América do Sul,  Américas

Viagem à Colômbia

Viagem à Colômbia

Outubro de 2011

       A viagem para este país da América do Sul, foi feita em companhia de minha amiga Edwiges Lemos, professora aposentada da UNICAMP, que eu conheci, quando ambas participávamos das reuniões da UNIPAZ, em Florianópolis. Edwiges já havia viajado muito e quando lhe perguntei se gostaria de fazer uma viagem para Colômbia, rapidamente, para a minha alegria, aceitou e me informou que organizaria o trajeto pela internet e iríamos alugar um hotel na Zona Rosa, pois esta seria a região mais interessante. Nesta viagem para a Colômbia, escolhemos conhecer só duas cidades: a capital Bogotá onde ficaríamos por 4 dias e a imperdível Cartagena das Índias. E assim fomos preparando e organizando a viagem de 11 dias, que se iniciou no dia 19 de outubro de 2011.

       Abaixo os mapas da Colômbia com a localização de Bogotá nas alturas dos Andes, e a cidade de Cartagena das Índias, no litoral do Caribe, acima do Canal do Panamá.

O Território Colombiano

       Além da Cordilheira dos Andes, a Colômbia abrange a floresta amazônica, pastagens tropicais e os litorais do Caribe e do Pacífico.

       Os Andes constituem uma só cordilheira com picos vulcânicos de até 5000 m de altura, mas, para o norte, se divide rapidamente em três Cordilheiras chamadas respectivamente Ocidental, Central e Oriental.

       Os Indígenas os Primeiros Habitantes:

“Na época da conquista espanhola, a área tinha uma grande população, mas não é conhecido o número exato de habitantes. Este território foi originalmente habitado por nações indígenas, no caso os Chibchas, Quimbaya e Tayrona etc. As línguas dos muyscas eram dialetos da língua chibcha. A economia era baseada na agricultura, metalurgia e manufatura. Os quimbaya era uma etnia de cultura indígena colombiana famosa por sua produção de peças de ouro de alta qualidade e beleza. Até 1530 estavam organizados na chamada federação quimbayá, centrada ao redor da cidade de Chinchiná. Esta federação opôs uma férrea resistência armada aos espanhóis, depois da derrota continuou existindo ainda que desapareceram como grupo por volta de 1700.

       Nestas fotos temos o Cacique Quinbaya em ouro, que está em Madrid, no Museu das Américas. E o Poporo Quimbaya era um recipiente utilizado pelos indígenas para armazenarem a cal produzido a partir de conchas do mar queimadas e esmagadas e que era utilizada no ritual da mastigação das folhas de coca. O poporo quimbaya é famoso porque graças às suas proporções harmônicas e pela sua técnica avançada foi considerado como parte da identidade cultural da Colômbia.

Chegam os Espanhóis no século XV – A terra de Nova Granada

“Os espanhóis, no auge da expansão do seu Império, chegaram em 1499 e iniciaram um período de conquista e colonização que resultou na morte ou na escravização de cerca de 90% da população nativa. Este declínio da população indígena se deve, em primeiro lugar às práticas brutais dos conquistadores espanhóis, cujos escritos do frade dominicano ‘Bartolomeu de Las Casas’, retratam vividamente as atrocidades cometidas para com os nativos, pelos espanhóis. Em segundo lugar, o declínio da população indígena, se deve às doenças e a doença mais devastadora foi a varíola. No entanto, outras doenças mortais incluíram o tifo, o sarampo, a gripe, a peste bubônica, a febre amarela, etc. Foi a maior catástrofe humana da história, provavelmente excedendo mesmo o desastre da Peste Negra que matou um terço da população da Europa entre 1347 e 1351”.

“A colonização espanhola na América se caracterizou pela modificação da estrutura política, econômica e religiosa das sociedades que habitavam naquele território. Os espanhóis introduziram no continente americano uma nova religião, idioma, organização econômica e social”. Importante ressaltar que estes territórios eram considerados como uma própria extensão do reino espanhol, daí o nome de “vice-reino”. 

“Ao estabelecerem-se na América, os espanhóis se depararam com populações organizadas e regidas por leis há muito consagradas. Deste modo, além de suas próprias regras, como a encomienda, os colonizadores empregaram os costumes locais para aproveitar a mão de obra indígena, como a mita.”

“A encomienda permitia ao encomendero, um fidalgo espanhol, a cobrar tributos na forma de trabalho ou de bens materiais à determinada população indígena. Em troca, o encomendero deveria evangelizá-las, cuidá-las e defendê-las.”

       As encomiendas eram hereditárias, mas não perpétuas. Os abusos cometidos por muitos encomenderos levou várias ordens religiosas a protestarem junto ao rei. Também a própria população indígena se rebelava contra este sistema, como foi o caso da revolta liderada pela indígena Bartolina Sisa (1750-1783), na atual Bolívia.

A Mita

       No Vice-Reino do Peru, principalmente, os colonizadores aproveitam a mita, uma criação Inca, a fim de garantir o trabalho dos indígenas para seus propósitos. A mita consistia numa prestação de trabalho que a população masculina fazia ao Inca. Geralmente, tratava-se de ajudar na construção de templos e caminhos. Em contrapartida, recebiam proteção e oferendas aos deuses. A Mita geralmente, consistia no emprego de parte da população na exploração de minas de prata durante um ano. Embora o trabalho nas minas fosse regulado e deveria ser realizado apenas por três semanas, o fato é que as duras condições de trabalho mataram muitos indígenas que foram empregados ali como mão de obra.

       Quanto aos escravos africanos, eles começaram a ser importados pelos espanhóis, na primeira década do século XVI, para substituir na Colômbia de forma constante o rápido declínio da população nativa.

       A dominação espanhola sobre a vida dos indígenas e a utilização da escravidão, com a consequente sofrimento imposto a estas populações impedidas de viver sua liberdade, num tempo em que os ideais da revolução francesa sopravam no mundo, animaram e deram coragem para os povos da América lutarem pela sua liberdade.

A Independência da América Espanhola

       O “Libertador” Simon Bolívar, herói nacional!

       Quando, no século XIX, Napoleão invadiu a Espanha, as colônias das Américas aproveitaram a chance para se autodeterminarem. Um dos Comandantes das muitas guerras da Independência do Império Colonial Espanhol na América do Sul, foi Simón Bolívar. Com a independência, criaram-se muitas repúblicas livres: a Colômbia (1819), a Venezuela (1821) e a Bolívia (1824), o México (1821), o Equador (1822) foram libertadas.

       Quanto aos Indígenas na Colômbia.

       Atualmente, na Colômbia, existem ainda mais de 50 diferentes grupos indígenas. São mais de quatrocentos mil índios, segundo estimativas. Habitam diversas regiões do país, sendo as principais tribos:

– Yaguas, Ticuna e Witoto – região do Amazonas.

– Guajiros, Arahucos e Koguis – região do Caribe.

– Waunana e Emberá – litoral do Pacífico.

– Páez, Inga, Coreguaje e Guambianos – região andina.

– Chocó e Cuna – Região do Panamá.

       As principais cidades da Colômbia situam-se nos Andes.

       Os Andes são uma Cordilheira que quando atravessa a Colômbia se divide em três: Oriental, Central e Ocidental, onde se localizam as principais cidades da Colômbia.

       A cidade Bogotá situa-se na Savana de Bogotá, na Cordilheira Oriental dos Andes, na região Central da Colômbia, à altitude de 2640 metros. A cidade de Medellín fica na Cordilheira Central com 1.495 m. A cidade de Cali fica na Cordilheira Ocidental, com 1.018 m.

       Na região Andina se encontra mais de 80% dos cultivos de café do país. Do subsolo da Colômbia se exploram petróleo, esmeraldas, sal e outras riquezas minerais.

       No litoral da Colômbia há uma outra cidade importante, que escolhemos visitar. Trata-se de Cartagena, a pérola do país, cheia de muita história!

       Abaixo o Mapa de Cartagena das Índias e outro Mapa com a localização de Cartago de onde lhe vem o nome. Cartagena foi fundada em 1º de junho de 1533 por dom Pedro de Heredia e alguns dizem que recebeu o nome de uma cidade da Espanha, pela semelhança com seu aspecto físico. Outros dizem que o nome Cartagena de Índias foi dado por sua semelhança com a baía de Cartago, no Mediterrâneo. Acho mais plausível que ambas as cidades, a da Espanha e a da Colômbia se pareçam com Cartago, no mar Mediterrâneo.

       Cartagena, no Litoral do Oceano Pacífico, acima do Canal do Panamá é uma região repleta de visuais paradisíacos, uma das cidades mais belas e bem conservadas em toda a América, que recebe milhares de visitantes que vem admirar, nos verdes mares do Caribe, esta sua beleza maravilhosa!

Cartagena uma Cidade com muita História

“O assentamento de vários povos indígenas na região da Baía de Cartagena data de 4000 a.C. Durante o período colonial, a cidade teve um papel fundamental na administração e na expansão do Império Espanhol nas Américas, sendo sede de governo e moradia dos vice-reis espanhóis. O centro histórico de Cartagena, conhecido como a cidade fortificada, foi declarado Patrimônio Nacional da Colômbia, em 1959, e posteriormente Patrimônio Mundial pela Unesco, em 1984. Em 2007, suas fortificações e planejamento arquitetônico militar foram declarados como a quarta maravilha da Colômbia”.

       Como um importante porto comercial, Cartagena se tornou desde o início muito visada por piratas e estrangeiros. Houve muitas invasões e para evitá-las, o Rei Filipe II da Espanha, ordenou que fizesse uma grande muralha, cuja construção durou cerca de 200 anos. Com ela também foi construído o famoso Castelo de San Felipe de Barajas

       A cidade antiga, fundada no século XVI, dentro de sua muralha de 11 km, possui praças, ruas de paralelepípedos e belas casas coloridas e prédios coloniais. Cartagena é uma cidade de contrastes, uma combinação incrível do passado com o presente. Na Cartagena nova, há imponentes prédios modernos e belíssimas praias. Na parte moderna de Cartagena, está, por exemplo, há a praia de Bocagrande, com altíssimos edifícios. 

Pode-se acessar com facilidade às inúmeras ilhas, como Barú, com praias de areias brancas e palmeiras e as ilhas do Rosário, conhecidas por seus recifes de corais.

       Cartagena é uma das cidades mais conservadas em toda a América!

