Viagem ao Centro Oeste Brasileiro
Viagem ao Centro Oeste Brasileiro
É com muito prazer que faço este relatório da viagem ao Centro Oeste brasileiro, programada e realizada através do SESC. As muitas viagens que fiz com esta exemplar instituição, foram sempre elogiáveis e muito instrutivas.
Inicio com alguns esclarecimentos sobre um assunto que me chamou a atenção logo no início desta viagem: a navegabilidade rio Tietê.
Esse rio, inteiramente paulista, nasce em Salesópolis, em plena Serra do Mar, a 1.120 metros de altitude e, apesar de diversas barragens ao longo de seu leito, é navegável em toda a sua extensão. Sobre barragens e eclusas, está abaixo uma pequena explicação, que julgo interessante. |
“Uma eclusa ou comporta é uma obra de engenharia hidráulica que consiste numa construção que permite que barcos subam ou desçam os rios ou mares em locais onde há desníveis (barragem, quedas de água ou corredeiras). Eclusas funcionam como degraus ou elevadores para navios: há duas comportas separando os dois níveis do rio. Quando a embarcação precisa subir o rio, ela entra pela comporta da eclusa à jusante e fica no reservatório (ou caldeira), que é, então, enchido com água elevando a embarcação para que possa atingir o nível mais alto, à montante. Quando a embarcação precisa descer o rio ela entra pela comporta da eclusa à montante e permanece no reservatório enquanto ele é esvaziado, descendo a embarcação até o nível mais baixo do rio. As comportas abrem-se para a entrada do navio. Observe que a água está ao mesmo nível do lado do navio. Após a entrada, a câmara da eclusa será esvaziada e o navio estará ao nível das águas da comporta ao fundo. Seu objetivo é, portanto, permitir a navegação. Um dos processos de enchimento do reservatório pode ser gravitacional, de modo que não é necessário o uso bombas d’água e motores”.
E sobre o rio Tietê e suas barragens e hidroelétricas a história nos diz que, entre as décadas de 50 e 60, o engenheiro Catulo Branco planejou para os rios Tietê e Paraná uma série de barragens, tanto para a geração de energia quanto para o aproveitamento dos imensos lagos, provocados pela construção das usinas hidrelétricas, possibilitando a navegação e a interligação entre o rio Tietê e o rio Paraná, através de eclusas.
A geografia do Tietê
“O rio Tietê (na língua Tupi significa caudal, volumoso), é famoso nacionalmente por atravessar, em seus 1.150 km, a capital paulista e o estado de São Paulo. Apesar de estar a apenas 22 quilômetros do litoral, as escarpas da Serra do Mar, obrigam-no a correr em sentido inverso, rumo ao interior, atravessando o estado de São Paulo de sudeste a noroeste até desaguar no lago formado pela barragem de Jupiá, no rio Paraná, no município de Três Lagoas, cerca de 50 quilômetros a jusante da cidade de Pereira Barreto. O nome Tietê foi registrado pela primeira vez, no ano de 1748, no Mapa D’Anvile e, em tupi, significa também “rio verdadeiro”, ou “águas verdadeiras”. No município de São Paulo é margeado pela via expressa Marginal Tietê, que junto com a Marginal Pinheiros, compõe o principal sistema viário da cidade. Estima-se que 2.000.000 de veículos passem por uma das duas marginais diariamente. Logo após sair do município de São Paulo, o rio Tietê tem no município de Santana de Parnaíba a usina hidrelétrica Edgar de Souza e um pouco mais adiante a hidrelétrica de Rasgão e entre estas, a barragem de Pirapora do Bom Jesus. Ambas as hidrelétricas foram construídas pela antiga Light e muito contribuíram para a geração de energia para a cidade de São Paulo. O rio Tietê drena uma área composta por seis sub-bacias hidrográficas (Alto Tietê, Sorocaba/Médio Tietê, Piracicaba-Capivari-Jundiaí, Tietê/Batalha, Tietê/Jacaré e Baixo Tietê) em uma das regiões mais ricas do hemisfério sul, e ao longo de sua extensão, suas margens banham 62 municípios ribeirinhos”.
Sobre o Aproveitamento Hidrelétrico:
“Ao longo do rio Tietê foram construídas muitas barragens com o intuito de se aproveitar o potencial hidrelétrico. Entre estas, podem-se citar: a Barragem da Usina Parque de Salesópolis, em Salesópolis, Barragem Edgard de Souza, em Santana de Parnaíba, Barragem de Pirapora do Bom Jesus, em Pirapora do Bom Jesus, Barragem de Rasgão, no município de Pirapora do Bom Jesus, Barragem Laras, próxima a Laranjal Paulista, Barragem de Anhembi, próxima à cidade de Anhembi, Barragem de Barra Bonita, próxima à cidade de Barra Bonita, Barragem Bariri, próxima à cidade de Bariri, Barragem Ibitinga, entre as localidades de Borborema e Iacanga, Usina Hidrelétrica Mário Lopes Leão, próxima às cidades de Promissão e Avanhandava. A Barragem Três Irmãos – permitiu o aproveitamento de parte da água do Tietê na usina de Ilha Solteira, através do desvio pelo canal Pereira Barreto que interliga os lagos das duas barragens!”
Com estes dados, iniciamos o relatório!
RELATÓRIO DE VIAGEM
11 a 24 de julho de 2010
No dia 11 de julho, domingo, às 6 h, nos dirigimos à sede do SESC, na Prainha, em Florianópolis, conforme estava determinado no plano da excursão. A coordenadora da viagem é Vera, uma simpática guia, com muita experiência em acompanhar excursões. O ônibus, “leito total”, muito confortável, é guiado pelos motoristas Vilmar e Joel. Saímos da Prainha, pontualmente e, ao chegar ao bairro de Campinas, mais alguns excursionistas se juntaram ao grupo. Após dar as boas-vindas, “eu sou Vera e vou acompanhar vocês”, a coordenadora começou a nos dar algumas informações sobre a nossa excursão. Entre estas, houve oportunidade de Vera nos transmitir o significado de alguns nomes de lugares por onde passaríamos aqui de Santa Catarina, como: Itajaí= rio de pedra, Itapema= falcão de pedra, Camboriú= cidade de robalos”, nos recordando assim, a presença dos indígenas que povoaram estas regiões e que nomearam muitíssimos lugares aqui e no Brasil, de modo geral.
Vera nos diz que hoje, vamos percorrer 900 km até a cidade de Igaraçu do Tietê, no estado de São Paulo, onde pernoitaremos. Isto não nos assustou! Em Camboriú, o casal Maria e Silvio completaram o grupo, que estava feliz! Às 8 h, nosso ônibus fez uma parada no restaurante “Sinuelo”, perto de Joinville, onde tomamos o café da manhã. Retomando a viagem, Vera nos comunica que, às 12 horas almoçaremos em Vila Velha – Ponta Grossa, no Paraná. Em seguida, passa por todos, oferecendo balas, bolachas e água. O frequente oferecimento de algo para beber ou comer foi um gesto muito simpático e que muito nos agradou. Isto nos falava da atenção e cuidado que o SESC tem com os excursionistas. Este nosso primeiro dia de viagem, estava sem sol! A partir do restaurante “Sinuelo”, uma garoa fina umedeceu o dia, já nublado. Nosso confortável ônibus, tinha 29 lugares, com um bom espaço entre as poltronas, totalmente reclináveis. Pouco a pouco ficamos nos conhecendo a partir de uma apresentação e das conversas convencionais. “Olá! Como é teu nome? ” O sorriso de todos os que estávamos curtindo, neste momento, a gratuidade da vida, nos confraternizava.
Alguém está de aniversário, nos informa Vera. Quem é???? É Zenaide que feliz, recebe abraços! Vera pergunta quem sabe cantar e aqui já se delineava que a simpática Vera, envolveria os excursionistas nas diversas atividades que se dariam durante o trajeto da excursão. Eu, Anita, me ofereci para saudar a Vida de nossa nova amiga, que recebeu depois uma salva de palmas. Ao microfone cantei: “Parabéns a você, muita saúde e vida feliz, neste dia alegre sem par, viemos desejar, ah! ah! ah! ah! …mais um ano passou, outros anos felizes virão, a vida é fugaz como a flor, só não passa o amor, Ah! Ah! Ah! Ah!…”
O sol nos espiava por entre as nuvens, mas não ousava se impor, pois estas eram densas demais! Às 10 h estávamos subindo a Serra que nos levaria ao planalto de Curitiba, cujo nome, etimologicamente, significa “terra de muitos pinhões”, nome este também de origem indígena. Neste momento, veio à minha memória um acontecimento dos fins da década de 60, quando Vera Lacombe Miraglia, que fora minha colega no Curso de Educadoras, no Colégio Jacobina, em Botafogo, Rio de Janeiro, na década de 50, tinha sido convidada por mim, para ministrar uma palestra às mães do Curso Pré-primário, no Colégio Santos Anjos, em Joinville. Esta estrada, sob a coordenação do engenheiro Miraglia, marido de Vera, estava em construção e foi assim que Vera foi conduzida a Joinville. Recordo este momento, em que a grande Educadora e Mestra, se doou à causa da educação pré-primária. Momentos antes do horário marcado, caia uma grande tempestade em Joinville e então eu lhe dissera: Vera, hoje, por causa deste toró deve vir pouca gente, ao que a educadora me respondeu: Anita, se viesse somente uma pessoa, valeria a pena eu ter vindo de Curitiba para cá. E aqui, compartilho o que sempre ressoa em mim, como algo que vale a pena lembrar. Como posso esquecer este gesto? Foi assim que a lembrei, nesta estrada, levando agora o meu sonho de conhecer o Centro Oeste brasileiro.
A viagem continua.
Na TV um lindo SHOW de Fábio Junior. Às 10h30 o sol despontou, nas planuras nos arredores de Curitiba, mas por pouco tempo. Vera, passa e nos oferece um sonho de valsa com uma dedicatória de “J Jê turismo”, nos desejando uma boa viagem! Às 11 h passamos por um anel rodoviário e, entrando na BR277, tomamos a direção da Foz do Iguaçu e Ponta Grossa. Estamos novamente sem sol. Às 11h30 passamos por Campo Largo! Aqui, a paisagem nos encanta com muitas e imponentes araucárias, enfeitando a paisagem neste planalto.
Os muitos pedágios!
Nesta altura da viagem o que me chamou atenção, entre outras coisas, foram os múltiplos pedágios: até às 11h45 tínhamos passado por três pedágios! Aparece a indicação de que estamos perto de Vila Velha e a paisagem se mostra com muitos reflorestamentos. Nuvens densas e escuras cobrem a paisagem, deixando a temperatura do ônibus, muito fria. Às 12 h novo pedágio! Agora a paisagem se mostra não só com lindos campos cultivados, mas também, com muitos pastos apontando a cidade de Vila Velha. A “Grande Taça”, (muito conhecida), com os paredões rochosos aparecem ao longe, afirmando que este lugar, há muitos milênios, já foi mar.
Almoçamos muito bem no restaurante ao longo da BR e de lá, revigorados, partimos às 13 h. A estrada muito boa, mas não duplicada, era ladeada por reflorestamentos de “pinus eliotis”. Às 15h um novo pedágio. O céu azul apresenta algumas nuvens esparsas, nos muitos campos dos cereais nestas coxilhas, alguns já colhidos!! Às 15h46 setas apontam para a cidade de Anchieta e, logo em seguida, ultrapassamos a divisa do Paraná com São Paulo, quando a sinalização aponta a cidade de Itararé. Às 16h45 novo pedágio! Dentro do ônibus vai começar o bingo e para isso, Vera distribui as cartelas e apresenta os brindes do SESC. Todos iniciamos o jogo preenchendo as cartelas, e , de vez em quando, os brindes são entregues aos felizes ganhadores! As horas passam rapidamente!! Nossa agradável viagem continua e estamos vendo campos verdes cultivados na terra vermelha, própria destas regiões, quando a sinalização aponta para a cidade de Castrolanda e Avaré.
Sobre Castrolanda colhi, da internet, algumas informações interessantes:
“Castrolanda é uma colônia fundada por imigrantes neerlandeses (1951 a 1954) e que fica situada no município de Castro, no estado do Paraná. A atividade agrícola e pecuária leiteira são predominantes na colônia, sendo uma das mais importantes bacias leiteiras da região e uma considerável produção de grãos, principalmente soja e feijão. Tendo também uma das maiores cooperativas agrícolas do Brasil, que leva o nome da colônia. ”
“Em Castrolanda situa-se um dos maiores moinhos de vento do mundo: inaugurado em 30 de novembro de 2001, De Immigrant (O Imigrante) é um grande monumento de 26 metros de envergadura, possui duas mós conseguindo produzir até 3.000 kg de farinha de trigo, e mecanismos, engrenagens, pinos e encaixes feitos quase que totalmente em madeira.” |
“O projeto é assinado e executado pelo arquiteto holandês Jan Heijdra, especialista em moinhos de vento, como homenagem aos imigrantes holandeses da década de 1950 que colonizaram a região e loja de artesanato”.
