Prof. Cima concluiu seu curso de psicologia, foi-lhe encaminhada uma jovem com as mãos tomadas por manchas senis. Seu orientador determinou um Plano de Trabalho a ser adotado com a paciente. Se tudo desse certo, após alguns anos de terapia a jovem aceitaria o fato de que suas manchas não sairiam e que ela teria de conviver com elas. Foi quando o Prof. Cima indagou: por que não retirar as manchas em vez de fazê-la aceitar o fato? A partir de então, impôs esse desafio a si mesmo e começou a estudar todas as possibilidades de eliminar aquelas manchas que incomodavam tanto as pessoas. Hoje, no mundo inteiro, apenas os técnicos do Cima’s Systems, estão aptos a fazer a eliminação das manchas, com a técnica desenvolvida pelo Prof. Elias Cima”.
Achei interessante conhecer mais este invento deste cientista.
As obras de Dalí na fundação Cima´s
“Na Fundação Cima ‘s encontra-se um acervo de fotos, obras e reproduções do pintor espanhol Salvador Dalí. Fruto do trabalho feito por Elias Cima, que há 40 anos iniciou a árdua e prazerosa tarefa, o acervo comove, sobretudo pelas 100 fotos – todas feitas por Meli Casals (1904-1991), que documentou parte da vida do pintor. Segundo Ana Maria Guariglia, jornalista que foi até São Lourenço para ter detalhes dessa história, há cenas raras como a do casamento do pintor, em 1929, a série que cobre seu ciclo de vida entre os 18 e 80 anos e cenas de Dalí trabalhando”.
Foi interessante conhecer, nesta manhã, esta fundação!
Após o meio dia, partimos rumo à Estância mineral de Caxambu – MG.
Casarão colonial de Caxambu!
“Caxambu situa-se nas montanhas do sul de Minas Gerais, na região da Serra da Mantiqueira. A pequena cidade concentra o maior complexo hidromineral do mundo, com 12 fontes de água mineral com propriedades diferentes, a maioria delas concentradas no Parque das Águas ‘Dr. Lisandro Carneiro Guimarães’, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico A cidade é servida pelo Aeroporto Fernando Levenhagem de Mello”.
“A palavra Caxambu teve origem indígena em Catã-mbu, no dialeto tupi dos antigos habitantes Cataguases que habitavam a região e significa ‘Água que Borbulha’ ou ‘Bolhas a ferver’. Também, por coincidência, é o nome de um instrumento musical tocado pelos escravos africanos, que se dizia irem à noite ao Morro de Caxambu para tocar o Caxambu (Cacha – tambor – Mumbu – música) em seus festejos”
Ao chegar a Caxambu logo fomos conhecer o Parque das Águas, que apesar de lindo, estava muito abandonado. O balneário é muito bonito e em perfeito funcionamento, apesar de o parque deixar muito a desejar por conta do abandono.
Fizemos um passeio pela cidade com o chamado carro de mola. Andamos no parque, visitando suas diversas fontes e admirando o trabalho de seus criadores. Deixei para a diretora do parque uma carta com as minhas impressões, pedindo mais respeito ao patrimônio e ao público. Percebi que a burocracia e falta de funcionários estava deixando o lindo parque e suas fontes minerais naquele estado deplorável.
Aqui, também, vi, numa placa comemorativa, na entrada do parque, onde as palavras de Rui Barbosa (1919) sobre Caxambu, estão gravadas (1980).
“Visitei, percorri, desfrutei, com admiração e encanto o Parque das Águas. É a medicina entre jardins de uma florescência deslumbrante. Minas ainda não percebeu todo o valor de sua joia. Quando a lapidar e engastar como Ella pede, estas fontes de vida verterão luz, como estrelas, que vao fallar bem longe, aos que sofrem, dos suaves privilégios deste torrão natal”.
Caxambu, 31 de outubro de 1919. Caixa Econômica de Minas 1980.
Nesta excursão, um dado que me chamou atenção, em quase todas as cidades por onde passamos, foi a presença de muitos símbolos da maçonaria.
Retomando o caminho, á noite chegamos em Poços de Caldas, que fica a 360 km da cidade de São Paulo e 460 km de Belo Horizonte e nos hospedamos na sede do SESC.
19 de setembro – domingo – Poços de Caldas
De manhã, saímos para o City Tour às 9h30. Ao longo do rio que corta Poços de Caldas, grandes plantas de Ipê roxo, enfeitam esta cidade, já florida com os Ipês amarelos e brancos. O último Ipê a florescer é o roxo.
Nossa guia nos fala sobre um outro dado de Poços de Caldas: na época áurea dos cassinos, aqui havia muitos shows internacionais, mas em 1946, o Presidente Eurico Gaspar Dutra fechou os cassinos.
Neste city tour fomos visitar um lugar muito bonito, a cachoeira “Véu de Noiva,” onde admiramos a beleza do lugar e marcamos nossa presença com algumas fotos. Esta linda cachoeira é alimentada pela represa do rio Cipó, onde foi construída uma hidrelétrica. Após esta cachoeira, o rio Cipó muda de nome e recebe o nome de rio das Antas. O guia nos informa que aqui há um fazendeiro que possui um verdadeiro zoológico e deseja colonizar as margens do rio das Antas com este animal que outrora era comum nestas paragens.
O que me chamou muito a atenção foram as muitas árvores floridas da conhecida e linda “pata de vaca”, que aqui é muito comum, tanto a da flor branca quanto a da cor-de-rosa. Também vi uma linda e frondosa árvore de Ipê branco.
Neste local visitamos também o artesanato local, um local sempre muito agradável de conhecer.