       A Colômbia possui uma bandeira bastante simples, sem simbologias gráficas, composta apenas por cores vibrantes.

       A parte amarela da bandeira, ocupando metade do total desta, representa as riquezas presentes no solo colombiano. No centro, em azul, são representados os mares que banham o território colombiano. E ainda, vermelho, há a representação do sangue que foi derramado pelos heróis nacionais, simbolizando também a liberdade. Essa bandeira foi adotada pela Colômbia em 1861.

“A Colômbia também sofre há décadas com um conflito interno que envolve guerrilheiros de esquerda, representados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), grupos paramilitares de direita (Autodefesa Unidas da Colômbia) e as Forças Armadas. Calcula-se que aproximadamente 200 mil pessoas tenham morrido durante esses conflitos”.

       E aqui uma pergunta!

       Muitos nos perguntaram: vocês tiveram coragem de ir para a Colômbia? Respondi que durante os anos da Guerrilha e o tráfico de drogas, certamente, não teríamos ido. Porém, neste ano de 2011, o país estava num processo de negociação para a paz, caminhando para a celebração da paz, após 50 terríveis anos de lutas. Foram estas notícias que nos encorajaram a viajar para conhecer um pouco, esta terra maravilhosa, a Colômbia!

A Viagem

       Nesta quarta-feira, dia 19 de agosto, no trajeto de Florianópolis até Guarulhos em São Paulo, Edwiges e eu conversamos muito, deixando-me vislumbrar que esta viagem para a Colômbia, seria um grande presente. Em São Paulo compramos pesos colombianos e recebemos por 100 reais, 70.000 pesos. Alcita, minha amiga com a qual fiz muitas viagens, me telefonou de Florianópolis, na hora de tomar o avião e me desejou boa viagem.

       De Guarulhos partimos na classe executiva, às 12:50 h. Eu tinha acrescentado 10.000 milhas à viagem na classe econômica e assim viajei mais confortavelmente. Às 13:30 h, a aeromoça veio apresentar o cardápio e colher as opções de cada um para o almoço: entrada, prato principal e sobremesa. Pedi salada verde com queijo de cabra, sopa de cebola, filé mignon com vegetais e frutas da estação. Como bebida, vinho tinto seco. Ofereceram depois revistas, peguei a Veja e a Folha de São Paulo.

       A viagem seguiu tranquila nas primeiras duas horas, quando podiam-se ver plantações, com uma infraestrutura de lotes cultivados. Após, o avião subiu muito mais e as nuvens tornaram-se espessas! O sol tinha um brilho fora do normal. Às 18:10 h, houve muita turbulência. O céu estava nublado. Após 6 horas de voo, o comandante nos convida a nos preparar para o pouso. No entanto, o voo continua por mais meia hora.

       Lá embaixo uma paisagem linda mostrava inúmeras estufas onde cultivam flores e, certamente, as célebres e grandes rosas vermelhas que já conhecia, como vindas da Colômbia. Outra que não soube identificar mostrava um grande trabalho de seus habitantes!

       Às 19 horas, finalmente, o avião aterrissou. Aqui eram só 16 horas, pois pelo fuso horário o relógio marcava 3 horas a menos. Ao desembarcar, fomos para uma cafeteria do próprio aeroporto, ansiosas para saborear o célebre café colombiano.

       Tomamos um táxi e fomos para o hotel Morrison que havia sido reservado na Zona Rosa. Quarto ótimo, computador à disposição. Em frente ao hotel linda praça verde florida!

       Ao olhar para fora da janela, fiquei emocionada vendo, bem perto, os picos dos Andes, apontando para o alto! Eu estava na savana de Bogotá, no ponto mais alto dos Andes!

       À noite, fomos para um barzinho e pedimos algo típico: arepas e empanadas. Tomamos vinho tinto merlot.

“A arepa é um prato de massa de pão feito com milho moído ou com farinha de milho pré-cozido nas culinárias populares e tradicionais da Venezuela, Colômbia e Panamá. É um dos pratos tradicionais e emblemáticos da Venezuela e Colômbia”.

20 de outubro de 2011 – quinta-feira

       Após o café tomamos um táxi e fomos ao centro, visitar “La Candelária”. No caminho, conversamos com o taxista que nos falou e Bogotá e nos deu algumas informações.

       O que me chamou a atenção ao chegar ao local, foi a enormidade de seus edifícios públicos. “La Candelaria”, conhecida também como o Centro Histórico de Bogotá é o local onde a cidade de Bogotá foi fundada.

       Em “La Candelária”, estão também alguns dos mais importantes edifícios administrativos da Colômbia, entre eles a sede do Governo Nacional e residência oficial do Presidente da República.

“Bogotá foi fundada como a capital do Novo Reino de Granada em 6 de agosto de 1538 pelo conquistador espanhol Gonzalo Jiménez de Quesada, após uma difícil expedição nos Andes para conquistar os Muísca, os habitantes nativos da região que chamavam o local onde Bogotá foi fundada de Bacatá”.

       Na “La Candelária” além do Museu do Ouro e o Museu Botero, estão também célebres igrejas, diversos cafés e livrarias, a Biblioteca do Congresso e muito mais! A capital da Colômbia conta com 54 museus, 45 teatros, gastronomia de primeira e muitos centros comerciais. Iniciamos este dia visitando o Museu do Ouro, pois este era um museu que muito queríamos visitar.

       Na rua, alunos fazem fila, esperando sua vez de entrar.

       Entramos na emoção do que íamos conhecer e admirar.

O “Museu do Ouro” tem a maior coleção de ourivesaria pré-hispânica do mundo inteiro. “O museu possui 34 mil peças de ouro, todas de uma beleza inigualável e com um valor histórico único, que culturas indígenas como a muisca e a tayrona utilizavam tanto na sua vida quotidiana como em qualquer tipo de rituais sagrados”.

       Como fiz poucas fotos no “Museu do Ouro”, há possibilidade de ver este museu na internet.

       Há peças para o uso cotidiano, para enfeites e também cartazes com explicações sobre a cultura indígena!

       Abaixo, peitorais masculinos e femininos:

       Seria necessário muito tempo, de forma a poder aprender e avaliar os artefatos da cultura destes indígenas, que viviam há milhares de anos nestas terras.

       Lá perto deste Museu, há também o “Museu da Esmeralda”, que fica no 23º andar do edifício Avianca. Nós preferimos visitar lojas onde se vendiam esmeraldas e lá admirar as preciosas pedras verdes, onde os preços eram proibitivos.

       Visitamos depois a histórica e linda igreja da Candelária com muitas obras de arte.

“A construção da igreja e do convento ‘La Candelária’ começou em 1686 e foi concluída em 1703. Este templo, foi declarado Patrimônio Nacional, em 1975. A igreja possui uma ala central e duas laterais e se destaca por abrigar importantes obras de arte religiosa da época colonial”.

       Após ver o Museu do Ouro, ver a Candelária e passear admirando as esmeraldas nas muitas lojas que as exibem, almoçamos no lindo e aconchegante restaurante: “Casa Vieja”, onde o ambiente e a comida foram excelentes!

       Após o almoço, fomos conhecer o Museu Botero.

       O Museu Botero, reúne obras de Fernando Botero e de outros artistas internacionais, como Picasso, Chagall, Salvador Dali, Edgar Degas, Claude Monet, Henri Matisse, Juan Miró entre outros. Todas essas obras de arte foram doadas pelo próprio Botero para integrar o museu. Na entrada principal quem chega é recebido por uma escultura da mão gigante de Botero. É uma mão gêmea da que está exposta no passeio de Castellana em Madrid.

       Fernando Botero nasceu Medellín e com 15 anos de idade começou a vender seus primeiros desenhos. Em 1948, com 16 anos inicia o trabalho de ilustrador no jornal “El Colombiano”. É conhecido mundialmente com seus personagens volumosos, tanto em suas pinturas e desenhos, como também em suas esculturas.

       Depois, ainda na “La Candelária” passamos em frente ao Centro Cultural Gabriel García Márquez.

       O Centro Cultural García Márquez, foi idealizado pelo arquiteto Rogelio Salmona, que nasceu em Paris e ainda criança veio para Bogotá e faleceu em 2007, uns anos antes da inauguração deste Centro Cultural. Abaixo as sabias e belas palavras deste arquiteto:

“Difícil tarefa à qual dediquei todos os meus esforços para poder inserir, na ‘La Candelária’, centro histórico da cidade, uma arquitetura urbana respeitosa, que entendesse os desejos de bem-estar e de prazer e que expressasse uma modernidade coerente com o lugar da cidade onde se encontra, criando espaços públicos sem barreias, para cada terreno e apropriáveis por todos os habitantes. Que permitissem uma ocupação sábia, política e generosa. Procurei fazer uma obra aberta ao encontro, à alegria, ao prazer, à surpresa, à meditação, em que a arquitetura voltasse à sua condição de símbolo, assumindo um papel importante na nossa cidade, não somente por sua qualidade construtiva, por sua implantação respeitosa no lugar, mas também, e porque não o dizer, por sua beleza e significado”.

“Gabriel José García Márquez Gabriel, nasceu em Aracataca, na Colômbia em 6 de março de 1927. Foi um escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano. Considerado um dos autores mais importantes do século XX, foi um dos escritores mais admirados e traduzidos no mundo, com mais de 40 milhões de livros vendidos em 36 idiomas”.

“Os seus avós tiveram grande influência nas suas histórias, principalmente seu avô que era um veterano da Guerra dos Mil Dias. O menino passou a sua infância ouvindo as histórias do avô, que o encantavam. Também passou a adolescência ouvindo contos das ‘Mil e Uma Noites’, e lendo livros marcantes como ‘A Metamorfose’, de Franz Kafka. Segundo ele, decidiu se tornar escritor após a leitura do livro de Kafka. Ele descobriu que o autor narrava as histórias da mesma maneira que sua avó”.

“A Guerra dos Mil Dias foi uma guerra civil que devastou a República da Colômbia (incluído o Panamá, que era então um departamento da Colômbia), entre 1899 e 1902”.

       Este Centro Cultural é um espaço que vale a pena conhecer em Bogotá, dedicado à memória do escritor colombiano, Gabriel García Márquez, vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 1982 e que faleceu na Cidade do México, aos 87 anos, no dia 17 de abril de 2014.

       À noite, visitamos o Centro Comercial Andino.