Cooperativa Agropecuária Castrolanda. |
Os holandeses, trouxeram ao local, a sabedoria sobre gado leiteiro, tratores implementos e equipamentos agrícolas. Nesta região vimos muitos bananais com os cachos ensacados, sendo esta uma eficiente forma de proteção para estas frutas!
Às 17h o céu se pintou com as cores do tramonto. O sol vermelho, redondo, espiava através das nuvens pretas. Às 17h30 setas indicam a cidade de Itabira, num horizonte que se apresenta muito bonito! Vera nos convida a fazer ginástica: pulso, coluna, mão. Foi muito bom saber e experimentar que, pequenos movimentos, já fazem, em nosso corpo, uma grande diferença!! Isto é qualidade de vida! Isto é saúde!
Jantamos em Aveiro (uma cidade com este nome também existe em Portugal) e depois de uma hora, durante a qual fizemos mais 80 km, chegamos à cidade de Igaraçu do Tietê, e nos hospedamos no Panorama Park Hotel, um local interessantíssimo.
Nas cabanas deste Hotel, construídas ao longo do Rio Tietê, finalmente vamos descansar, após percorrer 900 km de tão agradável viagem, deste primeiro dia! Tomamos banho e fomos dormir! Minha companheira de quarto é Vani. |
Parece que Evelyn, também, nesta mesma noite, andou pelos arredores do hotel, conhecendo o território e fazendo algumas fotos! No dia seguinte, nos esperavam novidades e possibilidade de mais conhecimento sobre esta região, através do passeio de barco pelo rio Tietê, passando pela primeira a eclusa!! Estávamos aguardando com curiosidade o momento desta nova experiência!!
Dia 12 de julho – segunda-feira
O primeiro pernoite em Igaraçu do Tietê foi excelente e amanheceu um dia lindo e ensolarado! O café, no restaurante contíguo às cabanas, foi ótimo. No “Panorama Park Hotel” o ambiente era agradável e, com os colegas, curtimos esse novo momento, passeando nos arredores do hotel.
O rio Tietê nos emocionava e, ao longe, víamos a ponte que atravessaríamos neste dia, para chegar à Barra Bonita. Neste passeio, admirei o lindo panorama e agradecendo o maravilhoso dia de sol, fiz algumas fotografias!
Até uma simpática coruja posou para uma foto. |
Abaixo vemos, com bastante clareza, a barragem de Barra Bonita, com a eclusa e também, o rio Tietê em dois níveis no seu trajeto.
Após o café, nos dirigimos, de ônibus, para Barra Bonita, atravessando a ponte sobre o rio Tietê. Como já foi dito, este rio, ao contrário de muitos outros, corre de leste para o oeste, portanto, já passou por São Paulo, capital. Chegando à Barra Bonita, vimos uma cidade limpa e cuidada. No portal da entrada as palavras: “Cidade Simpatia”. Ao adentrar a cidade, o que me chamou atenção foi a parte central da larga avenida sendo transformada em praça, convidando as pessoas da cidade e os turistas a bate papos, sentados em cômodos bancos. Fizemos algumas fotos para marcar nossa passagem pela “cidade Simpatia”. Nesta foto, alguns de nós, estamos aguardando o barco.
A excursão adentrou o barco Xumbury. Ao entrar, conversei com o comandante e Evelyn fez a foto histórica. A excursão partiu subindo o Tietê e nós muito felizes, estamos gratos, por sermos presenteados por este lindo e magnífico dia de sol. |
Admirando a paisagem, nos reportamos à história desta região, onde a navegação pelos múltiplos rios e no Tietê especialmente para fins econômicos, é histórica. A beleza da excursão estimula a turma a marcar estes momentos com muitas e belas fotos. Tudo é novo! O tempo está ajudando e muito!!!
Após uma hora de divertida viagem, chegamos na eclusa que tínhamos avistado, contígua à barragem. A visão da gigantesca barragem, tão perto de nossos olhos, nos extasia por sua força e beleza! As fotos abaixo foram feitas dentro da eclusa.
Passar pela primeira eclusa de Barra Bonita, nos emocionou muito, no início desta nossa viagem. Confesso que amei conhecer, na prática, este Sistema de Eclusas do rio Tietê. A sensação de estar neste local é algo emocionante!
Após passar pela eclusa pudemos navegar na represa, onde em suas margens, vimos uma antiga fazenda de café. |
Após este passeio pela represa, retornando, passamos pela mesma eclusa, onde se cumpriu o mesmo ritual.
A viagem estava sendo ótima e, meio dia, o barco fez uma parada. Foi-nos oferecido um almoço, com múltiplos pratos bem apresentados e deliciosos.
Após, saboreamos uma sobremesa de frutas da região e tomamos cafezinho, enquanto nova turma de excursionistas entrava para começar seu passeio, sendo-lhes servido o almoço logo na entrada. Nós continuamos mais uma parte do trajeto de barco, junto com a nova turma de excursionistas. |
Deixamos Barra Bonita, antiga região do café, hoje região de Canaviais, lá pelas quatorze horas e em meia hora estávamos em Jaú, atualmente conhecida como a cidade do calçado feminino.
Entrando na cidade, visitamos diferentes Shoppings, nos maravilhando com a produção e beleza de calçados e bolsas desta região, encantados com a criatividade, que não tem limites, certamente! Os preços estavam bons! |
No fim das visitas aos Shoppings, a turma se encontrou no restaurante e lá pudemos matar a sede, pois o dia estava muito quente! Aqui desejo ressaltar que Vera, nossa orientadora, nos passava informações sobre cada cidade que iríamos conhecer, fazendo assim que a nossa viagem tivesse aquele cunho cultural que nos acrescenta conhecimentos, para além do simples olhar, sobre os que nossas vistas rapidamente, enxergam. Para mim, toda a viagem possibilita um mergulho, ainda que pequeno, no conhecimento já produzido e construído por aqueles que viveram ou vivem agora.
Algumas informações sobre a cidade de Jaú, a partir da internet:
“Jaú é um município brasileiro do estado de São Paulo. Localiza-se à 541 metros de altitude. Sua população é estimada em 135.546 habitantes. O município é banhado pelo rio Tietê e seus afluentes Rio Ave Maria e Rio Jaú, e beneficia-se da hidrovia Tietê-Paraná através do transporte intermodal hidroferrodoviário. O solo é excelente para atividades agrícolas, a terra predominante no município é de latossolo roxo, com textura argilosa e muito profunda. O município é um importante polo regional de desenvolvimento industrial e agrícola, destacando-se pela grande quantidade de fábricas de sapatos femininos, sendo conhecida como a capital do calçado feminino. Jaú destaca-se também pela qualidade de vida proporcionada aos seus habitantes”.
Quanto à história:
“A fundação de Jaú se deu em 15 de agosto de 1853 (156 anos). Os bandeirantes que seguiam pelo rio Tietê, pescavam um peixe chamado Jaú, na foz de um ribeirão. O local, desde então, ficou conhecido como “Barra do Ribeirão do Jaú”. Motivados pela excelente qualidade da terra roxa, abundante na região, os primeiros habitantes oriundos de Itú, Porto Feliz, Capivari e do sul de Minas Gerais, aí se fixaram com suas famílias. O fato de o município estar situado em uma região de terra roxa, que possui uma alta fertilidade, contribuiu para que Jaú se tornasse um dos principais centros produtores de café do Estado de São Paulo e do país. Por volta de 1870 a cultura cafeeira no município de Jaú solidificou-se, proporcionando o surgimento de uma elite de ricos fazendeiros. Com a chegada da ‘Companhia Estrada de Ferro do Rio Claro’ (The Rio Claro Railway), em 1887, o escoamento da produção foi facilitado e as exportações cresceram vertiginosamente. Na década de 1929, com a crise econômica e a depressão mundial, o império cafeeiro perdeu rapidamente seu esplendor e glória. Os preços se aviltam e os fazendeiros, rapidamente, vão abandonando a cultura que lhes rendeu por tanto tempo, prestígio e riqueza”. Até aqui a história econômica deste lugar. ”
Saímos de Jaú às 17 horas, por um caminho onde só se viam planuras nas extensas regiões de canaviais. O pôr de sol, sempre especial nestas paragens, não estava diferente neste dia.
Após 1h30, chegamos à uma cidade bastante conhecida: Ibitinga, nome de origem indígena. (I= terra e tinga= branca) e nos hospedamos no “Victória Park Hotel”. À noite, com o tempo muito frio, saímos para jantar e fomos conhecer uma feira, que , infelizmente, já estava fechada, mas lá havia mais outras festas! |
Nós aproveitamos a oportunidade para jantar em uma festa popular, bastante concorrida. Em exposição para a venda, estavam diversos produtos da região! As fotos abaixo são registros de nossa passagem pela festa popular em Ibitinga!
Dia 13 de julho – terça-feira
O dia na cidade do bordado, começou com frio e chuva, mas, mesmo assim, fomos com uma van, visitar algumas fábricas de bordados. Antes, passamos pelo centro da cidade marcando, com fotos, nossa passagem por lá, onde o que nos chamaram a atenção foram as ruas limpas, com margens bem pintadas! Em frente à igreja Bom Jesus fizemos fotos!
Esta igreja tem sua história ligada a um suposto milagre! Em 1865, neste lugar houve uma epidemia de febre de paludismo, e não havia recuperação na doença. Por intermédio das orações ao Senhor Bom Jesus, houve a recuperação esperada, razão pela qual, neste local onde havia só uma capela, foi erguida a igreja, assim nos contam os populares.
Aqui estamos nós, Eduardo, Ely, Evelyn e Anita, tendo a Igreja à nossa frente e a praça da cidade atrás de nós. Mas vamos para a Internet recolher alguns dados sobre Ibitinga localizada entre muitos rios: |
“Está localizada no Centro Geográfico do Estado – Vale do Médio Tietê. Os recursos naturais são abundantes, tem área de rara beleza, sendo banhada por muitos rios: Tietê, Jacaré-Pepira, Jacaré-Guaçu, São Lourenço, São João e Ribeirão dos Porcos. Assim, o município se destaca também em seu sistema fluvial. O rio Tietê conserva suas águas despoluídas e abriga a Usina Hidrelétrica de Ibitinga, que através do canal da eclusa, integra a importante Hidrovia Tietê-Paraná. O Gasoduto Brasil-Bolívia também passa por aqui. O Jacaré-Pepira detém o título do rio mais limpo e preservado do Estado. Nele está localizado o Pantaninho – a única reserva pantanosa com similaridade ímpar, tanto na fauna quanto na flora, ao Pantanal Mato-grossense. Ibitinga é considerada a capital nacional do bordado, produto base de toda a economia do município. Sua indústria é quase que totalmente voltada a essa área da indústria têxtil. O turismo comercial é uma das principais fontes de renda de Ibitinga, juntamente com as exportações do seu principal produto e a agropecuária, onde se destacam as culturas de laranja e cana-de-açúcar. ”
Deixamos Ibitinga às 10h. Faltavam ainda 700 km até chegar à capital de Goiás! Nossa viagem, no agradável ônibus em tão boa companhia, estava excelente. Apesar das estradas serem muito boas, eu continuava a me surpreender com os muitos pedágios. Às 10h45 passamos pelo primeiro pedágio. O que vimos em seguida, foi uma região de muitas frutas, especialmente, laranjas. Esta é a terra da “Cutrale”, a maior exportadora de sucos de laranja do Brasil, nos informava a guia. Aqui um pouco de história sobre esta empresa:
“O primeiro Cutrale a chegar ao Brasil foi Giuseppe Cutrale, que deixou a família na Sicília – Itália, para tentar a vida em São Paulo. Começou vendendo laranjas no Mercado Municipal de São Paulo. Dizem que não possuía nada ao desembarcar no Brasil e que, para dar início ao seu negócio, começou comprando laranjas de produtores de um subúrbio do Rio de Janeiro”.
Ao longo da BR grandes extensões de laranjais, formados por árvores de médio porte, cheias de grandes laranjas maduras.
O Império da Cutrale
Segundo a Revista Veja, “este poderoso império foi erguido de forma suspeita. […] O principal segredo do negócio consistia em adquirir a fruta a preço baixo – preço de banana, brincam os fornecedores –, esmagá-lo pelo menor custo possível e vender o suco a um valor elevado”. Numa conversa com o dono de um posto de gasolina, onde paramos para o almoço, compreendi que esta região apresentava muitos problemas sociais! Ele me falou da opressão da Cutrale, no seu constante crescimento na região.
“Em 2001, o governo FHC chegou a investigar a altíssima lucratividade da Cutrale (nos anos 1980, ela teve taxas de retorno na ordem de 70%, um fenômeno raro). Uma autoridade da Receita Federal relatou a Veja que a estratégia para elevar a lucratividade do grupo passa por contabilizar parte dos resultados por intermédio de uma empresa sediada no paraíso fiscal das Ilhas Cayman. Com isso, informa a autoridade da Receita, a Cutrale conseguiria pagar menos impostos no Brasil”
“Hoje a empresa é uma das mais ricas e poderosas do mundo. O brasileiro José Luís Cutrale e sua família detêm 30% do mercado global de suco de laranja, quase a mesma participação da Opep no negócio de petróleo”. Aprodução mundial de laranjas e de derivados se reduzia a duas regiões do planeta – no interior de São Paulo e na Flórida, nos EUA.