Daqui nosso city tour nos levou para uma fábrica de cristais de tipo Murano, pois sabemos que Poços de Caldas é o maior polo cristaleiro das Américas. Imigrantes vindos da Itália, pioneiros em Poços de Caldas, aqui implantaram a fábrica Cá d´Oro (Casa de ouro). Foi muito bonito admirar tanta criatividade, cores e tanta beleza e diversidade. Eu não poderia sair sem levar comigo duas pequenas lembranças na “Cá d´Oro”.
A matéria básica para o cristal é a areia sílica e 25% são produtos químicos. A temperatura precisa chegar aos 1000 graus. Todo o trabalho é artesanal e isto foi possível observar pois visitamos a fábrica.
Em Poços de Caldas vimos algo também muito interessante, ou seja, uma estrutura para trem, que levou 20 anos para ser construída. O trajeto deste trem de tecnologia suíça, tem 1.500 m de extensão e foi construído em 1975. O trem descarrilhou e até hoje, aquilo que poderia ser uma espécie de trem-bala que atravessava do alto a cidade, nada mais é do que um é “elefante branco” de Poços de Caldas. Ao sair da fábrica, tirei foto do terminal da estrutura do trem.
O Ribeirão Caldas que está hoje bastante seco, atravessa a cidade ladeado pela beleza de frondosas árvores de Ipês Roxos.
Seguindo o nosso city tour, às 10 h paramos na loja Antares para ver diversos tipos de sabonetes feitos com substâncias e plantas do local. Em seguida, partimos. No nosso ônibus a temperatura marcava 16 graus. Outra criação interessante de poços de Caldas: a avenida João Pinheiro foi construída em forma de guitarra. Qual será a história desta obra de arte?
Depois nos dirigimos para a feira mais importante de Poços de Caldas (cidade saudável) que fica na praça D. Pedro II, antigamente chamada “praça dos macacos”. Este nome foi dado pelo fato de que as fontes das águas sulfurosas brotavam do chão e os macacos iam lá para tomar água. No meio da praça, agora, águas sulfurosas brotam de uma bica e, num canto da praça foi construído um balneário municipal, onde em outro dia pude tomar banho nesta água tão diferente, a sulfurosa. Lá havia uma feira imensa e muito boa. Comprei para minha afilhadinha Manoela, uma saia de tricô vermelha de preguinhas com um lacinho. No dia 26 de setembro, um dia depois da minha chegada a Florianópolis, ela e seu irmão gêmeo Francisco, vão completar dois aninhos.
Numa loja em frente à praça, comprei sapatos usaflex, que parecem me servir bem, pois são muito cômodos e apresentam na frente, em cima do pé, uma flor vermelha feita de couro. Gostei muito destes lindos sapatos que me serviram muito bem durante anos! Depois deste city tour fomos almoçar no SESC, às 12h30.
Descansamos até 13h45 e às 14 h nosso ônibus parte para um novo city tour. O objetivo é conhecer o Recanto Japonês, surgido da amizade do Brasil com o Japão. No caminho nossa simpática guia fala no possível significado da palavra Caldas: a) Lembra Portugal onde há um lugar com este mesmo nome e com as mesmas águas sulfurosas; b)As caldas que a mistura das águas com a terra faziam aqui. c) E outro significado era porque Poços de Caldas, pertencia ao município de Caldas.
Vamos passando por lugares históricos e interessantes: em frente à praça Pedro Sanches estava o maravilhoso Palace Hotel, dos “áureos” tempos do jogo, quando, nas redondezas deste hotel havia 26 cassinos.
Nesta praça Pedro Sanches, há diversos monumentos e também uma estátua de um homem nu, aludindo ao fato de que no jogo, não só se perdiam casa, dinheiro e fazendas, mas também, às vezes, até a roupa do corpo.
Esta estátua foi oferecida ao município pelo artista italiano Giulio Starace. Este artista nasceu em Nápoles, Itália, 1871 e faleceu em São Paulo, 1941. Ele tem muitas obras de arte em outros estados. Em Poços de Caldas, visitamos a “Fonte dos Amores” também de sua autoria. É obra, de rara beleza, que foi inaugurada em 1929.
Há também um coreto, como vi em todas as praças que visitamos aqui em Minas Gerais. Numa noite fui para esta praça e vi um lindo espetáculo: estava cheia de famílias e de crianças brincando. Lá no coreto havia uma orquestra que me encantou e também agradou os apreciadores da boa música. Foi uma bela experiência que tive em Poços de Caldas.
Neste nosso caminho de city tour, passamos pelo Mercado Municipal, e perto deste admiramos a “Fonte das Rosas”, uma praça com a estátua do artilheiro Mauro Santos de Oliveira, que em 1952, levantou a taça Jules Rimet. Continuando nosso city chegamos finalmente, a um lugar paradisíaco, o Recanto Japonês! Lembro bem a entrada neste fabuloso jardim. No meio de árvores frondosas e de ar muito puro, caminhamos até o ponto mais alto do Recanto Japonês que está a uma altura de 1686 metros. Aqui há alguns exemplares de plantas japonesas, como a Ginkgo Biloba, a única planta que sobreviveu à bomba atômica E não há só árvores e flores! Lá ouvimos de nossa guia, que ao nos mostrar um tronco de árvore com líquen com manchas cor-de-rosa, nos disse que este líquen, só existe onde o ar é puríssimo. Aprendendo sempre….
Visitamos a “Fonte dos desejos” e fizemos fotos!
Sei que gostei demais de percorrer este recanto cheio de símbolos, de grande e variada árvores e que certamente, vai encantar os que visitarem este recanto paradisíaco.
Toda a água do Recanto Japonês é potável e mineral. O guia nos dá mais algumas informações: falando das águas minerais, lembra que a água sulfurosa deve ser tomada com cuidado. Este passeio foi muito interessante, inesquecível mesmo. Aqui há muita sabedoria, possibilitando aos visitantes, reflexão e espiritualidade! O Recanto Japonês, é uma visita imperdível para quem vai a Poços de Caldas.