“O Andino Mall iniciou suas obras em janeiro de 1991. Está localizado em Bogotá, Colômbia, na ‘Zona Rosa’, perto da ‘Zona T’ e próximo ao El Retiro, outro shopping de Bogotá”.

       Neste Centro Comercial nós tomamos café e depois sopa muito gostosa na grande praça da alimentação.

Dia 21 de outubro de 2011 – sexta-feira

       Visitamos, nesta sexta-feira, um lugar importante na história da Colômbia: a “Casa Museo Quinta de Bolívar”. Importante por ter servido como residência de Simon Bolívar, na cidade de Bogotá.

       Na entrada o busto de Simon Bolívar, o Libertador!

Um pouco de história:

“Após a independência, a propriedade foi comprada pelo novo governo independente como um presente para Simon Bolívar que a ocupou, pela primeira vez, em 1821 e depois em 1826. Então, em 1827, o Libertador voltou junto com Manuelita Sáenz, que fez da Quinta um lugar mais gentil para a vida e um ponto de encontro político para os seguidores de Bolívar”.

       Quanto à “Manuela foi mais uma das milhares de mulheres revolucionárias que acabaram apagadas e esquecidas da história. Nascida em Quito, no Equador, no dia 27 de dezembro de 1797. Filha de um espanhol conservador, legitimista, e de uma quitenha, também de espírito rebelde, assumiu na juventude seu papel independentista. Por assumir tais ideias, foi internada no Convento de Santa Catalina, onde aprendeu a ler e rezar. Com apenas 20 anos, casou-se com o comerciante inglês, Jaime Thorne, muito mais velho que ela. Mudaram-se para Lima. Posteriormente, já separada do esposo, em visita a Quito, sua terra natal, ocorreu o seu encontro com Simon Bolívar, conhecido como ‘Libertador e revolucionário’, no dia 16 de junho de 1822. Assim, se uniu aos exércitos bolivarianos, chegando ao grau de coronel, liderando um exército de libertação. Quando o Simon partiu para o Peru, Manuela se uniu a ele, fazendo-se presente em todo aquele complicadíssimo processo político-militar, tanto em Lima como em Trujillo. Bolívar faleceu em 1830 e então Manuela foi expulsa de seu território. Pobre, com seus bens confiscados na Colômbia, Manuela Sáenz foi morar em Paita, ao norte do Peru, onde se mantinha de comércio de fumo. Sob depressão decorrente de tanta miséria, contraiu difteria, doença que provocou sua morte, no dia 23 de novembro de 1856”.

       Esta residência recentemente foi restaurada e lá podemos ver os salões de Manuelita, a sala de jantar, a sala de jogos e o quarto do “Libertador”. Neste local se podem ver também as árvores, que segundo se diz, foram plantadas pelo próprio Simon Bolívar.

       Este ambiente muito bonito recebe muitos turistas e estudantes, que lá estão para conhecer este espaço, aos pés de Montserrat.

       Após esta visita, pegamos o funicular, um serviço inaugurado o 18 de agosto de 1929, que nos levou ao principal ponto turístico de Bogotá.

       O Monserrat, uma das montanhas da Cordilheira Oriental, tem a altitude de 3.152 m e a cidade de Bogotá, 2.640 m. Esta diferença de mais de 500 m de altura nos possibilita uma ampla vista da cidade e de todo o vale.

       É considerado o principal ponto turístico da cidade de Bogotá e também é um dos principais atrativos religiosos, pois lá no alto fica a basílica do Senhor de Montserrat, construída em 1967. Lá de cima apreciamos a igreja, a paisagem e conversamos amigavelmente com alguns turistas.

       Apreciamos a beleza arquitetônica do restaurante Santa Clara, onde, depois, tivemos o prazer de almoçar. Comida excelente e ambiente muito requintado, como Edwiges fazia questão que fossem os lugares, onde fizéssemos as refeições. Lá em cima estava mais frio e Edwiges, graciosamente, me emprestou seu casaco branco.

       Depois descemos, novamente, pelo funicular. Poderíamos também ter descido este morro, a pé, caso assim o desejássemos.

Dia 22 de outubro de 2011 – sábado

       Levantamos e após o café fomos ao Parke 93, uma área muito frequentada por turistas e que tem, ao seu entorno, hotéis, muitos bares, cafés e restaurantes, diversão e muitas obras de arte.

      Foi muito interessante passear nesta praça, onde tinha também o maior sofá do mundo, onde me sentei.

       Passeando pela praça, pude conhecer, por experiência, algo sobre o sistema de segurança de Bogotá, no que concerne ao controle do tráfico de drogas e de dólares falsos, num contato que tive com um policial pertencente à categoria dos “encubiertos”. Este homem, vestido à paisana, se aproximou e me perguntou quantos dólares trazia. Tratava-se de “policial encubierto”. Aproveitei para fazer uma conversa e ele foi me explicando que em Bogotá eles são em número de 1.500 policiais “encubiertos” nas ruas. Eles detectam dólares falsos e narcotráfico. Só nesta região há 50 policiais “encubiertos”.

       De lá saímos e entramos num centro comercial. Lá havia feira de artesanato onde compramos algumas coisas. Pegamos um táxi e chegando ao hotel, fechamos as contas e fomos almoçar num interessante restaurante nesta zona rosa.

       Este hotel tinha um espaço na parede para o cultivo de alfaces que eram aqui servidas nas refeições. Achei muito interessante!

       Nos assustamos com o prato que veio para Edwiges! Não lembro mais o prato que eu pedi. Na verdade, como não fiz foto, não está mais na minha memória.

       Saindo do hotel às 14 h, fomos, para o aeroporto da Avianca, num céu nublado e com muito calor.

       O avião levantou voo às 16:30 h. Às 17 h nos ofereceram suco de amora. Pedi café e veio chafé, como costuma ser aqui na Colômbia, o café, que vem sem a cor escura do café brasileiro. Chegamos bem à Cartagena das Índias! Boa sensação de haver chagado enfim à tão desejada Cartagena! Nos hospedamos no centro histórico no interior da cidade amuralhada.

À noite, neste sábado, saímos para nosso primeiro contato com a cidade, que estava com muito movimento. Vimos um casamento onde todos estavam vestidos de branco: as amigas da noiva, a noiva e o noivo também. Jantamos num restaurante no parque São Diego.

       Estamos em Cartagena!

       Um pouco da história da “Heroica Cartagena”

“Cartagena é o assentamento mais antigo da Colômbia, com humanos ali vivendo desde 4000 a.C. Antes da chegada dos espanhóis, a área do atual centro histórico, tinha sido ocupada pelos indígenas kalamary.”

“Depois das invasões espanholas e com a fundação da cidade em 1533, Cartagena das Índias virou um dos portos mais importantes das Américas, onde o comércio de ouro, prata e escravos era feito de forma abundante. Foi, até a sua independência, em 1811, a maior cidade do Vice-Reino da Nova Granada. Por sua importância, era também uma das cidades mais bem protegidas da costa. Uma enorme muralha, ainda existente, protegia Cartagena de invasões estrangeiras. Também com enorme valor para a Igreja Católica para a expansão da religião no Novo Mundo, em Cartagena foi instalado um dos Tribunais do Santo Ofício, a Inquisição, que se perpetuou por mais de 200 anos, julgou, condenou, assassinou e deixou marcas profundas na história da cidade”.

       Durante o período colonial, a cidade teve um papel fundamental na administração e na expansão do Império Espanhol nas Américas, sendo sede de governo e moradia dos vice-reis espanhóis.

       Por que Heroica?

“No ano 1811 a cidade declarou a sua independência da Espanha, seguida de muitas cidades na Colômbia, Panamá, Equador e Venezuela. Depois que Napoleão foi derrotado, a Espanha mandou uma frota para recuperar Venezuela e Colômbia. Os cartageneros utilizaram as mesmas defesas que os espanhóis tinham construído, para se defender; a frota espanhola não conseguiu entrar na cidade, mas, então decidiram bloquear ela para que nenhum navio entrasse levar comida, água ou suprimentos. Em essa situação, as pessoas da cidade começaram a ter fome e sede, começaram a morrer e as doenças mataram mais pessoas. Cartagena aguentou 100 dias, até que os poucos habitantes, enfraquecidos, se renderam diante os espanhóis. Os líderes vivos foram executados. E por causa das milhares de mortes de pessoas e o abandono das cidades do interior da Colômbia, Cartagena perdeu sua grandeza e importância nos seguintes anos. O libertador Simón Bolívar, deu o nome de ‘Cidade Heroica’, por se defender e aguentar a reconquista da Colômbia. Desde esse momento a cidade se conhece como ‘La Heroica’ e o dia 11 de novembro é declarado festa nacional para comemorar a independência de Cartagena”.

A Cidade-fantasma

       Após independência da cidade conquistada através de cercos e guerras, Cartagena virou uma cidade-fantasma, com seus prédios bem danificados e habitados pelos escravos libertos que permaneceram no local. Somente em 1880 que a cidade voltou a se desenvolver e a recuperar as características que fizeram dela o que é atualmente.

23 de outubro de 2011 – domingo

       Após o café com cardápio especial, neste nosso primeiro dia em Cartagena, saímos para conhecer a cidade!

       Logo nos primeiros momentos percebi que era uma cidade encantadora, que preservou de forma magnífica a arquitetura do tempo colonial. Há, como nos falaram, algumas regras criadas para preservar este patrimônio histórico. Veículos não podem circular por dentro dos 11 km da chamada “cidade murada”, o centro histórico de Cartagena. É uma medida para preservar as construções centenárias – algumas datam da época de sua fundação, 1533. É por esta razão que Cartagena recebeu um certificado de “Destino Turístico Sustentável” (primeira na Colômbia), outro título que se soma ao de Patrimônio Histórico da Humanidade, concedido pela UNESCO.

       Andamos despreocupadamente pelas ruas, da cidade murada, percebendo que tínhamos oportunidade de ver muito, nessa cidade colorida, com estreitas ruas de paralelepípedos, com lindos balcões, repletos de flores. Uma paisagem que me surpreendeu e alegrou!

       Os que estudam a história de Cartagena pensam que estes balcões foram erguidos pela necessidade de refrescar as casas do calor intenso. É simplesmente maravilhoso observar a paisagem desta cidade.

A um certo momento, algumas portas antigas, onde as aldravas ostentavam símbolos diferentes, nos chamaram a atenção!

       Achei este dado da história de Cartagena, algo muito interessante.