A Cutrale vende suco concentrado para mais de vinte países, entre os quais os Estados Unidos, todos os da Europa e a China. Seus clientes são grandes companhias do padrão da Parmalat, da Nestlé e da Coca Cola, dona de uma das empresas de suco de laranja mais populares dos Estados Unidos. A Revista Veja também criticava a “agressividade gerencial da família Cutrale”, que já virou “lenda no interior paulista”. Os plantadores de laranja no Brasil têm poucas opções para escoar a produção. Há apenas cinco grandes compradores da fruta e Cutrale é o maior deles. Por essa razão, acabam mantendo com o rei da laranja uma relação que mistura temor e dependência. Por um lado, eles precisam que ele compre a produção. Por outro, assustam-se com alguns métodos adotados pela Cutrale para convencê-los a negociar as laranjas por um preço mais baixo”.
Vários produtores relataram à Revista, a brutal pressão para baixar preços ou mesmo para adquirir suas fazendas, inclusive com sobre vôos ameaçadores de helicóptero e outros métodos terroristas. Isto faz parte da realidade que não aparece, mas existe! Depois de ver esse lindo espetáculo de imensos laranjais, repletos de frutos, vem a compreensão da forma social como essa empresa se impôs e dominou a região.
Até 11h40 continua a bonita paisagem dos campos cultivados! Nós tomamos a direção para Barretos – São Paulo. Às 12h35 mais um pedágio e passamos pela imensa fábrica central da CUTRALE.
Almoçamos no restaurante “Guerra”, localizado à beira da BR. Neste restaurante, além de um ótimo cardápio, havia um aquário com peixes grandes e interessantes que se colavam suas grandes bocas ao vidro. Ambiente muito interessante nos irmanando com a natureza sempre admirável! |
No entanto, o que mais nos encantou, foi esta grande cerca, perto do restaurante. com plantas de “bougainvíllea” de diferentes cores alternadas, um verdadeiro espetáculo para nossos olhos. Não resisti e fiz a foto!
Após um ótimo almoço e algumas pequenas caminhadas ao entorno do restaurante, saímos às 14h para continuar a viagem. No ônibus, na TV, um lindo show de Zé Camargo e Luciano, enriqueceu nossas horas de viagem com música e gratas emoções. Passamos pela cidade de Colômbia, fundada em 1959.
Após, ultrapassamos a fronteira de São Paulo com Minas Gerais. É o que podemos ver neste mapa.
Continuando viagem pela BR, bem acomodados no ônibus, ora estávamos conversando, ora participando do bingo, ora descansando ou admirando a rica paisagem, ora vendo filmes, shows, ou simplesmente dormindo, neste tempo feliz de gratuidade da vida. Por esta região havia muitas plantações: à esquerda, vi árvores de Noz Pecan, apesar de altas, eram novas e ainda fracas. Às vezes, se via também jovens plantações de cana de açúcar e também muitas plantações de mangas, com pés pequenos, mas bem cheios de flores.
Perto da cidade de Frutal, vimos a grande cervejaria Premium.
Estávamos viajando pela BR 153, que, corta o Brasil de norte a sul, passando pelo centro do país.
“A BR-153, também conhecida pelos nomes de Rodovia Transbrasiliana e de Rodovia Belém-Brasília, é a quinta maior rodovia do Brasil, ligando a cidade de Marabá, no Pará, ao município de Aceguá, no Rio Grande do Sul, totalizando 3.585 quilômetros de extensão” |
Nosso destino é Goiânia, onde pernoitaremos. Às 15h15 verifiquei que, por um bom trecho por aqui, não havia mais grandes plantações, mas, em seguida, já vi eucaliptos, também laranjas e mangueiras todas em flor. Passamos pelo anel rodoviário que nos apontava as cidades de Campina Verde e Prata. Depois, novamente grandes plantações de laranjas. É uma região realmente rica e onde se vê muito trabalho aqui investido. Fizemos parada no posto de gasolina “Laranjão”. Aqui as paisagens se sucediam diferenciadas: em alguns lugares a terra apresentava só muitos montes de cupim em pastos; em outras, de ambos os lados, laranjais a perder de vista. Haviam cercas vivas ao longo de todo o asfalto, protegendo os laranjais. Em seguida, a paisagem mudou: muita cana de açúcar do lado direito e algum gado no pasto do lado esquerdo. A paisagem se enfeita com lindíssimos Ipês amarelos em flor.
Uma hora depois, passávamos pela cidade de Prata e perto víamos muita plantação de eucalipto. O sol estava ainda muito alto. Às 18 horas o céu se vestia de vermelho! Linda paisagem esta do pôr do sol, que gosto sempre de fotografar!
Pouco a pouco nós não podemos mais ver as lindas paisagens de plantações e de flores, pois a noite estava chegando rapidamente e nos surpreendendo a total escuridão. Assim viajamos mais de 4 horas, no breu da noite.
Chegamos em Goiânia às 23 h e no hospedamos no bonito Western Tamandaré Plaza Hotel. O apartamento era o 303. Goiânia está distante 145 km de Brasília. |
Dia 14 de julho – quarta-feira
Neste primeiro dia em Goiânia, após o café da manhã, tomamos o micro-ônibus e acompanhados por Cícero Pessoa, um guia local muito preparado, iniciamos a empreitada para conhecer Goiânia. Esta cidade tem características interessantes: foi a primeira cidade planejada no século XX; é a cidade com mais parques e espaços verdes; a cidade que não tem favelas e a cidade brasileira com mais obras em Art Déco.
Sobre a Art Déco:
“A Art Déco foi um movimento popular internacional de design de 1925 até 1939, que afetou as artes decorativas, a arquitetura, design de interiores e desenho industrial, assim como as artes visuais, a moda, a pintura, as artes gráficas e cinema”.
“O estilo Art Déco deve o seu nome à Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, realizada em Paris, em 1925. Na mostra, nus femininos, animais e folhagens são apresentados em cores discretas, traços sintéticos, formas estilizadas ou geométricas. Muitas peças exibem marcas de civilizações antigas. Na arquitetura Art Déco, as fachadas têm rigor geométrico e ritmo linear, com fortes elementos decorativos em materiais nobres. O acervo arquitetônico de Goiânia em “Art Déco” é considerado um dos mais significativos do país. Foi a “Art Déco”, pois, que inspirou os primeiros prédios de Goiânia, a nova capital de Goiás, projetada em 1933, por Atílio Correa Lima”.
Internacionalmente falando, temos dois celebres exemplos da Art Déco: o Empire State Building e o Rockefeller Center, em Nova York.
No Brasil, alguns dos exemplos mais significativos da Art Déco, são a torre do relógio da Central do Brasil e o Cristo Redentor no Rio de Janeiro.
Goiânia, exibe, também, muitas praças e hortos dos quais esta cidade pode se orgulhar! Visitamos, primeiramente o maravilhoso e diversificado “Bosque dos Buritis”, onde é possível passear, admirar a natureza e respirar ar puro. E foi o que tivemos oportunidade de fazer. É deveras um parque belíssimo, digno de ser conhecido e visitado.
No “Parque dos Buritis” há o significativo “Monumento à Paz”, uma obra de autoria do célebre artista plástico Siron Franco. O monumento foi concluído em 1988 e foi construído sob encomenda da Comunidade Internacional Bahá’í, uma organização não-governamental ligada à Fé Bahá’í. |
A obra, de cinco metros de altura, foi feita com cimento e pesa cinquenta toneladas. Possui o formato de uma ampulheta e, em sua parte central, existem vários compartimentos de vidro, separados por faixas verticais nas cores amarela, azul, branca, verde e vermelha, contendo as terras dos cincos continentes. Um compartimento maior contém todas as terras misturadas. A escultura representa a possibilidade de união entre todas as nações do mundo. A ampulheta traz consigo os seguintes dizeres:
“A Terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos”.
“À época de sua inauguração, em 20 de setembro de 1988, o monumento continha terra de doze países: Argélia, Austrália, Brasil, Estados Unidos, Gana, Holanda, Hungria, Israel, Portugal, Suíça, União Soviética, Uruguai. A inauguração da obra marcou o primeiro aniversário do acidente com césio -137, na cidade, o pior acidente radiológico do mundo. Um ano após sua inauguração, em 1989, foi adicionada a terra de outros quatro países: Bulgária, Senegal, Suriname e Checoslováquia. Até hoje ainda é adicionado terra de outros países no monumento. Do Japão veio um punhado de areia com grãos em formato de estrela. Todo ano quatro países enviam sua terra. A cerimônia de adesão acontece no Dia Mundial do Meio-Ambiente, quando crianças vestidas com trajes típicos dos países depositam a terra no monumento.”
Na oportunidade, fiz esta foto da placa que cobre o chão deste monumento. |
Entre os museus da cidade, visitamos o Museu Goiano, onde fizemos esta foto. |
“Com arquitetura em Art Déco, estilo que marcou as construções da década de 30 da cidade de Goiânia, o Museu Estadual Professor Zoroastro Artiaga foi fundado em 1946 com acervo formado por documentos históricos, utensílios antigos, objetos relacionados aos índios do Brasil Central e peças artísticas. Seu nome presta justa homenagem ao primeiro diretor, professor Zoroastro Artiaga, que permaneceu no cargo até 1957 e posteriormente de 1964 a 1971, sendo responsável pela caracterização da instituição, enquanto museu eclético. ”
Quanto a Praça Cívica:
“A Praça Cívica de Goiânia, foi tombada por sua importância cultural junto ao Acervo Arquitetônico e Urbanístico Art Déco de Goiânia. Tombado pelo IPHAN, em 2003. […] O conjunto urbano de Goiânia inclui 22 edifícios e monumentos públicos, concentrados em sua maioria no centro da cidade e o núcleo pioneiro de Campinas, antigo município e atual bairro da capital goiana. Entre essas edificações, destacam-se o Cine Teatro Goiânia e a Torre do Relógio da Av. Goiás, de 1942. Inaugurada em 1935, seu acervo arquitetônico é considerado um dos mais significativos do Brasil. Goiânia foi planejada e construída para ser a capital de Goiás, por iniciativa do político goiano Pedro Ludovico Teixeira, em consonância com a Marcha para o Oeste – estratégia desenvolvida no final dos anos 1930, pelo governo de Getúlio Vargas, para acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação do Centro-Oeste. O estilo Art Déco inspirou os primeiros prédios (erguidos entre as décadas de 1940 e 1950) de Goiânia, a nova capital do Estado de Goiás, projetada pelo urbanista Atílio Corrêa Lima. ” Temos também aqui o Centro cultural Oscar Niemayer próximo ao Shopping Flamboyant, composto de quatro edifícios: teatro, memoria, museu, biblioteca.”
Como foi dito, em Goiânia reina a Art Déco. Relação dos prédios públicos e demais obras tombadas como acervo arquitetônico e urbanístico Art Déco de Goiânia:
“Fontes luminosas; Fórum e Tribunal de Justiça; Residência de Pedro Ludovico Teixeira; Edifício do antigo Departamento Estadual de Informação; Obeliscos com luminárias; Palácio das Esmeraldas; Edifício da antiga Delegacia Fiscal; Edifício da antiga Chefatura de Polícia; Edifício da antiga Secretaria geral; Torre do Relógio; Edifício do Tribunal Regional Eleitoral; Edifício do Colégio Estadual Lyceu de Goiânia; Edifício do Grande Hotel; Edifício do Teatro de Goiânia; Edifício da antiga Escola Técnica de Goiânia; Edifício da antiga Estação Ferroviária; Mureta e Trampolim do Lago das Rosas; Edifício do antigo Palace Hotel; Edifício da antiga Subprefeitura e Fórum de Campinas; Traçado viário dos núcleos urbanos pioneiros. (Fonte: Prefeitura de Goiânia).”
Na excursão que fizemos pela cidade de Goiânia visitamos o palácio das Esmeraldas, residência dos governadores e, na praça cívica, nós pudemos admirar também, o Monumento às três raças: obra da artista Neusa Morais – símbolo da miscigenação do branco, negro e índio.
Enquanto o micro-ônibus percorria a cidade, o nosso guia começava a falar do estado de Goiás e suas muitas e variadas riquezas.
O guia nos lembra que a palavra Goiás tem sua origem na lingual indígena tupi-guarani: etimologicamente = “da mesma raça”. Em Goiânia a prefeitura tem 4 parques que oferecem mudas. Temos aqui 39 condomínios fechados e o prédio mais alto de Goiânia tem 36 andares. Aqui temos 18 parques e nos parques, os chafarizes de água ligam automaticamente a cada hora. Outro dado foi muito frisado por Cícero, é que Goiânia tem a área urbana mais verde do Brasil e a segunda mais verde do mundo, perdendo apenas para Edmunton no Canadá. Não se trata somente do verde, mas também do colorido. Em Goiânia, estima-se que a cidade possui cerca de oitenta mil pés de ipês, em suas variadas cores, espalhados pelas ruas: roxa ou lilás, amarela, rosa e branca.