Às 16 h voltamos para o SESC. À noite houve um baile para os hóspedes do SESC e também de pessoas da comunidade. Dancei muito!!!!
20 de setembro – segunda-feira – Poços de Caldas
Neste dia, saímos às 9h10, com uma VAN, para fazer um city tour visitando, em primeiro lugar, o Santuário da Mãe Peregrina.
O santuário fica um pouco retirado, no alto de um morro. No dia anterior lá se festejaram os 10 anos da presença na comunidade das irmãs de Schoenstatt, com a devoção à Nossa Senhora, Mãe Peregrina.
Lá chegamos em 20 minutos e o lugar demonstra que aí houvera uma aglomeração de muitas pessoas. Nos informaram que 300 ônibus tinham ontem trazido os romeiros no dia anterior. O que me chamou a nossa atenção foram as muitas e lindas rosas, de diversas cores: desde vermelhas, (de diversos tipos) cor-de-rosa e amarelas.
Algumas rosas se abriam num buquê de 4 outras rosas. Muito bonito! É um belo lugar! As religiosas vieram de Atibaia – SP. Conversei com uma religiosa que me falou sobre o apostolado exercido nesta comunidade. Fizemos lá algumas fotos!
Às 10h08, fomos conhecer a Pedra do Balão na Serra de São Domingos. Novamente vimos, além de muito verde e muitos eucaliptos ao longo da estrada, infelizmente, muitas áreas queimadas.
O ponto turístico é particular e compreende um conjunto de grandes pedras sobrepostas, com cerca de 10 metros de altura. Na Pedra do Balão tiramos fotos e admiramos a paisagem lá de cima! Na lojinha contígua ao restaurante, comprei um lindo cachecol de cor lilás.
De lá partimos para visitar o Morro do Cristo Redentor. Interessante observar que, todas as cidades visitadas tinham uma estátua de Cristo Redentor. No caminho, mais uma vez, muitas áreas queimadas, inclusive as de eucaliptos. Isso foi uma triste constatação.
Às 10h35 subindo a serra de São Domingos, chegamos ao Cristo Redentor, monumento este que foi erguido em 1958, de onde se tem a mais linda visão da cidade de poços de Caldas.
“A Serra de São Domingos integra a paisagem urbana da Estância Hidromineral de Poços de Caldas e foi tombada em 1989, pela Constituição do Estado, como Patrimônio Paisagístico e Monumento Natural de Minas Gerais. No alto da Serra de São Domingos, a 1686 metros acima do nível do mar, está o monumento do Cristo Redentor”.
“O monumento impressiona pelo seu tamanho e beleza, sendo o segundo maior do Brasil. Idealizada e concretizada por José Raphael Santos Neto, a obra foi inaugurada em 1958. O peso total do monumento é de, aproximadamente, 500 toneladas, sendo que a imagem do Cristo possui 160 peças, num total de 16 metros de altura. A vista da cidade do alto do Cristo é uma das mais belas paisagens de Poços de Caldas”.
21 de setembro – terça-feira – Poços de Caldas
De manhã, após o café, saí para conhecer um pouco mais a cidade. Passei pelo parque que fica perto do Palace Hotel, admirando sua beleza, suas árvores, suas fontes, suas flores. Visitei a antiga ferroviária e, também, a Mansão Rosa, conhecida como Villa Junqueira. Lá pode-se observar o Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas. Este museu Histórico conta com um amplo acervo, destacando-se desde o mobiliário dos primeiros moradores, fotografias que registram a passagem de pessoas importantes como a D. Pedro II e Juscelino Kubitschek, bem como um rico acervo iconográfico e de periódicos. Depois, continuando meu passeio pelos arredores, decidi fazer manicure. Entrei no salão de beleza denominado “Espaço Mulher” e lá tive a oportunidade de encontrar pessoas de Poços de Caldas com as quais conversei durante um bom tempo. Na conversa com Rosimeire, Simone Aparecida e Sandra que lá trabalham, pude sentir a emoção de poder conversar com pessoas do lugar que falaram sobre Poços de Caldas e sua gente. Num certo momento da conversa, estas profissionais falam sobre os muitos bairros desta cidade, quase 20 e também me contam que a cidade de Caldas faz limite com a cidade de Águas da Prata. Falam sobre um evento muito importante que é o “Festival Sinfonia das Águas”, que aqui acontece, no mês de agosto, com danças e música instrumental. A festa acontece com muita comida típica e muita dança regional. Falam também sobre o que é ser mineiro: “falar uai e contar histórias” e “comer muito pão de queijo”. Em dado momento, adentra ao salão, uma chefe de cozinha que trabalhando na TV apresentava o programa chamado “Sabor com requinte”, num canal local e enriquece a conversa já tão interessante, pois os que falam se orgulham de sua gente e de sua cidade. Foram de grande prazer estes momentos de encontro com estas queridas pessoas, naturais de Poços de Caldas, digo mesmo foi um privilégio conhecê-las e ouvi-las falar. Saí com um pouco mais de conhecimento sobre esta linda cidade de Poços de Caldas. Voltei passando, novamente, pelo conjunto arquitetônico da época áurea dos cassinos.
Aqui as fontes de águas termais, foram descobertas há 137 anos.
Nossa guia fala de uma família que faz parte da história desta cidade: a família Junqueira que foi dona do sul de Minas, e muito interferiu no planejamento desta cidade. Dizem que Poços de Caldas foi a primeira cidade projetada do Brasil e Junqueira exigiu que as ruas fossem largas e, também, que houvessem muitas praças e em cada praça um chafariz e também um coreto, artisticamente construídos.
D. Pedro II esteve aqui para a inauguração da estrada de ferro Mogiana, em 1866. Quanto à economia, o carro-chefe desta região é o café e grandes fazendas pertencem ainda aos Junqueira. A Fazenda Barreiros que pertencia aos Junqueira foi vendida a um herdeiro da família Marinho, da Globo.