       Soubemos depois que estes símbolos, nesta cidade historicamente comercial, revelavam a ligação que a famílias tinham com seu trabalho, na sociedade. Se tivesse ligação com a igreja ou com um ramo comercial ou com a classe militar, o símbolo esclarecia. Por exemplo: se a aldrava tivesse como símbolo um peixe, a família era ligada ao mercado marítimo.

       Sobre as aldravas nas portas eu já me tinha familiarizado, quando estive no Irã. Lá, também havia aldravas, onde tratava-se de interpretar pelo som, a característica de quem estava na porta e queria se comunicar com os que estavam no interior da casa. Em algumas portas antigas havia duas aldravas: uma mais delgada, cuja batida produzia um som mais suave, comunicava que quem estava batendo era uma mulher e se o som fosse mais grave denotava a presença de um homem. Se houvesse ambas as batidas, seria uma mulher e um homem. E também, havia a comunicação de quantas pessoas estavam na porta, pelo número de batidas. É muito bonito perceber a história se comunicando conosco!

       Fomos andando pelas ruas, vendo lojas, pois Edwiges queria comprar óculos e por esta razão, entramos em diferentes lojas para encontrar os óculos que lhe agradassem!

       Vimos vendedores de frutas com seus carinhos, cheios de bananas e abacates e também vendedoras com as frutas em bacias, encima da cabeça. Também os vendedores de artesanato, alguns muito insistentes. Pela primeira vez, estávamos fazendo um lindo passeio a pé, nos encontrando com a histórica cidade de Cartagena, com seus casarões e suas flores, que qual Paraty no Brasil, parou no tempo e se nos apresenta, vestida com lindos trajes de centenas de anos atrás.

       Fomos até o mar, para ver a muralha. Linda paisagem, do mar do Caribe. Resolvemos que iríamos, à tarde, fazer um passeio encima da muralha.

No fim da manhã, almoçamos num restaurante, de comida ótima e muito farta! Fizemos fotos com as duas simpáticas jovens que nos serviram. Logo voltamos para o nosso apartamento, onde descansamos.

       Depois de um bom sono reparador, nos preparamos e iniciamos outro programa interessante: caminhar pela Muralha, até chegar a um ponto igualmente turístico, o “Café del mar”, construído encima da muralha. Neste trajeto poderíamos apreciar o pôr do sol. Esta muralha levou 200 anos para ser construída. Uma parte foi destruída. Depois soubemos que a destruíram porque acharam que seria uma coisa considerada fora do tempo atual. Hoje, pode-se percorrer os 11 quilômetros que ainda restam.

       Caminhar sobre a ampla e longa estrada da Muralha, sem nos preocupar com o tempo, tendo à nossa esquerda a paisagem maravilhosa do azul-turquesa do mar do Caribe e à esquerda a “heroica” Cartagena, foram momentos admiráveis! Além disso, tínhamos a consciência de estarmos fazendo um bom exercício físico. Como são bons e tranquilizantes estes passeios!

       O fenômeno do pôr de sol é sempre magnífico, em qualquer lugar da terra. Neste dia com seu show costumeiro, o sol lançava seus últimos raios sobre Cartagena, enquanto nós chegávamos no fim da caminhada, ao “Café Del Mar”. Brindamos a Vida e curtimos bons momentos ouvindo uma boa música, neste local encantador, quando a noite já tinha chegado e nos envolvia com o sentimento era de que ela era ainda uma criança!

       Ao voltar para casa, o comércio ainda estava funcionando e, enquanto Edwiges tomou um caminho para voltar, eu tomei outro. Entrando numa loja, me agradei e comprei um lindo colar e brincos ovalados, de cor vermelha, um maravilhoso artesanato feito em madeira. Gostei demais destes e os usei durante esta excursão e até hoje, ainda uso com muito prazer!

24 de outubro – segunda-feira

       Cartagena é uma cidade com 1.000.000 de habitantes com 609,1 km². Os bairros foram organizados, desde o início, de modo a dividir as classes sociais. Em 1533, o bairro São Diego, era habitado por espanhóis; era o bairro dos homens brancos dominantes. A cidade naturalmente, tinha muitos laços com a Espanha e foi fundamental na administração e na expansão do Império Espanhol nas Américas, sendo sede de governo e moradia dos vice-reis espanhóis.

       Abaixo, está a praça São Diego.

       Abaixo algumas construções neste bairro.

       Caminhando e observando, chegamos a uma praça e à Igreja dedicada a São Pedro Claver, uma construção muito antiga (1580-1654). Originalmente foi conhecida como igreja de San Juan de Deus. A partir de 1622 se chamou igreja de San Ignácio de Loyola e na atualidade, recebe o nome de São Pedro Claver. Administrado pela Companhia de Jesus, o templo é acompanhado com o claustro de San Pedro Claver e do museu arqueológico.

       Uma igreja, uma praça, um convento e um museu, todos em honra a um santo, Pedro Claver. Fui então despertada pelo desejo de conhecer mais. Em minha mente surge a pergunta: mas quem foi Pedro Claver?

       Que santo é este desconhecido, que aqui em Cartagena, dá nome a tantos lugares importantes? Após minha volta ao Brasil fui pesquisar e hoje posso acrescentar a este relatório, alguns dados sobre Pedro Claver, este santo que gostei muito de conhecer.

       Alguns dados de sua biografia.

       Pedro Claver, que nasceu em Verdú, na Catalunha – Espanha no dia 26 de junho de 1580, veio para a Colômbia muito jovem, como noviço da Companhia de Jesus, congregação esta fundada, após a Reforma, que, no século XVI, dividiu a Igreja Católica. Pedro chegou na cidade de Cartagena, um dos maiores portos negreiros da América Espanhola, onde a cada ano, chegavam de 12 a 14 navios carregados de pessoas escravizadas, que aqui chegam em condições deploráveis, sendo depois comercializadas. Muitos missionários levantaram a voz contra esta desumanidade, mas, por esta sua atitude, sofriam perseguições e eram expulsos! Aqui em Cartagena, Pedro Claver, dedicou sua vida a diminuir os sofrimentos das pessoas escravizadas. Viveu seu apostolado entre os escravos por mais de 40 anos! Muitos dos “milagres” atribuídos a São Pedro Claver estão relacionados à saúde, à cura que ele fazia, apenas colocando a mão nos doentes ou envolvendo-os em sua capa.

       Por esse motivo os escravos negros o veneravam e respeitavam como um justo e bondoso pai. Esta escultura localizada na praça São Pedro Claver, é da autoria de Enrique Grau, um grande artista, que nasceu no Panamá em 1920 e desde os primeiros anos viveu em Cartagena e faleceu em Bogotá, em 2004. Enrique Grau é mais conhecido por suas representações de figuras ameríndias e afro colombianas.

       Causa de morte de Pedro Claver

Durante a peste, em 1650, ele foi o primeiro a oferecer-se para tratar os doentes. As consequências foram fatais: em sua peregrinação entre os contaminados, foi atacado pela epidemia, que o deixou paralítico. Depois de quatro anos de sofrimento, Pedro de Claver morreu aos setenta e três anos de idade, em 8 de setembro de 1654, no dia na festa da Natividade da Virgem Maria, com 52 anos de vida religiosa”.

       E aproveito para deixar um pequeno trecho da carta que o papa Leão XIII escreve aos bispos do Brasil, por ocasião da abolição da escravidão.

“Na presença de tanto sofrimento, a condição de escravidão, em que uma parte considerável da grande família humana tem sido afundado na miséria e aflição agora por muitos séculos, é profundamente de lamentar, porque o sistema é aquele que é completamente oposta ao que foi originalmente ordenado por Deus e pela natureza”.

       São Pedro Claver, SJ foi beatificado pelo Papa Pio IX em julho de 1850 e canonizado por leão XIII em 1888.

       O Museu Convento San Pedro Claver, está localizado no antigo Claustro Jesuíta (1605), com um pátio central coberto por grandes árvores antigas. Este lugar foi essencial na história da cidade e foi lar do Santo “Escravo dos Escravos”.

       Aqui é bom recordar parte da história dos jesuítas, no processo de evangelização da América espanhola e dos revezes que esta Companhia de Jesus, aqui também sofreu, em comum com o que aconteceu à Companhia em grande parte do mundo.

O edifício onde hoje funciona a casa-museu San Pedro Claver foi na época colonial um claustro pertencente à ordem dos Jesuítas, que chegaram a Cartagena em 1604 para fundar um colégio inaugurado em 1605. Posteriormente em 1618 foi concluída a construção de uma escola maior…. Em 1767 o claustro foi expropriado dos Jesuítas após a sua expulsão da cidade, depois tornou-se Hospital de San Sebastián em 1775 e em 1861 tornou-se quartel militar. Graças a Rafael Nuñez e a Monsenhor Eugenio Biffi foi possível recuperar o colégio jesuíta e a Igreja, que em 1896 foi ocupada por esta ordem religiosa. O Museu Santuário de San Pedro Claver fica ao lado da Plaza San Pedro Claver, da Igreja de San Pedro Claver e da Escultura de San Pedro Claver uma série de homenagens que renderá ao próprio que se auto denominou ‘escravo de escravos’”. E que dedicou sua vida sacerdotal à proteção deles”.

Sobre o Museu de São Pedro Claver

“Não é um simples lugar onde se preservam os objetos e o estilo de vida colonial que Pedro Claver realizou. Neste museu, se conserva uma coleção primorosa de arte afro-caribenha e religiosa que é um espetáculo cultural imperdível se visita Cartagena de Índias”.

       Aqui abaixo vemos interessantes obras de arte, feitas a partir de sucata de materiais recicláveis, expostas na praça de São Pedro Claver. Fiz fotos das obras de arte, nesta praça São Pedro Claver, que retratam o cotidiano de seus habitantes. Qual o artista que as criou? Infelizmente, não consegui descobrir!

       A igreja São Pedro Claver, localiza-se no bairro São Diego, em pleno setor histórico da cidade de Cartagena de Índias. Os restos do santo jesuíta se encontram nesta igreja, em seu altar.

       Para mim foi interessante conhecer um pouco a vida de Pedro Claver, pois penso que, é muito importante lembrar, o exemplo de pessoas desta envergadura.

       Continuando a falar de bairros:

       Historicamente, enquanto o bairro São Diego que fica no centro histórico, era o bairro da elite dos homens brancos, Getsemani, que ficava fora da cidade, era o bairro dos escravos e da população pobre.