Entrado o mês de julho, os esplendores dos ipês floridos embelezam ainda mais a cidade. O auge dessa prodigiosa floração ocorre em agosto, e não só na capital goiana, pois se espalha por todo o Estado, e assim pelo Brasil afora. A flor do ipê, na cor amarela, foi declarada, em 1961, a flor-símbolo do Brasil, pelo presidente da República, Jânio Quadros.
Nas fotos abaixo, nossa excursão está em Goiânia, no maravilhoso parque “Vaca Brava”. Lá tomamos água de coco e passamos bons momentos, em plena alegria de poder desfrutar tanta vida.
O elogio a Goiás
Cícero, nosso guia local, nos fala entusiasmado, de alguns aspectos de sua cidade e de seu estado: a mãe natureza caprichou, ele nos diz, orgulhoso: aqui temos ouro, cristal, águas termais, agricultura e pecuária. A exploração do ouro atingiu o seu auge na segunda metade do século XVIII. Fala-nos, ainda, sobre o cerrado que é a vegetação típica desta parte do país: As árvores do cerrado, crescem mais para baixo. Nos jardins e praças de Goiânia as árvores são trocadas a cada 5 meses. Goiás é o maior produtor de jabuticabas e um dos dois maiores produtores de tomates. Aqui temos 36 usinas de açúcar. Anápolis é o maior produtor de medicamentos genéricos. É também campeão na produção de melancias. Quanto à formação da população: em 2008 aqui havia 1 milhão cento e oitenta mil habitantes, sendo que, 40% da população de Goiás tinha vindo de outros estados. Goiás tem 62 nascentes e é o segundo maior bioma do país. Aqui há águas termais com 52 graus centígrados. Os rios de Goiás correm para o norte, sul, leste e oeste. A colonização de Goiás muito se deve à migração de pecuaristas que partiram de São Paulo, no século XVI, em busca de melhores terras de gado. Dessa origem ainda hoje deriva vocação do estado para a pecuária. No período em que o Brasil foi colônia de Portugal, o estado de Goiás pertencia à capitania de São Paulo. Essa situação durou até 1744, quando foi criada a Capitania Geral de Goiás. A partir de 1860, a lavoura e a pecuária tornaram–se as atividades principais da região, ao mesmo tempo em que a mineração do ouro entrou em decadência devido ao esgotamento das minas. A navegação a vapor e a abertura de estradas no final do século XIX, possibilitaram o escoamento dos produtos cultivados no estado, permitindo o desenvolvimento da região. Em 1889, com a proclamação da República, a província passou a ser o estado de Goiás. No século XX, a construção da nova capital, Goiânia, foi muito importante para a economia do estado, que deu sinais de um novo surto de desenvolvimento com a criação de Brasília, a nova capital do Brasil, inaugurada em 1960. Em 1988, o estado de Goiás foi dividido e sua porção norte passou a constituir o estado do Tocantins. O objetivo principal dessa divisão foi estimular o desenvolvimento da Região Norte, onde estão concentradas as maiores carências sociais e também onde ocorreram com maior frequência, disputas pela posse de terras, provocadas pela concentração fundiária.
Por ocasião de nossa excursão à Goiás, alguns dados apresentados pelo guia e que muito nos chamaram atenção: em Goiânia não existem favelas e fazia 13 anos que não existiam cobradores nos ônibus. O prefeito reeleito 4 vezes e duas vezes como governador era Iris Rezende. Estavam sendo construídas 1000 casas pré-fabricadas e já haviam sido entregues 5000 casas, cujos moradores pagam 60 reais por mês. Aqui era raríssimo ver alguém pedindo esmola no sinal e a polícia era a segunda mais bem paga do Brasil. Havia também em Goiânia 43 faculdades e 3 universidades. O estado de Goiás possuía 244 municípios. O que chama a atenção em Goiânia é um Hospital: trata-se do Hospital para Queimados, muito conhecido e que é uma referência nacional. Em Goiânia 99% das avenidas tem número e letras. As praças são muito bem cuidadas. A estação rodoviária é uma atração turística.
Nosso guia nos informa sobre alguns eventos interessantes e imperdíveis, em Goiânia: • A Feira do Luar, aos sábados das 17 h até às 22 h, na Praça Tamandaré. São 950 expositores; a Feira Cora Coralina, na rua do lazer-comercialização de doces; as feiras do doce, mel e da Natureza – tardes de domingo (comidas e bebidas naturais) 252 expositores; a Feira das Nuvens – sexta-feira à tarde em frente ao hiper Moreira; e no domingo• a Feira Hippie!
No nosso passeio pela cidade passamos pelo cemitério Jardim das Palmeiras, onde está enterrado o cantor Leandro. |
Voltando à excursão, nosso guia nos leva para o almoço, no ótimo restaurante“ Chão Nativo”, um local acolhedor, espaçoso e diversificado, onde passamos bons momentos. Enquanto sua decoração refletia o ambiente típico destas regiões, a comida farta e diversificada nos convidava a fazer a experiência de degustar pratos desconhecidos.
Depois de visitarmos a cidade e escutarmos muitas informações sobre esta linda capital, neste dia 14 de julho, nós partimos às 14 horas para a cidade de Pirenópolis. Aqui, alguns dados históricos desta importante e turística cidade goiana.
“Pirenópolis é uma cidade histórica, sendo uma das primeiras do estado de Goiás. Foi fundada com o nome de Minas de Nossa Senhora do Rosário Meia Ponte pelo português minerador Manoel Rodrigues Tomar. […]. Segundo a tradição local, o arraial foi fundado em 7 de outubro de 1727, porém não há documentos comprobatórios e muitos historiadores e cronistas antigos afirmam ser a fundação em 1731. Foi importante centro urbano dos séculos XVIII e XIX, com mineração de ouro, comércio e agricultura, em especial a produção de algodão para exportação, no século XIX. Ainda no século XIX, com o nome de cidade de Meia Ponte, destacou-se como o berço da música goiana, graça ao surgimento de grandes maestros, bem como berço da imprensa em Goiás, já que ali nasceu o primeiro jornal do Centro Oeste, denominado Matutina Meiapontense. Em 1890, mudou seu nome para Pirenópolis, o município dos Pireneus, nome dado a Serra que a circunda. Ficou isolada durante grande parte do século XX e redescoberta na década de 1970, com a vinda da capital Brasília para o Centro-Oeste, o que conservou praticamente intocado o seu belo e simples casario”.
Pirenópolis, cidade está localizada ao pé da Serra dos Pireneus, é privilegiada no potencial turístico, possuindo um clima agradável e dezenas de cachoeiras em suas proximidades, agradando os ecoturistas e amantes da natureza. |
Na década de 1970, foi famosa por abrigar, uma colônia de hippies e outros integrantes de correntes esotéricas, que afirmam ser o lugar privilegiado por sua localização, energeticamente bem situada.
O maior e mais antigo patrimônio histórico e eclesiástico e maior exemplo barroco de Goiás é a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, que foi construída em 1728, em Pirenópolis. A Igreja de Nossa Senhora do Carmo, construída em 1750, em Pirenópolis. |
A primeira paisagem que vi ao longe, ao chegar perto de Pirenópolis, foi uma pedreira. |
Já sabia que aqui a extração de pedras é a atividade econômica básica. Na entrada da cidade de Pirenópolis, um grande portal nos acolhe. Ao lado deste portal está a universidade.
Neste primeiro momento da chega a Pirenópolis, uma dificuldade: nosso ônibus de turismo não poderia entrar na cidade histórica. Impede-se a entrada de grandes ônibus para que a cidade seja poupada da destruição. A polícia então nos acompanhou e nós chegamos ao muito agradável, hotel do SESC. Após nos instalarmos num quarto simples, mas muito aconchegante, saímos andando pela histórica e simpática Pirenópolis. A noite estava chegando, o céu estava especial e eu não pude deixar de fazer estas fotos! A cidade de Pirenópolis com sua paisagem, nos emociona!
Nesta primeira visita andei por suas ruelas, admirei pousadas em casas coloniais e pude observar o movimento dos bares, já preparados para receber muitos turistas. As ruas com muitos ateliês e artesanatos, com as mesinhas de bar colocadas nas calçadas, com as ruas pavimentadas com pedras de Pirenópolis, nos fazia voltar, em espírito, ao tempo colonial, quando Pirenópolis brilhava no esplendor do ciclo do ouro.
Pela história sabemos que Pirenópolis nasceu de um pequeno arraial minerador do início do século XVIII. Tombada pelo patrimônio Histórico nacional em 1989 , hoje se constitui em um dos mais ricos acervos patrimoniais do Centro Oeste, tendo sido um centro urbano florescente até os fins do século XIX. Em seguida, houve um período de estabilidade e isolamento, que a manteve intocada pelas transformações do século XX. Por esta razão, a antiga “Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte” conservou, praticamente intacta, sua feição original. Em Pirenópolis unem-se duas vertentes formadoras de uma cultura vigorosa; o bem patrimonial conservado íntegro e o pensar e fazer cotidiano de seus moradores, pautado em tradições seculares, que a contemporaneidade não conseguiu abalar. Hoje vemos brilhar uma Pirenópolis que ressurgiu como um centro de turismo, importantíssimo. Aqui o ambiente histórico conservado, pacífico, onde tempo parece que parou, nos convida a entrar no clima. Nunca vou esquecer Pirenópolis!!
As Cavalhadas
Em Pirenópolis, acontecem as célebres cavalhadas, uma festa que também tem sua explicação histórica, ligada à Europa e a Carlos Magno.
“Durante a dinastia carolíngia, em finais do século VIII d.C., portanto há quase de 1300 anos, Carlos Magno, de religião cristã, investiu contra os sarracenos, de religião islâmica, para impedi-los de invadir o centro da Europa, o sul da França”.
“No século XVIII, motivada por novos conflitos religiosos, a rainha Isabel, de Portugal, instituiu uma representação teatral a ser encenada por cavaleiros. Introduzida no Brasil pelos padres jesuítas com a função de catequizar índios e escravos, a festa das Cavalhadas é uma tradição que, desde 1820, mobiliza e emociona a população de Pirenópolis. As mobilizações começam uma semana antes da batalha, quando as duas tropas passam de casa em casa, seguidas por uma banda de música, para chamarem os cavaleiros para os ensaios. Comandados por seus Reis (o mais importante componente de cada grupo), as duas frentes de batalha se encontram na casa onde é servida a “Farofa” (um reforçado café da manhã) e, após rezas e danças folclóricas, seguem finalmente para o ensaio”.
Antigamente, em Pirenópolis, a festa era apresentada no largo da Matriz e hoje é feita no campo das cavalhadas com camarotes, palanques e arquibancadas. As cavalhadas sempre foram corridas ao som de banda de música, durando três dias, de domingo a terça-feira. Os mascarados usam roupas extravagantes e máscaras de boi ou onça, enfeitadas com flores de papel. Montados à cavalo ou à pé, fazem algazarras e dançam pelas ruas da cidade, numa manifestação de alegria para espantar o maus espíritos. Saem durante a Festa do Divino e Cavalhadas.
Dia 15 de julho – quinta-feira
Neste dia fizemos um city tour, a pé, pelos principais pontos turísticos de Pirenópolis. O que nos chama a atenção são as pedras que cobrem as ruas e as calçadas, praças e as casas, conhecidas como Pedras Pirenópolis ou Quartzito Goiás, quartzito este, encontrado em muita abundância na região.
Neste dia 15, visitamos igrejas centenárias e conhecemos suas histórias de festas e de tragédias (incêndios), suas histórias de escravos e nobres, casas centenárias, artesanatos típicos da região. Todas as casas de artesanatos tem as célebres namoradeiras de todos os tamanhos e cores, representando hábitos antigos destas populações.
Ao meio dia formos almoçar num restaurante interessante e muito concorrido. Em meio a um grande congraçamento, conhecemos muitos produtos da terra que estavam à venda. Lá alguém nos forneceu uma farinha que ele mesmo tinha fabricado. À noite, passei pela cidade e conversei com diversas pessoas em seus ateliês e casas de artesanato, admirando o “sem limites” da “criatividade humana”. Ao sair, caminhando pela calçada de pedras lisas, um incidente: escorreguei e caí (nada grave). Fui rapidamente ajudada pelas pessoas com quem tinha conversado. Ainda muito grata pela ajuda recebida, descobri que aquela moça que me ofereceu água e cadeira para me sentar por ocasião do acidente, era de Florianópolis. Adorei esta sincronicidade. Conversamos ainda mais depois, uma conversa agradável e instrutiva. Ao voltar para casa, percorrendo as estradas históricas de Pirenópolis, conheci mais pousadas que por fora, são simples estruturas, mas, em seu interior, são espaçosos e agradáveis ambientes, preparados para bem receber os turistas. Encontrei, em frente a uma pousada uma moça que havia feito Ciências Sociais em Brasília e que me falou-sobre o turismo em Pirenópolis. Agora ela dirigia esta Pousada!