Fui almoçar na companhia dos colegas de excursão, no SESC.
Com nossas malas prontas, às 13 h nosso ônibus partiu. Agora o objetivo é chegar em Águas de Lindóia. Vera colocou linda música popular brasileira: “O bêbado e o equilibrista” “Disparada” etc. Rapidamente estávamos no estado de SP, rumo a cidade de Campinas. Lindas paisagens, tudo ondulado e plantado. Muito aipim, laranjas, coqueiros, terras preparadas e, também, plantações com muito verde!!! Às 14h30 passamos por Aguaí e depois Itaqui.
Tudo lindamente cultivado! Chamou minha atenção a plantação de Berinjela e muita plantação de laranja Chimchim. Passamos pela fábrica “Lenços Presidente”, a Mahle e a Agrale. Em toda esta extensão, imensos trevos com grandes viadutos apontando para todas as direções. Passamos pela cidade de Mogi Mirim. Também os muitos pedágios chamam a atenção pelas altas tarifas que vão de R$ 5,20, R$ 7,80 e até R$ 10,40. Às 15 h verificamos que faltam 40 km para chegar à cidade de Águas de Lindóia. No caminho, vimos grandes extensões de plantação de café e, às vezes, na orla da estrada, gente apagando queimadas. Também vimos casas populares prontas para serem entregues e passamos também pela fábrica Teka.
Às 15h30 somos convidados através do portal Águas de Lindóia a entrar nesta linda cidade.
“Águas de Lindóia é um dos onze municípios paulistas considerados estâncias hidrominerais pelo estado de São Paulo, por cumprirem determinados requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar, junto a seu nome, o título de estância hidromineral, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais”.
Nossa hospedagem foi no “Hotel Guarani”, um hotel muito confortável e artisticamente decorado!
Vejam a beleza desta luminária de cristal!
Depois de nos acomodar no hotel, fomos conhecer a cidade, subindo e descendo suas ladeiras. Também entramos num bonde elétrico e fizemos um passeio que nos permitiu fazer uma ideia da beleza e da utilidade desta estância hidromineral.
Conhecemos a principal “PRAÇA ADHEMAR DE BARROS”, projetada por Burle Marx, com grande área verde, ideal para passeios a pé ou de charretes para adultos e crianças. Nesta simpática cidade existe também uma linda fonte luminosa e sonora que funciona todas as noites, encantando a todos que passam, tornando o ambiente romântico e acolhedor. Todas estas lindas imagens podem ser vistas na Internet acessando a esta praça.
Fazendo um passeio ao redor do lago da praça pode-se apreciar a dança descontraída de patos, gansos e outras aves.
Sobre o histórico destas águas:
“Os poderes das águas termais de Águas de Lindóia já eram conhecidos no século XVIII, no início de 1700, na qual a região era batizada pelo nome de terra das ‘Águas Quentes’, quando por aqui passavam Bandeirantes e Tropeiros em busca de descanso e relaxamento nas águas que ‘brotavam’ da terra já com propriedades radioativas. Essas terras então, passaram por muitos donos e posseiros. O que mais se destacou como registro histórico foi o italiano Dr. Francisco Antonio Tozzi, considerado o fundador de Águas de Lindóia, no início do século XX. Dr. Francisco Antonio Tozzi, nasceu no dia 18 de junho de 1870 em Benevento na Itália, formou-se em medicina em Nápoles e veio para o Brasil em 1901, por convite de um conterrâneo, que lhe relatou sobre as águas da região, com seu tio, o padre Henrique Tozzi. Em 1901, já vivendo em Serra Negra – município a 20 km de Águas de Lindóia – ficou surpreso com a cura de um eczema na perna do seu tio padre, então pároco em Lindóia, pelas águas que jorravam num morro, próximo às Fazendas do Pelado”.
“Desde os anos 60, o Balneário Municipal de Águas de Lindóia atrai visitantes à cidade. Com o passar dos anos, o espaço se modernizou e hoje oferece mais que banhos terapêuticos. São massagens, duchas escocesas, drenagem linfática e banhos de aromaterapia e argila. Sem contar o banho Stangerbad, feito em uma banheira com placas de carvão e corrente elétrica e indicado para problemas de artrite, artrose, gota e contratura muscular”
Respirei conscientemente este ar muito puro e meus olhos se encantaram com as paisagens, tanto as naturais, como a paisagem da maravilhosa arquitetura e decoração de suas construções.
Fui tomar banho no balneário e o que me chamou a atenção nas dependências, foi o cuidado com que a arquitetura previu, as diversas necessidades dos banhistas. Por exemplo, lá havia duas dependências para cada banhista – uma só para deixar os pertences. Achei muito bom terem pensado nesta comodidade.
Outra beleza digna de admiração são diversos mosaicos do grande artista Lívio Abramo, que cobrem o chão.
Lívio Abramo nasceu em Araraquara, São Paulo, em 1903 e faleceu em Assunção, Paraguai em 1992. Foi Gravador, ilustrador, pintor e desenhista brasileiro de fama internacional.
Descendo e caminhando sempre, visitei algumas lojas. Mas estava na hora da partida da inesquecível e rápida passagem por Águas de Lindóia.
Nosso ônibus nos espera, mas antes fiz uma foto com Jussara!