       Hoje, este bairro Getsemani, mudou totalmente e se transformou num bairro boêmio, cheio de bares e restaurantes, um local favorito dos mochileiros e artistas. É também um polo cultural riquíssimo em arte de rua.

       Na pesquisa que fiz para fazer este relatório, achei um texto que fala sobre este bairro Getsemani e um conceito, interessante: “gentrificação”.

       O conceito:

Gentrificação é um processo de transformação de centros urbanos através da mudança dos grupos sociais ali existentes, onde sai a comunidade de baixa renda e entram moradores das camadas mais ricas. O fenômeno decorre da revitalização urbana, em que espaços até então abandonados passam a ser vistos com potencial por determinados grupos sociais e econômicos. Isto faz com que faz haja aumento do custo de vida no bairro, e por consequência, afaste seus moradores tradicionais”.

“No final da década de 1940, Gabriel García Márquez costumava frequentar o bairro Getsemaní, em Cartagena das Índias, para conversar com pescadores, visitar os mercados locais e abastecer com as histórias que escutava ali, sua fértil imaginação. Na época, o bairro, que se estende do lado de fora dos muros do centro histórico até o mar, era considerado a periferia da cidade, casa para a população mais pobre, que contrastava fortemente com a vida de conto de fadas da aristocracia local. Ali, predominavam a violência, a prostituição e o tráfico de drogas. A proximidade com o centro, a expansão da cidade e o apelo turístico local trouxeram com eles a ‘gentrificação’ e, hoje, o Getsemani tem outra cara. Considerado o bairro favorito dos mochileiros, artistas e boêmios, o lugar é um polo cultural de Cartagena das Índias. Ali, os casarões coloniais coloridos ganham painéis enormes de arte de rua e se transformam em hostels, galerias de arte e restaurantes descolados. Apesar da forte exploração turística que hoje transforma o local e da presença de investidores estrangeiros, o Getsemani ainda preserva – não se sabe por quanto tempo – uma autêntica cara de vida de bairro, um contraste com a cidade cenográfica de dentro dos muros”.

       Achei interessante este adendo que explica, que processos sociais podem transformar radicalmente, os lugares históricos.

       Na foto abaixo, vemos entre os personagens da primeira estampa, a figura de Pedro Romero, que iniciou neste bairro Getsemani, as lutas pela independência de Cartagena.

       À tarde, continuando a nossa exploração por esta linda cidade de Cartagena, visitamos um lugar belíssimo, “Las Bóvedas”, um centro de arte e artesanato, cujos artesãos, trabalham com materiais da Colômbia e alguns, descendentes dos indígenas, produzem, ainda hoje seus artesanatos, com técnicas ancestrais de suas culturas milenares.

       São 47 arcos e 23 abóbadas, que encantam a todos! Já foi quartel e prisão, mas no século 21, abriga galerias de arte, bares e lojas de artesanato. Interessante é lá conhecer todo o tipo de artesanato, como as muitas bijuterias, colares, brincos, gargantilhas, pingentes, fabricados manualmente e com a melhor qualidade de matéria-prima que se possa querer.

       A Colômbia tem muita riqueza dos metais e pedras preciosas que podem ser extraídos de sua terra, como esmeralda, prata, ouro. Colômbia tem cinco minas onde se extraem esmeraldas, minas de ouro, prata e carvão. Visitamos as muitas lojas e nos encontramos com vendedores muito atenciosos e agradáveis, que nos falaram sobre a origem dos artesanatos, ou seja, nos contaram como os povos ancestrais faziam belos artesanatos com técnicas usadas a milênios. Estas explicações são muito instigantes!

Da internet:

“A origem do artesanato colombiano é bem antiga, descendente da cultura dos povos ameríndios que se localizavam na região antes da chegada dos colonizadores espanhóis. A tradição foi se mantendo durante milhares de anos e até os dias de hoje o artesanato colombiano é uma das grandes fontes de riquezas do país junto com o café e a produção de esmeraldas. O trabalho do artesão é muito valorizado na Colômbia, o que faz com que as peças produzidas sejam bastante refinadas e bonitas. O governo, além de conferir um selo de autenticidade, garantindo a qualidade dos produtos, propicia diversas medidas para que o artesão aperfeiçoe cada vez mais o seu trabalho através de cursos, auxílio nas exportações e com programas dedicados ao público jovem a fim de que o artesanato colombiano seja passado de geração em geração e continue sendo produzido de maneira autêntica”.

       Assim falamos com vendedores dos artesanatos do povo da localidade de Pasto, no sul da Colômbia. Eles estão querendo recuperar a “identidade Pasto” e os costumes de seus ancestrais e reivindicam hoje sua condição de povo indígena. Aqui abaixo, as máscaras de mopa-mopa.

“As ‘pastagens’ eram a tribo mais numerosa da zona Interandina de Nariño e a mais organizada e laboriosa. Nariño, no sul, é um dos trinta e dois departamentos que junto com o Distrito Federal, formam a Colômbia. Eles tinham mercados e comércio organizado que pagavam com ouro e cobertores, pois cultivavam e trabalhavam o algodão com cuidado. Em 1558, segundo a visita do ouvidor da Real Audiência de Quito, García de Valverde, os povoados do Pasto tinham uma média de 488 famílias”.

       A vendedora nos fala sobre a técnica milenar do “Barniz de Pasto”, também chamada Mopa-mopa. Os trabalhos desta etnia de Pasto, são belíssimos!

       Lá admiramos alguns trabalhos e, na oportunidade comprei uma linda caixinha feita com a técnica de “Barniz de Pasto”, que hoje, me dei conta, ainda tenho em minha residência.

       É uma boa sensação saber que quando a comprei depois de ouvir as explicações da vendedora sobre a técnica, era só uma peça bonita. Hoje tenho mais condições de admirá-la, pois, sobre esta técnica, já pesquisei mais. Trata-se da técnica de extrair da árvore mopa-mopa uma resina, através de um longo processo de trabalho, cujo resultado muito lindo, conserva o saber milenar dos indígenas colombianos.

       Depois de coletadas as folhas com as sementes, há o processo de purificação, para isso deve-se cozer, moer e refinar, obtendo-se assim uma resina sem impurezas. Esta técnica iniciou com uso prático, a partir desta matéria-prima: a princípio, impermeabilizaram as vasilhas e pratos que utilizavam para consumir seus alimentos e transportar água. Com o passar do tempo, eles perceberam que podiam tingir a resina em cores diferentes e começaram a criar artesanatos. A técnica consiste no processo de enfeite de diversos objetos de madeira com esta resina especial.

       Aqui uma boa explicação a partir da internet:

“Barniz de Pasto é uma técnica artesanal nativa muito antiga, característica da cidade de San Juan de Pasto, no sul da Colômbia, usada para decorar objetos geralmente feitos de madeira com a resina obtida de um arbusto selvagem chamado Mopa-mopa, existentes nas florestas andinas e na selva do Putumayo.

       Os botões das folhas do arbusto são macerados, cozidos e moídos; a resina assim obtida é triturada ou amassada, buscando-se a melhor maleabilidade; Por fim é colorido e o artesão contínua a espalhá-lo com a ajuda das mãos para formar a fina película que adere ao objeto a ser decorado, geralmente de madeira, e depois recortá-lo com um instrumento cortante, dando-lhe diferentes formas e desenhos. Uma variação mais refinada e cara é o uso combinado de filme de resina transparente com flocos de ouro ou prata e estanho… Nos últimos anos, algunas instituições como a Universidade de Nariño e Artesanías de Colômbia intervieram para a conservação da técnica e um desenvolvimento principalmente do design e da aplicação decorativa”.

       Foi muito interessante ver este trabalho étnico e, especialmente, ouvir as artesãs desta etnia, falar, com muito entusiasmo, sobre este longo processo de trabalho.

       Passando para outra repartição das Bóvedas, ouvimos falar sobre os artesanatos de outros indígenas: os Índios Kunas! Aqui uma mulher exibe um conjunto de molas. Na língua Kuna mola significa “roupa” ou “blusa”. O povo Kuna é originário da Serra Nevada, no norte da Colômbia.

“As blusas que as mulheres do berço usam no dia a dia são confeccionadas com molas, que são a marca de sua identidade cultural. São feitas sobrepondo camadas de tecido em cores diferentes, cortando-as em figuras e costurando-as umas sobre as outras; cortar as camadas superiores permite que as camadas inferiores apareçam. Os designs são inspirados na vida, no universo e nas crenças tradicionais dos Kuna, bem como nos padrões da civilização moderna”.

       Também admiramos os tapetes de Cartagena, na Bóveda 4 e 12. Vimos locais onde e lapidavam pedras preciosas, especialmente as esmeraldas, típicas da Colômbia.

       Vimos também os trabalhos dos descendentes da importante tribu andina Zenú. Os Zenú, cujos trabalhos, em Cartagena, estão no Museu do Ouro, trabalhavam muito bem o ouro e lhes davam volume. Ficamos longamente em “Las Bôvedas”. Na nossa visita à Cartagena foi um lugar muito interessante que visitamos, especialmente porque pudemos visualizar os trabalhos atuais e belíssimos, das tradicionais e milenares etnias da Colômbia.

       O que podemos dizer é que visitar as Bóvedas é a possibilidade de conhecer o povo de Cartagena em sua amabilidade. Trouxe comigo, nesta foto, a lembrança desta linda criança indígena, que olha para a câmera com esta encantadora e admirável beleza!

       Nas Bóvedas estão os inúmeros artesanatos de todas as regiões da Colômbia, artesanato este que já fazia parte da cultura dos indígenas, muito antes da chegada dos espanhóis, no século XVI. As técnicas dos indígenas são utilizadas até hoje e é isto que nos encanta, neste artesanto colombiano, admirado no mundo todo. De outro lado, nas Bóvedas, é possível conhecer comidas e bebidas próprias deste país. Foi ótimo visitar este típico lugar de Cartagena!

       Deixo aqui, mais um monumento emblemático, vendo-se aos fundos o Castelo e Forte de São Felipe. Trata-se do Parque “Las Botas Viejas”. É mais um emblema da cidade e que é uma ovação à poesia!

A escultura de um par de sapatos velhos gigantes foi criada pelo escultor Hector Lombana tendo como referência o poema “Mi Ciudad Nativa” (minha cidade nativa) do famoso poeta regional Luis Carlos López.