Este passeio noturno pela cidade foi mais uma oportunidade para conhecer as célebres Pousadas desta cidade. Digo mais uma vez: por fora, se apresentavam como pequenas casas coloniais, mas ao abrir a porta, vimos que o espaço interior é muito grande. Às vezes, há mais de vinte apartamentos, artisticamente apresentados para os hóspedes, que vêm, segundo me dizem, principalmente, de Brasília e de Goiânia. Na Internet pode-se ter acesso às fotos e mais informações. Posso dizer, mais uma vez, que Pirenópolis é uma cidade para a qual eu gostaria de retornar, pois me encantou, demais!
Dia 16 de julho – sexta-feira
Neste dia, muito cedo, às 8 horas, deixamos Pirenópolis e partimos para Brasília. O primeiro monumento, que visitamos em Brasília, ao redor das 11 h, foi a torre, um projeto de Lúcio Costa, de 224 m de altura.
O elevador da torre só nos pôde levar até o segundo andar, pois o elevador estava em manutenção. Teríamos gostado de subir os 220 m da torre para ter uma visão mais completa de Brasília, mas neste dia, isto não foi possível.
Na torre, a 25 m de altura funciona o Museu Nacional de Gemas; a 75 m, o mirante com capacidade para 150 pessoas. À sua frente encontra-se a escultura “Era Espacial” de Alexandre Wakenwith. |
Aqui, neste amplo espaço ao redor da torre, aos sábados, domingos e feriados, funciona a tradicional Feira de Artesanato, das 8h às 18h.
Da torre, vimos a nova feira em processo de construção, em sua forma de labirinto, conforme pode-se ver nesta foto! |
Visitamos também a feira atual, ao redor da torre . O artesanato de Mandalas lá estava a nos mostrar os materiais, próprios do cerrado, que o artesão usou neste belo trabalho. |
Um outro lugar que muito me tocou pela beleza de sua arquitetura foi o Santuário Dom Bosco! Os sonhos deste sacerdote italiano a respeito de Brasília!
“Dom Bosco sonhou com a fundação de Brasília. Era o dia 30 de agosto de 1883. Dom Bosco vê em sonho, aproximar-se um jovem muito amável e de beleza sobre-humana, dizendo-se seu amigo e dos Salesianos e que vinha em nome de Deus para dar-lhe um pouco de trabalho: começaram fazendo uma grande viagem pela América Latina. Partem de trem de Cartagena na Colômbia. Atravessam regiões de densas matas e caudalosos rios, onde encontraram pessoas de estatura gigantesca. Pergunta Dom Bosco ao jovem onde estavam e ele responde: “Note bem, observe! Viajaremos ao longo da cordilheira da América do Sul”. Enquanto examinavam o mapa, a máquina apitou e o trem pôs-se em movimento. Atravessaram montanhas, bosques e planícies. Enxergavam nas vísceras das montanhas e no subsolo da terra. Tinham debaixo dos olhos as riquezas incomparáveis daqueles países, riquezas que um dia viriam a ser descobertas. Viam numerosos filões de metais preciosos, minas inexauríveis de carvão, depósitos de petróleo extremamente abundantes. Exatamente entre os paralelos de 15º e 20º havia uma enseada bastante extensa que partia do ponto onde se formava um grande lago. Ouviu-se então uma voz: ‘Quando se escavarem essas minas escondidas em meio a esses montes aparecerá aqui a terra prometida que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível’. A viagem prosseguiu até o sul da Patagônia e houve o regresso até o ponto de partida na Venezuela”.
O Santuário de Dom Bosco é um lugar de extrema beleza. Projeto de Carlos Alberto Naves, tem 80 colunas, estilo “brise soleil” que fecham em arcos góticos, de 18 metros de altura, com vitrais em 12 tons de azul, simbolizando um céu estrelado.
“O brise-soleil (expressão francesa cuja tradução literal seria quebra-sol, embora seja comum a utilização apenas da palavra brise em português) é um dispositivo arquitetônico utilizado para impedir a incidência direta de radiação solar nos interiores de um edifício, de forma a evitar aí a manifestação de um calor excessivo”
Eles formam um vão totalmente livre, medindo 1.600 metros quadrados. E como isso é possível? A resposta está no lustre central, montado no teto e sustentado por cabos de aço que, por sua vez, vêm de dentro dos arcos, amarrando o concreto. Desenho de Alvimar Moreira, o lustre tem 7.400 copos de vidro murano e 180 lâmpadas; pesa 2.600 quilos. Sorte de quem consegue vê-lo aceso, o que só acontece em cerimônias, pois a regalia é cobrada por minuto. A cruz do altar mede 8 metros e o Cristo, com 4,3 metros de altura, foi esculpido numa única tora de madeira por Godofredo Thaler, da cidade catarinense de Treze Tílias. As portas do templo são em chapa de ferro e bronze e trazem gravados, pelo escultor Siron Franco, temas sobre o sonho profético de Dom Bosco, a primeira missa, a Via Sacra e o próprio Santuário. Fica na W3 Sul, próximo da região central.
E mais sobre Dom Bosco:
Muito já se falou sobre a biografia de Dom Bosco, porém, suas premissas não se esgotam. Ele viveu no século XIX, mas, hoje, em plena era da tecnologia, num cenário em que as informações se tornam obsoletas num curto espaço de tempo, sua filosofia é praticada no desenvolvimento de trabalhos com crianças e jovens do mundo inteiro. Consagrado pai e mestre da juventude, ele criou o Sistema Preventivo de Educação, um método educativo, que sugere ao educador se dispor pacientemente como presença significativa e amorosa junto à juventude. Tudo o que Dom Bosco expôs na teoria ele viveu na prática. Seu método de educação foi criado com base em circunstâncias e fatos da sua história de espiritualidade cristã, dificuldades financeiras e de relacionamento familiar que não deixam dúvidas da sua validade. Suas ideias inovadoras eram recebidas com espanto, mas o resultado de suas ações provou a importância do amor, da empatia e da solidariedade em relação à juventude. O Instituto tem Dom Bosco como seu patrono, pois a filosofia de trabalho desenvolvida na entidade tem reflexos na história de vida do sacerdote. Durante toda a sua existência ele se dedicou aos jovens que viviam nas ruas, expostos à violência, aos vícios, aos que não tinham formação cultural e escolar, aos abandonados e aos excluídos. Ele morreu aos 72 anos e sua herança pedagógica vem sendo utilizada em diversos países do mundo.
“O meu sistema? Simplicíssimo: deixar aos jovens a liberdade de fazer o que mais lhes agrada. O problema é descobrir neles, germes de boas disposições e procurar desenvolvê-las.” Isto é fantástico!
Às 12 horas, almoçamos, por conta do SESC, no restaurante “Assados e Grelhados” Um grande restaurante, com muitíssimas pessoas e um ótimo buffet. Foi muito interessante conhecer, um pouco da realidade cotidiana da cidade de Brasília, neste restaurante! |
Depois, continuando nosso city tour, entramos no centro monumental, visitando o memorial JK. Foi muito interessante esta visita. |
O Memorial JK é um museu na cidade de Brasília, projetado por Oscar Niemeyer, inaugurado em 12 de setembro de 1981 e dedicado ao ex-presidente brasileiro Juscelino Kubitschek, fundador da cidade de Brasília. No local, encontram-se o corpo de JK, diversos pertences, como sua biblioteca pessoal, e fotos, tanto dele como de sua esposa Sarah. Apresenta obras projetadas por Athos Bulcão em sua área externa, um vitral desenhado pela artista Marianne Peretti sobre a câmara mortuária e uma escultura de 4,5 metros de autoria de Honório Peçanha. É um lugar de visita obrigatória a quem for a Brasília. Em seu interior encontra-se a Sala das Metas, biblioteca de JK, com aproximadamente 3 mil volumes, uma sala de pesquisas, auditório e exposição de fotos, medalhas, documentos e peças da construção de Brasília. Destaque para câmara mortuária no salão circular, onde encontra-se os restos mortais do ex-presidente. Na área externa está o carro de Juscelino. Aqui marcamos nossa presença com estas fotos.
Em seguida, continuamos o city tour, fomos para a Asa sul.
O Palácio da Alvorada, uma das mais importantes obras da arquitetura de Brasília, é o primeiro prédio construído em alvenaria na nova capital. Está localizado numa península que divide o Lago Paranoá em Lago Sul e Lago Norte. |
À sua frente, na margem posterior, localiza-se a Ermida Dom Bosco Residência oficial do Presidente da República, o Palácio da Alvorada foi inaugurado em 30 de junho de 1958. Com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, teve suas obras iniciadas no dia 3 de abril de 1957, pela engenharia da Construtora Rabello. Anterior a isso, o Presidente Juscelino Kubitschek, durante suas viagens em visita à construção de Brasília, hospedava-se no Palácio do Catetinho, um sobrado em madeira, situado à Saída Sul da cidade. A histórica frase pronunciada no discurso de lançamento da pedra fundamental da nova capital descreve, com exatidão, o espírito que acompanhou os pioneiros construtores destas obras liderados por JK:
“Deste Planalto Central, desta solidão em que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável em seu grande destino”. 02/10/56. (Este texto ocupa a parede dourada do hall de entrada do Palácio”. |
Estivemos no Centro de Convenções Uliyses Guimaraes!
O Centro de Convenções Ulysses Guimarães CCUG – gerenciado pela Secretaria de Turismo do GDF – SETUR, foi projetado pelo arquiteto Sérgio Bernardes, reformado, ampliado e parcialmente inaugurado em 2005. Neste primeiro dia em Brasília, à noite, participamos de um teatro, muito bom. No dia seguinte, nos espera novo city tour. Há muito a conhecer aqui em Brasília.
Dia 17 de julho – sábado
Neste sábado, Márcia foi nossa guia para conhecer um pouco mais de Brasília, a cidade que o arquiteto Júlio Costa inventou, como ele mesmo escreveu.
Fiz uma foto desta parede com as palavras de Julio Costa.
“Brasilia, cidade que inventei” |
E que Juscelino Kubitschek de Oliveira realizou conforme também está escrito neste mural.
“Brasília, Capital Federal da República Federativa do Brasil, situa-se no Distrito Federal, na região centro oeste do Brasil as margens do Lago do Paranoá. É uma cidade moderna e cosmopolita onde convivem todo o tipo de raças, culturas e religiões e foi declarada pela UNESCO ‘Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade’. Possui um rico patrimônio arquitetônico e é a sede da Administração do Governo Federal. Suas ruas e praças estão inundadas de templos, palácios, teatros, galerias de arte, monumentos e Universidades, tudo isso rodeado de amplas zonas verdes; Brasília é a cidade com maior área verde por habitante do país. Além disso, todo o seu entorno é um verdadeiro paraíso povoado de áreas naturais, reservas ecológicas, montanhas, grutas, vales, rios, cascatas, piscinas naturais e lagunas, merecendo especial destaque o ‘Parque Nacional de Brasília’, um dos lugares preferidos pelos amantes do turismo ecológico e de aventura”.
E mais: Veja como é longa a ideia histórica da transferência da capital para o centro do país:
“No ano de 1716 a necessidade de mover-se a Capital do país em direção ao interior, longe dos portos, foi sugerida pelo Marquês de Pombal, para garantir a segurança do país dos constantes ataques de tropas inimigas. No ano de 1789 um dos principais objetivos dos integrantes da ‘Conjuração Mineira’ era o de mudar a capital em direção à região central do Brasil. Depois da Independência do Brasil, no ano de 1823 o deputado Antônio Ferreira Franca leu um escrito de José Bonifácio de Andrada e Silva no qual se propunha a instalação da capital do país na Comarca de Paracatu do Príncipe, cujo nome seria eleito entre duas possibilidades, Brasília ou Petrópole. Uma profecia predizia o nascimento de uma grande civilização entre os paralelos 14 e 20, exatamente no ponto onde se construiu a Cidade de Brasília. No ano de 1883 o padre salesiano João Bosco, teve um sonho, na cidade italiana de Turim, onde predizia a origem da Capital do Brasil. Já no século XX no ano de 1922, foi lançada no morro da Capelinha a ‘Pedra Fundamental do Distrito Federal’, mas somente no dia 18 de setembro de 1946 foi quando a Constituição determinou que a capital do Brasil fora transferida para o Planalto Central. Anos mais tarde, em 1956, depois da eleição como presidente de Juscelino Kubitschek se iniciou a construção de Brasília. Foi projetada pelo urbanista Lúcio Costa, desenhos do arquiteto Oscar Niemeyer e jardins de Burle Marx e o seu traçado se assemelha a um avião com as asas inclinadas ligeiramente para baixo. Uma das suas primeiras construções foi o Catetinho, utilizado no começo como residência presidencial de Juscelino Kubitschek. No dia 21 de abril de 1960 foi inaugurada a nova Capital do Brasil por Juscelino Kubitschek, e foi instalada no Distrito Federal, às margens do Lago Paranoá, um lago artificial formado na confluência de vários rios e riachos. No ano de 1987 a cidade de Brasília, foi declarada pela UNESCO ‘Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade’, devido ao rico patrimônio construído em toda a cidade. Atualmente Brasília é uma grande cidade, moderna e cosmopolita, que nas últimas décadas se está convertendo em um dos destinos turísticos mais visitados do Brasil, principalmente pelos amantes do turismo cultural e ecológico”.