22 de setembro – quarta-feira – Monte Sião – MG – Serra Negra – SP – Holambra – SP
De “Águas de Lindóia” partimos para visitar duas cidades muito interessantes: Monte Sião em Minas Gerais, a capital do tricô que dista daqui somente 10 km e sua vizinha, a cidade de Serra Negra em São Paulo. Nestas duas cidades, ficamos muito pouco tempo. Por isso pesquisei, na internet, alguns dados a mais sobre a história de cidade de Monte Sião:
“Registros datados de 1790 narram o fim do ciclo do ouro na região denominada Arraial de Ouro Fino, distrito de São Pedro, o que gerou o êxodo de garimpeiros, em busca de terras para a instalação de nova atividade, no caso a pecuária e a agricultura. Essa corrida pela posse de boas terras iniciava a colonização da área localizada ao pé do Morro Pelado e às margens do Rio das Pedras, local coberto por densa mata. Por volta de 1819, os primeiros moradores instalaram-se na região, construindo suas moradias que se comunicavam entre si por trilhas abertas na mata. A imigração italiana teve seu início a partir de 1887 e vinha dar um novo impulso às atividades rurais, especialmente à cultura do café”.
Monte Sião torna-se um município no dia 3 de novembro de 1936.
O nome Monte Sião, foi sugestão dos missionários franciscanos que encontraram semelhança do Morro Pelado com o Monte Sion, em Jerusalém. A devoção por Nossa Senhora da Medalha Milagrosa nasceu em Monte Sião, junto com sua própria história.
Aqui temos a “Porcelana Monte Sião” que é uma empresa especializada na produção de porcelana azul e branca. Foi fundada em 1959 e produz uma linha de produtos feitos de porcelana e compostas por peças domésticas como xícaras, pires, travessas, canecas e copos.
O Tricô
A cidade de Monte Sião é famosa nacionalmente, ainda, pela produção de confecções, especialmente de tricô. Até a década de 1980, mulheres montessionenses costumavam produzir peças de tricô artesanalmente para vendê-las, em função do grande movimento turístico nas cidades vizinhas, que fazem parte da região hoje conhecida como “circuito das águas”. Com o aumento da demanda pelas belas peças de tricô produzidas em Monte Sião, organizaram-se pequenos negócios familiares em torno da comercialização de tricô, quando passou-se a produzir malhas com a utilização de maquinário industrial. Ocorreu então um grande movimento de industrialização na cidade, acompanhado da especialização da atividade econômica no setor de confecções, o qual se espraiou para outras pequenas cidades das redondezas, compondo o “circuito das malhas”. Monte Sião é hoje destino de milhares de turistas e de lojistas provenientes de outros estados. Foi interessante conhecer esta cidade de Monte Sião e as peças de tricô lá produzidas.
Serra Negra
Seguindo viagem, passamos depois por Serra Negra, mais um município acima de tudo turístico, do estado de São Paulo, com uma extensa rede hoteleira, a uma altitude de 925 metros.
A sua riqueza econômica vem da agricultura, do café e da extração da água mineral. Serra Negra foi fundada em 23 de setembro de 1828 por Lourenço Franco de Oliveira, quando uma pequena capela de São Roque foi construída nas terras dele no bairro das Três Barras.
Quanto ao café, a guia Luciana diz que o café ia no lombo de cavalo até Santos, levando nesta viagem até 3 meses. Em 1892 o trem levava o café e em 1929 o café perdeu o valor e cada um procurou a vocação turística.
Serra Negra tem um dos três melhores cafés. Passamos pela igreja de Nossa senhora do Rosário muito bonita. Saímos de Serra Negra às 18h30 e seguimos viagem
Às 20h30, já avistávamos o bonito portal de entrada de Holambra, uma colônia holandesa, cidade que nos aguarda com a imperdível a Expo flora.
O nome “Holambra” vem da junção das palavras “Holanda, América e Brasil”, e nos fala de imigração, trabalho, comprometimento e sucesso.
Nos hospedamos na Villa Holanda Parque Hotel, um local muito interessante cercado de muito verde qualificado!
A cidade tornou-se a capital nacional das flores, e tornou-se a maior exposição de flores e plantas ornamentais da América Latina. Anualmente se prepara e se engalana para dar boas-vindas à Primavera.
Aqui há muita história a contar!
23 de setembro – quinta-feira – em Holambra a capital das flores
Levantamos cedo, às 6h30 e depois de um bom café, fiz questão de fazer um passeio ao redor do hotel “Villa de Holanda” para admirar a beleza das muitas e lindas palmeiras de diferentes tipos, nunca antes vistas.
Diversas piscinas lá estavam completando os lindos lugares para descanso. Fazer este passeio matinal foi para mim um momento de leveza e meditação!
O programa deste dia começou com um city tour às 8h10 e nos encontrou felizes pois antevíamos um longo dia com muita beleza e emoções! Só voltaríamos, às 19 horas, após visitar a Expo Flora.
Iniciamos o passeio conhecendo uma pessoa fundamental, nosso jovem e simpático guia Wesley que, com muita simpatia se apresentou. Iniciando o trajeto rodoviário nos encanta com as explicações sobre a história de Holambra. Considero que o contexto histórico é fundamental para um esclarecedor início de conhecimento! Wesley nos conta que em 1948, depois da catástrofe da Segunda Guerra Mundial, quando a Holanda estava devastada, os imigrantes holandeses, pensando no futuro dos filhos, encontraram uma possível saída na imigração para o Brasil. Lá na Holanda, a fonte de renda era a agricultura e as bombas tinham destruído tudo!
Wesley faz a pergunta, por que escolheram o Brasil e nos dá logo a resposta: o Brasil, na época, aceitava imigração em grupo e, naquele tempo, as famílias eram muito grandes e tinham muitos filhos. Os imigrantes holandeses viajaram 21 dias num navio de carga trazendo, além da numerosa família, toda uma infraestrutura que lhes possibilitasse iniciar a vida no Brasil. Trouxeram consigo 800 cabeças de gado, sementes e equipamentos para trabalhar, etc. Desembarcaram em Santos e vieram de trem até Campinas e de lá, com uma jardineira, chegaram na fazenda de café Ribeirão, que foi comprada do frigorífico Armour, fazenda esta que havia ficado desativada de 1929 até 1948. Os imigrantes se identificaram com a religião católica, ou seja, converteram-se ao catolicismo e uma Congregação Religiosa feminina muito os ajudou aqui no Brasil.