       Aqui Lopes é homenageado por um monumento de sapatos velhos, fundidos em bronze.

Cartagena das Índias é uma cidade que convida ao turismo e à diversão, mas também é um lugar calmo onde a poesia tem um lugar, porque seu ambiente não é apenas evocativo, mas inspirador e o monumento aos sapatos velhos é prova disso, de sensibilidade de seus poetas que, prisioneiros da magia caribenha, se entregaram em alma e corpo para escrever com o espírito herdado dos antigos povos indígenas que povoavam a cidade e os arredores do que hoje é o departamento de Bolívar. O ‘Monumento aos Sapatos Velhos’ tem um charme incomparável”.

       Em Cartagena encontramos também as chamadas mulheres palenqueras, em trajes coloridos, vendendo frutas. Logo adiante uma explicação.

“Palenqueras são sorridentes mulheres vestidas de roupas coloridas que carregam, sobre suas cabeças, bacias repletas de frutas tropicais. No passado, elas caminhavam todos os dias de sua pequena vila, chamada Palenque de San Basilio, para vender frutas nas cestas feitas à mão, nas ruas de Cartagena. Seus vestidos de cores vivas as tornaram um dos ícones mais fotografados da cidade.”

       Os palenqueros foram o primeiro povo a se libertar da escravidão em toda a América. Das muitas palenques existentes nos tempos antigos, apenas San Basílio sobreviveu até os dias atuais, e se tornou um espaço cultural único. Por isso, a vila é considerada Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco. Palenque de San Basílio é uma vila única. É um pedaço da África na Colômbia”

       Nesta oportunidade não fiz fotos das mulheres palenqueras.

       Aqui abaixo deixo algumas fotos que fiz neste caminhar, por esta cidade que parou no tempo! É a oportunidade de admirar o fato que, cada casa, apresenta um desenho diferente, inclusive em suas janelas.

Lembro-me de ter passado em frente ao Hotel Santa Clara, que também tem uma história, pois foi o antigo Convento Santa Clara, inaugurado em 1621 e que funcionou até 1861, quando foi desapropriado por ordem do governo.

Serviu como hospital e orfanato durante um século e depois foi abandonado. Em 1987, foi feito uma licitação e foi vendido. Hoje esta imagem, do antigo convento já não existe mais, pois este edifício foi transformado em um grande hotel de luxo.

25 de outubro – terça-feira

       Neste dia, escolhemos fazer um programa interessantíssimo: às 8:30 h partimos para conhecer as célebres ilhas do Rosário. Tomamos primeiramente um táxi, que num trajeto que levou meia hora, nos levou até o barco. Às 9:30 h o barco partiu. Foi maravilhoso ver portos, fortes e pueblos nas múltiplas ilhas, num mar de cor azul-turquesa com muita tranquilidade e paz. As ilhas Rosário ficam a 100 quilômetros da cidade de Cartagena e são também conhecidas como “Corales Islas del Rosario”, um dos 46 parques Nacionais naturais da Colômbia.

       Chegando em Rosário, lá vimos uma instituição belíssima, o Oceanário, que é um grande aquário natural de espécies marinhas, com diversos ambientes limitados por grades e cordas onde vivem, num ambiente natural, peixes de diversas espécies, se movimentando em pequenos cardumes, além de tubarões, tartarugas marinhas e golfinhos!

       Maravilhoso foi estar neste ambiente, e receber preciosas informações, em uma verdadeira aula de oceanografia, ministrada por funcionários especializados.

       Lá assistimos também, um belo show, onde um profissional, fez diversas apresentações magníficas, com os inteligentes golfinhos. É um show bonito de ver, imperdível mesmo!

       A transparência do mar, os corais e tudo no devido lugar, é muito bonito! É um local organizado e conservado com muito esmero, que nos causa muita satisfação poder saber que ele existe aqui, em Cartagena. Ficou em mim uma ótima lembrança desta visita a este paraíso da natureza intocada. Para mim foi um passeio inesquecível!

       De lá fomos para a ilha Barú, que faz parte do arquipélago Ilhas do Rosário e, recentemente, se tornou um dos mais importantes destinos do Caribe colombiano. Fica a 30 km de Cartagena.

       Nesse paraíso tropical, rústico e natural, moram apenas dez mil pessoas que vivem basicamente da agricultura e da pesca, gente amável, sempre sorridente. Fotografei a Praia Branca, sem visitá-la.

Almoçamos na ilha de Baru, um peixinho frito, muito gostoso!

       Saímos as 15:30 h com chuva, mas imensamente satisfeitas por ter conhecido este local incrível da vida marinha de Cartagena, que nos falou de cuidado, ciência e capricho de seu povo.

26 de outubro – quarta-feira

       Este é o dia que escolhemos para fazer um city tour com guia local. Vimos o “Parque do Centenário”, localizado no Bairro Getsemani. Este parque foi inaugurado em 1911, em homenagem ao centenário da Independência de Cartagena. No local onde foi construído o parque, havia uma aldeia indígena, que foi destruída pelos espanhóis quando aí chegaram.

O parque, nos informa o guia, possui grande variedade de espécies animais como iguanas, pássaros, macacos, pássaros selvagens, preguiças, esquilos, entre tantos outros. Aqui podem ser encontrados idosos aposentados que vêm passar algum tempo sob a sombra das árvores. Há também os contadores de histórias, vendedores ambulantes.

       Encostado ao Parque centenário há o “Camellon de Los mártires” ou “Praça dos Mártires”. Em 1815 houve 105 dias de sofrimento, fome e martírio.

Esta praça onde há dezenas de faces dos mártires, foi construída em memória das pessoas que lutaram pela independência de Cartagena e foram executados pelos espanhóis. Simon Bolívar, por esta razão, chamou Cartagena de cidade “Heroica”.

       A imagem que vemos é também uma das entradas da cidade amuralhada, pois outro marco de Cartagena, é a Torre do Relógio, de um amarelo brilhante, fácil de se ver.

       Ao atravessar os arcos da torre, temos a “Plaza de los Coches”. Neste local funcionava o mercado de escravos que chegavam ao porto de Cartagena, vindos da África.

       Em Cartagena, os filhos dos escravos foram libertados em 1841 e a libertação dos escravos em si, aconteceu em 1851. Hoje, na “Plaza de los Coches”, se encontra uma estátua de Pedro de Heredia, conquistador espanhol e fundador da cidade.

Vimos também a linda praça Simon Bolívar, um dos locais mais arborizados da cidade, onde todos os dias ocorrem apresentações culturais, principalmente de danças caribenhas.

       No tempo da inquisição, os ditos hereges eram aqui executados.

       Ao redor há o Palácio da Inquisição, o museu da Esmeralda, a biblioteca da cidade e o museu do Ouro Zenú, um museu interessantíssimo.

“O foco deste museu Zenú são relíquias pré-colombianas, com mais de 600 peças de ouro, prata e cerâmica. É dedicado ao povo indígena Zenú da Colômbia. Está instalado em um grande edifício colonial de frente para a Plaza Bolivar. Na verdade, existem 538 peças de ouro para ver, bem como 61 esculturas, incluindo esculturas ósseas, que você encontrará na sala ao lado – La Sociedad – dedicada à pintura corporal e às tradições têxteis do Zenú. O Museu do Ouro de Cartagena também tem uma livraria e auditório no local. Por lá você poderá entender melhor a história do povo Zenú e conhecer os instrumentos utilizados por esses indígenas”.

       Esta era uma etnia de grande importância cultural e este Museu, que não foi possível visitar, celebra o seu legado.

       Entre os outros museus da cidade estão o Museu de Arte Moderna, o Museu Naval e a Casa Museu Rafael Nuñez, cuja estampa está abaixo.

“Em 1950, esta casa onde viveu e morreu o advogado, político e poeta Rafael Nuñez foi declarada Patrimônio Histórico Nacional. Foi Presidente da Colômbia por quatro vezes e criador da letra do hino nacional do país. A casa ainda conserva o estilo arquitetônico próprio do século 19 e os móveis característicos dessa época. Nela foi assinada a constituição colombiana de 1886”.

       Em Cartagena existe o Aeroporto Internacional Rafael Nuñez, que é considerado um dos mais movimentados aeroportos da Colômbia.

       Vimos, também, o Palácio da Inquisição.

Em 5 de fevereiro de 1610, foi estabelecido aqui, o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, através de um decreto emitido pelo rei da Espanha, Filipe II.

       É um prédio que, entre outras informações históricas, conta a história de perseguição e tortura ocorrida durante este período tenebroso em Cartagena, que durou 211 anos, se estendendo de 1610 a 1821. O Palácio da Inquisição, de arquitetura colonial, concluído em 1770, ainda preserva sua fachada original.

       Quanto aos inquisidores, em 1811, por ocasião da independência de Cartagena, foram expulsos, mas foram reinstalados em 1815 com a vitória dos espanhóis. O tribunal do Santo Ofício, com a retomada do poder dos espanhóis, durou até 1821. Este monumento histórico da inquisição espanhola no Novo Mundo, o Palácio da Inquisição, hoje é sede do Museu Histórico de Cartagena e entre suas subdivisões, abriga o Museu da Inquisição, o Arquivo Histórico Municipal e a Academia de História.

Visitar o Museu Histórico de Cartagena de Índias localizado dentro do Palácio da Inquisição em Cartagena é ter a possibilidade de ver várias salas que através de documentos, obras de arte e arquivos gráficos, contam a história da cidade. Uma sala é dedicada exclusivamente aos eventos de 11 de novembro e a independência da cidade”.

       Passamos também pela casa que ostenta o nome: “Festival Internacional de Cinema de Cartagena” e que apresenta, na entrada, uma escultura da Índia Catalina.

“O país conta com diferentes festivais de nível nacional e internacional, dentro dos que se destacam o Festival Internacional de Cinema de Cartagena que se leva a cabo, desde 1960, na cidade de Cartagena das Índias e cada ano se encarrega de premiar o melhor do cinema Ibero-americano entregando aos ganhadores a estatueta denominada Índia Catalina e o Festival de Cinema de Bogotá cuja primeira edição foi em 1984 e está especializado em premiar com o ‘Círculo Pré-colombiano’ a novos diretores a nível mundial.”