Vimos, emocionados, esta cidade maravilhosa. Lá estava, em bronze o já muito conhecido monumento aos “candangos”, os nordestinos construtores de Brasília e também, o grande mastro de 286 m2 que ostenta a bandeira nacional. |
Algumas informações interessantes são dadas por Márcia, nossa cicerone. A cada mês, a bandeira doada por um estado da federação é substituída. As bandeiras usadas são guardadas e incineradas no dia 19 de novembro, dia da bandeira. |
Passamos também pelo Museu Panteão da Pátria, Tancredo Neves.
O Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, mais conhecido como “Panteão da Pátria”, foi inaugurado em 7 de setembro de 1986, patrocinado pela Fundação Bradesco e doado ao Governo nacional durante a gestão de José Sarney. Localiza-se na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Apresenta arquitetura modernista, simbolizando uma pomba, criada por Oscar Niemeyer. Possui três pavimentos, somando área total construída de 2105 m². Criado para homenagear os heróis nacionais, ou seja, aqueles brasileiros que possuíram ideais de liberdade e democracia, o Panteão consagra, também, a memória de Tiradentes, que além de ser um dos heróis nacionais é o Patrono Cívico da Nação Brasileira. Também visitamos a Câmara e o Senado com suas diversas salas admirando suas obras de arte.
Também tivemos a oportunidade de ver, no interior da praça, numa passagem subterrânea, a maquete de Brasília, feita por dois arquitetos do Rio de Janeiro. Nesta maquete entendemos com mais nitidez o traçado de Brasília. O Lago artificial Paranoá, por exemplo, aparece com mais nitidez aos nossos olhos e é imenso e banhando tanto a Asa Sul de Brasília quanto a Asa Norte, que vemos aqui, bem representadas neste esboço.
Em nosso city tour tivemos a emoção de visitar a Ermida de Dom Bosco que é uma pequena capela construída em homenagem ao homem que lhe dá nome e que foi beatificado pelo Papa em 1962. Tem forma de uma pirâmide de base inclinada, é revestida em mármore branco e possui uma cruz metálica no topo.
Foi projetada por Oscar Niemeyer e construída sobre uma plataforma de lajes às margens do Lago Paranoá.Tem uma tipologia moderna, mas é um monumento bem simples, sem muitos ornamentos. Inaugurado em 4 de maio de 1957, o local é o primeiro templo de Brasília e oferece uma vista privilegiada de todo o Plano Piloto, com destaque para o Palácio da Alvorada, o Eixo Monumental e a Esplanada dos Ministérios. Sua localização não é aleatória. Está no ponto de passagem do paralelo 15º, com o qual Dom Bosco teria sonhado em 1883.
Visitamos também o templo da Boa Vontade: considerado uma das 7 maravilhas do patrimônio Cultural de Brasília. Vamos para a internet e ler algo sobre o Templo da Boa Vontade:
“Construído em forma de pirâmide de sete lados, tem 21 metros de altura. Uma das atrações é o cristal, o maior já visto na região na região Centro-Oeste. Pesa 21 Kg, tem 40 centímetros de altura e está depositado no ápice da pirâmide. Sob o cristal, os visitantes percorrem um caminho em espiral em busca de energização, rezando ou meditando. No local existe também uma fonte de água purificada, energizada pelo cristal. São sete os locais de visitação: a sala egípcia, o salão nobre, a galeria de arte, o Memorial Alziro Zarur, a loja de souvenires, a nave principal e o ParlaMundi da LBV, também revestido de mármore branco, com vários auditórios”.
A visita ao Templo da Boa Vontade nos impacta. Percorremos o Labirinto, visitamos o salão que guarda as imagens de as grandes pessoas que enriqueceram a humanidade com o exemplo de suas vidas.
Lá comprei um jogo de “runas” cujas pedras são de quartzo rosa. Como eu já as conhecia, mas não muito, vou para a Internet para obter algum conhecimento a mais. |
Oráculo das Runas:
“O Oráculo das Runas (também chamado de Oráculo Sagrado) foi concedido a Odin, Pai de todos os deuses e homens, com o dom da profecia através dele. Com suas pedras mágicas e do Alfabeto Rúnico, Odin deixou aos Vikings, a secreta sabedoria das Runas. Assim como naquela época, hoje em dia, usamos as Runas como um Oráculo, para encontrarmos aconselhamentos e também compreender as atitudes que devemos realizar para adquirir conhecimentos sobre a nossa vida. Composto de 25 pedras rúnicas e um saquinho para acondicioná-las, além de um manual explicativo com modos de leitura e significado de suas pedras mágicas”.
A excursão continuou e passamos agora por árvores cheias de frutos e com nenhuma folha. Isto nos chamou atenção. Depois passamos pelo parque da cidade, pelo Senai, pela Imprensa Nacional, a sede do Correio Brasileiense, atravessamos o Eixo monumental, pelo Centro de Convenções. Passamos por uma aglomeração de pessoas e aqui, diz nossa guia, é muito natural e frequente estas aglomerações que reúnem pessoas reivindicando algo. Passamos pelo Museu Nacional, e chegamos, enfim na Catedral de Nossa Senhora Aparecida.
“A Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, mais conhecida como Catedral de Brasília, é a catedral metropolitana. Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, sua pedra fundamental foi lançada em 12 de setembro de 1958. Teve sua estrutura pronta em 1960, onde apareciam somente a área circular de 70 metros de diâmetro, da qual se elevam 16 colunas de concreto (pilares de secção parabólica) num formato hiperboloide, que pesam 90 toneladas. O engenheiro Joaquim Cardozo foi o responsável pelo cálculo estrutural que permitiu a construção da catedral. Em 31 de maio de 1970 foi inaugurada de fato, já nesta data com os vidros externos transparentes. Na praça de acesso ao templo, encontram-se quatro esculturas em bronze com três metros de altura, representando os evangelistas; as esculturas foram realizadas com o auxílio do escultor Dante Croce, em 1968. No interior da nave, estão as esculturas de três anjos, suspensos por cabos de aço. As dimensões e peso das esculturas são de 2,22 m de comprimento e 100 kg a menor; 3,40 m de comprimento e 200 kg a média; e 4,25 m de comprimento e 300 kg a maior. As esculturas são de Alfredo Ceschiatti, com a colaboração de Dante Croce, em 1970. O batistério em forma ovoide teve em suas paredes o painel em lajotas cerâmicas pintadas em 1977 por Athos Bulcão. O campanário composto por quatro grandes sinos, doado pela Espanha, completa o conjunto arquitetônico. A cobertura da nave tem um vitral composto por 16 peças em fibra de vidro em tons de azul, verde, branco e marrom inseridas entre os pilares de concreto. Cada peça insere-se em triângulos com 10m de base e 30 m de altura e foram pintados por Marianne Peretti em 1990. O altar foi doado pelo papa Paulo VI [e a imagem da padroeira Nossa Senhora Aparecida é uma réplica do original que se encontra em Aparecida – São Paulo]. A Via Sacra é uma obra de Di Cavalcanti. Na entrada da catedral encontra-se um pilar com passagens da vida de Maria, mãe de Jesus, pintados por Athos Bulcão. Por estar situada na Esplanada dos Ministérios, a catedral não apresenta uma comunidade fixa — grande parte dos fiéis que a frequentam é composta por turistas e por fiéis que trabalham na Esplanada. A catedral está aberta todos os dias para visitas, com exceção dos horários da missa”.
Aqui vemos o Memorial dos Povos Indígenas foi projetado por Oscar Niemeyer em forma de espiral que remete a uma maloca redonda dos índios Yanomami. O espaço tem área construída de 2.984,08 m2, com acesso principal através de uma rampa. |
Tem por objetivo mostrar a grande diversidade e riqueza da cultura indígena de forma dinâmica e viva. Com esse propósito, promove diversos eventos com a presença e a participação de representantes indígenas de diferentes regiões do país.
No acervo, há, peças representativas de várias tribos, incluindo exemplares da coleção Darcy-Berta-Galvão com destaque para a arte plumária dos Urubu-Kaapor; bancos de madeira dos Yawalapiti, Kuikuro e Juruna, máscaras e instrumentos musicais do Alto Xingu e Amazonas. O Teatro Nacional Cláudio Santoro foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A construção teve início no dia 30 de julho de 1960, e a estrutura ficou pronta em 30 de janeiro de 1961, mas por cinco anos a obra ficou parada. A Sala Martins Pena ficou pronta em 1966 e, após dez anos de atividade, foi fechada para reforma e finalização do teatro que ocorreu em 21 de abril de 1981.
O teatro Nacional Claudio Santoro localiza-se na Via N2, Setor Cultural Norte, possui estrutura com forma de pirâmide irregular: no seu interior destacam-se as salas Martins Pena, Villa-Lobos e Alberto Nepomuceno, onde se realizam, ao longo de todo o ano, numerosos atos e representações culturais.
Claudio Santoro foi professor fundador do Departamento de Música da Universidade de Brasília. Em 1979 fundou a Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, atualmente Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, da qual foi regente titular até sua morte em março de 1989.
Conhecer um pouco mais Brasília foi gratificante.
À noite, no Sesc, recebi a visita de Adele, que conheci aqui em Canavieiras e é irmã de minha amiga Solange. Com ela visitei o Shopping Pátio Brasil e saboreamos uma gostosa Pizza. Voltando ao SESC fomos ver novamente um teatro em sua sede social. |
Dia 18 de julho – domingo
Domingo de manhã deixamos o hotel do SESC de Brasília, e partimos para Caldas Novas. No caminho o espetáculo de sempre: planalto, cerrado, às vezes gado, às vezes plantações, boas estradas e uma característica destas áreas do cerrado: sempre muitos trevos e retornos. Daqui partem estradas para todas as direções. Chegamos em Caldas Novas às 13h30 e almoçamos no restaurante do hotel SESC, o maior do que havíamos conhecido até aqui. Nossa permanência neste local será de uma semana.
Às 14 h todos pegaram suas malas e esperaram para subir com os dois elevadores. Isto demorava muito. Mas havia outra forma de chegar aos quartos: seria subindo pela bela rampa de 3 andares, que por achar muito bonita, fiz dela esta foto. |
A emoção de saber que vamos ficar nesse lugar paradisíaco, nos faz muito bem. Estou hospedada no quarto número 116 e sei que vou descansar nestes dias, conhecendo as belezas que são muitas. Mas vamos saber algo sobre este complexo, situado em Caldas Novas, onde está a maior estância mineral do mundo.
“Caldas Novas é um município brasileiro do estado de Goiás. Sua população estimada em 2009 pelo IBGE era de 68.588 habitantes. O município é conhecido por ser a maior estância hidrotermal do mundo, possuindo águas que brotam do chão em temperaturas que variam de 20° a 60°. A principal fonte de renda do município é o turismo. Na alta temporada, a cidade chega a comportar mais de 500 mil turistas. A estrutura da cidade conta com hotéis, pousadas, chalés, clubes, boates e bares. Uma outra grande atração de Caldas Novas é o ecoturismo, uma vez que a cidade encontra-se às margens do lago da represa de Corumbá e ao lado da Serra de Caldas. O SESC Caldas Novas, dista 168 km de Goiânia, destaca-se como um dos maiores complexos de turismo, lazer e hospedagem do país”.
Um pouco da história do SESC:
“O Serviço Social do Comércio – SESC foi criado pelo Decreto-Lei nº. 9.853, de 13 de setembro de 1946, como resultado da ação de empresários e organizações sindicais, sob o comando de João Daudt d’Oliveira. Nasceu a Entidade com o objetivo de contribuir para o bem-estar e melhoria da qualidade de vida dos comerciários e de suas famílias e para o aperfeiçoamento moral e cívico da coletividade. Instituição de natureza assistencial e de direito privado, foi criada, é mantida e administrada pelo empresariado do comércio de bens e services”.
Esta unidade do SESC tem a melhor área de lazer da cidade de Caldas Novas, distribuída num terreno equivalente a 31 campos de futebol, e quase todas as atividades são abertas ao público. O recém-inaugurado bloco Wilton Honorato conta com ótimos quartos, todos com camas confortáveis, TV e internet”.
Nesta excursão nós tivemos a tarde de domingo e também a segunda-feira livres, onde aproveitamos para conhecer a imensa área do SESC fazendo caminhadas e também usando as muitas piscinas de água termal e sauna, que estão neste grande complexo hoteleiro. À noite deste domingo alguns excursionistas foram para a “Feira do Luar” que também se realizaria na segunda feira, neste período de férias.
Dia 19 de julho – segunda-feira
Este foi um dia livre e por esta razão foi também maravilhoso! Conhecemos o lugar, nadamos nas piscinas que são em número de 10. O tempo estava ensolarado e muito quente. À noite fomos conhecer a feira tradicional em Caldas Novas, a “Feira do Luar” que é realizada em uma área de mais de 1000 m2 no centro da cidade. Com mais de 100 barraquinhas, é um excelente lugar para quem quer ter uma visão geral do artesanato local e experimentar a saborosa culinária caldanovense.
Dia 20 de julho – terça-feira
Neste dia iremos para o Hot Park, um grandioso parque, situado ao lado da célebre e já, desde 1986, minha conhecida, a Pousada do Rio Quente. Na Internet:
“Um sonho radical, assim poderia ser definido o parque aquático Hot Park. Localizado no Rio Quente Resorts e diferente de tudo que já vimos, possui cinco mil metros quadrados com equipamentos radicais e o único do mundo de água quente natural, um local ideal para sua diversão”.