As dificuldades iniciais foram grandes: no início o gado pegou febre aftosa e morreu. Algum gado foi para o Paraná. Os produtos e sementes trazidos, não se adaptavam ao solo. A ervilha, por exemplo, não tinha qualidade para a venda. E assim, muitas vezes, aqui eles só comeram ervilhas. Este começo muito difícil os impeliu a procurar outras soluções. E aí surgiram as flores. A Holanda que cabe 250 vezes no mapa do Brasil é a grande produtora mundial de flores. Esta poderia ser uma solução para o Brasil. O engenheiro agrônomo sugere importar calcário dos Estados Unidos e com a ajuda do governo holandês foi o que puderam fazer. Depois de mais algumas explicações, que nos encantaram, pois foram dadas com aquele carinho e cuidadoso relato da realidade, próprio dos bons guias, nosso ônibus parou e nós descemos fazendo fotos, tal foi nosso encanto ao ver tão belas e abundantes flores.
Nesta manhã de sol conhecemos a fazenda “Terra Viva”, de propriedade dos Schumacher. Esta família, que aqui aportou com seus 11 filhos, atualmente abre esta fazenda para a visitação, somente na época da Expo-Flora.
Aqui visualizamos muitas e exuberantes flores como gérberas, crisântemos, ivôneas e palma de palma de Santa Rita, chamada também Gladil. O que sobressai imediatamente nesta fazenda com as primeiras explicações, é que aqui é feita não só muita pesquisa, mas também há o uso da tecnologia.
Um dado que chama a atenção é que também vemos plantação de milho, que só está aqui nos informa o guia, para produzir e assim recuperar os nutrientes do solo. Percebemos também outro dado: numa parte da fazenda todo o terreno tem lâmpadas que acendem â noite. Isto é um truque que faz com que as plantas possam continuar a crescer até durante a noite, pois esta teria a aparência do dia.
A pesquisa aqui em Holambra é muito utilizada e como resultado, há sempre o lançamento de novas flores. A fazenda “Terra Viva”, neste ano de 2010, tem lançamentos de três novas flores: Antúrio Preto, Antúrio Verde e Bambu Panda. Um dado interessante é que aqui existe o “Veiling Holambra”, que é o mais completo centro comercial e logístico do mercado nacional de flores e plantas, possuindo uma infraestrutura compatível com o que há de mais avançado em todo o mundo. Valdir, um colega de excursão, falando sobre a colonização holandesa em Tijuquinhas – SC, me diz que um representante desta cidade catarinense, participa deste leilão de Flores em Holambra, distribuindo-as pelas floriculturas da região e de Florianópolis, de modo especial.
Continuando nosso city tour por Holambra, entramos na rua Dória Vasconcelos e observamos as construções holandesas. Nosso guia nos dá as características das construções daqui:
1) Tijolinho à vista
2) Cortininha pela metade
3) Telhado mais inclinado
4) Jardim grande.
Passamos pelas residências dos holandeses e elas falam desta cultura: nas fachadas sempre está escrito em holandês ou a profissão (artesão), ou frases como: “nós somos felizes”, ou “nós também”. Símbolos da sobrevivência holandesa são vistos aqui: os tamanquinhos (salto ao contrário – para enganar o inimigo durante a guerra); a Tulipa (comercializam o bulbo da tulipa), os moinhos para moer o grão e para captar o excesso de água.
Na entrada, um ponto turístico chama a atenção. Trata-se do mais alto moinho de vento da América Latina, denominado “Moinho dos Povos Unidos”, cópia fiel dos famosos exemplares holandeses
Projetado pelo arquiteto holandês Jan Heijdra, possui nove andares e sua estrutura conta com quatro pás de 12 metros cada e sua tração motora gera 60 cavalos de força, o suficiente para movimentar duas toneladas. Foi inaugurado em 2008 em comemoração aos 60 anos da imigração holandesa.
Teve o nome de Moinho Povos Unidos em razão da união de brasileiros e holandeses em Holambra. Em tudo isto, percebe-se a gratidão deste povo, que aqui encontrou acolhida e deixou a riqueza de seu trabalho.
Hoje, este local é motivo de orgulho e ficou na história da Cidade das Flores.
O guia Wesley nos fala de outra interessante curiosidade na cultura holandesa. Trata-se de como os holandeses pediam as moças em namoro? Colocavam o tamanco na janela e isto era convite para o rapaz vir almoçar ou jantar. Quando o rapaz estava no interior da casa e o pai o havia aprovado, este fazia um sinal positivo, para a mãe colocar a comida na mesa. Caso contrário, era sinal negativo e não haveria janta e nem namoro. Esta excursão nos estava possibilitando interessantes informações sobre a cultura dos holandeses.
Chegando na Expo flora nos despedimos de Wesley, que ficou na nossa lembrança como um excelente guia ao qual agradecemos. Adentramos um imenso espaço com lindas flores e belíssimos arranjos, com comidas típicas, (experimentei alguns doces holandeses) e exposição de produtos, etc. Vi muitos colegiais visitando a feira, muitas crianças tomando o lanche, desenhando, tendo o privilégio de, ainda tão pequenos, verem tamanho engenho humano.
Almoçamos num grupo de excursionistas num restaurante coberto! A comida era boa apesar de o dia estar quente demais. Depois do almoço visitei diversos lugares da feira, conheci produtos interessantes, muito criativos, que estavam sendo apresentados. Em seguida fui descansar numa sala onde projetavam na TV alguns documentários interessantes e muito enriquecedores sobre a Explo-flora.
Conhecendo a feira, fiz algumas fotos e na saída observei um quadro, muito bonito e criativo, feito na parede, com tijolos e restos de telhas.
A criatividade humana não tem limites!