       O Prêmio Índia Catalina é uma condecoração anual, promovida desde 1984, pelo Festival Internacional de Cinema de Cartagena. O evento, prioriza em sua seleção filmes, que promovem a identidade cultural dos países ibero-americanos. O Brasil já foi distinguido com o melhor filme, 6 vezes e, em 1962, com o filme “O pagador de Promessas”.

“Neste que é o festival cinematográfico mais antigo de América Latina, se exibem ao redor de 150 obras audiovisuais: 40 longas-metragens, 30 curtas-metragens e 80 vídeos internacionais, (de acordo com os dados aportados pelo festival para sua edição de 2007), os ganhadores são eleitos por um júri internacional”.

       Em Cartagena há este lindo e elegante monumento, em homenagem à Índia Catalina, uma escultura de bronze, realizada por Eladio Gil Zambrana (1974).

       A Índia Catalina (1495-1529) é uma das figuras indígenas mais importantes da história da Colômbia, cuja interessante biografia pode ser acessada na internet.

       Em Cartagena, neste city tour, fomos conhecer o Castelo São Felipe e Fortaleza de São Felipe, que começou em 1536, a ser construído por militares espanhóis e escravos africanos, um conjunto de fortificações criado para a defesa de Cartagena. Localizado no topo de uma colina, é uma construção imponente, de onde se tem uma visão privilegiada da baía de Cartagena e da cidade amuralhada.

       O Forte de San Felipe de Barajas, tem 15 mil m2 de área e 70 metros de altura e ficou pronto em 1769. Foi um dos maiores pontos de defesa do Vice-Reino de Nova Granada e teve papel importante em várias guerras. Foi eleito pelo jornal El Tiempo como uma das 7 maravilhas da Colômbia. Desde 1984 é reconhecido como Patrimônio da Humanidade, pela UNESCO. É um dos pontos turísticos mais visitados do país devido sua grandiosidade e arquitetura.

       Lá encontramos alunos ouvindo, com seus professores, as explicações históricas dos funcionários do Forte. Fizemos fotos.

       La Popa

Visitamos, também, outro local, no alto do morro, “La Popa”, de onde se pode descortinar não só a beleza do centro histórico, mas também os grandes prédios de luxo de Bocagrande, a área mais moderna da cidade.

       O nome “Popa” deve-se à semelhança da colina a um barco, ficando o convento em sua parte traseira, a popa. Foi construído no ponto mais alto de Cartagena, a cerca de 148 metros de altura. Dizem que quem não sobe a l Popa, não conheceu Cartagena.

       O “Convento de Santa Cruz de La Popa”, fundado em 1607, é um dos pontos turísticos mais importantes de Cartagena. Do lado de dentro, numa linda arquitetura ao modelo das construções espanholas, o museu com peças religiosas. Visitando o interior do convento fiz poucas fotos!

Lá temos uma igreja dedicada à la “Virgen de la Candelária”, cuja festa acontece no dia 2 de fevereiro. Este prédio, em 1986, recebeu as bênçãos do Papa João Paulo II.

      Neste mesmo tour passamos pela parte moderna de Cartagena, por Bocagrande, com edifícios imensos, grandes prédios com famosos hotéis, restaurantes, shoppings, cinemas, etc.

Aqui vemos a parte moderna da cidade de Cartagena.

       O guia deu as explicações e algumas consegui anotar.

Passamos pelo lindo, “El Laguito”, rodeado de prédios altos, onde fiz esta foto, de dentro do ônibus. No mapa é possível ver seu local.

       Também nos foi falado da Casa de Botequillo, cujas fotos estão aqui abaixo.

       Hotel Caribe, em estilo colonial que foi construído em 1941 e renovado em 2009.

       Passamos pelo bairro de Manga, onde antigamente havia muitas mangas e hoje tem muitas modernas construções , algumas de influência árabe.

       Chegamos ao fim do city tour, tendo mais alguns conhecimentos sobre Cartagena e ao mesmo tempo, guardando desta encantadora cidade, boas lembranças.

       E aqui uma informação:

“O ônibus turístico de Cartagena funciona de maneira semelhante a outros destinos do mundo. Há uma rota definida, você compra seu ingresso e pode embarcar e desembarcar quantas vezes quiser nas paradas que fazem parte do roteiro. Além disso, é fornecido ao viajante um fone com audioguia, contando detalhes e curiosidades sobre cada atração”.

       À noite, visitamos um dos lugares obrigatórios em Cartagena, a Plaza Santo Domingo, com sua Igreja que leva o mesmo nome. Esta praça colorida está localizada no coração da histórica cidade murada de Cartagena. Cercada pela arquitetura colonial espanhola maravilhosamente restaurada, a Plaza Santo Domingo tem o nome da famosa igreja que fica na sua borda. A Igreja de Santo Domingo não é apenas uma das igrejas mais visualmente deslumbrantes de Cartagena, é também a mais antiga (originalmente fundada em 1551). Na praça, em frente à igreja, está a escultura Mujer Reclinada, um presente do grande artista colombiano Fernando Botero.

       Nesta praça acontece a vida noturna da cidade amuralhada. Cercada de bares e restaurantes, lá os músicos e artistas locais apresentam sua arte aos turistas.

Então, sentamos no bar e tomamos um suco de Lulo. É uma fruta originária das montanhas dos Andes, na Colômbia, Equador e Peru. O sabor se assemelha a uma mistura de abacaxi e limão. Na Colômbia, o Lulo era visto como “fruto da realeza”, devido a seu extraordinário sabor. No mercado em Bogotá havíamos visto esta fruta, mas foi aqui, que saboreei esta iguaria, com muito gosto e prazer.

       Aqui deixo o Lulo que fotografei em Bogotá, junto a outras frutas! Destas experimentei a Pitaya, de cor amarela. Eu tinha conhecido a de cor vermelha, em Belém do Pará.

27 de outubro – quinta-feira

       Nesta manhã, às 9:30 h, saímos com o objetivo de fazer uma visita ao Teatro Heredia.

       É uma visita obrigatória para quem vai visitar Cartagena. Também há visitas guiadas pelo teatro, mesmo quando não há grupos.

       Após pagar a entrada, Edwiges e eu, fomos acompanhados pelo funcionário, que ao nos mostrar os diversos ambientes, nos deu boas explicações. Este teatro está sobre os alicerces da antiga igreja das Mercês, construída em 1625. O palco do teatro, foi instalado onde era o antigo altar da igreja. Inaugurado oficialmente como Teatro Municipal, em 1911, a construção que durou de 1906 a 1911, celebrou o primeiro centenário da Independência de Cartagena. Em 1933 o nome foi alterado para Teatro Heredia, em comemoração aos 400 anos da cidade.

       É um teatro muito lindo! Com seu estilo de teatro de Ópera Europeia dos séculos 18 e 19, foi construído em forma de ferradura, em seu interior há escadas e esculturas de mármore italiano e, com palcos e sacadas divididos por gelosias de cedro que parecem rendas. Recebeu concertos, recitais e grandes espetáculos! Em 1970 o teatro acabou fechando suas portas e assim permaneceu por 28 anos. A restauração do teatro, durou de 1987 a 1998 e foi assinada pelo arquiteto Alberto Samudio Trallero – que recebeu o Prêmio Colombiano de Arquitetura, na categoria Restauração. A pintura no teto e também a tela que fecha o palco, foram assinadas pelo mestre Enrique Grau, o mesmo que fez a escultura de Pedro Claver.

       Valeu conhecer esta linda obra de arte. Lá fomos informados que, à noite, haveria a apresentação de uma Ópera.

       Às 12 h almoçamos no Restaurante Mantilla. Havia muita comida e muito bem preparada!

À tarde dormi e estudei um pouco. Dei pela falta dos óculos. Á tarde, às 17:45 h, saí para ver se encontrava os meus óculos, mas felizmente os encontrei, depois, na mala.

       Saí e comprei um brinco com uma pérola negra e uma canga com batic.

       Às 19:15 h fomos ao teatro Heredia assistir a magnífica “Ópera Benkos” neste teatro igualmente deslumbrante.

       Após o espetáculo, celebramos com vinho e alegre convívio no hall de entrada, quando conhecemos Silvana que havia estudado no Brasil e também o jesuíta, padre Joaquim. Conversamos também com Olga e Antônio Paz. Foi um presente para nós esta oportunidade de agradável encontro com estas pessoas em Cartagena das Índias, no teatro Heredia.

       Tudo foi “cerrado com broche de oro”, como nos afirmaram.

28 de outubro – sexta-feira

       Levantamos cedo, tomamos café e saímos. Este seria nosso último dia em Cartagena! Eu desejava visitar a casa do Nobel de Literatura Gabriel Garcia Marquez, escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano. Considerado um dos autores mais importantes do século XX, foi um dos escritores mais admirados e traduzidos no mundo, com mais de 40 milhões de livros vendidos e traduzidos em 36 idiomas.

Este escritor que nasceu em março de 1927, em Arataca, pequena cidade na costa da Colômbia, viveu muitos anos em Cartagena e lá se inspirou para seus romances, ganhando o Prêmio Nobel de Literatura em 1982, pelo conjunto de sua obra. Desta vez não foi possível fazer esta visita, pois a casa estava sendo restaurada. Teria gostado de tê-la visitado, neste último dia em Cartagena.

Seus restos mortais estão depositadas num monumento, onde está seu busto em bronze, na praça Central del Claustro de la Merced. Neste local funciona a sede administrativa da Universidade de Cartagena.

       O escritor está até na nova cédula de 50 mil pesos colombianos, lançada em agosto de 2016.

       E aqui uma notícia de última hora, quando estou finalizando de reescrever este relatório, para publicá-lo em minha página na Internet: acaba de falecer no México, neste dia 16 de agosto de 2020, Mercedes Barcha, considerada a “musa inspiradora” de Márquez, com quem foi casada por 56 anos até a morte do autor, em 2014.

Voltando. Passei então no supermercado “Êxito”. Começou a chover muito forte. Voltei para nosso hotel, arrumei a mala. Aproveitei o tempo que ainda me restava para ler “Casa Republicana”, um livro muito interessante, ao som de uma chuva torrencial!

          Edwiges e eu almoçamos e às 12:20 h nos despedimos de nosso hotel. Pagamos 6 dias de seguro e mais R$ 47,00 de gorjeta voluntária. Foram R$ 101,50 para cada uma.