“A cidade do Rio Quente é famosa por abrigar o único rio de águas quentes do mundo com uma vazão de 150 milhões de litros/dia, cujas temperaturas variam entre 26 graus C e 47 graus C. Em sua composição tem propriedades terapêuticas comprovadas cientificamente. Foi a corrida pelo ouro na então provincial de Goiás no século XVIII que levou o bandeirante Bartolomeu Bueno Filho a descobrir as primeiras fontes borbulhantes no leito rochoso do Rio Quente”.
“Dezoito nascentes abastecem as diversas piscinas, corredeiras, toboáguas e lagoas do empreendimento, instalado no município de Rio Quente (31 quilômetros de Caldas Novas). O complexo, que conta também com hotéis e pousadas, é divido em dois espaços: o Parque das Fontes, com bares molhados, piscinas e espaços para descansar e relaxar que funcionam 24 horas por dia; e o Hot Park, mais radical, com corredeira e toboáguas, mas também com hidromassagem em banheiras de água quente, além da Praia do Cerrado. A “praia” tem areia branca e fina, coqueiros, nove tipos de ondas que podem atingir até 1,20 m de altura, restaurante e bar aquático. Entre um mergulho e outro nas águas em torno de 37 graus, uma intensa programação movimenta os visitantes de todas as idades. Entre as atividades, hidroginástica, esportes terrestres e aquáticos, passeios a cavalo ou em pedalinhos, mergulho, trilhas e tirolesa”.
Foi muito interessante conhecer o Hot Park.
À noite fomos passear pela cidade, Evelyn, Ely, Zenaide, Vera, Marisa e Eu. Passando num restaurante saboreamos o célebre sorvete assado delicioso, que nada mais é que do que um sorvete que recebe uma cobertura quente! |
Dia 21 de julho – quarta-feira
Neste dia, fizemos um City tour, acompanhados por um simpático guia, por esta cidade de Caldas Novas que, em 1986, quando a visitei, também numa excursão, era uma cidade muito pequena.
“Hoje Caldas Novas se agigantou! A arrecadação desta cidade é de 12 milhões de reais. Caldas Novas é a maior estância hidromineral do Mundo. Aqui é o lugar onde mais nasce água. O Rio Quente nasce aos pés da serra a 12 km, com a temperatura de 38 graus C. Em Caldas Novas as águas chegam a 52 Graus C. […] Até 1970 toda a cidade era abastecida com água quente. Hoje não se podem mais perfurar poços. Os aquíferos levam 30 anos para se recompor”.
Aqui há 183 poços de onde jorra água termal. A Pousada do Rio Quente nasceu aqui, em 1964, como como o primeiro SPA. Na década de 1980 a Pousada do Rio Quente foi vendida por 32 bilhões de dólares. Passamos pelo Balneário Municipal que está em reformas. Foi o primeiro poço perfurado em 1971. É, pois, o primeiro lugar de banho na cidade. O balneário desapropriado é de utilidade pública.
Visitamos o Hotel Prive que possui 18 poços artesianos e em frente a este hotel, fizemos esta foto da turma toda. Um dado interessante sobre os poços artesianos é que eles tiram a força das fontes naturais. É por este motivo que hoje, não é mais permitido perfurar novos poços em Caldas Novas.
Em Caldas Novas, visitamos a Igreja de Nossa Senhora das Dores, antiga de Nossa Senhora do Desterro, construída pelos escravos em 1850. Reformada em 1999, a Paróquia de Nossa Senhora das Dores manteve as paredes e colunas de madeira originais, que retratam a prosperidade da cidade à época de sua construção.
Também visitamos o Museu da soja, que achei muito interessante que funciona em horário comercial. O objetivo do museu é de contar a história da soja, mostrar os processos de produção e conscientizar os visitantes dos benefícios desse alimento. A empresa “Só Soja do Brasil” construiu este Museu da Soja a céu aberto, em Caldas Novas, em 2007. |
Nosso guia nos falou também da Lagoa Quente que dá nome ao parque (Lagoa do Pirapitinga), com bosques, piscinas termais e é onde as águas atingem a temperatura mais alta da região, porém não nos foi possível visitá-la. Na nascente da lagoa a temperatura da água é tão alta, 57,8 graus C, que é possível cozinhar um ovo em poucos minutos, nos informa o guia. |
Às 10h30 nós paramos no “Shopping Artesanal Serra Verde”. Lá comprei duas camisetas como lembrança de Caldas Novas, uma saída de banho e também um relógio. Os excursionistas também compraram bastante. Saímos às 11h10 e fomos para o Jardim Japonês. E posso afirmar que se há algo que não pode ser esquecido aqui em Caldas Novas, é este jardim.
O Jardim Japonês é um dos pontos turísticos de Caldas Novas e foi construído pelo japonês Toshiyuki Murai, hoje residindo no Brasil. É o ponto mais visitado pelos turistas, local de grande significado espiritualista e que deve ser visitado na companhia de um guia local treinado, que fará a interpretação dos vários componentes do Jardim. |
Inspirado nos jardins dos templos budistas, o Jardim Japonês é guardado por dragões, e lá, tudo tem um significado: as tamareiras representam os amigos, os cactos representam os inimigos, a ponte representa a paz, etc. Em meio à natureza exuberante, seus pagodes convidam à meditação, num lugar repleto de misticismo e livre do estresse cotidiano.
Às 11h50 fomos conhecer uma Cachaçaria, que existe aqui, faz 14 anos. Admiramos sua arquitetura e ouvimos uma explicação sobre a fábrica de cachaça. Esta cachaçaria é uma verdadeira obra de arte como vemos pelas fotos abaixo! Saboreamos suas especiarias, cachaças, licores, e também experimentamos sorvete de rapadura.
Realmente visitar esta Cachaçaria foi algo muito interessante de se conhecer!
Dia 22 de julho – quinta-feira
Nesta manhã, após o café, o gerente do Shopping artesanal “Serra Verde” veio nos buscar, Vera, Evelyn, Eduardo, Zenaide e eu, para trocarmos ou fazermos algumas compras a mais. Retornamos do shopping às 10 h e eu fui ver, no computador os e-mails, pois a Internet no SESC está à disposição dos usuários, gratuitamente, por meia hora. |
Às 12h almoçamos nos espaçosos restaurantes do SESC e às 14 h, fomos, com uma van conhecer o “Náutico Praia Clube”, que é um parque aquático muito bem organizado, com lindas piscinas de águas esverdeadas, com muito pés de coco, com grandes cachos de todos os tamanhos, desde aqueles prontos para serem colhidos até os bens pequenos que, bem no alto da árvore, são a promessa de uma ótima colheita.
O passeio ao Náutico Praia Clube nos levou a um local com aproveitamento das belezas naturais juntamente com o trabalho paisagístico, fora de série. Após conhecer o parque e entrar em suas piscinas, fomos até o barco que faria um passeio pelo Lago Corumbá, um lago artificial, formado pela represa do rio Corumbá! Lá houve alguma explicação sobre o local e muito mais recreação feita com os viajantes por uma recreador profissional. Fiquei com pena que não tenha sido a observação do local e sua história, a ênfase maior dada neste passeio. Mas, infelizmente, o que mais vemos em todo o lugar é a infantilização das pessoas em vez de torná-las conscientes dos processos dos quais estão participando! E estávamos num lugar que merecia mais!
“Com 100 km de extensão e 65 km2 de área, o lago da Hidrelétrica de Corumbá é formado pelos rios Pirapitinga, Piracanjuba, Peixe e São Bartolomeu e se localiza a 9 km do Centro de Caldas Novas. Com perímetro bastante recortado e natureza exuberante, é ótimo para a prática de esportes náuticos, como lancha e jet-sky”.
No passeio observamos as partes de terra que a represa não conseguiu alagar e nestas partes altas se situam casas e também escadas que conduzem ao fundo da represa. Neste tempo a represa está meio vazia, a água já desceu 15 metros.
A Usina Hidroelétrica de Corumbá
“As principais obras civis foram iniciadas em janeiro de 1989. A primeira fase de enchimento do reservatório teve início em setembro de 1996, sendo atingida a cota máxima em março de 1997. Com as obras civis praticamente concluídas, faltando apenas o término da montagem eletromecânica da segunda e terceira máquina, a Usina Hidroelétrica de Corumbá, entrou em operação em junho, com 30 dias de antecedência e a terceira em novembro do mesmo ano”.
Voltamos para o hotel pelas 17 horas e após o jantar fomos ao “Luau” que estava sendo organizado nas dependências SESC. O “Luau”, às 21 h, estava muito concorrido e uma grande fogueira iluminava o ambiente dando ao lugar um ar de mistério. Havia cantores entoando canções conhecidas e, também, desconhecidas e num certo momento, a convite, a turma de Floripa soltou a voz na canção. “Um pedacinho de terra…….perdido no mar”, que recebeu palmas dos presentes. Havia comidas típicas e nós experimentamos o quentão de vinho e também o de cachaça (este muito forte). As árvores iluminadas nos alegravam o ambiente! O “Luau” nos propiciou bons momentos nesta noite fria de inverno.
Quando a fogueira ainda estava muito linda, tendo já queimado bastante as madeiras transformadas em brasas ardentes de uma beleza toda especial, como mostra a foto, nós saímos, mas muito felizes de ter participado deste “Luau” em Caldas Novas. No dia seguinte, levantamos cedo, pois precisamos sair às 7h30. É o início da viagem de volta!
Dia 23 de julho – sexta-feira
Saímos às 8h15, após batermos as últimas fotos do lugar. A primeira foto foi a do sol, que nasceu esplendoroso. Depois uma foto diante do nosso edifício e uma em frente ao ônibus que nos esperava para partir, nós iniciamos o caminho de volta.
A paisagem da cidade de Caldas Novas, na saída, nos mostrava muitos prédios em construção. O céu estava azul sem nenhuma nuvem. Depois da oração matinal, dentro do ônibus, feita por Ely, houve um abraço matinal de todos para todos e começamos a fazer a nossa ginástica: mãos, punhos, braços etc. Recebemos balões que deveríamos encher coma força de nossos pulmões e em seguida mandá-los pelo ar, num maravilhoso movimento de braços. No jogo de vivo ou morto, quem se enganava deveria sentar encima do balão e estourá-lo. Foi muito divertido e todos amaram!
Às 9 h passamos pela cidade de Morrinhos, onde há um Cristo Redentor. As estradas eram novas e há muitos entroncamentos. Às 9h30 vi grandes plantações de cana de açúcar. Muitos tratores trabalhando e muita cana já cortada em terra roxa a perder de vista. Às 10 h aponta a seta para Itumbiara. Sempre muitos retornos. Passamos pela fábrica Maeda. O que nos chama a atenção em todo o centro oeste é esta riqueza e sabemos, muitos catarinenses, gaúchos e paranaenses, foram os que migraram para estes lugares e aqui começaram a vida. Neste momento de meu relatório vou me divertir um pouco lendo alguma coisa a mais, para conhecer melhor algumas destas cidades, tão longe dos nossos olhos sulistas.
Às 10h15 estávamos na divisa de Goiás com Minas Gerais. Em Minas passamos o posto fiscal J.K. e a ponte do rio Parnaíba. |
O rio estava muito azul. Em Minas a primeira cidade avistada foi Araporã, que na linguagem indígena quer dizer “Nascer do Sol” Sua população estimada em 2009 era de 6.522 habitantes. O município de Araporã encontra-se na região norte do Triângulo Mineiro, a 125 km de Uberlândia e 700 km da capital Belo Horizonte.
Passamos pelo posto de gasolina SKALADA e depois pela cidade de Canápolis. O significado do Nome deve-se às inúmeras plantações de cana-de-açúcar existentes na região. Às 11h35 vi, pela primeira vez nestes rincões, um homem trabalhando na terra. Estamos na BR 153 e aqui um dado interessante e nunca visto: a estrada tem lugar para transeuntes e para bicicletas, devidamente demarcado em risco branco. Às 10h45, belo rodo anel e seta para a cidade de Prata.
Prata foi o terceiro núcleo urbano a se formar no Triângulo Mineiro (Araxá e Uberaba foram os primeiros). De Prata surgiram todas as cidades do Pontal do Triângulo (Ituiutaba, Frutal, Campina Verde, Santa Vitória, Iturama, Monte Alegre e outras). É formado pelos distritos de Prata (sede), Jardinésia, Monjolinho e Patrimônio. Historiadores asseguram que em Prata, por volta do ano de 1857, pela primeira vez, houve um movimento pela emancipação do Triângulo Mineiro do Estado de Minas Gerais, sob o argumento de que o governo mineiro pouco fazia pelo desenvolvimento da região, pois não investia em estradas, saúde e educação, relegando a região ao esquecimento. O município de Prata é o maior em extensão territorial do Triângulo Mineiro. A cidade de Prata está situada às margens da BR-153 (Transbrasiliana), no centro geográfico da região.