Passamos um bom tempo visitando toda a feira e ficamos aguardando a promessa de um desfile com carros alegóricos quando um canhão projetaria pétalas de rosas sobre a multidão.
E isto aconteceu às 17h quando houve também, desfile com lindos, imensos e criativos carros alegóricos com muitíssimas flores. No fim do desfile, em lugar muito amplo, sob a orientação de um holandês cheio de entusiasmo, um canhão projetou as flores sobre a multidão.
Foi um momento emocionante e muito bonito!!
Lembro que havia também propaganda dos produtos Ipê. Visitei algumas lojas de artesanato, comprei uns cabides feitos a partir de flores de latão, por sinal muito bem-feitas.
Eu tirei uma foto, por sugestão das vendedoras, ao lado da já conhecida e célebre namoradeira!
Por toda a parte, lindos arranjos de flores! Um tronco seco recebeu, de forma artística, muitos vasos de flores, dando-nos uma boa ideia de como embelezar o ambiente com um lindo tronco florido.
Às 18h30 voltamos depois de dançar um pouco ao som de uma banda que tocava lindos boleros num palco e assim entretinha ainda a multidão convidando-a a dançar. Encerramos com chave de ouro este rido dia em Holambra, onde descansamos no aconchego de nosso hotel.
24 de setembro – quinta-feira – Holambra, Pedreira e Jundiaí
No percurso de Holambra a Jundiaí, visitamos as fábricas de porcelana decorativa na cidade de Pedreira. Antes passamos por Jaguariúna, uma cidade que estava em processo de revitalização. Após visitar Pedreira voltaremos para almoçar nesta cidade.
Em Pedreira o tempo foi pouco, mas, suficiente para ver as lojas e comprar alguma coisa que me agradasse. Eternizamos este momento nesta foto!
Entrando numa grande loja chamou-me a atenção um lindo quadro de madeira, com duas grandes folhas em alumínio, em relevo. Na mesma hora pensei que seria um bom presente para a prima Sabrina, a filha de minha prima Ruth, que se casaria em dezembro. Muito feliz por ter encontrado este presente, fiz esta compra. Também comprei um caminhãozinho de madeira, para meu sobrinho-neto Francisco. Os gêmeos farão dois anos no dia 26 de setembro, o dia seguinte da minha chegada a Floripa. Também comprei uma coruja com a intenção de oferecer para Daniel, proprietário da livraria “Livros e Livros”, pois ele faz coleção de corujas. Achei-a diferente, pois esta tinha, sob seus pés, um livro. Fiz também outras comprinhas das quais gostei: numa loja de produtos de indústria doméstica, uma garrafa de licor de figo. Vi também, em outra loja, quadrinhos de argila, com lindas flores em relevo e também comprei. Pequeninos copinhos de porcelana, pintados à mão, me prometiam que eu poderia tomar ou também oferecer gostosos licores nestas pequenas obras de arte, e assim lá comprei mais 6 destes copinhos que ainda hoje servem para bons momentos de festejos da vida.
Saímos de Pedreira às 11h30 e almoçamos na cidade de Jaguariúna (em língua indígena, significa: rio da onça preta). O almoço foi às 12 h e quase todo o grupo da excursão foi no mesmo restaurante, no centro da cidade. Aí perto, num quiosque, Jair, descendente de italianos, estava vendendo água de coco, garapa e outras guloseimas. Lá iniciamos uma conversa descontraída, mas muito informativa sobre a cidade e seus habitantes. Falando da sua família ele me disse que seus avós vieram da Itália para Jaguariúna, (Celoto e Minosso). Ele mesmo nasceu em Pedreira. Falou depois da origem do nome da cidade: o Coronel Pedreira, deu a todos os filhos da família o nome de Pedro. E assim ficou gravado este nome – Pedreira. Aqui, diz ele, há pouca lavoura e algumas fábricas de porcelana e de plástico. Um dado que o envaidece são os isoladores de baixa e alta-tensão para Itaipu que são fabricados aqui. Quanto à porcelana informou-me: a matéria prima vem de São Simão em São Paulo (300 km); o Caulim (minério) vem do Rio Grande do Norte; a pedra boa para bater todo este material vem do Rio de Janeiro. Jair fala sobre a diminuição das fábricas de porcelana: na década de 70 havia aqui 100 indústrias de porcelana. Hoje há somente duas de porte médio, o resto é fábrica de fundo de quintal. Estas pequenas empresas de fundo de quintal compram a massa pronta das fábricas maiores. Os padroeiros da cidade são Sant’Ana (26/7) e São José. Aqui predomina a religião católica, mas há outras religiões também. A cidade tem 20 bairros e 40.000 mil habitantes. Cada bairro tem sua igreja. Depois desta conversa, comprei uma Água de coco para refrescar! Em Jaguariúna, numa loja encontramos a equipe do SBT que faria uma reportagem sobre a cidade. Aqui também comprei três araras de madeira e mais seis chaveiros, com lindas pedras verdes e dois pêndulos de cristal, duas rolhas de madeira muito bonitas, pequenas lembranças para presentear. E por fim, atravessando a rua, numa loja situada no segundo andar, por indicação da colega de excursão Laura, vi e comprei uma “namoradeira” que enfeita o meu apartamento.
São 14 horas e estamos indo em direção de Campinas e nosso pernoite será em Jundiaí. Aqui tudo é plano e no horizonte não há montanhas e os viadutos são verdadeiras maravilhas de arquitetura e engenharia. Lá fora estava chovendo e nós, no ônibus, vendo um lindo filme: “O som do coração”. Vale muito a pena ver este belíssimo filme!