       Voltou a chover torrencialmente enquanto nos dirigimos para o aeroporto. Às 12:45 h estávamos no aeroporto, marcamos a passagem e os pontos na Avianca. Às 14:17 h partiu nosso voo 9753, rumo a Bogotá. Após percorrer 700 km numa altura de 5.000 metros, quando visualizei no mapa, o Canal do Panamá, chegamos em 1 hora, às 15:16 h, ao aeroporto da Avianca. De lá fomos transportados para o aeroporto de Bogotá, pelo ônibus da mesma empresa.

       Passamos então pelo Guichê 19, para receber a isenção de imposto que pagamos na compra das mercadorias. Só são contabilizadas as compras que foram pagas com cartão de crédito, imposto este que é devolvido aos não colombianos. Foi difícil o processo de preencher as guias, mas recebi ajuda de uma funcionária, que após preencher os papéis, me garantiu que o dinheiro seria colocado no cartão após três meses. Daí, fomos gastar neste aeroporto, os pesos que sobraram!

       Entramos na sala VIP onde fomos servidos com chá, café, docinhos, frutas, amendoim, etc. O avião levantou voo às 18:15 h e logo a aeromoça passa e nos dá uma bolsinha e balas.

       Às 19:15 h o comandante, muito simpático, avisa que estamos sobre a floresta Amazônica, a uma altura de 800 km por hora e a 10.500 metros de altura! Após um bom tempo, fomos avisados, que havia um problema médico a bordo e que o avião faria uma aterrissagem em Cuiabá. Neste instante, resolvi dormir e só acordei em Guarulhos. Edwiges ficou em São Paulo para visitar a família e eu vim para Florianópolis.

Considerações Finais

       Após esta viagem só posso dizer que eu amei ter podido fazê-la, ao ter a oportunidade de conhecer um pouco a Colômbia, este país espetacular. Lamento sempre que a América latina esteja tão longe do conhecimento dos brasileiros, que como eu, conhecemos pouco, tanto desta sua história, quanto sua geografia e cultura milenar. Conhecer Bogotá e Cartagena das índias, uma das cidades mais visitadas da Colômbia, foi um grande prazer que sempre relembro com o coração agradecido! Como em todos os lugares que preservam sua cultura, há muitíssimos locais interessantes, a conhecer, em Bogotá e Cartagena. O pouco que consegui, tentei compartilhá-lo aqui.

       Viajar para mim é me emocionar e também adquirir mais conhecimentos sobre este nosso mundo, onde está gravada a história dos seres humanos, que merecem sejam relembrados, sempre. Aqui neste relatório, inseri os conhecimentos que obtive, não só na viagem, mas também, após a volta, quando com leituras pude me situar melhor, na história da América latina. Com prazer estou compartilhando agora estes conhecimentos e emoções.

Florianópolis, 25 de agosto de 2020.

Anita Moser

19 Comentários

  • ILSE MARIA JAPP

    Liebe Anita, acabo de acompanhá-la em mais uma das suas viagens maravilhosas… Como é linda a Colômbia… país tão pouco conhecido para nós, apesar de sermos estreitos vizinhos. Fiquei especialmente envolvida pelo alegre colorido da arte e do artesanato! A detalhada descrição que você faz dos lugares, das pessoas, dos monumentos, da história, é simplesmente apaixonante. Cria em nós uma vontade irresistível de tomar o próximo avião para conferir “in loco” esta belíssima vivência que você e a sua simpática amiga Edwiges puderam desfrutar.
    Que você possa em breve retomar as suas viagens fantásticas pelo mundo afora e nos presentear sempre com novos relatórios tão encantadores!!!!

    • Anita

      Querida amiga Ilse
      Muito agradável sentir, mais uma vez, tua agradável companhia, nesta viagem virtual, para a Colômbia., que decidiste fazer comigo e com minha amiga Edwiges. Percebi o quanto gostarias de também poder desfrutar da incrível experiência que tivemos, conhecendo parte da geografia, história, cultura de nossos vizinhos, que habitam um país que, como dizes, é tão pouco nosso conhecido. A mim me agradou muitíssimo e considero fantástico, teres valorizado mais, esta realidade Latino Americana, após a leitura deste relato. Nesta amizade que nos une, receba um agradecido grande abraço, pelas amorosas palavras, de teu comentário!

  • Salvelina da Silva

    Querida Anita. Acabo de te acompanhar nesta bela viagem à Colômbia. Foi como um mergulho na História e na cultura das cidades visitadas. Tu sabes, com um texto dinâmico, surpreender com detalhes preciosos. Tudo é visto, sentido, apreciado e retratado como alguém que ama a vida e mostra uma alegria autêntica e revela uma sede nunca saciada de conhecer e de aprender. Se alguém acompanha com interesse e atenção o teu relato, não deixará de se entusiasmar com a multiplicidade de pormenores lindamente mostrados e explicados, assim como não poderá deixar de se sentir grato por tê-lo “saboreado”. Para mim foi uma degustação.

    • Anita

      Querida Salvelina, tu sabes captar e depois expressar, escrevendo com palavras simples, diretas e muito bonitas, os sentimentos que afloraram no teu íntimo, ao ler o relato sobre a Colômbia, que como dizes , revelam o amor à Vida e a vontade de sempre continuar aprendendo. Em suma, consideraste este mergulho como uma degustação que fizeste da espetacular e diversa historia da Colômbia. Teu comentário é instigante! Obrigada! Receba meu abraço

  • Anita

    Patrícia, tu me dizes que gostaste de viajar através dos meus muitos registros, tanto escritos como fotográficos, nesta viagem à Colômbia. Posso te dizer que, saber de tua companhia, me agradou muito. Sim, há muitos aspectos interessantes que nos chamam a atenção quando se viaja para este pais da nossa América latina, para nós desconhecido também em sua importante história. Gosto muito de salvar as percepções no encontro de novas realidades, através da escrita e do registros fotográficos. Concordo com o que tive o prazer de ler, ontem: “Escrever salva a memória. É um ao de gratidão com a experiência” Sinto muita gratidão, pela oportunidade de ter me aproximado do grande escritor colombiano, prêmio Nobel, Gabriel Garcia Márquez e também do excelente artista Botero, também. Patrícia, que bom que te encantaste com Cartagena das Índias e não é para menos! Receba meu grande abraço

  • Patrícia Regina Silveira De Sá

    D. Anita, que maravilha poder viajar através de seus registros escritos e fotográficos nestes tempos difíceis.
    Viajar e conhecer as cidades, culinária, museus e, mais, ter a oportunidade de conhecer a história; saber mais da colonização espanhola e dos povos indígenas; arquitetura; cultura; Botero e García Márquez… enfim que lindeza.
    Encantei-me, em especial, por Cartagena das Índias.
    Grande abraço e gratidão pela viagem…

    Patrícia Sá

  • Lívia Varela Corrêa Leite

    Anita
    Só podemos te agradecer pela magnifica descrição deste país encantador, rico de história e cultura!
    Viajar contigo ou através de teu blog é sempre um prazer.
    Que muitos leiam teus relatos de viagens, com pesquisas humanas, históricas, sociais, etc.
    Ao faze-lo, possam adquir conhecimento através de teu olhar e de tua vivência!
    Grande abraço e gratidão,

    Lívia

    • Anita

      Livia,
      Aquele que escreve tem uma vivencia e um olhar peculiar, que é diferente para cada ser humano e isto fala da riqueza de sermos seres únicos, neste universo. Na verdade, ler é sempre fazer uma viagem. Tu falas do prazer que tiveste ao ler a descrição que fiz deste país encantador e desejas que muitos leiam estes relatos, para que conheçam aspectos históricos e culturais, captados através do meu olhar. Sou muito grata pelo teu comentário. Abraço grande

  • Anita

    Carlos Augusto, gosto muito de ler um comentário como o teu, que chama nossa atenção para a grande riqueza cultural da América Latina, tão desconhecida , que observas, deveríamos explorar mais. Obrigada pelas palavras amorosas, tão tuas, com que incentivas esta leitura Abraço grande !

  • Mariza S S Evangelista

    Anita, que viagem linda. Teu relato é tão enriquecedor que, ao ler, viajamos junto contigo. Tive oportunidade de conhecer Cartagena das Índias. A Cidade Murada é um esplendor. E lendo as tuas experiências nessa beleza voltei a me lembrar de cada cantinho dessa cidade linda demais. Obrigada por compartilhar. Beijo

    • Anita

      Mariza, minha excelente professora de informática, leste o relato e refizeste o caminho para tua já visitada e muito admirada Cartagena das Indias. Assim lembraste da Muralha e de cada cantinho desta fascinante cidade. Muito bom saber que, esta leitura , para ti, teve este especial sabor, Abraço grande!

  • Mariza S S E angelizara

    Anita, que viagem linda. Teu relato é tão enriquecedor que, ao ler, viajamos junto contigo. Tive oportunidade de conhecer Cartagena das Índias. A Cidade Murada é um esplendor. E lendo as tuas experiências nessa beleza voltei a me lembrar de cada cantinho dessa cidade linda demais. Obrigada por compartilhar. Beijo

  • Carlos Augusto Silva

    Anita, belíssimo relato da viagem.
    A forma como escreves nos insere no lugar e torna convidativo conhecê-lo.
    Continues com tuas crônicas inspiradas para aumentar nossos conhecimentos e inspirar-nos também a viajar cada vez mais.
    Realmente, a América Latina tem muita riqueza cultural, qual deveríamos explorar mais.

    • Anita

      Cleci, tu es uma amiga que gostas de viajar e já viajaste muitíssimo! Agradeço este teu comentário e desejo que neste momento, quando não se podem fazer grandes viagens , me acompanhes nestas que realizei ao longo dos anos e, como dizes, agora sem sair de casa. Receba meu grande abraço

  • Maria Salete Ferreira Magalhães

    Sensacional, uma extensa e rica viagem, cuja leitura desse relato é como estar realizando e fazendo um caminho de conhecimento, entreterimento e cultura. Mto bem escrito, rico em detalhes, nos faz sentir as revelações de modos de vida e História vivida.
    Parabéns Anita! Obrigada pelo agradável compartilhamento de tuas viagens que trazes tanto amor p nós.

    • Anita

      Maria Salete, neste comentário me dizes que fazer esta leitura, é como realizar um caminho de conhecimento, entretimento e cultura. Concordo que as viagens podem ser esta maravilha para nosso Ser, sempre ansioso por desfrutar e aprender. Fico muito feliz em saber que, nesta viagem, tiveste este grande prazer. Receba meu grande abraço!

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