Um dado interessante:
“Neste Município foram localizados fósseis do maior dinossauro encontrado no Brasil, que viveu há mais de 80 milhões de anos na região da Serra da Boa Vista.” |
“Distante cerca de 40 km da cidade de Prata, cujo nome científico foi denominado de Maxakalisaurus topai, e popularmente escolhido de DINOPRATA, após votação popular, valendo destacar que a réplica do titanossauro (montada em resina), com cerca de 13 metros de comprimento, está exposta no Museu Nacional no Rio de Janeiro, desde 28 de agosto de 2006”
“O nome da espécie foi escolhido para homenagear os índios maxacalis, de Minas, e uma divindade da etnia, chamada Topa. – Ainda que incompleto, o fóssil traz bastante informação sobre a espécie: há vértebras do pescoço até o rabo, um pedaço do maxilar com dentes, ossos das patas traseiras e dianteiras e do peito. De lambuja, o grupo achou também grandes osteodermas – calombos ósseos que recobriam o couro do animal e são típicos dos titanossauros.”
Seguimos pela BR 153 – a Transbrasiliana, que tão bem está representada neste mapa abaixo. Na verdade, durante a excursão sempre me interessava saber em qual rodovia estávamos e, quando achei este mapa na Internet fiquei muito contente, pois é muito elucidativo.Vale a pena saber mais, sobre a maravilhosa, para muitos desconhecida, BR 153 que integra o Brasil, de norte a sul, a partir do interior. Aqui alguma informação:
“A Rodovia Transbrasiliana (BR-153) é a quarta maior rodovia do Brasil, ligando a cidade de Aceguá – RS ao município de Marabá – PA, totalizando 4.355 quilômetros de extensão. Já foi chamada de BR-14 até o ano de 1964. A BR-153 é a principal ligação do Meio-Norte do Brasil (estados do Tocantins, Maranhão, Pará e Amapá), além de Goiás e do Distrito Federal, com todas as demais regiões do país. Devido a esse fato e somado ao grande fluxo de veículos, a BR-153 é considerada atualmente como uma das principais rodovias de integração nacional do Brasil.” |
“Algumas capitais brasileiras, assim como Goiânia, Brasília e Palmas, a utilizam como o principal corredor de escoamento. É também muito utilizada para acender a regiões turísticas, tais como a estância de Caldas Novas/Rio Quente – GO, o rio Araguaia e a Chapada dos Veadeiros, além de outras capitais do país, assim como Belém, Macapá (via balsa), São Luís, Teresina e São Paulo. Durante muito tempo foi considerada uma rodovia bastante perigosa pela péssima conservação e seu traçado sinuoso no meio do cerrado goiano. Hoje sua duplicação entre Goiânia e Itumbiara e na região sul de Goiás encontra-se parcialmente concluída. […] A BR-153 possui trechos de maior ou menor qualidade/dificuldade, dependendo de vários. Ela não segue a orla marítima, onde está assentada a maior parte da população brasileira, mas sim permanece sempre no interior, ultrapassando além dos estados citados acima, a região do Triângulo Mineiro em Minas Gerais”.
Às 10h55 paramos no posto Trevão e, em seguida, partimos. O que me chamou atenção neste novo trajeto foi a imensa quantidade de carretas que encontramos, carretas que falam de riqueza sendo transportada pelas rodovias do Brasil, a partir do Oeste do Brasil. No primeiro momento 22 carretas carregadas, logo depois 13 carretas e depois mais 7 carretas e mais 13 carretas. Em 15 minutos passaram por nós 55 carretas carregadas. Às 13h10 passamos, podemos dizer, por extensões de laranjais sem fim. Cresceu a exportação mineira de suco de laranja. O líder da produção na região é o município de Comendador Gomes, que deve colher neste ano cerca de 240 mil toneladas, seguido de Frutal. Almoçamos no posto Laranjão e nós, ficamos aguardando nosso chofer que foi arrumar, na cidade o ar condicionado do ônibus leito. Eu sempre aproveito as oportunidades que tenho, para poder falar com pessoas da região. Eles podem nos falar sobre o que vivem. Na oportunidade, numa breve conversa com o dono do restaurante, pude reconhecer algo sobre o processo migratório brasileiro. O avô tinha vindo de Encantado, no Rio Grande do Sul. O pai veio de Concórdia em Santa Catarina, o filho veio do Paraná e está aqui faz 12 anos. Falando de empresas que dominam o Mercado ele me disse: a Cutrale possui aqui 8 fazendas e em São Paulo tem muito mais. Cada fazenda tem, às vezes, 2.000 hectarões (maior que os hectares normais). E aqui só dá Cutrale e não tem mais nada para ninguém. Esta empresa domina totalmente o mercado, foi sua expressão!
Toda a nossa turma ficou em pequenos grupos, conversando, enquanto esperávamos o ônibus. Às 14h30 nosso ônibus já está partindo com o ar condicionado em ordem! Vamos assistir um filme com Mary Stuart. A próxima cidade será Frutal. |
A viagem transcorreu tranquila enquanto nós assistimos filmes. Gosto sempre de observar a paisagem e me chamam a atenção a indicação do nome das cidades que estamos ultrapassando. Às 16h30 passamos por São José do Rio Preto.
Nesta longa viagem, finalmente, às 23 h, chegamos em Presidente Prudente. Nosso hotel nos recebeu com muita simpatia. Os quartos eram ótimos! A Internet estava à nossa disposição!
Dia 24 de julho – sábado
Este dia amanheceu lindo com um sol que despertava a alegria e provocava sentimentos de gratidão.
Da janela do meu quarto do hotel, eu vejo que ao lado estava a igreja. Saímos de Presidente Prudente ás 7h30. No nosso ônibus uma oração! Em seguida a paisagem, campos e mais campos de cana de açúcar, muitos com cana colhida e outros com plantações de cana nova. Pegamos a Raposo Tavares e passamos pela cidade de Rancharia. Pastos, gado, milho, cana nova, ondulações sem fim nos terrenos.
Mas vamos para a Internet para recordar ou aprender um pouco da história de uma das cidades do centro oeste brasileiro: Rancharia. Foi fundada em 10 de setembro de 1916 (93 anos). O município de Rancharia começou a surgir por volta de 1915. Mas a origem do nome do lugar tem duas versões. A primeira versão conta que, bem antes da construção na região da Estrada de Ferro Sorocabana em 1916, o local já era denominado de Rancharia. O motivo era porque os tropeiros e boiadeiros costumavam passar por ali com suas tropas e boiadas, vindas de Mato Grosso. Eles, então, tinham o hábito de pernoitar nos ranchos construídos no meio da pastagem. A segunda versão é de que o nome Rancharia procede devido o prolongamento da Estrada de Ferro Sorocabana até as barrancas do rio Paraná. Seja como for, o local ficou definitivamente conhecido por Rancharia. A estrada de ferro foi inaugurada em 10 de setembro de 1916, a mesma data escolhida para fundação do município. Por volta de 1933, alguns moradores se rebelaram contra o nome Rancharia, por considerá-lo progressista. Com isso iniciaram um movimento com o objetivo de mudar o nome para Tabauna, mas ideia não encontrou eco e teve de ser abortada. Em 5 de julho de 1935, pelo decreto nº 7357, o distrito foi elevado a município, constituído dos distritos de Rancharia e Iepê. A instalação se deu em 16 de agosto de 1939. A telefonia chega em 1939 e neste mesmo ano é construído o Aeroporto Gaspar Ricardo, que foi inaugurado em 23 de abril pela “Revoada à Sorocabana”. […] Em 1956 Rancharia recebeu o título de Capital Estadual do Algodão. A pecuária também é um setor forte na região com um rebanho de aproximadamente 70.000 cabeças de gado e 8.500 de outras espécies. A produção anual de leite é de ordem de 1.300.000 litros. A indústria compreende 78 estabelecimentos distribuídos pelos seguintes ramos: transformação de Minerais não metálicos, 9; de madeira,10; mobiliário, 6 têxtil, 7; vestuário, calçado e artefatos de tecidos, 8; produtos alimentares, 15; construção civil. 6 e outros ramos, 17. Às 9 h passamos pelo primeiro pedágio. Agora as setas à beira da estrada apontam as cidades de Paraguaçu, Assis e Marília.
Logo em seguida passamos por um grande Anel Viário. Há aqui plantações novas de aipim, milho maduro e milho espigando. Estamos na BR 270 e uma seta aponta a cidade de Nova Alexandria. Às 9h30 estamos passando pelo segundo pedágio. Depois do pedágio, verde a perder de vista e às 10 h, outro grande anel viário. Pegamos o rumo de Curitiba, mas ainda estamos no estado de São Paulo. Ao meio dia paramos para almoçar no restaurante da rede Graal, em Ourinhos. A Rede Graal é uma das maiores redes de auto postos rodoviários. É reconhecida por seus restaurantes amplos e modernos e está presente nas principais rodovias do centro-sul do país.
Quanto a Ourinhos é um município brasileiro do interior do estado de São Paulo que faz divisa com a cidade de Jacarezinho no estado do Paraná! Fundado em 13 de dezembro de 1918, o município está localizado a 483 metros acima do nível do mar, distante 350 quilômetros da capital do estado. Sua população estimada em 2009, era de 104 542 habitantes, segundo o IBGE, com uma densidade demográfica de 359,0 habitantes por quilômetro quadrado.
Às 10h45 saímos da cidade de Ourinhos. Novamente um grande Anel Viário e após muita plantação de eucaliptos. Novo anel rodoviário e a direção agora é Curitiba. Verifiquei que aqui, neste pedágio, os automóveis pagam R$10,00. Considero o preço abusivo. No ônibus, após ouvir boa música brasileira, ouvimos o disco de piadas de Paulinho Mixaria. Este artista é realmente fantástico, não precisa apelar para o grotesco para provocar grandes risadas. E como as risadas fazem bem para a saúde! Às 11 h passamos por região de pequenas propriedades como estamos acostumados a ver, também, em Santa Catarina. Em seguida observo que estamos ultrapassando diferentes cidades: “Santo Antônio da Platina”, depois a cidade de “ Joaquim Távora” e finalmente “Siqueira Campos”. Fizemos uma parada ainda na cidade de Venceslau Braz e almoçamos no posto Cristo Rei. Agora plantações de milho verde, já espigado. Lindo de se ver esta natureza generosa! Vemos também plantação de trigo e mais verdes plantações a perder de vista. Aqui dormi na cômoda poltrona, totalmente reclinável. Às 16h15 vemos a cidade de Castro. A viagem transcorre tranquila. A maior parte de nossos colegas descansa. E assim, nós turistas do SESC, como de costume nestas viagens, conversando, descansando, assistindo programas de TV, jogando, dormindo ou cantando, chegamos tranquilo e felizes até Florianópolis.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Posso afirmar que esta incursão pelo Oeste do Brasil, deixou em mim grande contentamento, pela oportunidade de conhecer, mais um pouco, este rico e multifacetado Brasil. Sem querer esquecer nenhum lugar por onde passamos, nesta maravilhosa viagem, destaco alguns momentos marcantes. Iniciando pelas surpreendentes eclusas do rio Tietê, chegamos à maravilhosa, moderna e verde Goiânia, depois à inesquecível e histórica Pirenópolis, Brasília e, em Caldas Novas, mais alguns bons dias nas águas termais no hotel do SESC. A convivência com os guias, que foram ótimos e também com os colegas, foi algo muito gratificante. Como é bom poder relembrar, com muita gratidão, tudo o que vivi, compartilhei e aprendi nesta excursão!
Anita Moser
Florianópolis, 18 de outubro de 2019.
2 Comentários
Maria Salete Ferreira Magalhães
“Viagens de Anita”, relato do centro Oeste Brasileiro me levou a viajar por esse território de riquezas e belezas sem par… A História nos revela uma miríade de possibilidades para o presente no desenvolvimento econômico e sustentável às futuras gerações. Conteúdo mto bem escrito, vai além do conhecimento da realidade sócio politica, geográfica, ambiental, histórico, pois é educacional! Um instrumento didático para os professores utilizarem no ensino escolar tanto em sala de aula, como um roteiro e incentivo à viagens de estudo em diversos níveis de escolaridade e formação do aluno.
Parabéns, Professora Anita! Que bonito gesto de amizade conosco teus amigos, e a beleza que demonstras da tua amorosidade no compartilhamento ao público em geral, cujo acesso desse material está disponível p o mundo.
Abrs, Maria Salete Magalhães
Anita
Maria Salete, neste dia 15 de outubro, dia do professor, eu recebo,
com muita alegria, este teu comentário sobre a viagem ao Centro Oeste brasileiro. Eu também percebi, neste pedaço desconhecido do Brasil, um território de riquezas e belezas sem par, pois muito pouco eu conhecia desta região. Dizes que o conteúdo vai além da realidade sócio política, geográfica, ambiental, histórico, pois é educacional e sugeres que pode ser um instrumento didático para os professores utilizarem no ensino escolar tanto em sala de aula, como um roteiro e incentivo à viagens de estudo, em diversos níveis de escolaridade e formação. Minha amiga e educadora por excelência, esta troca e incentivo que me ofereces, sabes que a recebo, como um presente, que agradeço neste caloroso abraço!