Às 14h15 o primeiro pedágio (R$ 8,20) que aqui no estado de São Paulo são muito caros. Às 15h05 estamos pagando o segundo pedágio. Às 15h30 chegamos, finalmente, a Jundiaí no hotel Intercity. O quarto número 221 é muito confortável e aqui está gratuitamente à disposição a Internet, como em quase todos os hotéis por onde passamos. À noite saímos para jantar e fomos com o nosso ônibus de excursão para o Shopping. Como me faltava uma mala adequada para colocar tudo o que comprei, aqui adquiri uma mala grande e leve. Também comprei duas blusas que estão sendo bastante bem aproveitadas.
25 de setembro – sábado
No mapa de São Paulo, a localização do município de Jundiaí.
Saímos de Jundiaí neste sábado, depois do café da manhã, às 8 h. Estávamos muito felizes pelo ótimo programa feito até aqui. Acabamos de passar por dois grandes túneis e estamos na Regis Bitencourt, Br 116 e já passamos pela cidade de Itapecerica. Admirei ver passarelas imensas que atravessam, ao mesmo tempo, quatro estradas. Às 9h50, o primeiro pedágio. Logo em seguida chegamos à turística “Embu das Artes”, uma linda cidade emancipada em 1959, para lá ficarmos pouco tempo.
Embu das Artes, ou simplesmente Embu, é um município da Região Metropolitana de São Paulo, na Microrregião de Itapecerica da Serra. Na chegada já percebemos que aqui, realmente, veríamos muita arte. Nossa manhã foi livre para podermos conhecer Embu das Artes no pouco tempo que temos, pois depois do almoço continuaremos nossa viagem.
A Etimologia do Nome da Cidade
“Embu” é uma corruptela do nome da aldeia jesuítica que deu origem à cidade: Mboy. Existem duas propostas etimológicas para o topônimo Mboy: é um termo oriundo do tupi antigo mboî’y (“rio das cobras”, a partir da junção dos termos mboîa, “cobra” e ‘y, “rio”).
Uma das variações sobre a origem do nome, é que M’Boy – cobra em tupi-guarani – foi dado para homenagear um índio que salvara da morte o padre Belchior de Pontes, figura fundamental na história da aldeia”.
Museu de Arte Sacra dos Jesuítas
A construção do século XVIII que compõe o patrimônio histórico da cidade está localizado na região central e fala da história de Embu das Artes.
Trata-se de uma Igreja antiga, da época da colonização e influência dos Jesuítas, com importante acervo religioso, transformada em Museu de Arte Sacra no coração da Cidade Embu das Artes. No entanto, a principal atração turística da cidade é a Feira de Embu das Artes, que em 2006 completou 37 anos e é uma das principais feiras deste segmento do país, atraindo visitantes de todos os lugares do Brasil e do mundo. A Feira funciona aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 17h, nas principais ruas do Centro
Perguntei-me qual a razão do nome Embu das Artes. E na internet encontrei:
“Escultores, pintores, poetas, músicos, cantores e estudiosos da cultura popular acabaram encontrando em Embu o lugar mais que propício para produzir e divulgar sua arte, tendência que, empiricamente, modificou até o próprio nome da cidade que passou a ser conhecida em todos os cantos como Embu das Artes”.
A beleza de seus bancos na praça, cobertos de caprichado mosaico, me chamaram a atenção, por alguns motivos: pela ideia que estes cidadãos tiveram de assim embelezar a cidade com motivos da fauna e flora do lugar e, também, porque avaliei o quanto de trabalho foi aqui realizado! Aprendi a fazer mosaico e sei quanto trabalho está envolvido nos mosaicos destes bancos!
Atravessamos a praça onde todos estavam cobertos de mosaicos de lindos pássaros e flores da região. Vejo as ruas desta cidade cheias de barracas de muitíssimos tipos de artesanatos.
Comprei quadros feitos com sementes e flores do cerrado.
Em outra banca o artesão tinha muitos e belos exemplares de bolsas ricamente trabalhadas. Adquiri uma bolsa de couro com um belo trabalho de uma mandala impressa.
Às 13 h fomos almoçar no restaurante Paladares e em seguida partimos.
A Serra estava lindamente verde e começou a chover. No nosso ônibus estamos vendo um filme belíssimo: “Perdi a audição mas ganhei superpoderes”.
Às 15h45 chegamos no restaurante Graal de Registro, localizado na Regis Bitencourt, BR 116, uma rodovia cujo traço estamos observando acima, no mapa do Brasil. Estes restaurantes são muito bem-apresentados e sempre bem servidos.
Às 17h45 passamos por Curitiba e depois descemos a serra. Nestas alturas eu já tinha pegado no sono e assim chegamos a Florianópolis, no SESC, às 22h30, com o coração agradecido depois desta ótima e instrutiva viagem!
Considerações Finais
O sentimento que tenho, depois desta excursão do SESC a algumas das Estâncias Hidrominerais de São Paulo e Minas Gerais é de profunda gratidão à Vida. Gostei demais e aprendi muito! São lugares históricos, alguns foram colonizados ainda no século XVI, onde águas minerais de diversas composições, capazes de curar doenças e propiciar a saúde, brotaram da terra, generosamente, chamando logo muito a atenção. São lugares, às mais das vezes, desconhecidos por nós do Sul, mas que fazem parte da riqueza de nosso Brasil. Conhecer as Estâncias Hidrominerais do Norte de São Paulo e Sul de Minas Gerais, foi conhecer um pouco mais o Brasil e isto é o suficiente para me deixar muito feliz!
Gratidão sempre!
Florianópolis, 16 de abril de 2020
Um comentário
Nilton da Silva
Obrigado, por sua fiel descrição das terras e das belezas, principalmente, de Poços de Caldas. Sou filho dessa terra, embora muito cedo tenha partido para outra cidade, levado então por meus pais. Voltei algumas vezes, a passeio e para visitar parentes que ali residem. O que eu já conhecia da cidade vi registrado nos seus históricos e até aprendi muitos detalhes que desconhecia e que minha pouca curiosidade não me permitiram procurar. Vá em frente com seu difícil trabalho de informar, com consciência e verdades!